Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 80
Capítulo 80: Uma visita ao passado


Notas iniciais do capítulo

Oiiii pessoal! Deuses, parem tudo! Antes de qualquer coisa... EU CONSEGUI OS INGRESSOS PARA A BELIEVE TOUR! DIA 3 DE NOVEMBRO, VEM LOGO! PLEASE! SÉRIO, TÃO FELIZ! AI, MEUS DEUSES! EU TÔ TÃO FELIZ, BOBA, E TÃO, AH, NAS NUVENS! Enfim... Eu sei que sempre peço desculpas, mas dessa vez, eu tive bons motivos. Sério, a criatividade estava em falta, eu escrevi 3 capítulos, sendo que um eu apaguei todo, porque odiei. Outro está pela metade e nem sei se vou publicar, e o terceiro, é esse que estou postando. Realmente, desculpem! E eu espero que vocês entendam, eu pensei que teria mais tempo nas férias, mas meus pais são separados, e eu tenho q passar metade delas com a minha mãe e a outra com meu pai, e na parte da minha mãe eu fiz trabalhos (sim, eu tive trabalhos), e agora com meu pai, bem, acabou que estou com as minhas primas, e vocês podem imaginar como estou sem tempo. Eu só espero que entendam, eu sou uma adolescente normal, tenho família, amigos, saio, converso, tenho preguiça, essas coisas. Bem, voltando...Eu espero que vocês gostem do capítulo! Ele é POV Annabeth, porque ganhou a votação! ^^Esse capítulo é dedicado à 3 leitoras super especiais! Luíza Castellan (você sabe que em pouco tempo se tornou minha irmã de todas as formas possíveis, eu te amo muito, obrigada por todo apoio! E saiba, todas as suas palavras me emocionaram e me emocionam, sempre! TE AMO!); JacqPResende (saiba, eu chorei ao ler sua recomendação! Sinceramente, eu nem sei o que te dizer, pois, eu fiquei boba) e Lara Fernandes (amore, você sabe que eu te adoro né? É sempre maravilhoso poder contar com você, obrigada por todas as palavras que você sempre me diz!). Meninas, sinceramente, muito obrigada! Eu nem sei o que dizer, as recomendações de vocês me emocionaram! Amo vocês, obrigada por tudo! Beijooos! Boa Leitura! LEIAM AS NOTAS FINAIS!



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Annabeth’s POV

Eu não sei explicar ao certo o que houve comigo após voltar ao meu corpo, digo, eu sabia que havia voltado, mas não havia nenhum raciocínio, nenhum movimento, ou seja, eu havia entrado no mundo da inconsciência.

O que eu me lembro dessa parte? Bem, nada, eu estava desmaiada, provavelmente, por causa dos meus muitos ferimentos espalhados pelo corpo, e para ser honesta, não sei dizer quanto tempo fiquei naquele estado. A única coisa que me lembro, é que em dado momento, senti meu corpo novamente, fora algum muito rápido, mas o suficiente para me fazer sentir uma dor, um fervor horrível, era como se houvesse fogo ao meu redor, era como se eu estivesse em chamas.

Nos poucos segundos que senti isso, rápidos pensamentos ocorreram em minha mente, nada muito complexo, na realidade, apenas uma palavra: FOGO!

Eu queria gritar que havia fogo ali, eu queria isso, e lembro-me de ter feito algum esforço para abrir ou olhos, mas eu não me dominava ainda, o pensamento ficou apenas em minha mente, e antes que eu pudesse me desesperar com a situação, tudo ficou escuro e sem sentido novamente, eu apaguei.

