Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 45
Capítulo 45: Recebo uma flor e um cartão


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como foi a Páscoa de vocês?
Bem, obrigada pelos reviews, gente! Indo respondê-los! Tomara que gostem desse capítulo. Embora minha prima ( a única que ouve a história antes de eu escrevê-la) quase tenha me matado pelo que eu fiz e tenha dito que vocês vão querer fazer o mesmo comigo, mas eu duvido porque vocês são leitores maravilhosos!
Boa leitura!



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Annabeth’s POV

— Annabeth! Annabeth! – ouvi Percy dizendo meu nome enquanto me tocava delicadamente.

Meu desejo era abrir os olhos e perguntar para ele se estava tudo bem, mas a luz ainda vinha em minha direção, de forma que incomodava quando eu tentava abrir os olhos. Por isso me movi um pouco, tentando sair de sua direção, e foi nisso que senti estar deitada na cama e envolvida em uma colcha.

Ouvi o som da porta do quarto e alguém entrando, mesmo eu não estando mais na direção da luz, decidi continuar de olhos fechados para saber o que estava acontecendo.

— Cara, você ainda está tentando acordá-la? – perguntou uma voz familiar que ao que me parecia estava falando com o Percy — Nunca pensei que iria demorar mais de dez minutos para Annabeth acordar, levando-se em conta que no acampamento ela parecia ser uma das primeiras a acordar.

Calma, a voz (que se parecia muito com a de Bryan) disse que eu estava... dormindo? Eu não estava entendendo nada, a última coisa que eu me lembrava era de uma camareira batendo na porta do quarto, Percy chamando por mim e uma luz ofuscante que não me deixava abrir os olhos, não tinha nada de Bryan dentro do quarto.

— Eu sei disso, mas ela estava muito cansada, dormiu enquanto lia o livro das armas. — disse Percy calmamente, sua voz parecendo mais distante, como se ele estivesse perto da porta. – O que eu não entendi ainda foi por que você me acordou as oito horas da manhã, considerando que fomos dormir às seis, para pegar esse bendito livro, não podia ter esperado para buscar mais tarde, não? Aliás, eu ainda não acredito que deixei você pegar o livro. 

— Ao menos, Annabeth ainda está dormindo, ela não vai saber que eu peguei o livro.

— Queira os deuses que não. 

Espera? Percy estava bem? Não havia ninguém ali além de Bryan? E ele havia pegado o livro que EU estava lendo? Claramente ele sabia que seria morto se eu soubesse disso (assim como Percy por ter lhe dado o livro sem que eu permitisse), só o que eu não lembrava era do Para-raios batendo na porta. Será que fora ele que batera a porta fingindo ser a camareira? Não, não podia ser, aquilo fora ao meio-dia. Mas então... Que horas eram? Melhor continuar fingindo estar dormindo.

— Aliás, por que você precisou me acordar tão cedo, hein? - a voz de Percy mostrava certa indignação.

— Ué, porque você bem sabe que se Annabeth estivesse acordada não me deixaria encostar um dedo no livro antes de ela terminar de lê-lo, então, eu resolvi arriscar e vir aqui antes dela acordar. Eu realmente precisava ler o livro e não é como se eu conseguisse dormir, de qualquer forma. 

— Hum... Entendi, mas acho que ela vai nos matar de qualquer jeito. Você por ter pego o livro e eu por ter deixado.

— Mas eu já o devolvi! Ou esqueceu que foi para isso que eu vim ainda pouco?

Aquela conversa estava cada vez mais estranha.

— É verdade, você já o devolveu, então o que ainda faz aqui mesmo? – perguntou Percy ironicamente, e mesmo eu querendo acabar com os dois por causa de terem tocado no livro, tinha certeza de que se tivesse de olhos abertos já teria os revirado diante a fala de Percy.

Bryan riu.

