Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 69
Capítulo 69: Despedidas são a pior parte


Notas iniciais do capítulo

Oiii leitores! Tudo bem com vocês?
Então capítulo novo! Espero que gostem!
Bem, eu estou feliz com os reviews, com o que vocês pensam da fic, então, peço que continuem me deixando feliz okay? kkk
AAAh! Ganhei outro apelido: titia má, dado pela minha linda leitora: LarissaFagali! kkk Amei, embora esteja me sentindo a Rainha Má de Once Upon a Time, enfim... Amo apelidos espero que saibam! kkk
Ooooh! O que me lembra, não sei por que mas lembra. Eu tô lendo TMoA, baixei em inglês! Sim, sou curiosa e não em aguento! kkk Só uma coisa, antes que alguns falem qualquer coisa, eu vou ler pela net sim, mas quando chegar o traduzido... Indo correndo na livraria para comprar!
Só mais uma coisa, eu tive que excluir um capítulo da fic, e isso fez que para alguns a ordem dos acompanhamentos fossem alterados, então só para recapitular: último capítulo foi com Bryan em Ogígia! :D
Bem, é isso! Próximo Capítulo quinta feira!
PS: Apenas não me matem no final!
PS2: Alguém sabe qual é o limite de capítulos aqui no Nyah? Alguém me disse que era 90, se for 90 mesmo, eu vou ter que correr com a fic. :/
Beijos com sabor de néctar e ambrosia!



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Bryan’s POV

Após o ocorrido, de eu ter tocado no nome de Percy e Calipso ter quase chorado, e de eu ter descoberto que ele fora seu último visitante (embora não tenha falado para ela que eu descobrira), nós acabamos nos levantando de onde estávamos e voltando para campina, e de lá ela me levou para sua caverna/casa. No entanto, durante todo caminho, trocamos poucas palavras, nenhum dos dois parecia disposto a uma conversa, então, ficamos boa parte do caminho em silêncio.

Eu me sentia um pouco desconfortável com a situação, mas não queria tocar no assunto Percy, ou fazer perguntas agora, pois ela me parecia muito abalada com tudo, então, resolvi que o melhor era esperar.

Quando chegamos a sua caverna, que devo dizer, por dentro era muito parecida com uma casa cheia de plantas e muito limpa, o silêncio permaneceu, mesmo assim, Calipso me levou para uma cama de lençóis brancos, onde disse para eu me deitar, me deu néctar em ambrosia, embora eu já estivesse melhor. Logo depois cantou uma cantiga, que deveria ser curativa, mas que ao mesmo tempo me fez cair na inconsciência do mundo do sono, dessa vez sem sonhos horripilantes.

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Ao abrir os olhos, dei de cara com o teto marrom da caverna, e mesmo não tendo sonhos ou pesadelos durante a noite, ou melhor, durante o tempo que dormi, já que na ilha não se tem noção de tempo, acabei por me lembrar do sonho anterior, que eu gostaria muito que fosse apenas mais um sonho.

“- Sempre não, porque o que os semideuses que estão nessa missão para salvá-la não sabem, é que para a espada estar dividida, ela já deve ter sido usada, o senhor sabe, era uma das frases da profecia, e quando digo usada, não quero dizer numa luta, quero dizer que foi usada para algo retornar.”— dissera Athena, e então, outra parte da conversa voltou em minha mente.

“- E também acho que foi ela que arrumou um jeito de Ixíon fugir dos Campos de Punição, pois ela precisa de aliados.”

“- Por favor, acabe com o nó em minha mente e diga: quem é ela?” perguntara Poseidon suplicante.

Em resposta, Athena dissera:

“- A deusa titânica da prudência, primeira esposa de Zeus, venerada na Grécia Antiga: Métis, minha mãe!”

E então, com essa frase, mesmo estando sonolento, me levantei de imediato, ficando sentado na cama, olhando assustado para as paredes da caverna.

A espada já fora usada para algo reerguer, Métis era nossa inimiga, Zeus não queria ver isso, corríamos perigo!

Minha respiração estava ofegante, eu tentava a todo custo raciocinar, pensar em algo, mas tudo que meu cérebro fazia era reverberar a frase de Athena, como se cada palavra fosse de mais extrema importância, o que realmente era, mas enfim...

Naquele instante, uma imagem preencheu minha mente, estávamos Annabeth, Percy, Quíron, Rachel e eu na varanda, quando de repente uma fumaça verde saiu da boca de Rachel, e ela pronunciou com uma voz horripilante:

“Três semideuses em uma busca irão,

Atrás de algo sem salvação;

O que deseja se levantar

Um inimigo irá ajudar;

Antigas profecias serão reveladas,

E no final, uma decisão mortal a ser tomada”.