Então, perdi de novo a noção do tempo, até que... Não sei explicar o que houve, só sei que havia uma luz branca muito forte, e depois disso, de certa forma, minha consciência havia voltado, e embora eu continuasse cansada, eu me sentia bem, e de algum jeito, sabia que meus ferimentos haviam melhorado, ou até sumido. Eu não fazia a menor ideia do que havia acontecido, e por um momento, temi ter voltado a morrer. Claro, se fosse isso, minha alma teria sido arrastada novamente até os estúdios M.A.C, no entanto, aquela luz branca me fizera lembrar de como os humanos acham que é após a morte: o céu, o paraíso, e, confesso que, naquela hora, pensei que algo assim ocorria, como se estivesse indo para um lugar superior.

Porém, após poucos segundos, a luz foi embora, e eu ouvi alguma movimentação ao meu redor, um baque, e depois, barulhos de aproximação, o que me fez julgar que eu não estava morta, já que, em geral, espíritos são silenciosos. Outra coisa que me fez ter certeza de que estava viva, era o fato de sentir meu corpo, e, embora eu não tenha testado me flexionar, eu sentia meus braços, pernas, e até conseguia sentir a grama sob mim e algo me cobrindo.

Definitivamente, eu estava viva, mas eu ainda estava cansada, eu sentia isso, o sono queria me dominar, e eu precisava realmente dormir, mas, antes de me permitir tal façanha, eu precisava falar com Percy primeiro, saber se ele estava bem, e saber sobre Bryan, eu precisava saber se os garotos estavam ali comigo, ou não. Esses eram os únicos pensamentos que minha mente conseguia produzir, os mais importantes.

Então, eu ouvi um conversa, que naquele momento, me parecia muito distante e baixa, provavelmente por causa do meu sono, que era tão forte que parecia me arrastar.

— O que houve com ele?— perguntou uma voz, que logo identifiquei como a de Bryan. Isso me aliviou, porque sendo assim, ele estava bem, e provavelmente, Percy também estava próximo. Mas depois, por um instante, fiquei pensando: quem era ele?

No entanto, a continuação da conversa interrompeu minha linha de raciocínio.

— Nada, apenas caiu no sono. E disse que Annabeth só precisa dormir para ficar totalmente bem, ele acha que tudo deu certo. — a voz deu uma pequena pausa - Acho que eles não são os únicos que precisam de uma soneca.

Meu coração reagiu automaticamente àquela voz, era Percy, ele estava ali, e parecia bem!

Imediatamente, tentei chamá-lo, mas demorou um pouco mais do que eu esperava, talvez, pelo tempo inconsciente, ou pelo desejo incontrolável de dormir (até parecia que Hipnos tinha lançado uma benção sobre mim). Mas por fim, consegui fazer com que o som de seu nome saísse de meus lábios, eu tinha certa noção de que saíra abafado e quase falhado, porém, eu conseguira pronunciá-lo.

— Percy... – eu sussurrara.

E no segundo seguinte, eu já conseguia senti-lo segurando minha mão, logo após jogar-se ao meu lado, apenas por isso, notei o quanto ele estava preocupado.

— Annabeth! Graças aos deuses, você está bem! – em seguida, senti seus braços ao meu redor, ele me abraçava firme, mas com cuidado, como se não quisesse me deixar ir, porém, tivesse medo de me machucar. Eu também notei a forma como ele segurou um soluço, evitando um choro, talvez.

Nesse instante, eu me senti triste, porque ele havia ficado assim por minha causa. Mas isso logo passou, ele estava ali, me abraçando, estávamos juntos, e era o que importava.

— Eu te amo muito! – disse ele, continuando abraçado a mim.

Eu amaria retribuir esse abraço, e amaria responde-lo que o amava muito, muito, muito mesmo, no entanto, eu estava concentrando todas as minhas forças no ato de tentar abrir os olhos, porque eu realmente precisava vê-lo para saber que era verdade, para saber que não era um sonho, e depois, aí sim, cair no sono.

Lentamente, tentei fazer meus olhos abrirem, o que demorou mais que o comum. No mesmo instante que eu fazia isso, Percy parava de me abraçar, e voltava a segurar minha mão, fazendo círculos em minha pele com o polegar. Eu sentia que me avaliava, eu sabia que seus olhos se encontravam em mim, e assim que abri os olhos, isso apenas se confirmou.