— Eu tinha esperanças de que você já houvesse conseguido acordar Annabeth, assim, eu poderia conversar com ela sobre o que eu descobri do livro e ela poderia averiguar algumas coisas no laptop de Dédalo. Sabe como é, o livro eu até pego emprestado, mas tenho certeza de que se encostar nesse laptop vou acabar indo fazer uma longa visita ao meu tio menos favorito.

— E ninguém quer isso não é? – disse Percy sarcástico.

Bryan riu, de novo.

— A não ser você, ao que parece.

Depois disso tudo, eu estava doida para acordar, só não sabia o que faria primeiro:

1) Matar Bryan por ter pegado o livro enquanto eu estava dormindo.

2) Matar Percy por ter dado o livro à Bryan.

3) Perguntar o que o Para-Raios havia descoberto no livro.

4) Entender o que tinha acontecido depois que a camareira apareceu

O que me faz pensar... O que realmente havia acontecido mais cedo? Era melhor eu esperar Bryan sair para que eu pudesse falar a sós com Percy, porque mesmo querendo feri-lo com minha adaga, ele não precisava saber o que tinha acontecido mais cedo (ou quase acontecido).

— Acho melhor eu ir, Percy, pois pelo que eu estou vendo, Annabeth ainda vai demorar a acordar. – ouvi o barulho da porta, sabia que Bryan estava saindo – Ah! Estou lá embaixo, vou tomar café da manhã, vejo vocês lá depois?

— Pode deixar! – disse Percy – Agora se manda!

— Ok! – disse Bryan, e a próxima coisa que ouvi foi o som da porta se fechando.

Abri os olhos e me sentei rapidamente na cama. Com esse meu movimento, Percy me olhou assustado.

— Bom dia, Sabidinha! – disse ele se sentando ao meu lado na cama, ainda surpreso com meu movimento repentino – Tudo bem com você? Pensei que ia ficar dormindo o dia inteiro.

Percy se aproximou de mim, segurando minha mão.

— Bom dia para você também, Percy, e nem tente desconversar, ouvi tudo o que Bryan e você estavam conversando. Deixou ele pegar o livro foi?

É, eu não deveria falar isso assim, mas era melhor resolver isso logo, assim poderia perguntar sobre o que aconteceu mais cedo.

Percy desviou os olhos dos meus e coçou a cabeça, parecia nervoso.

— Oh, você ouviu aquilo? Bem, ele veio aqui mais cedo e pediu emprestado o livro e como você estava dormindo... Não vi problema nenhum em emprestar, ainda mais porque tinha e tenho esperança de que ele leve uma bronca sua, ou qualquer coisa assim, fora que é importante para a missão.

Analisei-o.

— Ok! Eu não vou discutir isso com você agora, pois o que eu quero mesmo saber é: o que aconteceu ainda pouco?

Percy me olhou de forma confusa.

— Hum? Eu é que pergunto: o que é que aconteceu ainda pouco?

— A camareira que veio aqui, aquela luz ofuscante e...

— Do que você está falando, Annabeth?– olhei novamente para Percy, ele realmente parecia não fazer ideia do que eu estava falando. E foi ai que olhei para o relógio na cabeceira da cama.

Eram onze da manhã, não meio-dia. A partir do momento que a hora não anda para trás... Uma ideia, que me pareceu a resposta, surgiu em minha mente. Será que eu... Sonhara com tudo aquilo? Não, não podia ser, eu não poderia ter sonhado com aquela luz forte, com aqueles beijos, com aqueles toques.

Olhei ao redor, a janela do quarto estava aberta e a luz do sol quente do verão entrava violentamente no quarto. O sol iluminava o ambiente e repousava exatamente no lugar onde eu estava deitada alguns momentos atrás.

Não podia ser!