Ao final dessa lembrança, um arrepio percorreu minhas costas, não sabia se era devido ao último verso ou por causa da lembrança do oráculo, era mais provável que eu estivesse assustado com ambas.

Então, dois versos fizeram total sentido: “O que deseja se levantar um inimigo irá ajudar”. Segundo Athena, Ixíon havia voltado dos Campos de Punição ajudado por Métis, que queria se reerguer, ou seja, a frase fazia sentido absoluto agora, tínhamos inimigos poderosos, e algo em meu interior dizia que não eles não estavam sozinhos.

Ainda sentado na cama, tentei me lembrar de algo sobre Métis, fora o fato de que ela foi a primeira esposa de Zeus, mãe de Athena e que ela era muito, mas muito aclamada na Grécia e em Roma, no entanto, fora isso, eu não sabia muita coisa, bem, talvez eu tivesse que perguntar para alguém, mas... Eu não estava disposto a fazer esse tipo de pergunta para Calipso, eu teria de esperar até rever meus amigos.

Ao lembrar de Calipso, me levantei da cama e olhei ao redor da caverna, ela não estava por ali, deveria ter ido fazer algo pela ilha, e eu teria que espera-la para poder fazer perguntas, ou mesmo vê-la. Ainda dando uma olhada pela caverna, achei as três mochilas que pertenciam a meus amigos e eu, e sendo assim, peguei-as, para ser mais preciso, peguei a de Annabeth. Eu sei, eu sei, ela detesta que mexam em suas coisas, mas eu precisava ver se os dois pedaços da espada estavam intactos ou se... Haviam virado mais pedaços por causa de meu, digamos, voo.

Abri sua mochila meio que temerosamente, com medo de que algum dispositivo se armasse assim que abrisse sua mochila, eu já havia a aberto uma vez, mas, quando se trata de Annabeth, nunca se sabe, ela podia ter construído uma armadilha na mochila nesse meio tempo.

Para minha surpresa, ao abrir sua mochila, não dei de cara com os dois pedaços da espada como esperava, e sim com um ursinho de pelúcia felpudo. Espera, Annabeth Chase levara um ursinho em sua mochila de missões? Me permiti rir um pouco do fato, aproveitando que ela não estava por perto, mas me lembrando mentalmente de não fazer piadinhas sobre isso com ela, ou seria um semideus morto.

Tirei o ursinho da mochila, colocando-o de lado, e vendo que sob ele estavam os pedaços da espada de Athena, cada um embrulhado separadamente em sua bolsas de couro.

Desembrulhei os pedaços cuidadosamente, e coloquei-os lado a lado, olhando-os.

Um dos pedaços era o punho da espada, sendo o outro o primeiro pedaço da lâmina, os pedaços se encaixariam perfeitamente, mas para ficarem realmente juntos seria necessária a soldagem, mesmo assim, era visível que os pedaços se combinavam, e olhando-os bem... Eu jurava que podia ver uma frase...

— Já acordou? – perguntou Calipso entrando na caverna e me surpreendendo.

— Ham, sim. – eu disse me virando para vê-la em um lindo vestido rosado – Eu acordei ainda pouco, e como você não estava, aproveitei para dar uma olhada na espada.

Ela se aproximou um pouco mais, se sentado ao meu lado no chão da caverna.

— Então, essa é a espada que vocês estão tentando reunir os pedaços? – perguntou analisando-a.

— Sim, essa mesma, nós já achamos dois pedaços dela, e eles parecem se encaixar perfeitamente, só parece precisar de uma soldagem...

Calipso analisou os pedaços novamente.

— Bem, se a espada é realmente poderosa, ela deve levar alguma pedra com ela, em geral, quando se encontra a pedra, os pedaços da espada se juntam quase que automaticamente, e olhando bem o cabo da espada, sim, me parece que ela leva uma pedra, você só vai precisar encontra-la! – ela deu um pequeno sorriso, e com isso fiquei meio abobado, acho. Logo sacudi a cabeça e olhei o cabo da espada, ela tinha razão, havia um espaço para algo, provavelmente uma pedra. Mas então ela prosseguiu – Tem uma frase em latim na espada...

—Frase? – perguntei enquanto olhava atentamente a espada- Eu achei que tinha visto algo, mas não tive certeza.

Ela pegou o pedaço da lâmina da espada e olhou-a.

— Está incompleta, mas eu posso jurar que a frase é: Dulce et decorum est pro patria mori, significa: Doce e honroso é morrer pela pátria. Eu já a li algumas vezes, em minha época, na Grécia antiga, um pouco depois da invasão de Roma, era comum está frase em templos de Athena.