Obviamente, eu não conseguira enxergar muito bem num primeiro momento, até porque, a vontade de fechar os olhos novamente era enorme, mas após alguns segundos de perseverança, eu conseguira deixa-los abertos e manter a visão em foco tempo o suficiente para me deparar com os olhos verde-mar de Percy, ele também olhava em meus olhos. Deixei-me perder na profundeza de seus olhos, no verde que eu tanto amava, no brilho que estava presente neles, um brilho de alegria. Eu sabia que o mesmo brilho estava presente nos meus olhos, era o brilho resultante da felicidade de vê-lo, de saber que ambos estávamos bem, vivos e juntos.

Naquele segundo, nenhuma palavra fora dita, na verdade, não era necessária nenhuma palavra, apenas aquele olhar já dizia tudo, aquele olhar transmitia todo amor que tínhamos um pelo outro, transmitia todos os sentimentos, o medo que ele havia sentido, o medo que eu tinha sentido, naquele único olhar tudo ocorrera, era como se aquilo preenchesse o vazio que havia ficado em nossos corações após os terríveis acontecimentos, o que era verdade. Apenas por aquele olhar, eu sabia que nosso amor havia ficado mais forte, eu sabia que aquilo nos fortalecera, assim como eu sabia que Percy havia ficado extremamente abalado e havia feito de tudo para me salvar, assim como eu também sabia que ele choraria se eu não estivesse ali diante dele, extremamente cansada como estava.

Eu poderia ter ficado olhando-o daquele jeito para sempre, mas meus olhos queriam fechar, e eu precisava perguntar uma coisa antes.

Percy, ainda segurava minha mão, e continuava me olhando, em nenhum momento desviamos o olhar, mas eu resolvera quebrar nosso silêncio, necessitava fazer uma pergunta.

Concentrei-me, e por fim, disse:

— O... O Bryan... Ele está bem? – perguntei, minha voz abafada.

Percy não pareceu chateado com a pergunta, ao contrário, pareceu feliz pelo fato de que eu havia falado algo fora seu nome.

— Sim! Ele está... – Percy começou a dizer, porém, logo fora interrompido por Bryan, que apareceu ao meu lado, dentro do meu campo de visão.

—Aqui! – disse acenando e segurando minha outra mão, não da mesma forma que Percy, mas exatamente como você espera que um amigo segure.

Tentei dar um pequeno sorriso, mas acho que sem sucesso, já que meus olhos estavam pesados.

— Garotos... – disse com dificuldade, sem mais forças para lutar contra o sono – Eu amo vocês, eu espero que saibam...

Em seguida, o sono me venceu, meus olhos por fim se fecharam, e eu mergulhei no mundo dos sonhos, contente por ter falado com Percy e com Bryan, contente por saber que ambos estavam bem, que estávamos salvos, ao menos, por enquanto.

**********************************************************************

Eu estava em um canto da sala de “reuniões” do acampamento, ou como algumas pessoas conhecem, a sala de recreação. Eu sabia que estava num sonho, pois tudo ao meu redor tinha um toque de surreal, de lembranças, isso também me fez deduzir que aquele sonho não era só um mero sonho, aquilo já fora real, algo que já havia ocorrido há anos. Mesmo assim, o acampamento continuava a mesma coisa, apenas umas mudanças aqui e ali.

Eu permanecia num canto escuro da sala, mas eu tinha certeza que poderia sair daquele canto para luz e ninguém me veria, eu tinha certeza de que era invisível no sonho, apenas uma observadora, eu não fazia realmente parte dele.

Analisei bem a cena a minha frente, havia oito campistas ao redor da mesa de ping-pong (parece que esse costume vem de muitos anos), quatro de cada lado da mesa, e mais Quíron, que se encontrava na cabeceira. Os oito campistas pareciam estar numa discussão profunda, e Quíron parecia divertir-se com tal situação.

