Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 82
Capítulo 82: Uma carona nada convencional


Notas iniciais do capítulo

Três meses, sete dias e muitos problemas depois....
Hello, everybody! ~lê eu tirando meu disfarce que inclui óculos escuros,chapéu e um bigode.
Hum... Quem morreu de saudades minha? ~ cri cri, cri cri. ~ Okay, reformulando a pergunta, quem quer me matar? ~calminha, abaixem as armas, perguntinha retórica.
Ah, sim, eu bati meu recorde, e de uma forma péssima! O maior tempo que eu fiquei sem postar a fic! DEUSES! Por que isso? Bem, eu não vou ficar me explicando muito, porque não acho que vocês queiram isso, mas... Teve o meu colégio, o show (QUE FOI INCRÍVEL! ALGUÉM TEM UMA MÁQUINA DO TEMPO?), alguns problemas, e... Sendo honesta? Eu fiquei sem vontade de escrever, essa é a verdade, faz um mês que eu estou sem vontade de escrever qualquer coisa. Desculpem-me por isso, eu realmente espero que entendam, só que têm dias em que realmente não dá vontade de fazer nada, dias em que ficamos mal, ou temos outras coisas para fazer. Desculpem-me, mesmo. Pois bem... Hoje, eu consegui terminar o capítulo, eu iria postá-lo mais cedo, porém, eu tive que revisar, notei uns erros, então... Perdi muito tempo, fora que, eu realmente não estava conseguindo arrumar um título para ele, por isso, esse título ridículo!
Okay, deixa eu parar de enrolar...
Eu tenho que dedicar o capítulo à algumas pessoas muito especiais, pessoas essas que eu ainda não agradeci e que eu espero do fundo do meu coração que me perdoem por isso! São elas:
1) FilhaDosMares: Obrigada, obrigada, obrigada! *-* Você foi tão fofa, perfeita, e incrível na sua recomendação! Eu ainda não acredito que você disse que a "Momentos" é a melhor fic que você leu! *-* Nas nuvens até agora!
2) Alexia: Ah! Você sabe que eu te amo! Você é uma super leitora, que está comigo há éons! Obrigada por cada palavra que você já me disse, e por sua linda recomendação! E eu também não acredito que você disse que a "Momentos" é sua fic favorita! ~posso desmaiar produção? Ah, não antes de postar o capítulo, certo.
3) Filha de Athena: Antes de tudo: PARA! VOCÊ ESCREVE ATHENA EM INGLÊS, QUE NEM EU! ABRACE-ME! Okay, deixa eu respirar... Sua primeira recomendação e é para a "Momentos", eu me sinto tão lisonjeada e boba com isso! Eu me emociono sempre com recomendações, e a sua... Deuses! Eu chorei, assumo, eu chorei, para variar. Você me fez começar a chorar com o "Minha primeira recomendação. Estou muito feliz dela ser para a história mais perfeita de Percy Jackson, e ponto.", a partir daí, só lágrimas de alegria e emoção ! Obrigada, obrigada, obrigada! De todo coração, eu espero que você ainda leia a fic, porque estou in love!
4) Marinhaaaaa: OBRIGADA! OBRIGADA! OBRIGADA! Cara, eu te adoro, você sabe que eu amo quando você me cobra capítulos no face! Eu não me importo, eu amo isso! Obrigada por cada palavra da recomendação e dos reviews, cada elogio, e novamente, eu fico boba quando você e outros leitores elogiam tanto a fic! Obrigada!
5) Just A Swiftie: Por ser uma linda, perfeita, fofa e incrível leitora que me conquistou pelo ask! Deuses! É semideusa, Belieber e Swiftie, eu posso te matar de abraços e beijos? Sabe como isso é raro? Obrigada por tudo! E... PARABÉNS ATRASADO! Tudo de maravilhótimo em sua vida: saúde, paz, amor e que você realize todos os seus sonhos! Somente coisa ótimas! ~aliás, estou ouvindo Music Journals aqui, e lembrei de você, ouviu Confident, já?
Bem, para essas cinco pessoas, esse capítulo é de vocês, especialmente, de todo coração, eu quero que vocês gostem do capítulo porque ele é de vocês!
Okay... Eu já demorei demais, no entanto, antes de eu ir, um aviso.
ESSE CAPÍTULO É MEGA, SUPER, ULTRA, EXTREMAMENTE DOCE! REPITO: MEGA, SUPER, ULTRA, EXTREMAMENTE DOCE! RISCO DE DIABETES AOS QUE LEREM, NÃO RECOMENDADO PARA QUEM ODEIA ROMANCE NÍVEL MÁXIMO!
Boa leitura!
Vejo vocês nas notas finais, meus amores!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/142547/chapter/82

Annabeth’s POV

Eu estava acordada, mas ainda estava de olhos fechados, deitada sob uma árvore, em algum desconhecido lugar, na companhia de Percy e Bryan. Porém, a verdade, é que eu ainda não queria acordar.

Isso era estranho, porque, eu realmente deveria estar dormindo, era muito cedo para alguém estar acordado, eu sabia disso porque pequenos raios de sol atravessavam minhas pálpebras e deixavam tudo num tom alaranjado, aquilo significava que o sol estava apenas nascendo, e também significava que eu deveria dormir mais, no entanto, eu não conseguia dormir novamente, não depois de lembrar tudo que ocorrera, não depois de ter dormido tempo demais.

Mesmo sendo cedo, Percy estava acordado, montado guarda. Sim, eu sabia disso, eu estava acordada tempo o suficiente para ouvi-lo dizer alguma coisa ali, ou aqui, se dirigindo a mim na maior parte do tempo (mesmo que eu estivesse dormindo, teoricamente).

Não me julgue, por favor, eu realmente queria abrir os olhos, olhar nos olhos verde-mar de Percy e ter certeza de que tudo estava bem, esquecer a missão por um tempo e ficar feliz por estar viva. Mas, em contra partida, eu também queria ficar ali, o dia inteiro deitada, pensando em tudo que me ocorrera nas últimas horas. Ou seriam dias?

As cenas voltavam como flashes em minha mente: Percy pulando no mar, Bryan e eu na plataforma, a luta com os dragões, eu sendo perfurada, a dor, a pancada na cabeça, minha vida se esvaindo de mim, a perda, o Hades, a volta ao meu corpo, mais dor, a luz branca ofuscante, o retorno completo, o alívio, e o pesadelo.

Foram tantas coisas para o que eu achava ser um dia só, e ainda havia a missão, e as profecias, havia Kate, minha mãe, Métis, tantas coisas e minha mente trabalhando a mil por hora, como se meu cérebro fosse uma máquina e não pudesse parar de rodar suas engrenagens em busca de soluções. E, no entanto, a única coisa que eu queria agora era ficar deitada e esquecer tudo isso, ser mortal e normal por apenas um dia.