Assim que ela disse a frase, engoli em seco, e me lembrei que já havia a lido em algum lugar, mas onde...

— Esta frase pode ser uma pista, ou melhor, tenho certeza que é uma pista, outra parte da espada deve estar em algum tempo de Athena. – disse ela sorrindo um pouquinho.

— Duvido! – eu disse – Nos Estados Unidos não se tem templos para Athena, mas acho que já li essa frase em algum lugar...

— Ahn, nada de templos para os deuses? – ela perguntou em duvida, ao que eu assenti – Bem, isso é estranho, mas, Athena é a deusa da sabedoria, mesmo não tendo templo para ela em seu país, pode ter certeza de que os filhos dela, alguém que a admire, ou a mesma, pode ter colocado a frase em uma construção, ou algo do tipo, talvez, se você lembrar de onde viu essa frase, você encontre o pedaço da espada lá.

— É, pode ser, além do que, faria total sentido, já que até agora os pedaços da espada estavam em grandes monumentos nacionais, e pelo que sei, todos construídos por filhos de Athena. – achei que era melhor não dizer que quem havia me dado aquela informação fora Annabeth – Eu apenas não entendi o por que disso.

Parei por um momento, olhando as paredes da caverna.

— A espada é de Athena não é? – ela perguntou olhando minha expressão.

— Sim, mas como você?... – comece a perguntar, mas ela me interrompeu.

— Dedução, pois até agora todas as pistas apontam para Athena e seus filhos, em geral, os objetos dos deuses, quando destruídos, se espalham por locais que tenham haver com o seu dono imortal, então, por isso de todas as pistas terem algo com Athena, basta seguir esse raciocínio que você e seus... Hum, amigos, vão conseguir encontra-la.

— Isso é genial! – eu disse surpreso com suas conclusões.

— Não, não sou. – ela disse – Apenas conheço muitas histórias da mitologia, e vivi numa época em que ocorriam muitos objetos perdidos deles espalhados.

Ela sorriu um pouco e o silêncio voltou a reinar entre nós. Por fim, guardei os pedaços da espada, junto com o ursinho de pelúcia de Annabeth, deixei a mochila dela lado.

Eu teria que pensar sobre aquela frase mais tarde, no entanto, o que me importava no momento, era o período de paz e descanso.

—Vamos dar um passeio? – perguntei – Eu estou melhor e você não terminou de me mostrar a ilha!

— Certeza que está bem? – ela perguntou, ao que eu assenti – Então tudo bem, vamos terminar de conhecer Ogígia!

Calipso e eu saímos da caverna, e andamos lentamente em direção aos campos de flores, ainda em silêncio. Então, demos uma volta pela floresta, onde Calipso colheu algumas frutas e me fez comê-las, para que eu me recuperasse logo. Em seguida fomos para os vales, onde pequenas árvores cresciam, lá nos sentamos um pouco, afim de descansarmos.

Sentamos lado a lado, o vento batendo em nosso rosto, fazendo os cabelos caramelos dela esvoaçarem e os olhos amendoados brilharem, ela olhava para o horizonte, onde o sol radiante começava a ficar alaranjado. E eu olhava para ela, percebendo a forma com ela cuidava das flores do lugar, eu analisava como ela era diferente das outras garotas, sempre preocupada com a natureza.

— O que era aquilo que você guardou sobre a espada? – perguntou Calipso me olhando, quebrando o gelo, curiosa.

Sai de meus pensamentos e olhei em seus olhos.

— Um ursinho de pelúcia, as garotas atualmente gostam bastante deles. – eu disse – Ah, mas não pense que é meu, é de Annabeth, a mochila era dela.

Só um segundo depois é que reparei a burrada que tinha dito, mencionar Annabeth!

— Desculpa. - sussurrei.

— Por que? – perguntou Calipso, olhando em seus olhos, ela não parecia triste com a menção ao nome de Annabeth.

— É que eu falei da...

— Annabeth? – ela perguntou e em seguida baixou um pouco a cabeça – Você descobriu quem foi meu último visitante não é mesmo?

— Apenas, liguei os pontos. – disse por fim, o que a fez me olhar.

— Bryan. – ela disse meu nome com doçura – Eu sei que minha reação quando você falou sobre ela e P-Percy pela primeira vez não foi das mais felizes ou empolgantes, mas... Aquilo foi apenas o choque que senti por ouvir falar dele e dela após tanto tempo, só isso.

Eu sentia que ela não falava toa a verdade.