Tentando captar o que discutiam, mas sem conseguir entender com todos falando junto, comecei a analisar cada um deles, e apenas de olhá-los, era possível saber quem era filho de que deus.

Do lado esquerdo da mesa haviam quatro meninos, que deviam ter entre 12 e 14 anos. O primeiro era gorducho, branquelo e tinha vários cachinhos castanhos, era a cópia do pai, o seja, do Sr. D. Para ser honesta, ele nem parecia tão interessado na reunião, diferentemente do resto. O segundo garoto, o que estava à direita do gorducho, era esquio e moreno, além disso, possuía um olhar concentrado e travesso, como se estivesse pronto para roubar sua carteira, Hermes, é claro. O terceiro garoto era loiro e atlético, cada movimento seu era simples, mas ao mesmo tempo, sedutor, o que me fez ter certeza que era filho de Apolo. O quarto, o que se encontrava de um dos lados de Quíron, esse era forte, o olhar sistemático e raivoso, cabelos pretos cortados no estilo militar, ou seja, filho de Ares.

Era tão fácil deduzir quem era filho de quem, acho que isso se deve ao “padrão” que existe entre os filhos de cada deus, e, claro, ao fato de eu ter vivido anos no acampamento e consegui visualizar isso.

Voltando a minha análise, concentrei-me no lado direito, desse lado havia 3 meninas e 1 menino, visivelmente, a idade deles parecia variar entre os 14 e 17 anos. O menino era moreno claro, seus olhos pareciam analisar cada objeto da sala, cada movimento, como se tentasse entender como tudo acontecia, talvez, fosse um pouco mais difícil descobrir de quem ele era filho, não fosse os calos visíveis em suas mãos, ele era uma cria de Hefestos. Então, vinham as meninas, a primeira delas era também a menor, de pele negra e olhos de um tom castanho tão claro que lembrava o mel, parecia tentar apaziguar a briga, como se não gostasse de ver isso, mas ao mesmo tempo, ela queria se impor, imaginei que deveria ser filha de Deméter. A segunda menina, para ser honesta, era muito bonita, e eu posso jurar, a pele branca dela quase brilhava, o que contrastava bastante com seus cabelos castanhos e seus olhos que mudavam de cor, o que me fez ter certeza que era filha de Afrodite. Aliás, ela acabara de revirar os mesmo, para então, olhar para a menina ao lado e sorrir, apenas por esse sorriso, deduzi que eram grandes amigas. Por fim, havia a última garota, a que estava do lado de Quíron.

Com toda certeza, ela era a mais velha dos oito, era perceptível isso, já que suas feições eram menos infantis do que a dos outros conselheiros. De cara eu sabia quem ela era, não teriam sido necessárias muitas análises, apenas um vislumbre, porque eu a reconheceria em qualquer lugar, afinal, eu havia visto sua foto um milhão de vezes no Acampamento, e mais algumas centenas antes de contar sua história para Bryan. Mesmo assim, decidi avalia-la, pois desta vez, não era uma fotografia, era quase real.

Ela era alta, esguia e atlética, seus olhos castanhos acinzentados analisavam cada um dos seus companheiros de Acampamento, como se estivesse bolando estratégias através deles, no entanto, hora ou outra, durante a discussão, permitia-se olhar para Quíron ou para a menina ao seu lado, e trocavam um sorriso, como se estivessem achando aquilo desnecessário, e o sorriso dela me dizia também que, não importava o que estivesse acontecendo, mas ela conseguiria o que quisesse. Por vezes ela tentou domar alguns fios loiros que teimavam sair de seu rabo-de-cavalo, porém, desistiu, concentrando-se totalmente na discussão, que começava a ficar ainda mais alta e sem sentido para mim.

Ela era minha irmã, mãe de Bryan – Katherine Melissa Harpper, conselheira sênior do chalé de Athena durante os anos de 1990, 1991, 1992 e parte de 1993.

