Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 47
Capítulo 47: Paramos o lobby do hotel


Notas iniciais do capítulo

Hello! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Sem mais delongas.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/142547/chapter/47

Percy’s POV

Annabeth já havia saído há quase 20 minutos e confesso que eu estava extremamente curioso sobre o que ela fora fazer e, em parte, até mesmo enciumado, considerando que ela havia recebido uma flor e um cartão antes de abandonar a mesa. Eu me perguntava quem havia mandado aquilo para ela.

Annabeth havia estado diferente essa manhã, perguntando sobre coisas estranhas e reagindo de forma estranha também. Isso me deixou confuso, ela nem me dera a oportunidade de dizer que fora Hera que havia armado tudo aquilo sobre meu suposto livro.

Eu também estava irritado, não com Annabeth, nem com Hera e... Ok, admito que eu estava querendo arrumar uma forma de enviar deuses para o submundo só para enviar a rainha do Olimpo, porém, isso não vem ao caso. O que me deixava irritado no momento era um sonho.

Sabe quando você sonha com algo muito bom? Que é o melhor sonho da sua vida e que quando você acorda você sorri que nem um idiota mas não lembra sobre o que era o sonho? Então, era assim que eu havia acordado, eu fiquei esperando, tentando lembrar sobre o que era o sonho e nada! Só conseguia lembrar que Annabeth estava nele, não consegui descobrir nenhuma outra pista do que aconteceu nele e eu já estava ficando irritado com isso. Eu queria lembrar, porém, toda vez que eu estava quase lembrando parecia que tinha uma espécie de barreira que me impedia de fazê-lo. Era quase como se estivesse proibido de saber e isso só me fazia querer saber mais.

Eu e Bryan havíamos ficado aquele tempo todo sentados ali, no restaurante do hotel, esperando Annabeth para comer. Por fim, a fome venceu nós dois e acabamos começando a refeição sem ela. 

— Então me explica uma coisa: por que Annabeth ficou cheia de ciúmes ontem quando leu aquele livro na biblioteca? – perguntou Bryan antes de dar uma dentada em uma de suas panquecas.

Nós até que havíamos conversado um pouco desde que Annabeth saíra. Ele era legal, eu tinha que admitir, mas ainda não havia me falado sobre a tal pista que descobrira, achara melhor esperar Annabeth voltar, e mesmo ficando curioso, achei que ele tinha razão.

Antes de respondê-lo, dei um gole no meu Cherry Coke.

— Como eu posso explicar isso? Bem, aquele livro era como se fosse meu, como se toda minha vida estivesse escrita nele, até mesmo meus pensamentos.

Ele me olhou como se aquilo fosse óbvio.

— Isso eu já havia percebido, o que eu não entendi é: o que ela leu lá para ficar tão... – ele pareceu procurar as palavras certas. — Ameaçadora?

Foi a minha vez de procurar as palavras certas e, enquanto as procurava, dei uma dentada no meu sanduíche.

— Ela leu que eu havia beijado uma outra garota e também leu que eu gostava dessa garota, o que , é claro, era mentira já que o livro foi colocado lá.

Bryan me olhou com uma cara estranha.

— Era mentira que você gostava da garota ou que havia a beijado?

— Os dois! – disse eu, mas acho que não fui muito convincente porque Bryan me olhou como se soubesse que eu escondia algo. Cara, até quem é neto de Atena consegue te lançar aquele olhar de “você não me engana”. — Olha, eu não a beijei, foi ela quem me beijou e não significou nada.

— Se você diz... – ele bebeu um pouco de sua Coca-Cola — Agora, para Annabeth ter ficado com ciúmes e ter acreditado tão facilmente num livro, ela deve ter lá seus motivos. – fiquei calado, simplesmente porque ele tinha toda razão — Mas, só por curiosidade, eu conheço essa garota? Era alguém do acampamento?

Pensei em não responde-lo, no entanto, eu sabia que ele iria acabar descobrindo mais cedo ou mais tarde.

— Então, no caso, essa tal garota seria a Rachel. – disse baixinho.

Ele ficou com olhos um pouco arregalados.

— A ruiva que desmaiou, liberou aquela fumaça verde e junto uma profecia sinistra? A que é o Oráculo? – perguntou ele meio espantado.

Assenti.