Olhei para minhas roupas, se é que uma camisola rendada e vermelha pode ser chamada de roupa. Me analisei lentamente, se aquilo tivesse acontecido, eu deveria estar usando roupas, não aquela camisola. De relance,  olhei para Percy. Ele usava bermuda xadrez, camisa vermelha e tênis, nada parecido com o que eu achava que tinha acontecido.

Eu não queria acreditar, mas definitivamente, eu havia sonhado com aquilo tudo! Fora tudo tão real, tão bom, eu podia lembrar de cada detalhe, de cada toque, de cada sensação. Argh!

— Nada! – respondi tarde de mais – Foi só... Um sonho!- estava parecendo nostálgica até para eu mesma.

— Certeza?

— Foi só um sonho muito bom e muito real, daqueles em que não se deseja acordar.

Percy me olhou desconfiado.

— Eu também tive um sonho, mas não foi nada bom. Explicou algumas coisas, na verdade, mas a companhia foi péssima. – disse ele fazendo uma careta – Mas então, o que aconteceu no seu sonho para ser tão bom? Eu quero saber, porque você falou de uma camareira, de uma luz...

— Percy – disse eu o interrompendo – foi só um sonho e eu não quero falar sobre ele agora, esqueça, por favor! – “Esqueça porque é o que eu estou tentando fazer”. — Então, antes, quando você estava falando com Bryan, ele disse que veio aqui mais cedo para pegar o livro, não é?

Percy ainda parecia querer saber sobre o meu sonho, mas mesmo assim começou a falar.

— Foi, e como eu disse você estava dormindo, eu dei o livro para ele, pois poderia ajudar na missão. Na verdade, parece que ele descobriu algo, mas ele precisa falar com você porque vamos precisar do laptop de Dédalo. 

— Ele realmente descobriu algo então! – disse eu me concentrando na missão e esquecendo do sonho ou fingindo esquecer — Bem, acho melhor irmos tomar café logo, o dia será longo. – me levantei rapidamente, dando um selinho em Percy (o que me fez ficar vermelha, pois me lembrei do sonho).

Com um sorriso um pouco falso no rosto, peguei minhas coisas e me dirigi ao banheiro. Logo após fechar a porta gritei para Percy:

— É melhor você ir descendo, Cabeça de Alga. Vá tomar café da manhã, faça companhia a Bryan, encontro vocês lá depois.

— Ok! – disse Percy sem animação nenhuma, ele parecia intrigado com a minha reação, não é para menos, foi só eu me tocar de que havia sonhado que eu ficara decepcionada e nem havia falado com ele direito, apenas fugido para o banheiro. Fora que ele parecia querer contar sobre o próprio sonho.

Assim que ouvi Percy saindo do quarto, encostei-me à porta do banheiro e lentamente fui escorregando até tocar o chão.

Entenda, quando eu estava sonhando e tudo aquilo parecia real, fora tudo muito intenso, eu pude sentir cada detalhe de tudo, fora certo. No entanto, acordar, descobrir que era tudo um sonho, me deixou: envergonhada, frustrada, nostálgica e, acima de tudo, fez com que eu me sentisse uma boba, idiota e estúpida por ter sonhado com algo assim. E mesmo que eu não quisesse, enquanto eu estava ali, sentada, pensando se explicava ao Percy o sonho inexplicável ou se o editava, cada cena voltou a minha mente, como num flashback.

"Chega!" - pensei. "Vou tomar um bom banho e esquecer tudo!"

Como se isso fosse fácil!

Tirei minha camisola e entrei embaixo do chuveiro, a água fria caindo sobre minha cabeça. Mas isso não foi o suficiente para me impedir de pensar naquele maldito sonho. 

“Existe um lado bom daquilo ter sido apenas um sonho, pois eu sou jovem demais e provavelmente teria me arrependido se tivesse sexo naquele momento e além do que, a missão começa hoje, tenho mais no que me concentrar.”— disse a mim mesma.

“E é normal se sonhar com coisas assim quando se tem um namorado e se dorme com ele, eu acho. E você não é a primeira nem a última com quem acontece isso.”