— Já chega! – disse alto e claro, e no mesmo instante, todos se calaram. Sua posição de líder do Acampamento era visível, todos ali a respeitavam e a consideravam importante. – Eu acho essa discussão desnecessária, já chegamos a uma decisão, não é mesmo? Para que brigar?

— Vocês chegaram a uma conclusão, é o que você quer dizer, Kate. – disse sarcasticamente, mas também, calmamente, o filho de Ares, até achei estranha a calma dele, era como se ele soubesse que ela venceria de qualquer forma.

Katherine deu de ombros.

— Bem, Phill, foi uma votação, e nós vencemos, foi justo e democrático. Seria injusto decidir o contrário diante a decisão do conselho.

— Mas só foi maioria porque foi sua ideia, e sendo você a “queridinha” do Acampamento, é claro que o Conselho votaria nela.

Novamente ela deu de ombros, fazendo cara de inocente. Logo depois, suspirou:

— Phill, por favor, pare com o drama! Tudo que estamos fazendo é mudando a Grande profecia de lugar, já não basta termos que nos preocupar com ela? Ou você realmente quer brigar pelo novo esconderijo?

Todos ficaram em silêncio, eles temiam a profecia, assim como eu já havia temido um dia, e eu pude ver muitos ali se arrepiando.

— O futuro dos deuses é incerto. – continuou – Se realmente houver um filho dos três grandes, tudo o que conhecemos poderá acabar, ou vocês esqueceram os versos que Quíron disse? – novamente, todos calados, olhares de medo – Vamos rezar para que não haja herdeiros tão cedo, mas, em todo caso, essa profecia precisa estar muito bem guardada, para que assim não seja esquecida, e, para que o herói destinado a ela possa lê-la quando chegar a hora.

Todos abaixaram suas cabeças, era visível que tinham pena do herói, e ao mesmo tempo, medo. Era estranho ver isso numa cena de anos atrás. Mas, para ser honesta, era o mesmo sentimento que eu tivera depois de ouvir a profecia pela primeira vez.

Pensando agora, era quase cômico ver Kate dizendo “rezar para que não haja herdeiros dos três grandes tão cedo”, considerando que ela ficou grávida de Bryan depois. Tudo bem, ele não era o herói da profecia, e a profecia nem mesmo era para o filho dos três grandes, e sim para Luke, mas de qualquer jeito... Eu ainda estava surpresa pelo fato de que eles votarem para decidir o novo local onde esconderiam a profecia.

— Tudo certo. – disse Phill, quebrando o silêncio – Você tem razão Kate, fora que, é melhor mesmo esconder junto do cadáv... Quero dizer, oráculo. Afinal, qualquer pessoa com um mínimo de escrúpulos pensaria mil vezes antes de chegar perto daquilo.

Alguns acenos com a cabeça foram perceptíveis, era óbvio que todos ali tinham medo do oráculo, o que era extremamente compreensível.

— Se estão todos a favor... – começou Quíron, ao que todos, ainda calados, assentiram- Bem, só resta agora um voluntário para esconder a profecia, afinal, este velho centauro não consegue subir as escadas que levam ao sótão.

Houve risadinhas, no entanto, ninguém se ofereceu para o trabalho, todos pareciam temer o oráculo, até que Kate, percebendo que ninguém iria se voluntariar para tal ato, olhou para o centauro, e disse:

— Eu vou Quíron! – ela disse, e embora quisesse parecer confiante, sua voz falhou, assim como todos, ela tinha medo. Mesmo assim, tentou firmar a voz, e completou: - A ideia foi minha no final das contas, nada mais justo!

Quíron analisou-a atentamente, e eu conhecia aquele olhar, ele estava pensando se deveria deixa-la ir ou não. Mas por fim, estendeu-lhe o pequeno papel enrolado, provavelmente pensando que não haveria melhor pessoa do que Kate para guardar a profecia.