Permiti-me pensar um pouco nisso, sonhar como seria bom ser mortal: nada de monstros, nada de lutas. Eu seria apenas uma adolescente de 16 anos, que moraria com os pais, estudaria normalmente, que iria a biblioteca quase todos os dias, sairia com os amigos e com o namorado, iria ao shopping, poderia andar pela rua sem ser atacada por monstros ou sem ter que cumprir missões de vida ou morte, seria apenas uma garota. Mas acima de tudo isso, eu só conseguia pensar que se, se eu fosse “normal”, poderia estar em São Francisco agora, em casa, com meu pai, dividindo um balde de pipoca e assistindo seu romance favorito. E, ele não me olharia com sua estranha nostalgia, ou até mesmo receio, pelo contrário, ele brincaria comigo, contaria piadas e histórias de sua vida, me envolveria em seus braços e contaria sobre coisas que eu fazia quando era pequena, então, nós continuaríamos assistindo o filme, e depois poderíamos ficar brincando com meus irmãos, pois, eu não teria que me afastar deles, nós seríamos iguais. Sim, isso seria perfeito, ficar de alguma forma com Bob e Mathew sem ter que me preocupar com a segurança deles, sem ter que dar trabalho ao meu pai e minha madrasta, seria perfeito poder passar algumas horas com eles, brincando de correr e fazer cócegas. Aliás, eu poderia até sair com a minha madrasta para fazer compras e falar de garotos, das amigas, como todas as garotas mortais faziam. Eu seria feliz, e não teria muitos problemas, o que seria muito bom, uma vida quase perfeita. A não ser por... Bem, provavelmente, se eu fosse mortal, eu não teria conhecido Percy, e só de pensar nisso agora... Fazia com que meu coração parasse de bater por um instante, e que meu corpo inteiro se arrepiasse. Mas, será que se eu fosse mortal, eu me apaixonaria por alguém como me apaixonei por Percy? Eu duvidava, porém...

Logo afastei tais pensamentos, eu não podia me prender neles, eles nunca seriam reais, aquela não era eu. Eu era Annabeth Chase, filha de Frederick Chase e Pallas Athena (mais conhecida como deusa grega da sabedoria e das artes), uma adolescente de 16 anos que havia vivido mais situações de vida ou morte do que qualquer um jamais viveria, que havia se envolvido em mais missões do que poderia se imaginar, passado por problemas, traições, perdas, perseguições, ataques de monstros, mas que agora tinha um namorado lerdo e fofo, e um novo amigo, e estava novamente numa missão de risco. Eu era essa garota, na verdade, havia algo há mais, eu era a garota que tinha morrido e regressado. A garota que só havia regressado porque tinha duas pessoas que se importavam muito com ela, uma em particular que estava ao seu lado, preocupando-se, esperando-a acordar, enquanto a garota era egoísta demais para pensar na dor da pessoa ao seu lado e só conseguia pensar em tudo que ela tinha passado, e em tudo que gostaria que fosse diferente.

É, a garota era eu.

Mas nada era diferente, nem seria, e eu tinha que me conformar com isso como sempre me conformara. E eu deveria encarar os fatos, tínhamos uma missão, eu tinha que contar para os garotos sobre o pesadelo, contar sobre minha passagem pelo mundo Inferior, sobre tudo o que aconteceu, porque agora eu já havia criado uma teoria de como eu havia morrido, e eu tinha certeza de que era assim. Porém, acima de tudo, eu queria acordar para poder abraçar Percy, envolver meus braços em sua cintura e nunca mais soltá-lo, porque eu nunca mais queria deixa-lo, não queria e não podia, fora terrível pensar que nunca mais o veria, que nunca mais o sentiria, fora algo dilacerante, excruciante.

Lentamente, abri os olhos, encarando o céu alaranjado, as faíscas de sol começando a tomar o céu, fazendo com que tudo parecesse uma imensa aquarela. As árvores ao meu redor também pareciam tomar o céu do meu ponto de vista, já que estava deitada sob uma delas. Era como se o céu fosse uma mistura de azul, laranja e folhas, absolutamente lindo.

Antes que eu pudesse pensar em qualquer outra coisa, senti um par de olhos verdes sobre mim, um par muito preocupado de olhos.

No segundo seguinte, o dono dos olhos já estava ao meu lado, sem nem ao menos um de nós dizer uma palavra, ele segurou minha mão e olhou nos meus olhos, sorrindo. Os seus próprios olhos brilhando, o cabelo preto uma completa bagunça, assim como sua blusa, que estava rasgada e queimada, mesmo assim, ele era mais lindo do que podia me lembrar. Meu coração acelerou audivelmente, e tenho certeza que corei, mas não tinha problema, o coração dele também batia rápido, eu conseguia ouvir.

Apertei delicadamente a mão dele, e retribui o sorriso, ainda sem dizer nada, pois nós realmente não precisávamos dizer nada agora, só precisávamos um do outro.

Sem quebrar nossa conexão, sentei-me com a ajuda de Percy, estranhamente, aquele ato de sentar não doera nada, ao contrário do que eu imaginara. Na verdade, fora bom, reconfortante eu diria, já que podia sentir meus músculos se contraindo e relaxando, era como voltar a viver, o que de fato, estava acontecendo. E tudo ficava melhor, se considerar que continuáramos conectados após eu ter me sentado.

Em seguida, sem nem ao menos pensar, lancei meus braços ao redor da cintura de Percy, como sempre fazia, encostando minha cabeça em seu ombro, encaixando-nos perfeitamente; sentindo seu corpo entre minhas mãos; sentindo seu cheiro de maresia tão familiar e que eu tanto amava, assim como amava seu toque quente. Aquilo era tudo que eu havia desejado desde minha “morte”.

Porém, dessa vez fora diferente das outras vezes, fora mil vezes melhor, fora elétrico, como um choque. Não! Na verdade, nós praticamente tomamos um choque ao nos tocar. E apenas ficara melhor quando ele fechou seus braços ao redor de mim, era como estar em casa, na minha casa, ele era meu, assim como seu coração, que batia rápido e pulsante, no mesmo ritmo que o meu próprio.

— Nunca mais eu vou te deixar ir, me entendeu? Nunca mais! – ele sussurrou enquanto apoiava seu queixo em minha cabeça e respirava profundamente sobre meus cabelos, cheirando-os talvez. Seus braços me apertaram mais firmemente, para logo depois Percy me puxar para seu colo, e novamente, éramos como um quebra-cabeças, o encaixe perfeito.

Estar daquele jeito com ele era tão fácil e certo, tão bom. Eu só rezava com todas as minhas forças para poder parar o tempo naquele momento.

— Eu nunca vou deixar você de novo, Cabeça de Alga, nunca! Mas você também tem que me prometer nunca me deixar, entendeu? – ainda em seu colo, segurei seu rosto entre minhas mãos, fazendo-o me encarar, enquanto eu ficava hipnotizada pelos seus olhos esmeralda — Eu te amo!

Eu disse aquela última frase com uma intensidade que não me lembrava de ter usado antes, mas não fora proposital, eu realmente o amava e era aquilo que eu estava sentindo, e agora parecia amá-lo mais, se é que isso era possível.

Tenho certeza de que ele notou a intensidade de minhas palavras, pois logo pegou uma mecha do meu cabelo e colocou atrás da orelha, aproveitando-se disso para em seguida, segurar meu rosto mais firmemente, quase como se me obrigasse a olhá-lo, mas ele não precisava disso, eu já o encarava.