Pensando em coisas assim, tentei me convencer de que não me importava mais com o que havia sonhado.  

Saí do chuveiro e troquei de roupa. Passei pelo quarto, vi que Percy já havia recolhido tudo que era dele e fiz o mesmo com as minhas coisas, recolhendo meu notebook, o laptop de Dédalo, meu boné dos Yankees e guardando tudo na minha mochila.

Estava prestes a sair do quarto quando um bilhete dourado com cheiro de perfume francês apareceu do nada em cima da mesinha de cabeceira. Surpresa e já imaginando de quem era, me aproximei dele e abri-o. Numa caligrafia perfeita, encontravam-se as seguintes palavras:

Querida Annabeth,

Bom dia! Encontre-me na CornerCafe do outro lado da rua!

xoxo

A deusa do Amor

PS: Não demore, e não traga nenhum dos garotos, quero falar apenas com você!

Após ler o estranho bilhete com um pedido ainda mais estranho da deusa do amor, me toquei de que aquele sonho poderia muito bem ter alguma coisa a ver com Afrodite. Não seria a primeira vez que ela se mete na vida de um semideus, muito menos, na minha vida. 

Guardei o bilhete no bolso da minha calça e sai do quarto, batendo a porta atrás de mim. Peguei o elevador e ao chegar ao térreo fui em direção ao restaurante do hotel, onde Percy e Bryan tomavam café.

— Bom dia! –disse sorrindo para os dois enquanto me sentava na cadeira ao lado de Percy e colocava minha mochila em outra cadeira ao meu lado. Os dois me olharam surpresos.

— Bom dia! – disseram em uníssono.

Ao olhar para Bryan, me lembrei do livro.

— Não pense que não sei que pegou meu livro sem minha autorização.

— Desculpe, Annabeth, é que era importante e como você estava dormindo...

Olhei dele para Percy, que me dizia pelo olhar que precisávamos conversar. Esperava que ele entendesse o meu para saber que só iria conversar com ele depois.

— Ok! Está desculpado, mas só porque era importante para a missão e eu dormi no meio da leitura dele. Só, por favor, não faça isso de novo.  – deixei a ameaça por conta do meu olhar, ele apenas assentiu.

— O que você descobriu, Harpper? – perguntou Percy antes colocar um pedaço de bolo na boca. Pelos deuses, aquele garoto amava doces.

— Bem, algo que vai nos ajudar e muito! – quando ele disse isso, decidi que podia fazer a senhora Afrodite esperar, afinal, não era como se eu realmente quisesse vê-la — No livro tem algumas páginas designadas apenas a espada de Atena e...

Nesse exato momento um garçom apareceu na mesa, trazendo com ele uma flor rosa junto de um bilhete.

— Para a senhorita! – ele me entregou o cartão e a flor em mãos.

Bryan me encarou surpreso, assim como Percy, os dois me lançaram olhares sugestivos, como se para que eu explicasse o que estava acontecendo. Olhei para os dois, sem saber o que dizer, apenas abri o cartão e comecei a ler para mim mesma:

Annabeth,

Disse para não me fazer esperar. Por favor, venha logo, antes que Zeus apareça e me mande de volta para o Olimpo.

xoxo

Afrodite

Me levantei e peguei minha mochila. Respondendo ao olhar confuso de Percy, toquei seu ombro e disse:

— Desculpem-me, tenho que ir fazer uma coisa, mas já volto!

Dei um rápido beijo na bochecha de Percy e saí rapidamente do restaurante. Logo eu estava passando pelas portas do hotel e atravessando a rua em direção ao CornerCafe. Eu precisava ter uma conversa com Afrodite.

 


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Notas finais do capítulo

Para quem não sabe, xoxo nos EUA é igual a beijos e abraços (x= beijos e o=abraços). Aliás, Gossip Girl manda lembranças. lol