Sem dizer uma palavra, Kate estendeu as mãos para pegar o papel de Quíron, mas antes que fosse embora, o centauro disse:

— Estaremos te esperando aqui. – e em seguida um quase inaudível – Boa sorte!

Sob o olhar de todos, Kate pegou o pequeno pergaminho e saiu da sala. E eu posso jurar, vi olhares de pena sobre minha irmã.

Ela era exatamente como eu imaginava, era por isso que eu havia a admirado quando Quíron tinha me contado sobre ela.

Resolvi segui-la, abandonando assim a sala de “reuniões”, e indo rumo ao sótão.

Durante todo seu percurso, acompanhei-a, ficando ao seu lado e analisando-a. A expressão de Kate era concentrada e séria, mantendo a pose, como a de uma verdadeira líder. No entanto, eu reconhecia uma pontinha de medo no fundo dos seus olhos, e eu sabia que ninguém seria capaz de ver o que eu via, eu só reconhecia isso por ter vivido anos com o mesmo medo, e por ter passado anos avaliando pessoas apenas por suas expressões, lendo-as.

Ela caminhou lentamente pelo corredor, até chegar às escadas, subiu cada um dos quatro lances com calma, sem pressa, inclusive, fez o mesmo ao chegar à porta do sótão, e depois, ao subir a escada de madeira. Então, antes de seguir sótão adentro, ela parou perto da porta, respirando fundo algumas vezes, e juro que a vi sussurrar algumas palavras de oração.

Por fim, prossegui sua caminhada, entrando no local e sussurrando um: “Com licença.”.

Entrou e caminhou lentamente pelo sótão que continuava, basicamente, o mesmo.

O sol está no meio do céu lá fora, e mesmo assim, o sótão continuava frio e escuro. Velhos troféus de heróis se empilhavam por toda parte, e dos mais diversos gêneros, desde: escudos e cabeças; até: ursinhos de pelúcia e bonecas deformadas. Como você deve ter concluído, lá tinha as mais diversas bugigangas possíveis, no entanto, todas elas tinham algo em comum: uma grossa camada de poeira sobre si.

Kate, assim como eu, analisava o local, como se fizesse uma varredura minuciosa sobre cada objeto, mas por fim, seus olhos pararam sobre a janela, ou melhor, sobre o que se encontrava perto da janela.

Sentada no banquinho de três pernas, estava o Oráculo – uma antiga donzela, que agora se encontrava no estágio ‘múmia’, usando um vestido tingido no estilo dos hippies. Tufos de cabelo preto grudados em seu crânio. Olhos vítreos espiavam do rosto cuja pele se assemelhava a couro. Ou seja, continuava igual, e sendo assim, mesmo em sonho, e apenas a olhando, senti-me arrepiando.

A reação de Kate não fora diferente, ela parara automaticamente a caminhada, os olhos vidrados na criatura sentada. Eu estava tão perto dela que vi os pelos de sua nuca se eriçar, e posso jurar, vi-a tremer por um segundo.

Antes de prosseguir com a caminha, Kate respirou fundo várias vezes, até que finalmente, andou até a múmia. Aliás, esse momento lembrou muito quando Percy foi tirar a profecia, a mesma profecia que Kate carregava, do cordão do Oráculo, eles tiveram quase a mesma reação, a diferença é que Kate parecia ser mais controlada.

Kate aproximou-se da múmia e estendeu as mãos com as palmas viradas para cima, exatamente como eu sempre fazia.

— Ó Oráculo, peço sua permissão para algo muito importante e necessário. Tenho aqui em mãos a Grande Profecia, a mesma que poderá destruir a vida de todos, ou nos salvar. No entanto, esta profecia estava guardada num antigo lugar, que os deuses não acham mais tão seguro, diante disso, os Conselheiros fizeram uma votação, e decidimos que o melhor esconderijo seria contigo, já que é um dos seres mais poderosos e antigos do Acampamento, fora que as profecias são de sua responsabilidade. Então... Gostaria de saber se tenho a permissão de guardar com você este pergaminho, onde encontra-se o futuro de tudo o que conhecemos.