— Ficamos muito próximos numa época. – isso pareceu explicar as coisas para Bryan, mas não me fez esquecer o quanto ele parecera surpreso quando falei quem era – Mas por que o espanto quando eu falei que era a Rachel?

Ele me olhou e depois sorriu de forma brincalhona antes de responder.

— Por nada. – disse fazendo uma pausa longa que me fez pensar que ele não iria falar mais, até que ele completou: — É só que... Eu prefiro as loiras.

Fuzilei-o com o olhar.

— É melhor tomar cuidado com o que fala, Harpper, ou vai ter que começar a gostar de almas perdidas, porque é só isso que vai encontrar quando eu te mandar para o Mundo Inferior.

Bryan riu.

— Calma, eu só expressei um pensamento meu que é a mais pura verdade! – ele riu e me olhou de forma curiosa – Você disse que a Annabeth tinha ciúmes da Rachel antes. Então por que elas agora são amigas?

— Eu não sei direito, Annabeth e eu não falamos muito sobre isso.

— Hum... - ele ainda parecia curioso — Por um acaso, a Rachel arrumou um namorado ou algo assim?

— Não. Ela não pode namorar porque é o Oráculo. Ficou interessado, é?

Ele sorriu enquanto eu terminada de comer meu sanduíche.

— Não, nada disso, eu continuo preferindo as loiras, mas isso explica tudo. Obrigado! – ele terminou de devorar a panqueca só para se virar para mim de novo, uma sobrancelha erguida enquanto eu me esforçava para ignorar seu comentário sobre loiras — Mas é sério que você não entendeu o motivo de elas terem ficado amigas?

Neguei com a cabeça, talvez eu até soubesse, desconfiasse do motivo, porém, preferia não falar mais disso.

Bryan ia falar alguma coisa, abriu a boca mas voltou a fechá-la, depois olhou para o chão, como se não acreditasse no que eu disse.

— Olhe, vamos deixar isso para lá porque eu tenho que perguntar mais uma coisa. Você disse que colocaram o livro na biblioteca, certo? Pelo que eu entendi, você quis dizer que alguém plantou lá de propósito, mas quem faria isso?

Antes que eu pudesse responder, ou pensar numa forma de responder aquela pergunta, Annabeth apareceu e se sentou ao meu lado novamente, seu semblante estava mais calmo, e ao mesmo tempo, confuso. Ela não pronunciou uma palavra, o que fez com que Bryan e eu a olhássemos atentamente.

— Ei! Você está bem? Sumiu por um tempão e nem disse onde ia. Fiquei preocupado. – perguntei após alguns segundos de silêncio e isso pareceu fazê-la despertar de seus devaneios.

— Hum? Ah, desculpa, Percy. Você também, Bryan. - ela olhou para cada um de nós ao dizer nossos nomes — Eu deixei vocês aqui e nem ao menos disse o que ia fazer. Sinto muito. Bem, mas ao menos vocês comeram, isso é bom.

Ela observou nossos pratos e copos já vazios diante de nós.

— Você está com fome? Podemos pedir algo pra você...

 Bryan começou a falar, mas logo Annie o interrompeu.

— Não se preocupem, eu já comi.

Não consegui controlar minha expressão desconfiada e confusa quando ela disse isso.

— Você já comeu? Aliás, quem você foi encontrar que te fez sair correndo daqui?

Eu queria dizer que meu tom não era enciumado, mas eu estaria mentindo. Annabeth pareceu perceber isso e começou a falar:

— A deusa do amor queria ter uma conversa comigo. Foi ela que me mandou a flor e aquele cartão. Ela me pediu para encontrá-la num café do outro lado da rua e eu acabei comendo lá mesmo.

Não sabia quem estava mais surpreso: eu ou Bryan. No entanto, eu confesso que estava bastante aliviado de saber que Annabeth fora encontrar Afrodite, considerando que estava começando a questionar a hipótese dela ter algum admirador secreto ou coisa do gênero.

— Você foi encontrar Afrodite? - ele questionou.

— Sim, ela mesma.

— E o que ela queria com você? - foi minha vez de questionar.

— Ah, sabe como ela é. Ficou falando sobre histórias de amor trágicas, a forma como nos adora e deseja o mesmo para nós dois. Basicamente isso. – engoli em seco, não era a primeira vez que Afrodite falava aquilo, Bryan parecia confuso com a conversa. – Uma completa perda de tempo, não fosse um aviso que ela deu, algo sobre não confiar nem naqueles em que eu confio.

