Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 10
Capítulo 10: Um javali nos persegue


Notas iniciais do capítulo

Pessoal postei mais um cap! :D



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Annabeth’s POV

Peguei a mão de Percy e conduzi-o de volta para sala. Tinha que explicar a história bem resumidamente, estava ficando preocupada. Dois semideuses poderosíssimos na sala de Sarah? Era provável que algum monstro aparecesse e, além do que, tínhamos que levar Bryan pro Acampamento. Mas o melhor era esperar ele contar sua história, considerando que eu não sabia nada sobre ele.

— Por favor, sente-se, Percy. - disse delicadamente.

Ele me obedeceu.

— Acho que tenho que explicar como ficamos machucados. - disse apontando para Bryan e para mim.

Em 10 minutos resumi a história, o meu ponto de vista da história ao menos.

Suspirei.

— E foi isso! Agora estamos aqui.

— Mas como o Bryan te encontrou? – perguntou Percy, completamente enciumado. Eu podia perceber que ele não gostou de saber que Bryan havia me salvado, e não ele. 

Virei-me para Bryan.

— É o que eu também gostaria de saber. Bryan, como você me encontrou?

Bryan parecia ter voltado de seus devaneios, seus olhos azuis estavam meio tristonhos.

Ele se levantou.

— É melhor se sentarem, a história é complicada.

Me sentei, todos na sala prestavam atenção em Bryan.

— Bem, meu nome é Bryan Daniel Harpper, tenho 17 anos, nasci em Phoenix. Morei lá com minha mãe - sua voz falhou - até meus 12 anos de idade, quando ela foi convidada a dar aula na Universidade de Yale, em Connecticut, aí nos mudamos para lá. - sua voz foi sumindo - Ela era professora de Direito.

A Srª Jackson perguntou delicadamente:

— Qual o nome da sua mãe?

Bryan abaixou o rosto.

— Era Kate. Ela já faleceu, Srª Jackson.

— Eu sinto muito!

Bryan deu de ombros.

— Não se preocupe, Srª Jackson, a senhora não sabia. Bem... Desde pequeno ela me dizia que meu pai era um homem legal, mas que não podia ficar perto de nós. Sempre que perguntava o porquê ela dizia que sua família não permitia, que eram contra esse relacionamento. Ela parecia tê-lo amado muito, mas continuava vivendo sua vida, sempre cuidou de mim sozinha, só nós dois. Às vezes aconteciam coisas estranhas, mas ela sempre dava um jeito de resolvê-las. Até que... a 3 semanas atrás ela voltou do trabalho, estava passando mal, estava pálida. Eu estava preocupado com ela, mas ela pediu para que eu a ouvisse primeiro. Ela me contou que eu era diferente, me disse que eu era filho de um deus grego, me explicou coisas que eu nem sequer podia compreender. Minha mãe, basicamente, fez um resumo para mim sobre como a mitologia grega era algo real e muito presente no nosso dia a dia. A princípio, achei que estivesse delirando, entretanto, a intensidade do seu olhar me dizia aquilo tudo era verdade. Então, ela desmaiou e tive que coloca-a na cama, fiquei desesperado, não sabia o que fazer, estava pensando em chamar um médico quando ela abriu os olhos. Minha mãe me disse que eu precisava ir para o Acampamento Meio-Sangue, que ficava em Long Island, disse que tinha bastante dinheiro reservado para isso. Antes de morrer me deu isso- ele tirou um pequeno anel do dedo, que logo em seguida virou uma espada. – Disse que era para me defender. Eu nunca vou esquecer que a última frase que ela disse foi: "Bryan tome cuidado, nem tudo é o que parece. E não se preocupe, você não é o único, eu...". Depois disso, ela morreu.

Ele fazia força para não chorar.

Sem saber o que fazer, mas comovida pela história, troquei olhares com a Srª Jackson, assim, ambas levantamos e fomos abraçá-lo. Logo depois foi a vez de Sarah.

— Mas como encontrou Annabeth?-perguntou Percy logo que voltei a me sentar ao seu lado. 

— Havia chegado em NY hoje pela manhã, perguntei para algumas pessoas, mas ninguém conhecia esse acampamento. Me hospedei num hotel com o dinheiro que minha mãe havia deixado numa conta para mim, e então, decidi dar uma volta porque estava extremamente deprimente ficar trancado num quarto de hotel. Andei por alguns quarteirões, mas acho algo queria que eu fosse para aquela rua, quando passei vi uma garota sendo segurada pela perna por alguma coisa... Então, olhei novamente e vi que era um ciclope. Primeiro achei que estava louco, depois me lembrei que um desses havia atacado minha mãe quando eu era pequeno. Lembrei dela e decidi ajudar a garota.

Bryan me olhou.

— Obrigada pela ajuda! Mas acho que foi Atena que te guiou para lá, eu tinha feito uma prece para ela uns momentos antes de você chegar. 

