Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 33
Capítulo 33: Temos uma conversa nada agradável


Notas iniciais do capítulo

Oi! Tô de volta! Espero que gostem do capítulo.
Boa leitura!!



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Annabeth’s POV

— Vejam se não são meus semideuses favoritos! – disse uma voz cheia de sarcasmo.

Virei-me na direção da voz, mas antes meus olhos percorreram o rosto de Percy (que estava branco como um papel), no entanto, ele ainda possuía aquela rebeldia e impetuosidade no olhar.

Ao olhar na mesma direção que ele me deparei com um deus, mesmo que eu não o conhecesse, teria percebido isso pela aura que emanava dele. O deus usava roupas pretas e roxas, uma coisa que eu nunca o vira usar. Sim, eu já o havia visto uma vez numa festa olimpiana, mas o conhecia o suficiente para saber que era Phobos, o deus do medo.

— Phobos! – Nico, Percy e eu falamos juntos.

Nico disse o nome do deus e revirou os olhos, como se ele fosse apenas mais uma perturbação. Percy disse com total desprezo. E eu com preocupação, era muita coisa acontecendo num curto período de tempo. Só Bryan parecia continuar confuso depois de ver Phobos, afinal, ele não o conhecia.

— Pelo visto, nem todos me conhecem. Isso não é muito bom. – Phobos saiu do meio das árvores e veio se aproximando, o que fez com que cada um de nós pegasse em suas armas, todos sabíamos o quão pouco pacífico e confiável ele era – Ora vamos, vocês não precisam das armas, eu só vim fazer uma visitinha. Bem, para quem não sabe, no caso o jovenzinho filho Zeus, eu sou Phobos, o deus do medo.

Bryan ficou um pouco surpreso, enquanto todos nós revirávamos os olhos.

— Ah! Sim, eu lembro de ler sobre você. Mas eu imaginava que você fosse um pouco mais... Sabe? Assustador. – falou Bryan enquanto Phobos o olhava de forma medonha.

— Não me acha assustador o suficiente? – perguntou o deus levantando a sobrancelha — Pois saiba que alguns de seus amigos estão preocupados com o que eu posso fazer.

Isso era verdade, Percy temia pelo que Phobos poderia fazer contra mim, e eu temia pelo que Phobos poderia fazer à ele.

— De quem você está falando? – perguntou Nico— Que eu saiba, ninguém aqui tem medo de você, o próprio Percy já te derrotou uma vez.

Phobos riu.

— Nico, não tente fingir que não sente medo de mim, eu sei que sente. Conheço seus medos mais do que você mesmo. Assim como sei dos medos dos seus coleguinhas aqui presentes. Percy Jackson e Annabeth Chase, um casal surpreendente. - eu gelei quando ele disse isso e começou a andar de um lado para o outro diante de nós – E sim, o Jackson pode ter me derrotado, mas eu sou um deus, sou imortal. No entanto, eu não posso dizer o mesmo de vocês, posso? Mas voltando... Se não me acha assustador, o que acha que sou então, Harpper?

Bryan olhou atentamente para o deus que ainda estava próximo das árvores.

— A verdade? Um deus meio medíocre. – disse Bryan simplesmente. O que na minha opinião, não era mentira.

Os olhos de Phobos assumiram um tom púrpura de puro ódio.

— Medíocre? Pois veja o que eu posso fazer.

Em um segundo Bryan, que estava de pé há alguns metros de mim, caiu de joelhos e ficou paralisado.

O quê? Como? O que houve com ele?— eram essas várias perguntas que giraram por meu cérebro por uma questão de milésimos, até que eu encontrei a resposta – Phobos deveria estar mostrando para Bryan seus maiores medos, da mesma forma como fizera com Percy.

Eu corri na direção dele.

— Bryan se levante, se mexa, é só uma ilusão! – gritei me ajoelhando à sua frente – Ele só está manipulando sua mente.

Nada, ele continuava parado feito uma estátua. E mesmo assim, Nico e Percy continuavam a fuzilar Phobos com os olhos.

Pensa, Annabeth! O que fazer para tirar do transe um garoto que ainda pouco mexeu na sua mochila?

Decidi fazer uma coisa não muito legal. "Fazer o que né?" — pensei dando de ombros.

— Mexa-se Bryan! - falei enquanto lhe dava um tapa na cara.

Eu sei, eu sei, isso foi péssimo. Mas não posso fazer nada, ele havia mesmo mexido nas minhas coisas, só decidi juntar o útil ao agradável. Agradável para mim, em todo caso.

Bryan acordou do transe e olhou para mim estupefato, da mesma forma com que Nico, Phobos e Percy olhavam para mim.

— Ai! – ele berrou esfregando o rosto, que estava vermelho por causa do tapa– Isso doeu!

— Você devia me agradecer ao invés de reclamar. – eu o ajudei a se levantar.

— Agradecer pelo quê? Pelo tabefe que você me deu?

— Não fosse ele você ainda estaria pensando em seu medo. – disse eu semicerrando os olhos.

