Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 71
Capítulo 71: Histórias, planos e uma visita.


Notas iniciais do capítulo

Oiii leitores! Aqui está o capítulo novo! Espero que gostem! *--*
Bem, antes de eu deixar que vocês leiam o capítulo, eu tenho que fazer algo.
Eu tenho que agradecer, muito, mas muito mesmo aos mais de 1000 reviews, as 17 recomendações, mas acima de tudo, tenho que agradecer a todos que leem a fic. Obrigada por lerem isso, por falarem o que acham dela, obrigada por me fazer continuá-la, obrigada por me dar forças num sonho: escrever, obrigada por estarem aqui e me darem forças quando ninguém mais dá. MUITO OBRIGADA! Mesmo, eu posso não conhecer vocês pessoalmente, mas cada um tem um lugar no meu coração, eu os amo, sim, eu amo cada um de vocês por acreditarem em mim, me fazerem rir e chorar, obrigada por me fazerem acreditar nisso quando todos os outros me colocam para baixo e me quebram com críticas. Obrigada, eu apenas tenho que agradecer a vocês, sempre! OBRIGADA!
Boa leitura!



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Percy’s POV

— Eu sei para onde devemos ir. – disse Bryan um pouco sombrio – O terceiro pedaço da espada está em Miami, no Vizcaya Museum and Gardens.

Eu pilotava o iate, e devo dizer, estava muito feliz com o presente da deusa Afrodite, pois eu sinceramente estava amando pilotá-lo. Mas eu também amava estar no mar, sentir o poder próximo de mim era muito bom, ali era meu território, eu me sentia melhor perto dele, e sendo assim, era como se o iate fosse parte de mim.

Até aquele momento, eu estava refletindo sobre as loucuras que haviam acontecido conosco na viagem, sobre tudo na ilha de Afrodite, sim, eu nunca me esqueceria daquele lugar, muito menos do que havia acontecido lá. Bem, não havia como eu esquecer o que havia acontecido lá, nunca.

Mas quando Bryan disse isso, sobre Miami, me virei um pouco, encarando-o, ele estava sentado em uma das poltronas de comando ao lado da minha.

Pelo que eu me lembrava do Vizcaya, ele era um dos museus mais visitados dos Estados Unidos, mas por que teria um pedaço da espada ali?

— Vizcaya Museum and Gardens? Miami? – perguntei – Como você tem certeza de que a terceira parte da espada está ai?

Bryan ficou um pouco pensativo, e pelo canto de olho vi Annabeth (que estava sentada do meu lado, em outra cadeira de comando) semicerrar os olhos.

— Bem, eu tive uma ajuda e descobri uma pista. – ele coçou a cabeça.

— Calipso te ajudou a descobrir não foi? – Annabeth perguntou, embora seu tom parecesse com o de quem tem certeza do que fala.

No momento em que ela mencionou Calipso, eu fiquei tentado a perguntar para Bryan se estava tudo bem com ela, mas não achei que aquela fosse à hora perfeita, ainda mais com Annabeth do meu lado, afinal, eu tenho amor à vida.

— Hum? Calipso? Como você...? – ele fez cara de espanto.

Suspirei, decidindo explicar-lhe.

— Afrodite nos mandou para a Ilha dela, e nos avisou por meio de uma carta que havia te enviado para a Ilha de Calipso. Nós sabíamos onde você estava o tempo todo.

Bryan pareceu meio confuso.

— Eu estava preocupado com vocês, pensei que podiam estar mortos, então, a deusa fala para vocês onde eu estava, mas nem se comunica comigo? Nossa, muito legal da parte dela.

— Ela é Afrodite, ninguém a entende. – disse Annabeth dando de ombros – Mas isso não é o que importa no momento, afinal, todos estamos bem e juntos, ninguém morreu. Mas eu ainda quero saber: o que Calipso te disse que fez com que descobrisse que a próxima parte da espada está em Miami?

Impressão minha ou Bryan parecia estar com medo? Mas medo do que? Bem, de qualquer forma, eu estava curioso sobre como Calipso o ajudara.

— Eu estava em Ogígia, na caverna dela, e bem, eu decidi juntar os pedaços da espada, para saber se havia alguma pista do próximo pedaço...

Estava tudo normal, até Bryan terminar a frase e Annabeth o lançar um olhar ameaçador.

— Você mexeu na minha mochila? – ela perguntou quase deixando a raiva transbordar, e só nessa hora me dei conta de que o Bryan tinha que ter mexido na mochila dela para poder ter pegado os pedaços da espada.

Nesse momento eu temi pela vida de Bryan. Mas não podia dar lhe muito apoio, tinha que guiar o iate, e... O que? Não, não, eu não quero que Annabeth brigue com ele, afinal, ele é um cara bacana e amigo, e não o quero ferido, não mesmo. Se bem que... Seria engraçado vendo-o levar uma bronca de Annabeth. Ele pode até ser meu amigo, mas eu acho cômico como Annabeth deixa os outros paralisados com seu olhar, claro, é cômico quando não é comigo.

— Er... Sim. – ele disse colocando as mãos na cabeça em defesa, como se esperasse um golpe de Annabeth, e confesso, eu também esperava isso, mas nada aconteceu. – Não vai me bater?

Pelo canto de olho vi os olhos de Annabeth brilhando estrategicamente. Oh, oh, esse olhar é extremamente assustador e perigoso.