— Eu também te amo, e eu nunca poderia te deixar, nunca! Você é a minha vida. – eu senti a honestidade e a intensidade em sua voz, e vi o mesmo em seus olhos, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Percy passou uma mão por minha cintura e me puxou para mais perto, encaixando nossos corpos e deixando nossos rostos a centímetros.

Eu sentia nossos corações batendo mais acelerados, e nossa respiração ofegante enquanto nos encarávamos, aquele era nosso próprio mundo, e naquele instante, não existia mais nada além de nós, um par de olhos cinza e outro par de olhos verdes. Nós não precisávamos dizer mais nada, porque aquilo era tudo, os olhares, os toques, todos os sentimentos estavam em cada um dos nossos ato, era palpável e visível.

Percy segurou meu rosto com uma mão, delicadamente, mas isso fora o suficiente para eu sentir como se um rastro de fogo percorresse o local que ele havia tocado, sua outra mão ainda em minha cintura, me puxando mais ainda em sua direção. Lentamente, nossos lábios se tocaram, e no instante que isso aconteceu, era como se o fogo percorresse todo meu corpo, seguindo por minhas veias, artérias, músculos, cérebro, incendiando tudo que encontrava, eu não tinha mais controle sobre mim.

O beijo não fora nem um pouco delicado como o toque de Percy havia sido, fora urgente, devastador. Levei minhas mãos aos cabelos dele, entrelaçando-os ali, fazendo o beijo se aprofundar e dando passagem para que a língua de Percy explorasse minha boca, eu só queria que aquilo durasse, eu só o queria ali comigo, como o fogo nos incendiando, fazendo nossos corações baterem tão rápido ao ponto de doer. Não importava.

No ímpeto, joguei cada perna minha num lado do corpo de Percy, isso só o fez tornar o beijo mais rápido do que antes, o desejo era quase incontrolável, e era visível de ambas as partes. A mão de Percy saiu de minha cintura e se direcionou a barra da minha blusa, eu pensei que ele fosse tirá-la, mas ele apenas colocou a mão novamente em minha cintura, só que sob a blusa dessa vez, e o toque de seus dedos quentes fizeram outra trilha de fogo em meu corpo, e isso fez com que eu segurasse seus cabelos mais firmemente e prolongasse o beijo.

A verdade? Eu estava indo a loucura, nos agarrarmos daquele jeito, ali, era loucura, mas eu havia sido atacada por dragões, ferida, atingida na cabeça, morta, então... Que se dane se é loucura!

A morte só havia tornado o amor maior, o desejo maior, a necessidade maior, agora, era como se não houvesse amanhã, outras pessoas, missões monstros. Estávamos vivos e juntos, que o resto fosse para o Tártaro.

Não sei quanto tempo ficamos ali, daquele jeito, como se o mundo fosse acabar e aquele fosse nosso último beijo, eu só sabia que eu o amava, e que o beijo poderia ter durado minha vida toda. Mas, ambos ficáramos sem fôlego, e a separação fora necessária, bem, só do beijo, pois eu continuava sobre o colo de Percy.

Lentamente, ele grudou sua testa na minha, olhando-me e me fazendo ficar perdida em seus olhos, sua respiração ofegante indo de encontro a minha, assim como nossos corações palpitantes.

Ficamos daquele jeito até nos acalmarmos, o que levou uns bons minutos, porém, assim que isso aconteceu, um sorriso bobo surgiu em nossos lábios.

— Você me leva a loucura, sabia? – ele sussurrara, ainda me encarando, ou seria me hipnotizando?

Antes de responder, tive que respirar profundamente, para assim, ter algum fôlego.

— Eu sei, é claro que sei.- eu dissera sorrindo, para logo depois desgrudar nossas testas e encostar meus lábios em seu ouvido, provocando-o — E eu amo te levar a loucura, Cabeça de Alga.

Então, dei-lhe um selinho e sai de seu colo, apenas para sentar-me ao seu lado e prender meus braços ao seu redor, ainda tentando regular a respiração e o ritmo das pulsações do coração. Percy, sorrindo, me segurou firmemente, como se não pudesse suportar a ideia de me ter fora de seus braços, e era exatamente isso, a verdade é que nem eu podia suportar tal ideia, eu precisava dele agora como jamais precisara.

Um período silencioso se estendeu entre nós, apenas o som dos pássaros da manhã e da natureza ao redor para nos fazer companhia. Aproveitei aquele momento para avaliar a campina, com suas enormes árvores, o sol ainda baixo, as mochilas ao nosso lado, e num canto a esquerda: Bryan e Destemido deitados...

Espera! Bryan e Destemido? O que Destemido fazia ali? Bryan estava bem? O que acontecera? Um milhão de perguntas atingiram-me em cheio, e me fizeram sentir-me extremamente egoísta e culpada por ter ficado dormindo ou mesmo com Percy, ao invés de tê-las feito antes, ao invés de ter notado meus amigos ali do lado. Sendo assim, ainda envolta nos braços de Percy, tentei organizar algumas perguntas em minha mente, perguntas que ele pudesse responder.

Assim, eu interrompera o silêncio com algumas perguntas:

— Eu sei que não é melhor hora para isso, mas... – virei-me sob os braços de Percy, de forma que pudesse olhar seu rosto — Eu estou curiosa. Como vocês me salvaram? Digo, eu não estou machucada, sangrando, ou com algo doendo, eu estou perfeitamente bem, mas eu lembro que eu estava muito ferida antes, era como se estivesse queimando, então, teve uma luz e tudo ficou bem. – sem que eu realmente notasse, comecei a tagarelar - E antes disso, quando eu... Morri e fui para o Hades, como vocês me trouxeram de volta? O que o Destemido está fazendo aqui? E o Bryan está bem? Eu sei que estou fazendo perguntas demais, e tagarelando também, mas... Eu... Eu ainda não entendo.

Ainda focada em Percy, tentei concentrar-me em minha respiração e no fato de não deixar meu cérebro formular mais perguntas do que eu já tinha, o que poderia me levar a loucura.

Sendo assim, resolvi me prender aos olhos de Percy. Seus olhos haviam ficado escuros enquanto eu formulava minhas perguntas, o que me fizera temer que eu tivesse causando alguma espécie de dor emocional, no entanto, logo eles voltaram ao tom habitual de verde-mar, e eu tive certeza de que ele estava bem.

Enquanto ele não me respondia, fiz questão de verificar meus braços e pernas, a procura de algum sinal de luta recente, mas absolutamente nada estava ali, inclusive, antigas cicatrizes haviam sumido. Minha pele estava macia e suave, como se eu nunca houvesse lutado. Em seguida, foquei-me em Bryan e Destemido, que dormiam tranquilamente ali ao lado, e mesmo sem saber o porquê do unicórnio estar ali, senti-me ainda mais protegida.

Percy beijou o topo de minha cabeça, para enfim, responder minha pergunta.

— Bem, é uma história um pouco complicada...