— Só isso?

Ela suspirou, parecia derrotada.

— Você consegue perceber quando digo meias verdades não é mesmo? Bem, eu senti choque quando ouvi falar sobre Percy após tanto tempo! E eu não posso negar a você que meu coração ficou meio balançado quando ouvi o nome dele, e que lembrei de tudo que passei com ele aqui, como sua companhia era boa, no entanto, é apenas isso, uma saudade, uma nostalgia, um sentimento que me persegue às vezes, apenas isso Bryan, mas um dia vai passar, como sempre acontece com os outros, sempre!

Eu não sabia se estava aliviado com sua sinceridade ou triste por ela ainda sentir algo por ele.

— Bryan, se não for pedir demais, pode me descrever como é Annabeth? – ela pediu sem graça.

— Por que?

— Bem, eu sempre fiquei pensando em como ela seria, bem, não só ela como o Acampamento, as cidades grandes, você sabe, eu nunca saio daqui, então, eu gosto de saber de outras coisas, mas é realmente uma curiosidade minha saber sobre Annabeth.

Eu sentia sinceridade em sua voz, não era como se ela quisesse saber sobre Annabeth para falar mal dela, era como se ela quisesse apenas saber como ela era para poder parar de imaginá-la de mil e uma formas, era algo que ela precisava saber para conhecer Annabeth, ou tentar conhece-la, e conhecer seu mundo.

— Então... – eu comecei, sem saber por onde começar de fato – Como explicar? Se você estiver me perguntando como ela é fisicamente, é um pouco mais simples de dizer: ela é loira, alta, magra, corpo atlético, bronzeada, tem cabelos que caem por sobre os ombros como cascatas, olhos cinzas que parecem mudar de cor conforme seu temperamento, como quando ela está em missão e eles ficam extremamente estrategistas, ou quando você lhe conta sobre sua vida e seus olhos ficam claros, quase azuis, compreensivos.

Calipso prestava atenção em cada palavra que eu dizia, então, prossegui.

— Mas, se está me perguntando sobre sua personalidade, bem, fica mais difícil. Ela é um gênio, incrível com planos e luta muito, muito bem, ela conseguiu acabar com mais de uma dúzia de cavalos infernais em menos de três minutos e usando apenas uma adaga! Estrategista? Sim, ela costuma ser assim em missões, mas no dia-a-dia me parece ser uma garota legal, engraçada, sarcástica e divertida. Isso não diz respeito nem a metade sobre quem é Annabeth, mas... É um bom começo.

Calipso olhou o céu e depois me olhou.

— Agora entendi porque todos parecem gostar dela.

Encarei-a confuso.

— Como assim “entendeu porque todos parecem gostar dela”?

Calipso sorriu um pouco.

— Bryan, pensa que não reparei em como seus olhos brilharam quando falou dela? Ou como você foi ficando mais perdido em pensamentos conforme a descrevia? Você gosta dela!

Franzi a sobrancelha, pensando em contestá-la, mas Calipso parecia capaz de ler através de meus olhos, então, resolvi ser sincero.

— É tão visível assim? – perguntei.

— Um pouquinho. – ela disse sorrindo.

— Okay, eu gosto dela, mas ela ama Percy, ele a ama, e assim é a vida, eu não vou atrapalhá-los, porque eu sei que ele faria qualquer coisa por ela, e vice-versa.

Calipso abriu um enorme sorriso, sincero.

— Você gosta dela, mas não vai lutar por seu amor pois sabe que o que Percy e ela sentem é mais forte, isso é... Lindo! Você é uma ótima pessoa Bryan, o melhor amigo que alguém poderia ter.

Sorri sem graça.

— Não me acho o melhor amigo que alguém pode ter, ou que eu seja uma ótima pessoa, mas tenho certeza de que você é uma pessoa maravilhosa, já que está aqui, perguntando sobre a namorada do Percy e sem desejar sua morte.

Calipso riu.

— Nunca desejaria a morte de ninguém, ele a ama, e se isso o faz feliz, como amiga dele, eu também fico. E como sua amiga. – ela disse tocando meu nariz – Eu fico muito orgulhosa e feliz de suas atitudes, você é realmente uma ótima pessoa Bryan.

Após isso, nós dois ficamos ali, sentados, conversando. Contei-lhe sobre o Acampamento, alguns campistas, ela me contou sobre sua vida, seu pai, sua família e sua vida na ilha.

Não sei quanto tempo ficamos conversando, pois na ilha não se tem noção do tempo, só sei que ri muito com ela e suas histórias, e fiquei encantado por sua bravura e doçura.