— Não confiar em quem você confia? – perguntou Bryan – Isso não faz lá muito sentido.

— Acabou de definir Afrodite. – disse Annabeth.

Por algum motivo eu sentia que elas haviam falado sobre mais alguma coisa que Annie não havia mencionado.

Ela sorriu e depois pegou o cardápio.

— Você não disse que não ia pedir nada?

— Eu mudei de ideia. Preciso de algum açúcar no sangue fora o cappuccino que Afrodite comprou pra mim. Acho que vou beber uma Coca-cola. 

Ela se levantou e rapidamente foi pegar o refrigerante. Quando voltou e se sentou ao meu lado, virou-se para Bryan.

— O que descobriu sobre a espada? - ela estava tão ansiosa quanto eu — Conta logo Bryan!

Antes de fara, ele olhou para os lados. Não que fosse realmente necessário, considerando que as pessoas mais próximas estavam há três mesas de distância da nossa.

— Ok! Lendo o livro eu descobri algumas coisas, uma delas é que Hades tinha razão: armas poderosas podem ser divididas em vários pedaços quando não são destruídas. Pelo que eu li, a maioria das armas com que aconteceram coisas parecidas foram divididas em quatro partes.

— Conseguiu descobrir um provável motivo para a espada não ter sido destruída? – perguntei, já que ainda não entendia como o Rio Estige não poderia ter acabado com uma arma daquelas, afinal, por experiência própria, eu sabia que mergulhar nele era uma dor pior que mergulhar mil vezes em ácido, na verdade, isso nem chegava perto.

— Não, o livro não explica o motivo, diz apenas sobre a importância da espada. Fora que ele parece ter sido escrito antes da suposta destruição da mesma, então, não é como se ele falasse especificamente da destruição dela.

— Pelo visto vamos ter que esperar que Nico apareça para sabermos se ele descobriu alguma coisa com Hades. – Annabeth tamborilava os dedos na mesa, não parecia muito satisfeita com a descoberta.

— Bem, ao menos já é uma pista, sabemos que teremos que achar quatro pedaços da espada. – eu disse – O problema agora é: por onde começamos?

Nos entreolhamos, todos já sabíamos por onde.

— Pelo Olimpo. – dissemos ao mesmo tempo, mas Annabeth completou – Temos que falar com a minha mãe.

Pagamos nosso café, pegamos nossas mochilas e fomos até a recepção pagar por nossa hospedagem.

Você deve estar se perguntando: onde vocês arranjaram dinheiro para pagar um hotel assim e blá, blá, blá. Pois bem, Quíron havia nos dado algumas centenas de dólares e um cartão de crédito, sim, ele achou que iríamos precisar do cartão. Claro, não é como se aquele dinheiro fosse muito, considerando que não sabíamos quanto tempo ficaríamos em missão, mas era alguma coisa. 

Estamos na fila para pagar a conta quando Annabeth, que estava ao meu lado, revirou os olhos e falou para mim:

— Olha só quem está no caixa: a Suzana. – disse ela com aspereza.

— Com ciúmes? –perguntei baixinho.

— Nem um pouco. – ela soava pouco convincente – Por que eu teria ciúmes?

Eu ri e sussurrei em seu ouvido:

— Também não imagino porque teria, afinal, eu não ligo a mínima para nenhuma outra garota a não ser você. Não tem porque ter ciúmes, pois eu não sei se já te falei isso hoje, mas eu amo você, Annabeth Chase.

Ela sorriu, um sorriso tão lindo que daria inveja a qualquer pessoa.

— Eu digo que te amo e você só fica sorrindo, é?

— Eu também te amo, Cabeça de Alga! – disse me batendo de leve – Amo muito, na verdade.

Bryan, que estava na nossa frente na pequena fila se virou.

— Podem falar mais baixo, por favor? Não sou obrigado a ouvir as conversas melosas de vocês.

— Exagerado você. –disse eu lhe dando um tapa na cabeça.

— Sério, acho que prefiro vocês implicando e meio que discutindo um com o outro do que isso. É mais aturável.

Foi a vez de Annabeth bater nele.