— Te bater Bryan? Por quê? Só por que você mexeu nas minhas coisas? Não, eu nunca faria isso. – ironia detectada, sim, eu definitivamente temia pelo filho de Zeus, apenas pelo tom de voz e pelos olhos eu podia ver que Annabeth preparava algo. Ouvi o som de algo caindo no chão, próximo a minha cadeira – Acho que deixei minha pulseira cair no chão, pode pegar para mim Percy?

O tom de Annabeth passara de ameaçador a doce em menos de um segundo, e isso assustou tanto eu quanto a Bryan. Ela estava planejando algo, e o fato de a pulseira que a dei cair no chão justamente quando o seu tom mudou... Suspeito.

— Percy, pode pegar a pulseira para mim? –ela repetiu docemente, após ver que não sai do lugar, os olhos piscando,

Algo está muito errado, semicerrei os olhos.

— Eu estou pilotando o iate, não acho que seja uma boa ideia me abaixar para pegar a pulseira e...

Ela colocou uma mão sobre meu ombro.

— Por favor, Cabeça de Alga, apenas pegue a pulseira. – em seguida me deu um beijo na bochecha.

Isso foi golpe baixo, quando ela falava assim e me beijava, mesmo que na bochecha... Como não fazer o que ela pedia?

Ainda com os olhos semicerrados, desconfiando, mas de bom grado, desviei os olhos do mar, tirando as mãos timão do navio, me abaixei para pegar a pulseira, sentindo, ou melhor, tendo certeza de que Annabeth iria fazer algo.

No momento em que peguei a pulseira, ouvi algo zunindo acima de mim, e em seguida um pequeno barulho, como se estivesse se prendendo em algo. Levantei-me com a pulseira em mãos assim que ouvi.

— O que foi isso? – perguntei, segurando a pulseira, entregando a Annabeth, que possuía um olhar ameaçador no rosto.

Sem resposta dela, me virei para Bryan, ele tinha um olhar assustado.

Eu estava tentando entender o que acontecera para ele ter ficado tão assombrado, até que avistei a adaga de Annabeth cravada da parede atrás de Bryan, a exatamente um centímetro da sua cabeça, e então, entendi o que houve.

— Você jogou a adaga nele? – perguntei a Annabeth, olhando-a, assustado

Annie deu de ombros.

—Não, eu joguei na parede a um centímetro dele. E objetivo era esse, e não acertá-lo, foi apenas um aviso. – ela me disse docemente, para então lançar um olhar fuzilante em Bryan – Agora, mexa nas minhas coisas de novo Harpper, e eu não vou mais errar de propósito. O que me lembra: obrigada por pegar minha pulseira Percy!

Okay, ela jogara na parede, bem próximo dele apenas para assustá-lo, menos mal, eu acho.

Annabeth tentava fechar a pulseira ao redor do pulso quando olhei para Bryan, seus olhos ainda arregalados, ele engoliu em seco. Agora eu entendi porque Annabeth pediu para que eu me abaixasse, para que a adaga não me acertasse.

Bem, eu sempre soubera que ela detestava que mexessem nas suas coisas, e havia avisado a Bryan. Ele devia saber que não importa se mexer nas coisas dela é a forma de salvar sua vida, ou salvar a missão, se ela descobre, você acaba perdendo a vida. É, eu havia aprendido isso há alguns anos, do jeito mais difícil.

Olhei dela para Bryan, voltando a segurar o timão e guiar o iate.

— Entendido Bryan? – ela perguntou ao terminar de fechar a pulseira.

— C-claro! –ele disse gaguejando.

— Ótimo! – Annie deu seu sorriso mais angelical, ela estava me assustando.

Bryan permaneceu em estado de choque por um tempo.

Inclinei-me em direção a Annabeth.

— Você não acha que pegou pesado? – perguntei, em tirar os olhos do mar.

— Não. – ela disse rapidamente.

Olhei-a intensamente.

— Annabeth... - falei repressoramente.

Sim, ela precisava saber que passara da conta, por mais que fosse divertido ver o olhar chocado de Bryan, Annie poderia tê-lo matado.

— Talvez sim... – ela disse revirando os olhos.

— Então o que se faz agora? – perguntei.

Ela me encarou, como se eu fosse um traidor.

— Eu não vou pedir desculpas, ele mexeu nas minhas coisas!

— E descobriu algo sobre a missão. – eu disse apaziguadoramente.

— E ele consegue ouvir vocês. – disse Bryan, ao que Annabeth e eu nos viramos para ele, mas Bryan permanecia olhando mar à frente.

— Annabeth... – disse baixinho – Você não pode deixar o orgulho de lado por um minuto?

Ela revirou os olhos, e segui olhando o filho de Zeus.

— Desculpa por lançar uma adaga que não iria te matar Bryan, e desculpa por te assustar. – ela engoliu em seco.

Olhei para Bryan, que agora a olhava avaliativamente, provavelmente para saber se o que ela falava era verdade.

— Tem algo a dizer?

— Sim. – ele disse, um pouco emburrado também – Está desculpada.

— E...- Annabeth prosseguiu, instigando, ou melhor, basicamente obrigando Bryan a falar.

— E desculpa por mexer nas suas coisas e descobrir uma pista importante da missão. – ele disse devagar.

— Desculpado.- ela respondeu, ignorando a ironia na voz de Bryan.

Após dizerem isso, cada um se ignorou, cruzando os braços e me ignorando.

— Agora sim, tudo certo. – eu disse, mesmo não estando tudo certo, voltando a olhar o mar.