— Deve ser isso então.

Um clima de silêncio tomou conta da sala, até Sarah se manisfestar batendo palmas. 

— Bem, vamos melhorar esse astral pessoal. Hoje é meu dia de folga, então vamos comer e aproveitar. Venham!

Sarah fez questão de guiar cada um de nós para a mesa da sala.

Percy estava muito calado, acho que estava se lembrando da época em que pensou que sua mãe estava morta e de como havia se sentido. E eu também quase não queria falar, a última frase de Kate Harpper ainda martelava na minha cabeça: “E não se preocupe, você não é o único, eu...”. O que ela iria dizer?

— No que você está pensando?- Percy perguntou.

Nem notara que havia me sentado ao lado do Cabeça de Alga. Bryan estava a minha frente, a Srª Jackson ao seu lado e Sarah? Ah! Servindo o lanche.

— Nada demais. – sussurrei.

— Hum. - ele me olhou de uma forma como se soubesse que eu estava mentindo. 

Me virei para Bryan.

— Temos que te levar pro Acampamento ainda hoje. Pode ser perigoso ficar fora dele, ainda mais quando não se tem a devida instrução.

— A Annie tem razão, Bryan, temos que te levar hoje pro Acampamento. - Percy segurou minha mão.

— Hoje? Ahn! Por mim tudo bem! – disse Bryan - Fico feliz por ter encontrado pessoas que saibam onde esse lugar é, porque, aparentemente, ninguém em New York parecia saber.

Revirei os olhos.

— Isso porque o Acampamento não é algo que os humanos saibam, ou ao menos, que não costumam saber. É um lugar voltado para semideuses e alguns seres mitológicos. Além disso, não é algo que você deva sair perguntando por aí. 

— Ah, entendo. - ele parecia constrangido.

Vendo nossa interação e a reação de Bryan, a Srª Jackson resolveu intervir.

— Será que não é melhor deixá-lo lá em casa por enquanto Annabeth?

— Annabeth tem razão, Sally, é melhor levarem Bryan pro Acampamento ainda hoje. – disse Sarah. – Mas só depois do lanche.

 

************************************************

Estávamos saindo do prédio de Sarah, ela nos acompanhava até a portaria.

— Foi ótimo recebê-los hoje, pessoal! Espero que voltem!

— Pode deixar, Sarah! Voltaremos.

Sarah piscou

— Eu sei que voltarão, Annie. Sei disso.

Ela abraçou cada um de nós.

— Boa sorte pessoal!

Dirigimos-nos ao carro da Srª Jackson. Pensei que seria mais complicado andar com o pé ainda enfaixado, mas ele já não doía, então, não foi realmente muito difícil acompanhar o passo dos outros.

— Acho melhor vocês irem levá-lo direto pro Acampamento. Eu pego um táxi para casa.

— Srª Jackson, nós podemos levá-la em casa. – disse

— Annabeth, querida, você sabe que cada minuto é necessário. Você melhor do que ninguém sabe disso.

— A Srª está certa! Percy, é melhor irmos logo. Não queremos que se repita o que houve com Thalia.

Oops! Acho que acabei de dar uma dica a Percy, eu não disse nada sobre quem Bryan era filho, não achava certo falar com mais ninguém antes de ter certeza, quer dizer certeza eu tenho, mas não quero dizer antes que Zeus o nomeie.

— Está bem, Annie. Mãe tudo bem, né?

— Claro, querido.

A Srª Jackson deu um forte abraço em nós três. Parecia ter se afeiçoado a Bryan ao descobrir que perdera a mãe.

— Se cuidem!

Entramos no carro. Percy dirigindo, eu no carona e Bryan no banco do passageiro.

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Estávamos perto do acampamento, 5 km. Cada minuto me preocupava. Me lembrava de Thalia, Luke e eu, tinha medo de que tudo se repetisse. Ainda mais se considerar que Bryan havia passado o dia em NY e nenhum monstro havia o atacado diretamente. Era muita sorte pra um semideus filho de quem eu achava que era. 

— Você está tensa, Annie. O que foi? – perguntou Bryan, demonstrando ser alguém bastante observador.

— Ansiosa só isso. O Acampamento é a minha casa, minha verdadeira casa. - tentei encobrir o fato de que estava mesmo tensa. 

Percy fez uma curva com o carro, e nesta hora pude ver um vulto vindo atrás de nós.

— Tem alguma coisa atrás da gente! – falei

— O quê? Que coisa?- perguntou Bryan

— Um monstro. - Percy respondeu

Quando o carro fez outra curva, eu consegui ver perfeitamente o que vinha atrás de nós com uma velocidade surpreendente. Um arrepio subiu pela minha espinha antes de eu falar:

— Mais precisamente, o Javali de Erimanto






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Notas finais do capítulo

E aí? Explico sobre o javali de Erimanto no próximo cap.
Eu sei ser má né?