Então, ele acabou por me contar sobre como pegara o terceiro pedaço da espada e me vira caída na plataforma, contou-me que aquilo fora como ver o mundo dele acabado. Percy também falou como ele e Bryan fizeram de tudo para me salvar e ao mesmo tempo, acabar com os dragões, como a plataforma ruiu sob seus pés, e sobre a super onda que ele fez, além do fato de Bryan ser um bom capitão de emergência. Houvera também os guardas do local, que correram atrás deles, o que os fizera se esconderem na clareira que estávamos; os problemas que tiveram por causa dos meus ferimentos múltiplos; a perda da esperança; meu delírio com o fogo; e por fim... Ele me explicou que Bryan e ele ficaram bem após comerem néctar e ambrosia, e me explicara também como o unicórnio viera parar ali. Destemido, de alguma forma, havia chegado até nós e me salvado com seu “chifre mágico”, e fora por isso que eu vira uma luz branca, aquilo era ele usando seu poder e me curando.

Eu ouvira atentamente toda a longa história que ele me contou, imaginando cada coisa, pensando no esforço que todos eles fizeram para me salvar, e confesso, senti-me amada naquele instante, mais do que imaginava que era.

Ali, sob os braços de Percy, fiquei analisando Bryan dormir deitado sobre sua mochila, ao lado de Destemido. Aqueles dois haviam, junto com Percy, me salvado. Milhares de sentimentos sobre eles surgiram em mim, e eu seria eternamente grata a eles por tudo, não somente por aquilo.

— Di Immortales! Eu nem sei o que dizer, Percy. Eu... – deixei a frase morrer na metade do caminho, pensando novamente em tudo que aqueles três haviam feito.

Mas minutos se passaram, o sol ganhando mais força no céu enquanto eu tentava assimilar tudo. Eu sabia que Percy tinha mil questões para mim também, mas eu também sabia que ele não as perguntaria agora, não quando ele podia ouvir as engrenagens do meu cérebro trabalhando a todo vapor.

Continuamos ali, apenas presos nos braços um do outro, mas logo, me vi obrigada a acabar novamente com o silêncio:

— Obrigada, Percy! – eu dissera, realmente agradecida enquanto olhava nossos amigos, pensando em tudo que havia ocorrido conosco.

Ele segurara meu braço e me afastara um pouco, para assim poder ver meus olhos, no entanto, ele ainda fazia questão de me segurar.

— Por quê? – perguntou, visivelmente confuso.

Revirei os olhos, o mesmo Percy de sempre.

Encarei-o firmemente, deixando a gratidão tomar conta de meus olhos e de minha expressão.

— Por salvar minha vida, Cabeça de Alga, ou melhor, me ressuscitar. – dissera com toda minha gratidão — Eu sei que não foi só você, mas foi porque você insistiu em mim que tudo aconteceu, foi principalmente pela sua insistência em mim. Obrigada!

As mãos de Percy começaram friccionar contra a pele do meu braço, quase como se ele tentasse me esquentar, mas eu sabia que não era isso, ele só estava querendo dizer que estava tudo bem.

— Não foi por insistência, foi por amor!

Meu coração falhou uma batida quando ele disse isso, porque eu sentia toda a verdade em sua voz, e todo o amor dele, o que só fazia o meu amor por ele aumentar. Fora que... Eu ficava surpresa quando ele fazia declarações do gênero.

— E não precisa me agradecer, você é a minha vida, e eu não poderia deixar minha vida morrer, além do mais... – ele prosseguiu, voltando a me segurar com todas as forças. Confesso, às vezes era estranho ouvir o Percy dizer coisas assim, ainda mais se você considerar que até alguns dias atrás ele mal conseguia falar “Eu te amo!” sem corar, mas agora, eu sentia toda confiança em sua voz, sem medo de revelar seus sentimentos, ele estava... amadurecendo nesse quesito, dizendo-me o que eu já via em seus olhos, e que era tão bom de ouvir saindo de sua boca — Acho que agora estamos quites.

Eu sabia ao que ele se referia: a quando levei a facada de Ethan Nakamura no lugar dele, a vez em que eu quase morri. Porém, se eu não tivesse feito aquilo, se ele tivesse levado a facada, ele sim teria morrido, já que aquele era seu ponto fraco, seu hum... “Calcanhar” de Aquiles. Na época eu não sabia que era ali o seu ponto fraco, eu só sentira a necessidade extrema de protegê-lo da facada, mesmo que fosse com meu próprio corpo, minha própria vida.

O abracei mais fortemente, inalando profundamente seu cheiro de maresia, tentando afastar a imagem do que teria acontecido se Percy tivesse levada a facada.

— Não, não estamos quites, eu te salvei da morte um milhão de vezes mais. – eu dissera sorrindo, apenas para ouvi-lo rindo contra meus cabelos.

— Você tem a completa razão sabidinha, na verdade, você sempre tem. – respondera-me ele, beijando o topo de minha cabeça.

Ainda entre seus braços, olhando para o céu alaranjado, disse algo que estava em minha mente.

— Você não desistiu de me salvar, você continuou lá, tentando me ressuscitar. Eu... – suspirei — Eu não sei o que te dizer, Percy... Eu te amo!

— Isso é tudo o que eu queria que você dissesse. – respondeu, se inclinando e beijando minha bochecha — Na verdade, tudo o que eu quero é que você continue me amando, porque eu preciso de você.

Ele me abraçou, ao mesmo tempo em que segurava uma de minhas mãos, e era como se ele estivesse assumindo a maior de suas fraquezas.

— Eu preciso de você. – virei-me sob seus braços para encarar seu rosto, o que o fez me encarar, nossas mãos entrelaçadas — Eu prometo que continuarei te amando, todos os dias, desde que vocês continue me amando, porque eu preciso do seu amor.

Ele me analisou, e por um estranho momento, eu não consegui decifrar sua expressão.

— Eu não posso prometer isso, sabidinha. – por um segundo meu coração sobressaltou, eu não sabia o que ele queria dizer, meu cérebro estava pronto para começar a trabalhar a mil por hora, quando Percy segurou meu rosto com uma das mãos, deixando seu rastro de fogo em minha pele, e então, prosseguiu: — Prometer é pouco. Annabeth Chase, eu juro pelo rio Estige, por todos os deuses, e pelo nosso amor, que eu irei te amar para toda a eternidade, cada dia mais, e que eu sempre estarei com você, sempre.

Eu estava em choque. Ele havia acabado de jurar pelo Estige que me amaria e sempre estaria comigo. Ele havia dito meu nome completo. Ele...

Estranhamente, eu comecei a chorar, sim, aquilo era constrangedor, mas eu não conseguia me controlar.

— Oh, Percy! – disse, jogando meus braços ao seu redor e afundando meu rosto cheio de lágrimas em seu ombro, completamente envergonhada por estar chorando — Eu te amo tanto, e você foi tão... fofo!

Eu ainda chorava, talvez, porque aquilo era uma promessa de que tínhamos um futuro concreto, que tínhamos algo duradouro, algo que eu sempre sonhara.

Percy afastou-me delicadamente, e começou a secar minhas lágrimas, ele estava preocupado comigo.