Em dado momento, contei para Calipso sobre a vez em que Chandler, Lucy e eu fomos replantar o jardim de minha mãe (que havia sido destruído por um vendaval). Mas no meio do trabalho todo eu havia entrado em casa disfarçadamente e dormido no sofá. E quando acordei, meu castigo fora descobrir que eu fora jogado no jardim e com um monte de flores a minha volta, meu rosto maquiado, e uma linda plaquinha de “Aqui dorme Bryan Harpper, o garoto que não ajudou a arrumar o jardim, tirem fotos e publiquem na internet, o façam pagar mico!”. Definitivamente aquele fora um dos meus piores micos, Chandler e Lucy haviam lucrado 300 dólares cada um com as fotos, e eu possuía milhares de imagens na internet coberto de flores, até minha mãe tirou uma foto comigo daquele jeito, dizendo que eu dormia feito pedra.

Enfim... Após contar isso à Calipso, e explicar o que são fotos, ela começou a rir desesperadamente.

— Você está falando sério? – ela perguntou entre risadas.

— Claro que estou! – eu disse rindo também – Eles realmente fizeram isso! Não se brinca com Chandler e Lucy, eu aprendi da pior forma!

Ela riu mais um pouco e então disse:

— Mas eu adorei a atitude deles de te ajudarem a replantar o jardim da sua mãe após o vendaval que ocorreu. Eles me parecem bons amigos, fora que... É bom saber que ainda existem jardins no mundo.

— Sim, existem, muitos, tirando New York, lá não tem tantos assim. – eu disse olhando seu campo de flores, tão lindo que nenhum outro jardim no mundo se aproximava de sua beleza.

— Eu sei, um amigo já me disse isso uma vez. – ela disse um pouco triste – E isso é horrível, os jardins e as plantas são tão lindas!

Assenti, sabendo quem era esse tal amigo.

Voltamos a conversar animadamente, até que uma luz forte e clara, vindo de algum lugar a minha esquerda, brilhou tão intensamente que fez com que Calipso e eu fechássemos os olhos.

— Ai está você! – disse uma voz masculina que parecia vir da direção da luz.

Me virei para a voz e me deparei com um homem de meia idade, em roupas de cor marrom, com boné, uniforme típico dos correios, não fosse o Iphone que carregava em sua mão, no qual pequenas cobrinhas se enrroscavam. Espera! Pequenas cobrinhas?

—Era óbvio que Afrodite iria te mandar para cá, bem dela. - disse o homem, que eu tinha certeza que não era apenas um homem, caminhando em nossa direção.

Olhei para Calipso, querendo saber se ela o conhecia, mas ela não estava mais sentada do meu lado, e sim de pé, fazendo uma pequena reverência.

Então, olhando seu Iphone com pequenas cobras, me toquei que aquele deveria ser Hermes, o deus dos viajantes, mensageiros e ladrões, logo eu também estava de pé.

— Hermes. - eu disse me curvando um pouco, ele assentiu e fez um gesto para que eu me endireitasse.

— Olá Hermes! - disse Calipso, mas sua voz possuía uma nota de tristeza.

— Olá minha querida. - ele disse pesaroso, notando a tristeza de Calipso - Creio que sabe o que vim fazer aqui.

— Sim, claro que sei. - ela disse engolindo em seco - Mas não é um pouco cedo?

— Sim. - ele disse triste por ela - Mas se não for agora, tudo poderá estar perdido para a missão.

— Espera! Cedo? - perguntei - Para que?

Hermes olhou dos olhos tristes de Calipso para os meus.

— Para você ir embora. - disse Hermes - Claro, se quiser ir embora.

Olhei rapidamente para Calipso, eu não fazia ideia de quanto tempo estivera ali, mas eu sentia que fora pouco, e por alguma estranha razão, eu queria ficar ali por mais tempo. E parecia que ela também, pois seu olhar era triste.

“Essa decisão é sempre difícil”— disse uma voz estranha em minha cabeça -“Sempre difícil, mas sempre a mesma, eu fico com pena da Calipso.”.

“Também fico com pena dela, como ela pode viver em uma ilha sem ratos?” – disse outra voz, que me parecia mais masculina, ainda sim era estranha. Estranha, pois parecia sibilar que nem as... cobras.

— Suas cobras enrroscadas no celular. E-elas falam? – perguntei a Hermes apreensivo.

— George, Martha, quietos, deixem o garoto em paz. – esbravejou Hermes – Mas, respondendo sua pergunta, sim, elas falam na mente das pessoas, porém, só ouve quem elas querem que ouça, tirando eu que ouço de qualquer jeito, enfim...