O silêncio preencheu o lugar. Ninguém falava nada, e eu apenas aproveitava o silêncio para sentir o mar embaixo de nós, era uma pena que não podia sentir o vento, pois estava na cabine de comando, mas eu ainda iria ficar lá fora. Enquanto isso, me contentava com o fato de estar pilotando um iate de milhares de dólares.

Então uma risada quebrou o gelo.

— Do que está rindo Harpper? – perguntou Annabeth, ainda zangada, os braços cruzados.

— Nada! – ele voltou a rir – Apenas pensando em como Percy parecia que era nossa mãe enquanto nos fazia pedir desculpas!

Lancei um olhar fulminante para Bryan.

— Mãe? Eu?

Annabeth começou a cair na gargalhada, junto com Bryan.

— Sim, em geral é Annabeth que acalma tudo, mas dessa vez foi você, mamãe Jackson! – ele disse.

Ambos começaram a rir, ignorando meu olhar mortal.

— Por que não acertou a adaga nele? – sussurrei para Annabeth, que apenas riu de mim, em seguida eu disse em voz alta: – Ei, eu faço vocês se entenderem, pedirem desculpas, e vocês zoam comigo? Legal! Preferia que voltassem a ficar zangados uns com os outros.

Eles pararam de rir.

— Você tem razão. – disse Annabeth – Bryan não deveria ter mexido nas minhas coisas, mas já que mexeu eu não deveria ter jogado minha adaga nele, afinal, ele descobriu uma pista importante. Eu exagerei quanto a isso, e também não deveríamos te zoar, mamãe Jackson, quer dizer, Percy.

Novamente eles caíram na gargalhada.

— Desculpa Cabeça de Alga, não resisti. – ela disse me dando um beijo na bochecha, e confesso que ri junto – Mas você realmente agiu muito bem nos obrigando a fazer as pazes.

— Verdade. – disse Bryan dando tapinhas nas minhas costas.- Você é um cara legal Percy.

— Eu sei. – disse olhando o mar, Annabeth me deu um tapa – Ai! Você também é um cara legal, embora tenha me chamado de mamãe Jackson. Mas saiba, eu só impedi Annabeth de te matar porque não queria que minha namorada virasse uma assassina. E porque seria péssimo ver um amigo morto. – eu disse olhando para Bryan, era verdade, ele era um amigo legal, pena que eu notara isso um pouco tarde – E um concelho, nunca mais mexa nas coisas dela.

Rimos mais um pouco, até que nos lembramos da missão.

— A missão! – eu disse – Bryan, você estava falando dos pedaços da espada que você tirou da mochila de Annabeth, o que aconteceu depois?

Bryan se ajeitou na cadeira, assim como eu e Annabeth. Todos nós voltando a lembrar o que era realmente importante agora: a espada de Athena ser encontrada completamente.

Ainda guiando o barco, prestei atenção em cada palavra de Bryan.

— Bem... – ele começou - Eu juntei os pedaços da espada, e havia uma frase incompleta nela, a qual Calipso reconheceu.

— Que frase? – perguntou Annabeth, e pelo canto de olho a vi semicerrar os olhos.

— Dulce et decorum est pro patria mori. Que significa: Doce e honroso é morrer pela pátria.

— Que frase legal. – eu disse sarcasticamente, ao que Annabeth assentiu.

—Muito! – ela disse ironicamente - E Harpper, eu sei o que significa a frase! – disse Annabeth revirando os olhos – Mas pensando bem, há alguns anos, quando meu pai me levou a Miami, ele me disse algo de que algumas ruínas do museu foram construídas há muitos anos atrás, possivelmente por um filho de Athena.

— Assim como todos os outros lugares nos quais tinham pedaços da espada. – eu disse, entendo o raciocínio de Annabeth – Ou seja, os destroços da arma de Athena estão em locais que foram construídos por seus filhos.

— Exato! – disse Bryan.

Annie sacudiu a cabeça.

— Como eu não me toquei disso? – falou, meio frustrada.

Eu continuava a guiar o iate, mas olhei-a pelo canto de olho, ela está zangada por não ter reparado naquilo antes.

— Ei, nós estávamos estressados, nem tínhamos parado para pensar direito, e você não é a única a pensar aqui. Nem eu, nem Bryan nos tocamos disso. E mesmo que soubéssemos sobre os pedaços estarem em locais com alguma ligação em relação à Athena, tem muitos monumentos de filhos dela, sem juntar o segundo pedaço com o primeiro, nunca teríamos descoberto.

Annabeth me olhou, parece que eu consegui a convencer de que nada adiantaria saber sobre isso antes, bem, quase a convenci.

— Voltando... – disse Bryan, percebendo Annabeth menos chateada- Quando Calipso me fez ver isso, eu fiquei pensando em como já havia lido essa frase em algum lugar, mas na hora eu não lembrava, e como Percy disse, tinham muitos monumentos e locais no país que podiam ter sido feitos por filhos de Athena. Até que eu acabei lembrando, um ano atrás eu fui ao museu de Vizcaya, e tinha essa frase num monumento que fica na água, em frente ao museu.

— Então é lá que o terceiro pedaço da espada está. – eu disse.

Annabeth encarou Bryan.

— Harpper, não é um monumento, é a antiga plataforma de embarque para navios que havia ali. – completou Annabeth, que não parecia estar mais zangada com ele – Mesmo assim, é possível que o terceiro pedaço esteja lá. Isso se, no tempo que ficamos fora de jogo, nosso inimigo já não descobriu isso e achou o terceiro pedaço.