— Eu juro que irei te amar para sempre e você começa a chorar e diz que foi fofo? – ele brincava, numa tentativa de me fazer parar — Eu jurava que você ia dizer que fui “perfeito”, “magnífico”, que eu sou “o melhor namorado do universo”.

Eu comecei a rir, e vi que suas rugas de expressão entre as sobrancelhas sumiram, ele estava mais calmo, e riu junto comigo.

— Idiota! – eu disse lhe dando um tapa, para em seguida, olhar em seus olhos e entrelaçar nossas mãos — Perseu Jackson, eu juro pelo rio Estige, por todos os deuses, e por nosso amor, que nunca te deixarei ir, que sempre estarei com você e que te amarei cada dia mais, eternamente... Mesmo que você seja um bobo.

Ele sorriu imensamente, um sorriso cativante e atrevido, o meu sorriso.

— Mesmo que eu seja, hum... Como você disse outro dia? Lento? Isso! Mesmo que eu seja lento?

— Mesmo que você seja lento.

— Mesmo que eu te tire do sério de vez em quando?

— Mesmo que você me tire do sério de vez em... Mesmo que você me tire do sério sempre! – acrescentei rindo.

— Ei! – ele protestou, mas depois sorriu, prosseguindo — Mesmo que eu te faça cócegas até você implorar para que eu pare?

Revirei os olhos.

—Mesmo que você me faça... – interrompi-me no meio da frase, me dando conta, tardiamente, o que Percy insinuava — O que? – perguntei, pulando no lugar.

Seu sorriso se ampliou.

— Não!- eu disse, pronta para ficar de pé, mas ele me pegou antes.

E assim, começou a minha tortura....

***********************************************************

Foram longos cinco minutos de cócegas, eu rira tanto, e aquilo fora tão bom, que eu realmente não estava ligando se estava rindo ao ponto de doer, havia dores piores do que essa, e me ouvir rindo, e ouvir a risada de Percy se misturando a minha, estava me fazendo extremamente bem.

Naquele momento, eu me encontrava com as costas contra a grama, há uns bons metros da árvore em que eu estava encostada antes, porque de alguma forma, nós roláramos até o meio da clareira. A minha risada ecoava pela clareira, e diria que além dela, os raios dourados do sol nascente de Miami começando a me cegar, as sombras indo embora, tudo era um borrão dourado naquele instante em que me contorcia de tanto rir, as mãos de Percy sobre minha blusa completamente destruída da luta que me mandara para o Hades.

Por um segundo, as mãos dele pararam de se mover por minha barriga, e eu pude respirar profundamente entre pequenos risos, a visão finalmente entrando em foco, e eu pude analisar milimetricamente os olhos verdes que estavam ao meu lado e que me encaravam. Encaravam-me perto de mais... Perto o suficiente para que eu me permitisse avalia-lo milimetricamente, avalia-lo de uma forma que eu penso nunca ter feito antes, com mais necessidade e atenção, creio eu.

Pois bem...

Eu não sabia no que prestar atenção primeiro, então, deixe meus olhos me guiarem. Como se tivessem vontade própria, eles começaram a “explorar” o rosto de Percy, e eu estava tão presa no que via, tão conectada, que tudo que meu cérebro fazia era processar as imagens. Havia a pele bronzeada e quase impecável, não fossem as pequenas rugas em sua testa, um alerta de preocupação, mas eu sabia que estavam ali apenas porque ele deveria estar tentando entender porque eu parar de rir e tanto o avaliava. Assim que ele notasse que não era nada de mais, elas iriam sair de lá, a pele voltaria a perfeição original. Bem, a não ser que ele desse um de seus lindos sorrisos, nesse caso, haveria novas linhas de expressão ao redor dos lábios, mas que seriam ofuscadas e esquecidas pelo branco do sorriso atrevido.

Deixando meus olhos seguirem seu caminho, eles se prenderam no cabelo preto, bagunçado e rebelde, mas que de alguma forma, parecia combinar com o jeito impulsivo de Percy, era como se ambos estivessem em sintonia. Meus olhos pularam os seus, embora eu não saiba realmente o porquê, porém seguiram pela linha perfeita de seu nariz, até chegarem aos seus lábios rosados, e tive que segurar meu impulso de beijá-los.

Novamente, meus olhos percorreram sua pele, finalmente, parando sobre os olhos. Os olhos verde-mar que eu tanto amava, e que tantas vezes eu havia sonhado, adorado, odiado. Olhos que eu conhecia como a palma da minha mão, olhos que me levavam a saber o que Percy pensava apenas com uma olhada, olhos límpidos e puros como a água, e que me levavam ao fundo de sua alma. Eram aqueles olhos um dos fatores que me faziam acreditar no seu amor por mim, eu vi neles a intensidade daquele sentimento, na verdade, eu sempre vira isso desde que começáramos a namorar, mas, dessa vez, fora diferente. Acho que o fato de termos passado por uma separação quase definitiva, bem, aquilo apenas aumentou o amor, eu tinha certeza disso em meu coração, nas palavras dele, e sobre tudo, ao olhar no fundo dos seus olhos. Porém, eu encontrara algo além do amor ali. Eu também encontrara uma ponta de preocupação, preocupação de que aquilo pudesse acontecer de novo; medo; pânico, e eu senti que aquilo não sairia dali por um bom tempo, mas o pior, eu senti o mesmo medo crescendo em mim mesma.

— Annabeth, você está bem? – perguntou Percy, suas sobrancelhas franzidas, o que só comprovava que ele estava preocupado — Alguma coisa errada?

Sacudi a cabeça levemente, tirando de minha mente todos os devaneios. Eu tinha que aproveitar os momentos felizes e calmos com Percy, mesmo que fossem poucos, logo voltaríamos a missão, eu teria que ter a conversa sobre o Hades e o pesadelo, então, por isso, eu não queria estragar aquele perfeito momento com minhas observações e preocupações. Sendo assim, resolvi contar uma pequena mentira.

— Não, nada está errado. Pelo contrário, Cabeça de Alga, está tudo perfeito! – disse confiante, sorrindo um pouco para assim convencê-lo.

Ele ergueu uma sobrancelha, me avaliando, mas acho que chegou a mesma conclusão que eu, não era hora de estragar o momento, devíamos aproveitá-lo.

Por isso mesmo, eu deixei que ele se aproximasse novamente de mim e recomeçasse as cócegas incessantes. Novamente, eu rira largamente, e assim como antes, o som preenchera a clareira, internamente, eu me perguntava como Bryan e Destemido não haviam acordado.

Por fim, Percy parou com as cócegas, dando-me um tempo para respirar, mas não só eu, ele também precisava respirar, afinal, ficara rindo de mim o tempo todo.

Entre risadas, tentei recompor a respiração, olhando apenas para cima, para o sol ofuscante da Costa Leste, o céu azul límpido, não fosse pelos pássaros que voavam no horizonte.

Eu estava tentando realmente me acalmar olhando para o céu, mas Percy se reaproximara lentamente de mim, e meu coração voltara a acelerar num ritmo crescente e forte, como se sentisse a proximidade do Cabeça de Alga, como se soubesse que precisava dele. E...