Ele franziu o cenho.

— Então obrigado, eu acho.

Assenti e fui para o lado de Percy.

— Gostei do tapa. – disse ele ao meu ouvido.

Sorri minimamente.

Phobos parecia se divertir com a cena, até que sua expressão se transformou.

— Já chega disso!- berrou o deus - E então Bryan, ainda me acha  um deus medíocre?

Bryan engoliu em seco, mas não respondeu.

— Eu acho que não. – disse Phobos rindo e se sentando em uma raiz de alguma velha árvore. – Bem, fiquei sabendo que foram ao Mundo Inferior falar com Hades, e vejo que foram bem, já que ele não tentou matar nenhum de vocês.

Pude sentir todos ficarem tensos, parecia que Phobos sabia sobre nossos passos, como se tivesse nos vigiado, e isso só fez com que segurássemos mais firmemente nossas armas.

Ele pareceu perceber isso e logo prosseguiu:

— Bem, vocês podem guardar suas armas. Como eu já disse, não vou fazer nada com nenhum de vocês. Ainda não, pelo menos. – ao dizer a última frase, Phobos olhou diretamente para mim e pude me sentir ficando gelada, era como se eu pressentisse que algo de ruim iria acontecer...

Senti Percy estremecer ao meu lado.

— Você nunca fará nada contra nenhum de nós, Phobos!- disse Percy com Contracorrente em punho.

Eu, sinceramente, esperava que ele se lembrasse de que Phobos era um deus, mesmo que ele fosse um deus menor, ainda sim, era imortal e um deus.

— Veremos! – disse o deus, que parecia bastante calmo, como se tivesse tudo armado; como se tivesse certeza de que tudo o que ele fizesse daria certo. – Mas enquanto isso, gostaria de saber: o que faz com eles, Nico Di Angelo?

Olhei para Nico curiosa. Phobos falava com ele como se o conhecesse, o que provavelmente era verdade, a minha curiosidade era para saber como eles se conheceram.

— Estou com meus amigos e o que estamos fazendo não é da sua conta.

Era incrível como Nico parecia mais maduro, mais crescido. E era incrível também o fato de a Sr.ª O’ Leary continuar a roncar; o que me fez considerar a hipótese de que Phobos deveria estar fazendo-a dormir para que ela não tentasse nos proteger.

— Não fale assim comigo, Nico Di Angelo! – Phobos veio se aproximando de nós – Mas eu sei que esses são seus amigos, sei tudo sobre eles. Porém, eu me interesso de verdade pela garota, a Annabeth.

Percy congelou no lugar enquanto Phobos se aproximava. Mas assim que o deus deu um passo em minha direção, nós lhe apontamos nossas armas.

— Abaixem as armas se querem sair todos vivos daqui! – disse o deus com uma súbita fúria no olhar.

Nos entreolhamos, cada um abaixando vagarosamente sua arma, sendo que Percy foi o último a abaixá-la, porém, não sem antes direciona-la à Phobos:

— Não faça nada com ela. – disse Percy entredentes, o que fez com que Nico e Bryan ficassem sem entender nada.

— Pode deixar, Jackson! –  Phobos empurrando a espada de Percy para longe de si – Hoje não vou fazer nada. Hoje não.– ressaltou ele.

Eu não sabia o que me irritava mais: as ênfases de Phobos, insinuando que não machucaria ninguém HOJE ou Percy me protegendo.

Tudo bem que o Cabeça de Alga era um fofo cuidando de mim, mas era EU que sempre o impedia de ser morto, não o contrário. Eu não estava acostumada a isso.

— Eu sei me cuidar! – olhei para Percy e depois para o deus– Não tenho medo de você Phobos.

O deus agora estava de frente para mim.

— Sim, a senhorita sabe se cuidar, eu sei disso muito bem. Só que talvez,  talvez devesse ter ouvido sua mãe, ter ficado longe de certas pessoas. – disse Phobos olhando sugestivamente para Percy.

Bryan e Nico olhavam confusos para nós enquanto Percy me olhava preocupado, como se tivesse um nó na garganta.

— Eu decido com quem devo andar, não minha mãe e muito menos você - aquele deus estava acabando com a minha paciência – Você não tem que se meter nas minhas escolhas, se Percy te venceu em uma luta, você não deveria ficar querendo brigar, deveria aprender a perder.

Phobos sorriu maliciosamente.

— Respondona a mocinha! Hera tem razão de não gostar de você, entretanto, esse é um assunto que não me corresponde. Só acho que deveria saber, irá sofrer muito por estar com o Jackson, sua vida não será fácil a partir de agora.

Revirei os olhos.

— Minha vida nunca foi fácil, eu sou uma semideusa. E, pro seu governo, eu posso suportar muitas coisas.

— Muitas coisas sim, mas tudo... Não.

E no mesmo instante senti meus joelhos fraquejarem e minha mente foi preenchida por uma horrível visão.


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Notas finais do capítulo

Amo terminar do nada assim (vocês já repararam isso, né?).