Sua explicação fora confusa, mas eu conseguira entender: ele e eu ouvíramos as cobras, porém, Calipso não.

Então, ela e o deus trocaram um olhar singelo, mas que só de eu olhar entendera. Ela estava lhe perguntando se eu não poderia ficar mais um pouco, e só pelo olhar do deus, eu sabia que isso era impossível.

Olhei novamente para Calipso, parecia, ao menos para meu relógio biológico doido, que eu havia estado ali por um pouco mais que um dia, mesmo assim, eu sentia como se a conhecesse há anos.

Ela respirou fundo e me olhou nos olhos.

— Você gostaria de ficar aqui? Comigo? - perguntou baixinho, só para que eu ouvisse, mas eu tinha certeza de que Hermes ouvia de qualquer jeito.

“Oh! A pergunta final! Pobre menina, já passou por tantas despedidas....”— disse a voz de quem penso ser Martha – “Parcas malditas, sempre a fazendo se apaixonar por pessoas que já são apaixonadas.".

“Bem, nesse caso é diferente.” — me pareceu ser George – “Porque ele é apaixonado por uma pessoa que já é apaixonada por outro, ah, você sabe, a menina Annabeth, que namora o Percy, ou seja, ela tem uma chance que ele continue aqui.”.

“Mas tem a missão, Bryan não deixaria seus amigos na mão!”. — disse Martha, para logo George dizer:

“Verdade! Parcas malditas, despedidas malditas, pôneis malditos... Oops, isso não é de um anúncio? Ah, é um rato ali!”

“Onde? Ah, não, apenas uma pedra rolando!”.

Minha mente estava dando voltas com a tagarelice daquelas cobras, elas pareciam legais, não me entendam mal, só que... Eu tinha que tomar um decisão, ficar ou ir, o problema é que a decisão já estava tomada, e só de pensar em deixar Calipso triste, eu queria acabar comigo.

— Chega vocês dois! – gritou Hermes, em seguida olhou meio envergonhado para nós.- Bem, eu vou deixar vocês a sós, te espero na praia Bryan, seja lá qual for a sua decisão. – então, ele sumiu numa luz clara.

O silêncio tomou conta do local.

Até que Calipso respirou fundo e repetiu:

— Eu não deveria, mas eu tenho que perguntar. Você gostaria de ficar aqui?

Quando ela disse isso, seus olhos amendoados ficaram tristes, mas com uma pequena pontada de esperança, e eu me detestava por ter que acabar com aquela esperança.

— Eu amaria ficar. – disse sem conseguir prosseguir.

— Mas... – ela completou, imaginando minha fala, seus olhos já sem vida.

— Mas eu tenho que ajudar meus amigos, não só eles como os deuses e o mundo. Não que eu vá fazer alguma diferença, pois nem herói eu sou, mas estou com os pedaços da espada então...

Calipso estava triste, mas mesmo assim se aproximou de mim e disse:

—Shiu! Não diga isso, você é um herói, só um herói poderia passar pelo que você passou, e tenho certeza de quem sem você eles não conseguiriam chegar até os dois pedaços da espada. E somente um herói voltaria para seus amigos, para a vida cheia de monstros. Por mais que eu esteja triste com sua partida, eu sei que faz isso porque é bom; - ela parecia estar à beira das lágrimas.

— Ei, não chore! – disse a abraçando, porém, ela me afastou.

— Não dificulte as coisas herói. – ela disse tocando meu rosto – Podem ter sido apenas alguns momentos com você aqui na ilha, mas eu vou lembrar de você como meu jovem amigo, herói valente, e que é o único de toda a história da minha ilha que não falava enquanto dormia e o único que sabia sobre minha história.

As lágrimas quase transbordavam dos seus olhos, mesmo assim, nós dois sorrimos.

— E eu vou lembrar de você como a garota mais compreensiva e doce que conheci, e a que tem o melhor campo de flores!

Ela sorriu um pouco, mas depois seu sorriso se fechou, ela segurou minha mão e a soltou.

— Você tem que ir embora, precisa ajudar Annabeth e P-Percy. – ela ainda sentia algo por ele, isso era visível, e só em fazia sentir pior por deixa-la ali, lamentando por ele, seu amor, e por mim, seu amigo.

— Você também é minha amiga, sabe disso não é? – isso a fez sorrir.

— Claro que sei.

— Então, amigos podem continuar amigos mesmo a distância.

— Eu não posso falar por MI Bryan. – ela disse triste.

— Quem disse que é por MI? – apontei para cima de nossas cabeças – Apenas olhe para o céu, e eu, como seu amigo, também estarei olhando, e irei te ajudar no que for preciso.