“Argh! Pare de pensar tão romanticamente Annabeth, você é filha de Athena, não Afrodite! Se continuar assim, ficará com diabetes de tão melados que estão os seus pensamentos desde que volto à vida.”— bem, basicamente, isso era minha consciência gritando. No entanto, eu estava realmente a ignorando naquele exato instante, estava mais interessada em rir e em tentar ser uma adolescente aproveitando o tempo com o namorado. Haveria muito tempo para deixar de ser, hum... Doce.

— Diga que me ama, sabidinha. – sussurrou Percy ao meu ouvido, me tirando de meus pensamentos.

Ele estava deitado ao meu lado, apoiado em dos cotovelos enquanto me olhava.

— Não. – eu respondi, brincando, deixando escapar uma risada. Eu realmente havia gostado de rir tanto, fora uma forma de provar que eu estava mesmo viva, e... feliz!

—Diga. – ele insistiu, se aproximando mais de mim.

Sacudi a cabeça.

—Não. – um plano começava a surgir em minha mente.

—Eu voltarei a te fazer cócegas. Diga! – ele sussurra ao meu ouvido novamente, quase que implorando.

— Não!

— Foi você quem pediu. – disse num tom provocativo.

Não tenho certeza sobre o que ele iria fazer, provavelmente voltar com as cócegas, mas eu destruí seu plano. Pois no instante que ele se sentou e aproximou-se mais, pronto para colocar suas mãos em mim... Eu também me sentei, segurando suas mãos e empurrando Percy completamente contra a grama, de forma que eu acabei ficando por cima dele, uma perna de nada lado de seu corpo, suas mãos presas pelas minhas contra o solo.

Sorri descaradamente, enquanto aproximava minha boca de sua orelha.

— Xeque-mate! – sussurrei de forma provocativa, feliz que meu plano tivesse dado certo — Diga você que me ama.

Eu pude ouvir o coração de Percy acelerado e sua respiração ofegante, eu realmente estava provocando-o melhor do que eu esperava.

— Eu...

Percy começara a responder, no entanto, nós dois fomos interrompidos por uma espécie de relincho, o que fez com que automaticamente ambos olhássemos em direção ao som, que vinha, mais precisamente, detrás da cabeça do meu namorado, um pouco mais acima.

Por algum estranho motivo, o dono do relincho era Destemido, que nos encarava com um olhar muito aborrecido, e seu chifre estava perto demais, isso me fez levantar de cima do Percy o mais rápido possível, pois de uma forma esquisita, eu sentia que ele estava zangado com aquilo, com nós!

Porém, o Cabeça de Alga continuara deitado, olhando de ponta cabeça para Destemido, que o encarava com um olhar de ódio que eu nunca teria sido capaz de imaginar que unicórnios conseguiriam fazer. Sendo assim, resolvi tirá-lo do transe, ou melhor, da provável conversa que estava tendo com o unicórnio.

— Hum... Percy, dê-me sua mão. Vamos, levante-se. – enquanto falava, eu segurava uma de suas mãos, tentando trazê-lo de volta, ainda confusa com a posição estranha de Destemido perante ele. Era quase como se ele estivesse brigando com Percy.

Mas logo o Cabeça de Alga levantou-se, enquanto segurava minha mão, sem quebrar o contato visual com o unicórnio, e isso continuou por um bom tempo, a cada segundo, o olhar de Percy (que já estava de pé, ao meu lado) ficava mais assustado/estupefato e o de Destemido com mais ódio. E isso ficara tão intenso, que eu resolvera interromper, definitivamente.

— Eu realmente não sei o que está havendo entre vocês, ou o que Destemido está falando, mas eu quero que parem agora com isso, me entenderam?

Infelizmente, nenhum dos dois parecia estar me ouvindo.

— Entenderam? – eu disse, enquanto me interpunha entre eles e lhes lançava um olhar fuzilante.

Destemido bufou, mas por fim, parou de encarar Percy, se focando em mim dessa vez. Ele parecia um misto de alegria e decepção. Estranho...

Resolvi ignorar isso, e enquanto Percy continuava com os olhos arregalados, aparentemente assustado com algo que nosso amigo mágico disse, aproveitei-me para seguir em direção a Destemido e dar-lhe uma espécie de abraço, recostando minha cabeça na sua enquanto alisava seu pelo. Eu ainda não conseguia acreditar que ele havia me salvado, e estava muito abismada, mesmo assim, comecei a contar-lhe o que vinha em minha cabeça, era o mínimo que eu podia fazer em retribuição.

— Obrigada por ter me salvado, por ter de alguma forma aparecido aqui, ou nos seguido, tanto faz. Obrigada, mesmo Destemido, por ter usado seu poder de cura, eu sei o quanto é cansativo fazer isso, eu já ouvi história no Acampamento sobre como curar tira a energia vital dos unicórnios. Obrigada! Eu serei eternamente grata a você. Conte comigo para o que precisar. – disse enquanto lhe fazia um cafuné atrás da orelha, aproveitando para sussurrar algo para ele — À propósito, você é um grande amigo que fiz nessa viagem, eu te amo!

Era estranho dizer isso para um unicórnio, mas era a verdade, aquele ser lindo, arrogante, altruísta, e às vezes, egoísta; ele havia conquistado um espaço em meu coração, mostrando-se fiel e responsável.

Destemido pareceu feliz com tudo que disse à ele, tanto que ele relaxou e aproveitou o carinho que lhe dei, enquanto eu analisava sua pelagem branca e perfeita, querendo saber se ele realmente estava melhor, porque ao meu ver, ele havia usado muita energia, e eu temia por ele.

— Tem certeza de que você está bem? – perguntei carinhosamente, ainda o acariciando.

Eu não esperava uma resposta audível, no entanto, eu a obtive através de Percy, que pareceu ter saído de seu “transe”.

— Ele está melhor, talvez, só precise descansar mais. – disse Percy, se aproximando de mim lentamente, mas parando em seguida, após uma olhada muito séria de Destemido.

Okay, definitivamente, havia algo muito errado. O Cabeça de Alga estava recuando por causa de uma olhada do Destemido? O mesmo cara que derrotou o Minotauro, a Medusa e Cronos, estava recuando por causa de algo que um unicórnio estava lhe falando? Eu não conseguia entender o motivo ou a lógica disso.

Semicerrando os olhos, fiz um último cafuné em Destemido.

— Ei, garoto, eu vou pegar algo para você comer, tudo bem? – perguntei enquanto passava meus dedos por seus pelos brancos e reluzentes a luz do sol.

Em resposta, recebi um relincho que parecia alegre.

— Okay, então, já volto! – disse enquanto me ajeitava e ficava de pé, afastando-me um pouco de Destemido, e seguindo em direção ao Cabeça de Alga. — Você pode me ajudar a arrumar algo para Destemido, Percy?

Eu o olhei atentamente enquanto perguntava, lhe lançando meu melhor olhar de: “É melhor vir comigo agora, senão...”. E como resultado disso, logo, Percy seguia ao meu lado, caminhando em direção à árvore em que estivéramos anteriormente, sob a qual, estavam nossas mochilas.