— Idiota! Vai para frente que a fila está andando, Para-raio!

— Ok! – ele a obedeceu.

Em pouco tempo já havia chegado a vez de Bryan, e após ele pagar sua conta, foi a nossa vez de pagarmos a nossa.

— Bom dia! – disse a Suzana com a voz tentando ser... Sedutora? Se era isso, estava longe de conseguir. — O que desejam?

— Viemos fechar nossa conta no hotel! – disse Annabeth antes que eu pudesse falar qualquer coisa.

— Tiveram uma boa estadia? – perguntou Suzana, embora estivesse olhando para mim.

— Tivemos uma ótima, estadia! – disse Annabeth. Foi impressão minha ou ela disse ótima de forma que desse para se entender um duplo sentido?

Bem, acho que não preciso realmente explicar o resto. Em resumo, Annabeth não me deixou abrir a boca uma vez, e mesmo assim a única coisa que fizemos foi pagar a conta, o que devo acrescentar, até que não foi tão cara. 

— Obrigada por se hospedarem no Days Hotel Broadway! Voltem sempre! –disse ela depois que pagamos.

— Obrigada! Pode deixar, voltaremos. – disse Annabeth me puxando pela mão e me levando embora.

— Acho que você esqueceu que eu disse que não precisava ficar com ciúmes. – disse enquanto era arrastado.

Annie parou de me puxar e se virou para mim, faltavam apenas alguns metros para chegarmos a porta do hotel. Bryan já estava do lado de fora nos esperando.

— Ela te analisava como se quisesse te devorar! – ela olhou na direção do caixa — Na verdade, ainda olha. Quer saber, hora de esquecer a fachada de primos.

Annabeth segurou a gola da minha camisa, me puxou e roubou-me um beijo. Minha reação instintiva foi segurar seu rosto e aprofundar o beijo. 

Como sempre acontecia quando nos beijávamos, o mundo inteiro  pareceu desaparecesse, só o que importava era nós dois e todas as sensações que o beijo provocava (como deixar meu cérebro parecendo gelatina).

— Agora sim! – Annabeth se afastou de mim, sua respiração ofegante enquanto ela sorria — Finalmente ela reparou que eu sou sua namorada.

Eu não me importava se estávamos basicamente no meio do lobby do hotel, eu queria beijar Annabeth novamente. 

— Talvez ela precise de mais uma demonstração. – coloquei minha mão ao redor da cintura de Annabeth e puxei-a de encontro meu corpo enquanto encostava meus lábios nos dela mais uma vez.

Annabeth soltou a mochila que carregava em uma das mãos e passou os braços ao redor do meu pescoço. Sua boca, que como sempre tinha um gosto surpreendente doce, deu passagem para que minha língua entrasse.

Não sei dizer ao certo quando tempo ficamos ali, já que os minutos perdiam seu sentido quando estávamos nos beijando. Eu teria ficado daquele jeito com ela para sempre, não fosse o fato de termos que respirar. Nos afastamos ofegantes, Annabeth pegou a mochila do chão, sorrindo. Eu mesmo também sorria feito um bobo enquanto olhava para ela.

Algumas pessoas assobiaram e nisso reparamos que havíamos chamado a atenção de todos a nossa volta; não sei dizer quem ficou mais vermelho: ela ou eu.

De qualquer jeito, nos dirigimos ao lado de fora do hotel de mãos dadas. 

— Finalmente! – disse Bryan quando o alcançamos - Pensei que não iam terminar de se agarrar nunca! O que foi aquilo afinal?

Annabeth, ainda vermelha, sorriu de lado.

— Só estava deixam explícito para certas recepcionistas oferecidas que Percy e eu somos namorados. 

— Bem, então sua tática com certeza foi um sucesso, pois não só ela sabe que são namorados como todas as pessoas do hotel. – disse ele enquanto chamava um táxi.

Annabeth e eu voltamos a ficar vermelhos, mas sorrimos.

Eu não me importava de beijá-la na frente dos outros, acho que namorados fazem isso, não? E mesmo assim, eu não tinha vergonha de dizer que a amava, muito menos de beijá-la, mesmo que de início tenha sido para mostrar a recepcionista que éramos namorados.

O táxi chegou e nós três escorregamos para o banco de trás.

— Para o Empire State Building, por favor!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!