O silêncio se seguiu após essa frase de Annabeth, e eu pensava em como ela estava certa, talvez o nosso inimigo tão misterioso tivesse pegado o terceiro pedaço enquanto estávamos de “férias”, e que férias...

Enquanto o silêncio reinava, eu permanecia pilotando o iate, analisando o mar infinito a nossa frente, mas sentindo em meu ser que estávamos próximos a Miami, mas ainda distantes do museu. Eu ainda não entendia muito bem como eu podia saber onde estava, eu meio que me sentia uma bússola ambulante quando isso acontecia.

Ainda olhando para o mar, com Annabeth a minha direita e Bryan a minha esquerda, não consegui evitar pensar que estava curioso sobre como Calipso estava. Não, eu não era apaixonado por ela, talvez tivesse sido, mas agora eu a via como uma amiga, e sendo assim, me preocupava com ela. Será que ela havia se apaixonado por Bryan? Será?

Também me lembrei de Ogígia, será que continuava tão linda quanto antes? Com certeza sim!

Mas Annabeth me tirou de meus pensamentos.

— Eu fico me perguntando quem é nosso inimigo. – seus olhos cinzas brilhavam, como se seu cérebro estivesse calculando todas as possibilidades – O quão poderoso ele é.

Agora que ela disse isso, eu pensava o mesmo. Quem seria nosso inimigo? Após a guerra contra Cronos eu pensara que teria paz por uns bons longos anos, e então, BAM! Nova missão, novo inimigo, que parecia ser mais poderoso que Cronos, novas possibilidades de morte iminente.

— Pode ter certeza de que é muito poderosa. – sussurrou Bryan.

Automaticamente, como se tivéssemos ensaiado, Annabeth e eu viramos para Bryan.

— Você sabe quem é? – eu perguntei, sem nem me preocupar com o que tinha mar a diante.

Bryan assentiu.

— Quem é? Como você descobriu? – Annabeth perguntou, mas parecia que também perguntava: “Como eu não descobri?”.

Ele respirou fundo. Tanto eu quanto Annie estávamos ansiosos para saber quem era nosso inimigo, curiosos e temerosos. E sobre tudo, eu queria saber desde quando Bryan descobrira isso.

— Eu soube um pouco antes de cair em Ogígia, através de um sonho, e não achei que seria legal contar isso assim que encontrasse vocês. Imagina! Eu encontrando vocês na ilha e dizendo: Eu descobri quem está querendo a espada de Athena, descobri isso porque em sonho estava na sala dos tronos dos deuses enquanto Zeus, Athena e Poseidon conversavam. Não, não seria algo legal de se contar assim, de cara.

— Você descobriu isso por sonho, no qual estava na sala de reuniões dos deuses? – perguntei, lembrando o quanto era comum descobrirmos coisas por sonhos, no entanto, sonhar com algo acontecendo na sala dos deuses, era muito incomum.

— É. – disse Bryan – Por quê?

— Nada. – eu disse trocando um olhar com Annabeth, ambos sabíamos que aquilo não era lá muito normal, mas achamos melhor não tocar no assunto.

— Vamos para-raios, diga quem é nosso inimigo, quem quer a espada da minha mãe? – perguntou Annabeth impaciente, balançando os pés.

Mas eu também me encontrava do mesmo jeito, afinal, não saber quem é seu inimigo é algo péssimo, ainda mais quando ele parece saber todos os seus passos. Pior ainda quando você é um semideus com transtorno de déficit de atenção e dislexia.

Bryan respirou fundo, nos avaliando.

— É Métis, a mãe de Athena.

Quando Bryan disse isso, Annabeth afundou na cadeira, suas feições eram de completo choque.

Gostaria de ter as mesmas feições que ela, mas as minhas eram apenas de confusão, por não saber quem era Métis, muito menos que era mãe de Athena, ou melhor, por não saber que Athena tinha mãe.

— Espera, Athena não tinha nascido da cabeça de Zeus trajando armadura completa? – perguntei franzindo a testa, encarando Annabeth, fora ela que havia me contado essa história, e a Sabidinha em geral não erra, muito menos quando se trata de Athena – Como Métis é mãe dela?

Annabeth, que olhava intensamente para o mar à frente, como se sua vida dependesse disso, parecia não ter me ouvido.

— É, eu também queria saber mais sobre Métis e essa história de ela ser mãe de Athena. – disse Bryan – Annabeth poderia nos explicar?

Novamente Annabeth parecia perdida em pensamentos, e sendo assim não nos ouviu.

— Annabeth, você está bem? – perguntei, preocupado, me inclinando em sua direção, segurando sua mão.

Ela se virou para nós, seus olhos pareciam meio confusos, quase vazios.

— Tudo, eu acho. – ela disse apertando minha mão, para em seguida soltá-la – É só que... Eu não havia suspeitado dela, em nenhum momento passou pela minha cabeça... Eu deveria ter reparado que era Métis por trás de tudo! Mas como reparar isso quando ela não deu nenhuma pista?

— Nenhum de nós suspeitou dela. Até porque nenhum de nós sabia ou lembrava-se dela. – eu disse enquanto ainda segurava sua mão.

— Percy tem razão, e você também, ela fora muito cuidadosa quanto aos detalhes, em nenhum momento nos deixou desconfiar dela. Mas... Annabeth, você poderia explicar quem ela é?