Ela sorriu, mas lágrimas escorreram por seu rosto.

— Pode deixar, mas, por favor, vai embora Bryan. – ela saiu correndo, e tive que resistir ao impulso de segui-la, pois eu sabia que ela corria, pois sofrera demais nos últimos tempos e não queria chorar mais em minha frente.

Ela subia a colina, quando eu gritei o máximo que pude.

— Como seu amigo, eu ainda vou voltar!

Ela nem se deu ao trabalho de virar, apenas gritou.

—Não diga coisas que não pode cumprir.

— Amigos de verdade fazem o possível e o impossível por seus amigos, e eu estou prometendo, um dia, eu vou voltar. – gritei tão alto que acho que de todos os locais da ilha era possível se ouvir.

Ela não respondeu, mas eu estava dizendo a verdade, e isso fora audível em minha voz, eu faria de tudo para revê-la, melhores amigos fazem tudo pelos outros, e eu iria voltar aquela ilha.

Pensando nisso, caminhei até a praia, onde Hermes me esperava.

Ele não disse nada, acho que minha expressão não era lá das melhores, ele apenas me deu as três mochilas que haviam vindo comigo e me olhou, me decifrando.

— Não devia ter falado aquilo para ela. – disse Hermes depois de um segundo – Ela já sofreu demais, o último que a fez sofrer foi Percy, ela realmente gostou dele, mas você...

— O que tem eu? – eu perguntei.

— Amizade, é algo muito forte, e são das grandes amizades que nascem os verdadeiros amores. – ele disse meio triste.

— Não, eu e Calipso somos apenas amigos! – disse sacudindo a cabeça.

— Sim, mas poderiam ser... Esquece! Mesmo assim, não deveria ter dito aquilo, pois pior que uma simples mentira, é a esperança partida.

Acho que Hermes está andando muito com Apolo, ele rimou o fim da frase.” — disse quem eu reconheci como George, mas Hermes o ignorou.

— Eu não estava lhe dando esperanças, apenas dizendo a verdade.

Hermes resolveu dar de ombros, mas por fim, mudei de assunto.

— Como eu irei sair daqui?

— Fácil!- disse Hermes – Naquele barco ali!

Ele apontou para o mar, e eu esperava ver um grande barco, ao invés disso vi uma pequena canoa.

— Sério? – eu perguntei – Uma canoa? Você sabe que eu sou filho de Zeus certo?

— Sim, e neto de Athena, o que não te dá muitos pontos com Poseidon, mas... É o único meio de transporte possível.

— Por que você não me leva até Percy e Annabeth? – perguntei em dúvida, encarando a canoa que me parecia que iria afundar apenas de eu encostar um dedo nela.

— Bem, primeiro porque eu não posso, segundo porque não sei onde eles estão, e terceiro, já fiz demais vindo aqui. – ele me deu um tapinha nas costas – Mas vá até a canoa, peça para te levar onde você quer, faça muitas orações a Poseidon e... Reze para a canoa não afundar.

— O que? – perguntei atônito.

— Boa sorte! – ele disse me empurrando para o mar. O peso das três mochilas em minhas costas quase me fez cair na água por conta do empurrão.

Caminhei lentamente até a canoa, Hermes me olhava da praia, mas eu estava ignorando o fato, só pensava em como tomar cuidado com as ondas, pois qualquer uma poderia me matar se Poseidon quisesse, e também, confesso, pensava em Calipso, que eu teria de voltar, que eu voltaria.

Cheguei a canoa, muito calmamente e temerosamente, me sentei dentro dela, as mochilas em minhas costas. Para minha surpresa, ela não afundou, ficou no lugar certinho, mas não me permiti suspirar, antes disso, tive que fazer umas vinte orações para Poseidon, então, fiquei um pouquinho mais relaxado, para então dizer:

— Me leve até Annabeth Chase e Percy Jackson. – em principio nada aconteceu, mas então, a canoa saiu do lugar, rumando sozinha mar a dentro, e isso só me fez rezar mais para Poseidon.

De qualquer jeito, eu sabia que Hermes ainda estava na praia, mas me assustei ao ouvir a voz de George em minha cabeça, como se tivesse pegado uma parte de uma conversa entre eles, ou melhor, como se eles estivessem me permitindo ouvir.

“Sabe, eu sinto que ele gosta mesmo da Annabeth, não como o Percy, mas gosta. Pena que ela terá aquele fim trágico...” – ele fez uma pausa, olhei para trás, para a ilha, preocupado, um milhão de pensamento percorreram minha mente. Esperei que George dissesse algo mais, no entanto, ele apenas disse: “ Olha, não são ratos ali?”