Em silêncio, peguei minha mochila e segui em direção à onde Bryan estava deitado, encarando Percy de modo que ele entendesse que era para ele fazer o mesmo, o que ele fez, mesmo estando com as sobrancelhas arqueadas.

Bem, por que eu decidi fazer isso? Eu realmente queria saber como o Para-raios estava, pois a última vez que eu o vira... Ele não estava muito melhor do que eu.

Antes de prosseguir, eu devo abrir um parênteses. Acho que aquela era a primeira vez que eu realmente reparava em Bryan dormindo, mas ele parecia um anjo. E não, não estou dizendo isso de forma carinhosa, ou num eufemismo, ele estava mesmo parecendo um anjo, um anjo sujo, com roupas rasgadas e queimadas, que havia ajudado a me salvar, mas ainda sim, um anjo. Acho que é por causa do cabelo loiro e a estranha cara de bebê que ele faz quando está dormindo, ou a forma como ele dorme de lado. Não importa o motivo, o que importa mesmo é que aquilo merecia uma foto para ser guardada, era uma pena que não tivéssemos uma maquina fotográfica ali, aquilo seria épico.

Sem que eu houvesse ao menos notado, Percy já havia se abaixado e começava a abrir sua mochila, em busca de algo para Destemido comer. Logo, também me abaixei, mas diferentemente dele, não abri minha mochila, ainda não.

— Ele gosta de torrões de açúcar, não é? Porque eu tenho alguns aqui, em algum lugar da minha mochila. – dissera Percy, enquanto jogava tudo de sua mochila no chão, em busca dos torrões.

— Sim, pelo que eu lembre ele gosta. Mas o que eu quero saber não é exatamente isso, Percy.

Ele continuava sem me olhar, procurando o açúcar entre as coisas jogadas no chão.

—Perseu Jackson, olhe para mim por um momento, por favor! – eu disse enquanto tocava seu rosto e o obrigava a olhar para mim — Eu também quero arrumar algo para Destemido comer, mas nesse instante, eu estou mais interessada em saber sobre o porquê de vocês estarem entretidos numa conversa particular, ou melhor, eu quero saber o que o Destemido estava falando com você, que te deixou tão nervoso, e também o motivo dele estar tão zangado.

Impressão minha, ou as bochechas de Percy ficaram coradas? Ele estava envergonhado? Mas por quê?

Sem me responder, ele desviou os olhos e o rosto, e sendo assim, eu deixei minha mão cair sobre meu colo, me perguntando o que havia ocorrido enquanto eu estivera “fora do ar” e por que Percy não me contava sobre aquilo.

Finalmente, ele achou um saquinho com torrões de açúcar, recolheu as coisas e as guardou em sua mochila, claro, me ignorando. Por isso, retribui na mesma moeda, e ao invés de olhá-lo, fiquei encarando Bryan, que ainda parecia um anjo/bebê dormindo, só faltava agarrar um ursinho de pelúcia para completar a cena fofa.

Eu quase ri com esse pensamento, pois se isso acontecesse, ai sim eu seria obrigada a tirar uma foto.

Depois, abri rapidamente minha mochila, notando que dentro dela estavam os pedaços da espada, assim como meu laptop de Dédalo, meu ursinho (NÃO OUSE CONTAR ISSO PARA ALGUÉM, OU EU TE JOGO NO TÁRTARO!), o inseticida, e minha adaga (obrigada à todos os deuses por isso!). Sendo assim, tirei-a da mochila e prendi em meu shorts, eu me sentia muito mais segura e confiante assim.

Eu estava fechando minha mochila, quando senti Percy segurando meu rosto delicadamente, me fazendo olhá-lo. E mesmo sem conseguir ver Destemido, eu sentia que ele nos fuzilava.

Encarei Percy, tentando parecer indiferente, ao invés de curiosa.

— Você, provavelmente, não vai querer saber o que Destemido me disse, ou o que está me dizendo, são palavras um tanto quanto... Inapropriadas, ainda mais para um unicórnio. – ele fez uma careta, o que indicava que Destemido continuava com seus xingamentos típicos.

— Você não pode adivinhar o que eu quero ou não quero saber, Percy. – respondi secamente — No entanto, se eu estou perguntando, é porque eu realmente desejo entender tudo isso.

Encarei-o fixamente, inflexível, enquanto ele ainda segurava meu rosto com uma das mãos, por fim, ele suspirou, suas bochechas ainda vermelhas. Estranho...

— Eu prometo que te conto o que aconteceu entre mim e Destemido, assim que estivermos sozinhos. – Percy soltou meu rosto e segurou uma de minhas mãos, fazendo em seguida um gesto que indicava para eu olhar para trás.

Obviamente, Bryan iria despertar em breve, já que começava a se revirar na grama.

“Ótima hora para acordar, Sr. Harpper!”.— era o que eu dizia internamente, a ideia de anjo completamente esquecida.

— Okay, mas nem pense que você vai escapar de me contar essa história direitinho, entendeu? – semicerrei os olhos, soltando minha mão da de Percy.

— Tudo bem! – respondeu-me, fazendo um sinal de rendição. — Mas você também terá que me contar tudo o que houve com você a partir do momento em que eu mergulhei para debaixo da plataforma.

Ergui uma sobrancelha. Ele estava me impondo condições? Como assim?

— Veremos. – peguei o saquinho de torrões de açúcar e levantei-me, aquilo havia me irritado — É melhor eu dar isso para Destemido, antes que você seja morto.

Percy franziu as sobrancelhas.

— Eu não acho que ele vá me matar se eu lhe der comida.

Eu inclinei a cabeça ligeiramente, lançando-o meu melhor olhar mortal.

— E quem disse que eu estava me referindo ao Destemido, Cabeça de Alga?

Virei-me rapidamente, mas não sem antes ver a expressão confusa e assustada no rosto de Percy.

— Aliás, aproveite que não está fazendo nada e faça o Bryan levantar-se, por favor. – forcei uma voz meiga, seguindo em direção a Destemido, que parecia ter ouvido meu fora e estava bem feliz com isso. Ou eu estava pirando e ele só estava feliz com a comida dele, o que era mais provável.

Atrás de mim, ouvi Percy resmungar alguma coisa, mas ignorei-o.

Logo, eu já estava perto de Destemido, me abaixando um pouco e lhe dando na boca os torrões de açúcar, enquanto minha mente rodava a mil por hora, tentando entender o porquê da raiva do unicórnio sobre Percy.

Acho que aquele foi o único momento em que desejei poder ouvir unicórnios, assim, eu poderia perguntar a Destemido...

— Isso, coma tudo! Bom garoto! – disse lhe fazendo carinho, minha mente viajando por possibilidades, não mais por causa da briguinha deles, mas sim, sobre a missão.

O sonho com Kate voltara com força em minha mente, e agora, eu não conseguia ignorá-lo. Era como se ela quisesse que eu soubesse daquilo. E aquela profecia...