Annie nos olhou rapidamente, percebendo como nós estávamos confusos sobre Métis. Ela soltou minha mão e se endireitou na cadeira.

— Fazer o que né? Se nenhum de vocês lembra sobre a mitologia, só me resta explicar!

Okay, você deve estar pensando que já era hora de eu ter estudado mitologia, considerando o tempo que vivo nesse mundo de monstros e deuses, mas por que eu leria sobre um monte de nomes quando sempre tem alguém para me explicar? E esse alguém, na maioria das vezes, era Annabeth, minha namorada, então...

Annie se levantou de sua cadeira de comando.

— Tem como colocar o iate no piloto automático, ou algo do gênero? – ela me perguntou, tirando sua adaga, que até agora estava presa na parede da cabine de comando e guardando-a em seu bolso do short.

— Hum... Sim, acho que posso programar uma rota para o barco. Por quê?

— Bem, preciso explicar a história de Métis, e vocês tem que entender, por isso, acho melhor nos sentarmos na sala de recreação que tem no iate. Tudo bem para vocês?

— Tudo! – dizemos Bryan e eu. Embora eu não tivesse me dado conta de que o iate tinha uma sala de recreação.

Em pouco tempo programei o iate para percorrer um a rota que nos levaria para o lado leste da costa de Miami. E sendo assim, logo estávamos na sala de diversão do iate, nela havia uma mesa de ping-pong, TV, som, computador, entre outros. Resolvemos nos organizar ao redor da mesa de ping-pong, e isso me fez sentir no Acampamento, em casa. Eu já estava com saudades de lá!

Tive de deixar o sentimento de nostalgia para lá, pois Annabeth suspirou, e isso significava que iria começar sua explicação, essa era uma das (poucas) vezes que eu realmente queria prestar atenção no que ela diria. Bryan se encontrava concentrado, da mesma forma que eu, agora ele e Annie pareciam estar bem.

— Métis é uma deusa titânica que personifica a prudência, ela sempre foi adorada na Grécia e em Roma, os humanos sempre pediam sua ajuda para resolver questões difíceis, era ela que os ajudava. Métis tinha bastante poder entre os mortais, tanto que era venerada por eles, fora que era muito inteligente, esses fatores levaram Zeus a se apaixonar por ela, e sendo assim, ela foi sua primeira esposa.

Franzi a testa. Zeus teve uma esposa antes de Hera?

— Eu pensei que Hera fosse a única esposa de Zeus. – disse eu, o que fez Annabeth (que estava numa das pontas da mesa) revirar os olhos, e quase fez Bryan (que se encontrava do lado oposto ao meu) sorrir.

— Cabeça de Alga, já está na hora de você prestar atenção nas aulas de mitologia grega. – Annabeth me olhou intensamente com seus olhos cinzas – Pois bem, Hera é a terceira esposa de Zeus, a primeira foi Métis e a segunda Témis, mas não a lembre disso, senão ela tem um dos seus típicos ataques de rainha dos deuses.

Definitivamente Annabeth continuava não gostando de Hera, e confesso que eu mesmo nunca simpatizei muito com a deusa. Mas eu nunca iria desconfiar que Hera, a deusa suprema do Olimpo, era a terceira esposa de Zeus, já não bastasse ele viver traindo-a, ele também já fora casado antes.

Eu tenho que me lembrar de não falar isso em voz alta!

Após a fala de Annabeth, um trovão soou ao longe.

— Acho que Hera não gostou do seu comentário. – disse Bryan.

— Já era de se esperar. – eu sussurrei, ao que Bryan me olhou confuso – Longa história!

— Eu apenas disse a verdade, não tenho culpa se sua... Hum... Madrasta não gosta. – quando Annabeth falou isso, eu fiquei temendo que Hera fizesse algo para ela, igual daquela vez que as vacas deixaram “presentinhos” no seu caminho. Bryan fez uma careta quando Annabeth disse madrasta – Voltando. Métis e Zeus se casaram, alguns mitos dizem que ela foi obrigada a se casar com ele, outros dizem que ela casou porque quis, mas ninguém sabe qual a verdade, a não ser os deuses, porém , o assunto é meio proibido no Olimpo. Sabe, porque He... – Annabeth se interrompeu, mordendo o lábio inferior, provavelmente querendo evitar que fôssemos mortos por um raio- Porque os “deuses” não gostam de falar sobre isso. – ela fez aspas no ar - Bem, eles se casaram, e Métis ficou grávida, todo o Olimpo estava feliz, entretanto...

— Por que sempre tem que ter um: entretanto? – perguntei, mas Annabeth me ignorou e prosseguiu.

Era a verdade, sempre tem um: entretanto, mas, porém, no entanto. Sempre!

— Entretanto, Gaia, a mãe terra...

— Ah mãe de Cronos? – perguntei, colocando as mãos sobre a mesa de ping-pong, Bryan permanecia muito quieto, prestando atenção ao que Annabeth dizia.

— Sim, ela mesma! É bom saber que você presta atenção em algo Percy. Mas bem... Gaia sempre foi muito poderosa, e antigamente era ela que fazia as grandes profecias, fora ela que previra que um dos filhos de Cronos iria destrona-lo.

— E essa previsão dela fez Cronos devorar seus filhos. – disse Bryan, que em seguida prosseguiu sarcasticamente – O que demonstra que ele era um ótimo pai!

— E um ótimo titã. – eu completei no mesmo tom irônico, e isso fez Annabeth lançar um olhar furioso para Bryan e eu.