Ao terminar sua fala, Kate respirou fundo, esperando algum movimento provavelmente, mas nada ocorreu, e sendo assim, lentamente, a semideusa caminhou até o Oráculo, parando diante dele e fazendo uma referência. Por fim, abaixou-se um pouco, analisando a múmia, procurando o melhor lugar para esconder a profecia, e então, ela pareceu notar algo no cordão.

Vagarosamente, como se tivesse medo que o ‘cadáver’ se mexesse, Kate abriu o fecho dos colares da mesma, e naquele momento, eu vira o que já sabia. Minha irmã tirou do cordão uma bolsinha de couro, abriu-a, e muito devagar, guardou o pequeno pergaminho, fechando a bolsinha e o colar em seguida. Analisou rapidamente a múmia, apenas para ter certeza de que tudo estava certo e em seu devido lugar.

Pude perceber que Kate respirava profundamente, aliviada por tudo ter dado certo.

Por fim ela se curvou, dizendo um: “Obrigada”, e andando de costas, afastou-se do Oráculo. Acho que pensou que tudo estava terminado, e confesso que eu pensei o mesmo. No entanto, a boca do Oráculo se abriu, deixando sair uma névoa verde, que em pouco tempo enroscou-se ao redor de Kate, como uma cobra, deixando-a assim paralisada, assustada.

Então, na cadeira, a múmia se mexeu levemente, mas sem fechar a boca, eu sabia o que vinha a seguir, assim como Kate. A voz velha e rouca do Oráculo penetrou a mente de minha irmã, mas também a minha, dizendo:

A espada da sabedoria problemas trará

A vingança sobre os deuses pairará

Despedaçada, é o que irá acontecer

Quando o possível início da derrota olimpiana se reerguer

Renascimento e morte encontram-se em seu caminho

A destruição ou salvação do Olimpo está na vida do herdeiro menino

Em seguida, a névoa verde voltou rapidamente para a boca do Oráculo, fechando-a em seguida. Mas isso não significava nada, Kate encontrava-se extremamente assustada, assim como eu, seus olhos estavam arregalados, sua respiração falhada, provavelmente sua mente fazia o mesmo que a minha: dava voltas e tentava entender a situação.

A diferença era que eu sabia sobre o que a profecia era: sobre a espada da minha mãe, e na verdade, o Oráculo também parecia saber, e eu posso jurar, uma espécie de sorriso encontrava-se em seu rosto mumificado.

Mesmo em sonho, meus pensamentos chocavam-se uns contra os outros, e as teorias que tentavam explicar a profecia faziam nós surgirem em minha cabeça.

Antes que eu pudesse pensar mais, senti-me abandonando o ambiente, como se o sonho estivesse no fim, porém, antes que eu fosse, consegui ver Kate, extremamente abalada, cair no chão, sentada, os olhos vazios, aparentemente, fraca e assustada com o que ouvira.

Eu não podia culpá-la, em seu lugar, teria feito o mesmo.


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram?Ah, só para lembrar, exclui o capítulo de aviso! O que me lembra, eu vou responder os outros reviews em breve! E, Beliebers que são minhas leitoras, duas coisas:1 - Quem vai na BT?2- Eu comecei a escrever uma fic do JB e TW (por causa da minha prima), e vou postá-la em breve, alguma de vocês gostaria de ler o primeiro capítulo e dizer o que achou? Please? Aaaaaaaaaaaah! Amo vocês lindos, amo mesmo! Saudades de todos! ^^PS: Viram os novos trailers de MdM?PS2: 98 DIAS PARA BT! LA LA LA!PS3: 52 recomendações! DEUSES, DEUSES, DEUSES, DEUSES! OBRIGADA, MUITO OBRIGADA! EU AMO VOCÊS, OBRIGADA POR TUDO! Beijos, amo vocês!
Nikki
http://ask.fm/NickMeiraB