O vento soprou dentro da clareira, fazendo com que folhas voassem por todos os lados e pássaros se agitassem em suas árvores. Aquele vento trouxera consigo o frescor da manhã e o cheiro do verão americano. Meu cabelo esvoaçou, e eu me senti bem com aquilo, já que os fios loiros do meu cabelo, e as roupas sujas e rasgadas, grudavam em minha pele. Diante de mim, Destemido terminava de comer seu último torrão alegremente, parecia revigorado, e o vento também serviu para bagunçar seu pelo branco.

Atrás de mim, eu ouvia um som de conversa baixa, e ao que tudo indicava, Bryan já havia acordado e falava algo com Percy.

Fiz um pouco mais de carinho em Destemido, para em seguida limpar minha mão que tinha um pouco de açúcar e baba de unicórnio. Estava prestes a me virar, falar com Bryan, agradecê-lo por tudo, e sugerir que fôssemos à busca de algo para comer, além de um lugar para tomarmos um banho e trocarmos de roupas, quando um som chamou a minha atenção.

Eram vozes, vozes que conversavam alto entre si...

Não pareciam ser de monstros, e sim de humanos, provavelmente, os guardas do local, no entanto, isso não tornava as coisas menos preocupantes, considerando que tudo levava a crer que agora éramos foragidos por termos causado alguma espécie de atentado, destruindo uma das plataformas mais antigas dos Estados Unidos, fugindo em seguida dos vigilantes.

As vozes se aproximavam, aquilo não era nada bom. Virei-me em direção aos garotos, parando de mexer em Destemido.

— Psiu! – disse num tom normal, sabendo que as pessoas ainda não estavam próximas o suficiente para me ouvir chamando Bryan ( que aliás, estava com o rosto todo amassado) e Percy – Psiu!

Por fim, os dois me olharam, intrigados.

— Nós temos que pegar as coisas e sair daqui. Agora! – mantive o tom normal, mas fui obrigada a dar ênfase no “agora”.

Eles nem me perguntaram o motivo, eles me conheciam bem o suficiente para saber que não deveriam questionar, então, apenas pegaram as mochilas e logo estavam correndo em minha direção.

— Ei, Destemido. – lhe fiz um pequeno carinho — Nós vamos precisar de um favor seu. Tem guardas se aproximando, e eles não podem nos achar, você poderia nos dar uma carona? Nos tirar daqui e nos levar até uma rodoviária, ferroviária, ou outro lugar qualquer?

Ele relinchou, e eu tive certeza que aquilo significava um: “É óbvio que sim, eu posso fazer qualquer coisa.”.

— Esse “nós” inclui o Percy, você pode leva-lo, não pode? – perguntei temerosa.

Silêncio. Os garotos já estavam ao meu lado, e Destemido não me dava uma resposta, as vozes ficavam mais próximas. Por isso, virei-me em direção aos meninos, notando o olhar confuso deles, principalmente de Bryan, que havia acaba de acordar.

— Nós temos que sair daqui porque tem alguém se aproximando, eu acho que são dois guardas, e se não sairmos daqui agora, estaremos muito ferrados. No entanto, dependemos de Destemido...

Destemido relinchou, e eu considerei aquilo um “sim” para o Percy.

— Ele disse que nos leva. – falou Percy, fazendo uma careta – Desde que você vá à frente Annabeth, e eu lá atrás.

O que pareceu que o Percy queria dizer: “Desde que o Bryan fique entre nós.”.

—Okay, Destemido, condições aceitas. – fuzilei cada um dos meninos, desafiando-os a não concordarem, obviamente, ninguém discordou.

Subi no unicórnio, que de alguma forma possuía uma sela, a qual eu não me lembrava de estar ali dois minutos atrás. Bem, menos mal e menos dor, creio eu.

Bryan subiu atrás de mim, e Percy atrás dele.

Okay... Isso soou estranho.

— Todos prontos? – perguntei, recebendo murmúrios em resposta, ninguém estava muito feliz com aquilo, mas o unicórnio pareceu rir embaixo de mim.

— Segurem-se! – dissera Percy, mas não era necessário, pois eu já segurava na guia, apenas para me firmar, pois sabia que aquele unicórnio conhecia o país melhor do que eu, e que ele nos levaria ao local certo.

— Okay, Destemido. – disse, me aproximando de sua orelha – Vamos lá!

No exato momento que eu disse isso, dois guardas chegaram à clareira, e começaram a falar algo, mas eu realmente não pude escutá-los. Pois Destemido já se deslocava rapidamente, como se não carregasse ninguém, correndo numa velocidade admirável por entre as árvores, sem nem ao menos nos fazer balançar, no entanto, eu sabia que se me soltasse, cairia no chão ou me chocaria contra algo.

Seguimos em um calmo silêncio enquanto o formoso unicórnio corria alegremente por entre as árvores, quase que numa provocação, e eu podia imaginar os xingamentos que ele dizia.

Definitivamente, era oficial, estávamos de volta à missão, de volta à busca pela espada de minha mãe, de volta aos monstros. E, internamente, algo me dizia que o perigo real estava apenas começando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Bom? Ruim?
Ah, nem venham falar do romance ao extremo, eu avisei lá em cima!
E, para a informação de vocês, esse foi o MAIOR capítulo da fic, com 8.100 palavras cravado!
Pois bem... Todos vocês estão de férias? Tudo certinho?
AAAAAAh! Meu níver foi dia 14 de novembro! *-* A pessoa aqui está com 17, que coisa! ~quem se importa?
Eu quero falar mais coisas com vocês, porém, eu prefiro por PS's!
PS: EU ESTAVA MORTA DE SAUDADES DOS MEUS PS'S! OLÁ, SEUS LINDOS! MAMÃE ESTAVA COM SAUDADES DE VOCÊS!
PS2: Quem aqui viu "Em Chamas" e ficou se perguntando por que a Lionsgate não fez os filmes de PJO? ~EU! Tipo, eu sou fã de THG e achei o filme a perfeição em pessoa! ~não sou tributo, porque eu não vou para a Arena nem que você me obrigue.
PS3: A Red Tour podia vir ao Brasil!
PS4: BELIEVE MOVIE EM 2014, VOU DESMAIAR E JÁ VOLTO!
PS5: Níver da Tay dia 13, minha palmita vai ficar mais velha :'(
PS6: Parei de surtar aqui. ~mentira, ainda mais se você considerar que estou ouvindo PYD (Beliebers entenderão).
PS7: Tem alguém lendo até aqui ou já desistiram?
PS8: Passaram de ano, certo? E direto né?
PS9: SE O TIO RICK ESCREVER A HISTÓRIA DO NICO E PERCY QUE ELE ESTÁ FALANDO, EU VOU CHEGAR A CONCLUSÃO QUE O VELHO PIROU!
PS10: OBRIGADA PELOS 1893 COMENTÁRIOS E 57 RECOMENDAÇÕES, AMO VOCÊS, MEUS AMORES!
PS11: Como não sei quando volto a postar (férias divididas entre meus pais): FELIZ NATAL E FELIZ 2014 PARA TODOS VOCÊS!
Okay, já chega de PS's! Obrigada por tudo! Amo vocês!
Beijos e obrigada por me aturarem!
Nikki!
http://ask.fm/NickMeiraB