Eu pude reparar que ela nos explicava sobre Métis, mas que ela ainda tentava absorver a informação de que sua... Avó? Bem, que sua avó era nossa inimiga. Ela tentava esconder isso, mas eu conhecia as feições e o jeito de ser de Annabeth muito bem, e só de olhar em seus olhos eu via isso, e mais, ela estava chateada que não havia se dado conta de quem era a nossa inimiga antes.

— Me interrompam mais uma vez e eu não explico nada. – ela disse, zangada com nossas perguntas e observações fora de hora, Bryan e eu apenas assentimos, afinal, queríamos entender quem era Métis – Continuando... Gaia fez uma previsão sobre Métis, dizendo que ela teria dois filhos, uma menina e um menino. A menina herdaria a sabedoria de Zeus, sendo conhecida por sua esperteza e engenhosidade, seria admirada entre os deuses e humanos, e seria, em muitos aspectos, parecida com o pai.

— E claro que essa é Athena. – eu abri a boca, apenas para ser fuzilado pelo olhar de Annabeth – Desculpa! – sussurrei.

— Claro que Zeus adorou saber que teria uma filha assim. Mas a profecia não parou por ai, o menino seria aquele que iria destronar Zeus do poder, que iria governar deuses e homens. Então, vendo o seu poder ameaçado, e a esposa grávida, ele só pode pensar que tinha de dar um jeito de se... Hum... Livrar dela. Ele pensou, e chegou a conclusão que a melhor forma de acabar com Métis seria enganando-a, mas ela não era fácil de se enganar, e ele sabia disso, então, ele se lembrou de outra coisa: além de inteligente, Métis, assim como todos os outros deuses, era exibicionista. Então, ele fez uma aposta com ela, em que cada um desafiava o outro a se transformar em algo, o jogo estava indo bem, até Zeus desafia-la a se transformar em uma gota d’água. E então, xeque mate, ele a bebeu. – Annabeth franziu os lábios, não parecia satisfeita com a atitude de Zeus - Claro, tem diversos mitos sobre isso, um em que ela se transformava em mosca, outro que ela virava um mosquito, mas dizem que o verídico é o da gota.

Minha mente dava nó com essa história. Principalmente porque eu acabo de confirmar que os deuses são os seres mais egoístas, estúpidos e horríveis que existem, e sim, me refiro principalmente a Zeus! Ele fora devorado por seu pai por causa de uma profecia do gênero, e então, ele faz basicamente o mesmo que seu pai, tenta evitar uma profecia devorando a esposa grávida, não era de admirar que Métis quisesse vingança!

Bryan parecia tentar digerir a ideia de que seu pai havia engolido a esposa grávida.

— Zeus pensou que estava tudo terminado, mas ele se esqueceu de algo muito importante: deuses não morrem! Por isso a menina continuou crescendo dentro dele, até que, após muito tempo com uma horrível dor de cabeça, Zeus pediu para Hefesto ver o que tinha de errado com sua cabeça, quando Hefesto abriu a cabeça do senhor dos céus, saiu de lá uma garota jovem, usando armadura completa.

Eu quase ri quando pensei em Hefesto abrindo a cabeça de Zeus, mas o senhor dos céus já me odiava, por que piorar tudo?

— Abriram a cabeça de Zeus? – perguntou Bryan, apenas para Annabeth encará-lo.

— Abra a boca mais uma vez e eu vou esquecer o seu pedido de desculpas de mais cedo... – ela disse ameaçadoramente - Bem, todos viram que a menina era muito inteligente, assim como disse Gaia. Nenhum garoto nasceu, o que levou todos a descobrirem que na verdade, Métis esperava apenas Athena, não outra criança. E quanto a Métis, bem, ela não continuara vivendo no corpo de Zeus como Athena, e acho que isso tem algo haver com o fato de ela ser uma deusa titânica, e pelo fato de Zeus a querer longe, e morta, ou seja, ela fora parar no tártaro, assim com Cronos.

— Então meu pai engoliu a esposa para não ser destronado? – perguntou Bryan, ao que Annabeth assentiu – Isso é horrível! Ele foi horrível!

Um trovão soou.

— Acho melhor você não falar assim de Zeus. – disse Annabeth – Podemos estar no mar, mas ele ainda é seu pai, e ainda pode nos ouvir.

— Mesmo que você tenha razão no que fala. – completei, Annabeth assentiu, e me seguida fuzilou.

— Cala a boca Percy! E Bryan... Nós já estamos no território de Poseidon, o que não é muito bom para você, então, não deixe seu pai zangado também okay? Eu seu como é terrível ter um olimpiano com raiva de você, então, apenas tente não falar alto o que pensa.

O silêncio ficou no ambiente, e eu estava tentando assimilar a história de Métis, então, me lembrei do que Annabeth havia falado, de que ela deveria ter ido para o Tártaro assim como Cronos.

— Se ela e Cronos, provavelmente estavam no mesmo lugar, por que esperar um mês para atacar os deuses ao invés de se juntar ao titã durante a guerra?

Annabeth mexeu no cabelo, e em seguida disse:

— Bem... Métis nunca simpatizou com Cronos, fora que: qual a melhor hora para atacar os deuses do que...

— Do que após uma guerra. – completou Bryan, levando olhares meus e de Annabeth – Athena disse algo do gênero para Zeus e Poseidon, mas o meu... Pai preferiu não acreditar.