“George!” — reprimiu Martha.

Eu estava mais preocupado agora, não só com Calipso, mas principalmente com Annabeth! Olhava para a praia incessantemente, mas ela já saia da minha linha de visão. O que ocorreria com Annie? Eu estava desesperado, que fim trágico ela teria? Deveria ser mentira, mas então... Por que George disse aquilo?

Então, com essas palavras que só me fizeram ficar triste, preocupado, provavelmente maluco. A praia saiu completamente de vista, depois a ilha, e eu estava em auto mar, pensando em Calipso, mas agora, principalmente no que seria o fim trágico de Annabeth, e em como evita-lo.

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Annabeth’s POV

Eu despertava lentamente, permanecendo de olhos fechados, deitada na enorme cama king size, na Ilha de Afrodite (sim, era impossível eu esquecer que estava ali),enquanto imagens da noite anterior invadiam minha mente, assim como as lembranças das sensações indescritíveis e que eram desconhecidas para mim até ontem, definitivamente a noite anterior havia sido mágica! Sim, eu devo estar pensando igual a uma mocinha de livros de romance, mas é a mais pura verdade, a noite anterior fora perfeita, um sonho real! Tudo se encaixara como em um quebra-cabeça, tão magnífico e certo! Percy fora gentil e maravilhoso, não só durante o ato, mas depois, pois durante toda a noite ele seus braços me envolveram protetoramente...

Então me dei conta de algo, algo que estava estranhamente errado. Seus braços não me envolviam, ele não estava me protegendo. Preguiçosamente, estiquei meu braços pela cama, procurando seu abraço protetor, mas ao invés disso, achei uma barricada de travesseiros fofos, seguidos do vazio da cama.

Prontamente me sentei, meus olhos arregalados diante a constatação de que Percy nem no quarto estava. Um desespero infantil me invadiu, não sei explicar, mas de repente eu fiquei com medo de que algo houvesse acontecido com ele, ou de que toda aquela noite fora apenas um sonho, um jogo de Afrodite, de alguém ou apenas de minha mente.

Sacudi a cabeça, não, nada havia acontecido com Percy, e a noite anterior não fora um sonho, tudo fora real.

Olhei a minha volta, me deparando com uma suíte no mesmo estado na noite anterior, as janelas e cortinas fechadas, nada de luz.

— Percy? – chamei, esperando ouvir sua voz mais ganhando o silêncio em troca – Percy?

Nada, ninguém respondeu, e novamente o desespero infantil me atingiu, ou seria um pressentimento?

“Será que a noite anterior fora um sonho?”— era o que eu me perguntava. “E se foi um sonho, onde está Percy?”.

Eu duvidava que houvesse sonhado, nem Afrodite conseguiria me fazer sonhar com algo tão intensamente. Ou conseguiria? Minha mente ia contra o sentimento ruim, mas os dois ficavam em xeque.

Levantei-me da cama, com a pretensão de vestir algo e achar Percy.

Talvez ele esteja na praia, pensando. Calma Annabeth, a noite de ontem não foi um sonho, está tudo bem”.— eu afirmava isso em minha mente mil vezes.

Mas então, quando sai da cama com o intuito de ir ao banheiro, passei em frente ao espelho da porta do closet. O que eu esperava era me ver nua, já que era desse jeito que eu havia dormido. Ao invés disso eu trajava uma camisola esverdeada desconhecida.

Toquei a camisola, em seguida me olhei no espelho, uma expressão de confusão era visível nele.

Será que aquela noite fora real? Ou dessa vez Afrodite havia me feito realmente sonhar com aquilo? Onde estava Percy?

As perguntas me pareceriam tolas, não fosse o fato de eu conhecer Afrodite, e de a mesma ter prometido que nunca facilitaria minha vida amorosa, e sendo assim, as probabilidades de eu ter sonhado aumentavam.

Eu estava indo procurar Percy, quando a porta da suíte se abriu, e eu vi algo que nunca, jamais, em hipótese alguma, passara por minha mente que aconteceria. E minha reação só pode ser uma: um arfar de surpresa.

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço reviews e recomendações?
PS: Minhas provas finalmente acabaram!
PS2: Começo com os testes daqui a duas semanas! Argh, acho que Gaia é a pessoa que faz o cronograma do meu colégio, só pode!
PS3: TMoA está perfeito, mas não vou alugar ninguém com isso!
PS4: Quem quiser perguntar algo para euzinha... Só mandar MP!
PS5: Eu amo PS's.
PS6: Amo vocês! S2