Típico de Zeus, ele fizera o mesmo quando falara para ele sobre Cronos, ele só acreditava quando a ameaça já era forte o suficiente para derrota-lo. Annabeth e eu nos encaramos.

— O que mais Athena disse? – perguntei, curioso.

Bryan olhou de Annabeth para mim.

— Athena disse que ... A espada se dividiu porque foi usada, não porque o Estige não era poderoso o bastante para ela, a verdade é que a espada nunca tocou o Estige. E que para a espada estar dividida, ela já deve ter sido usada para que algo retornasse, e que isso estava claro em uma das frases da profecia.

Os olhos de Annabeth ficaram arregalados, e aposto que os meus também.

A espada da minha adorada sogra (ela nunca pode saber que eu pensei isso) não fora mandada para o Estige como deveria ter acontecido, ela havia sido desviada do caminho, ela fizera algo retornar, essa parte meio que me assustava.

Em minha cabeça já giravam as informações sobre Métis, e agora tinha a espada que fora usada para o retorno de algo. A missão já estava complicada antes, agora então...

Eu começava a pensar sobre como descobrir a misteriosa profecia da espada e em arrumar uma forma de matar, ou melhor, mandar Métis para o Tártaro.

— A espada nunca tocou o Estige certo? – eu fui o primeiro a falar, Annabeth parecia estar em estado de choque com todas as informações sobre sua avó e a espada de sua mãe – Mas as fúrias tiveram contado com a espada, tanto que levaram-na até o Estige, mas algo aconteceu no caminho. Elas foram enganadas?

— Pelo que Athena deu a entender, sim. – disse Bryan – Porque ela disse que era muito mais fácil enganar as fúrias do que a deusa da sabedoria.

Silêncio novamente, mas quem abriu a boca dessa vez foi Annabeth.

— Bem, minha mãe tem razão, é quase impossível enganá-la, mas as fúrias também não são fáceis de enganar, nunca foram. E agora, além de encontrarmos a espada, acabarmos com Métis e Ixíon, temos que descobrir quem enganou as fúrias e o que ressurgiu. Ou seja, temos que descobrir a profecia da espada, para sabermos mais sobre ela, e depois, temos que colocar as fúrias contra a parede, descobrir quem as enganou.

— Isso não vai ser fácil como parece. – disse Bryan – Elas não vão admitir tão facilmente que foram enganadas, fora que Hades vai fazer de tudo para nos manter longe delas, eu notei isso quando fomos lá.

— Ele tem razão. – eu disse – O melhor a fazer é continuarmos com a missão, e depois que conseguirmos os pedaços da espada, descobrimos a profecia dela, achamos Métis, e descobrimos com ela como as fúrias foram enganadas.

Annabeth suspirou.

— É o melhor que temos a fazer. – ela disse.

Então, aplausos preencheram o ambiente, fazendo com que nós três pulássemos e sacássemos nossas armas.

Destapei Contracorrente, dando vida a minha espada de bronze celestial.

Todos encaramos a direita, em direção ao som, deitado no sofá encontrava-se um homem trajando preto e marrom, os olhos num tom violeta claro; Phobos. Ele nos encarava e aplaudia.

Meu coração pulou. Por um dia eu havia me esquecido das ameaças daquele idiota, e então, apenas de vê-lo, todas as ameaças e medos voltaram num flash.

Perto dele Annabeth corria perigo, perto dele todos corriam perigo.

— Mais essa... – disse Bryan, revirando os olhos.

— Plano perfeito! – disse ele ironicamente enquanto se levantava – Sem falhas. Sabe amei a reunião de vocês em torno da mesa de ping-pong, bem clássico.

Encarei-o enquanto ele se aproximava de mim, bem, pelo lado bom, era melhor ele estar próximo de mim do que de Annabeth.

— Desde quando você está ai? O que você quer Phobos? – perguntei entre dentes.

— Ah, eu estou aqui desde que vocês entram, mas... O que te faz pensar que eu queira algo Jackson? – ele riu, enquanto se aproximava de mim, Bryan e Annabeth deram um passo em minha direção, suas armas a postos. – Está com medo que eu queira algo? Está com medo de mim?

— Nunca. – eu disse.

Ele olhou para Annabeth, eu engoli em seco.

— Mas está com medo do que eu posso fazer com ela. – ele sorriu, seus olhos ficaram roxo escuro.

Annabeth revirou os olhos.

— Como se você fosse fazer algo para mim. Eu sei me defender Phobos. – com essa frase os olhos de Phobos brilharam.

Annabeth era teimosa, e eu estava ficando com medo que ela falasse algo que irritasse mais Phobos.

E em minha mente surgiu uma ideia: e se eu acabasse com Phobos agora, isso iria adiantar algo ou só o irritaria mais?

— Você é muito orgulhosa não? – ele seguiu em direção a ela, mas Bryan e eu fechamos seu caminho com nossas armas, ele as olhos com desdém, e voltou-se para Annabeth – Mas eu concordo com você em algo: você sabe se defender. Eu não rebato isso, porque é a verdade, você é uma guerreira Annabeth Chase, uma verdadeira filha de Athena. – Phobos tentou dar um passo em frente, mas Bryan e eu não deixamos – No entanto... Por mais que você saiba se defender, você também precisa de proteção, e você também precisa proteger os outros. Sobre tudo, proteger Percy.

Fiquei meio confuso quando ele disse que Annabeth precisa me proteger. O que ele estava tramando?

Não pude pensar sobre isso. Phobos deu um passo para trás, deixando de tentar se aproximar de Annabeth, e aproveitei a chance para tentar dar-lhe uma estocada, mas ele notou meu movimento, apenas sorriu e se afastou. Então ficou andando de um lado para o outro a nossa frente, ele parecia mais calmo do que o costume, nem tentara me matar quando eu quase o acertara. Estaria fazendo terapia?

Bem, de qualquer jeito, continuamos com nossas armas levantadas, e prestando atenção em cada coisa que ele dizia e fazia, eu sabia que ele poderia tentar realizar sua vingança a qualquer momento.

— Ah, isso é interessante. Vocês juntos, você e Percy, desculpa por te excluir meu caro Bryan, mas vocês dois, lutando juntos, são basicamente a dupla perfeita, desde que ambos estejam em sua zona de conforto, desde que ambos estejam ganhando a luta contra os monstros ou o seja lá o que tenham que lutar. Agora... Se um fica em desvantagem, ou é atacado gravemente, o outro quer protege-lo, e isso é normal, coisas de casal não? Mas numa luta, proteger o outro e se defender ao mesmo tempo é quase impossível. Tentem entender... Annabeth, proteger o Percy te faz vulnerável de uma maneira que você não faz ideia! Da mesma forma Percy, que protegê-la o torna vulnerável, porém, você tem uma boa coisa a seu favor: tem a maldição de Aquiles, então... Não tem tanto o que temer não? Já você... – ele olhou para Annabeth, e dessa vez eu entendi o que ele estava querendo dizer, eu estava entendendo as entrelinhas, as ameaças escondidas – Não tem o mesmo.

Eu havia entendido o que ele estava dizendo, nós éramos vulneráveis quando tentávamos proteger o outro em desvantagem, mas não era só isso. O fato era que Phobos iria se aproveitar disso para acabar conosco, ele iria usar isso contra nós. Nesse momento eu quase voei para cima dele, quase o matei ali mesmo.

— Está nos ameaçando?- ela perguntou, parecia ter entendido tudo o que ele quis dizer, tanto que engoliu em seco.

— Eu havia falado para Percy que iria fazer o maior medo dele se tornar real, mas quando eu disse isso ele deve ter pensado que eu, Phobos, faria isso com minhas mãos, e eu realmente pensei nisso, porém, agora vejo. Não é tão necessário que eu esteja envolvido, não muito ao menos, pois vai chegar a hora em que alguém tentará acertá-lo em seu ponto fraco e você se colocará na frente dele Annabeth, assim como fez na última guerra, só que ninguém poderá salvá-la dessa vez. Ou então, terá um dia que algum monstro te pegará desprevenida e ele irá defende-la, e mesmo tendo a maldição, colocará os dois em risco. Não importa como, uma hora um irá ser separado do outro. O máximo que eu posso fazer é acelerar as coisas.

Phobos lançou seu melhor sorriso.

— No entanto, eu não vou fazer nada agora, eu aprendi algumas coisinhas sobre vingança com Nêmesis, então, ainda não é hora de vocês serem separados, mas... Aconselho que aproveitem o tempo que têm juntos, podem ser os últimos momentos do casal. Ah. Nem pense e pular em cima de mim com sua espada Percy, ou eu me transformo em deus e te fulmino. – como ele soubera disso? Estava tão na cara que eu queria mata-lo? - E Bryan... – ele se voltou para meu amigo – Esqueça! Tenho ordens de não te ameaçar, você ainda é importante. Mas por que ter pressa quando a vitória é certa? Até logo semideuses queridos.

E Phobos sumiu numa espécie de fumaça negra.

Eu não havia entendido a frase dele para Bryan, como assim ele tinha ordens para não ameaça-lo? De quem eram essas ordens? Nem mesmo o filho de Zeus parecia entender.

E mesmo não sabendo sobre isso, eu tinha certeza de algumas coisas.

Métis era nossa inimiga, a espada fora usada para ressurgir algo, a profecia dela era crucial, o terceiro pedaço estava em Miami, Phobos não iria sossegar enquanto não separasse Annabeth e eu, Bryan era importante para algo, eu iria proteger ela e ele, eu amava Annabeth.

Sim, eu tinha certeza disso, e os últimos dois dias apenas confirmaram isso. Mas então meu coração se apertou no peito, e subconscientemente eu parecia saber de algo mais. Era como se meu corpo me avisasse que logo algo aconteceria, algo muito ruim. Meu coração parecia pedra no peito.

Sacudi a cabeça, nada iria acontecer, nada! Ao menos, eu não deixaria.


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Notas finais do capítulo

Alguém estava com saudade do Phobos? hahaha! Eu sei que muitos pensaram que eu tinha o esquecido, mas eu nunca esqueci do plano de vingança dele, ele apenas estava... Por trás das câmeras, digamos assim!
E agora, o próximo capítulo, ação moden on!
Só um aviso, no próximo capítulo, acho que é o próximo, vocês vão me matar, mas fazer o que? É a vida, e eu sou a titia má! ~risada maligna ~ . Apenas estou me mandando para um lugar seguro, assim ninguém me acha e me manda para o submundo. hahaha
PS: Alguém que fazer a boa ação de me deixar reviews e recomendações? hahaha
PS2: 18 dias para o meu aniversário de 16 anos! UUUh! (faço dia 14/11). Ganharei presentes? kkkk Ficaria muito feliz com recomendações e reviews... kkkk
PS3: eu amo vocês amores, muito mesmo!
Obrigada! Beijos com sabor de néctar e ambrosia!