Remember Me escrita por lininhaaa


Capítulo 8
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– Capítulo O8

O relógio em cima da lareira da casa anunciava que passava das nove horas da noite. Sakura estava recostada no sofá da sala de estar assistindo desenhos com Saky. O gesso de sua perna tinha sido tirado há cinco dias. Ainda sentia algumas dores que aliviavam com analgésicos.

De onde estava via Saky sentada no chão rabiscando alguns papéis em cima da mesa de centro. Estava relativamente cansada já que a perna ainda parecia mais pesada do que quando estava com gesso.

“Sasuke está demorando mais que o normal...” pensou. Ele nunca – até onde se lembrava – tinha demorado tanto tempo para chegar em casa. Cogitou a possibilidade de ter ficado até mais tarde na editora, porém optou em não ligar.

– Mamãe, está chovendo... – Saky resmungou sem desviar os olhos dos papéis. – Cadê o papai?

– Acho que ficou trabalhando até mais tarde... – Sakura virou o pescoço para ver a janela atrás de si. Os pingos eram pesados e barulhentos quando se chocavam com o vidro. – Essa chuva não passará tão cedo. – pensou alto.

Levantando-se do sofá, caminhou até a cozinha. Lá, separou dois copos de leito com alguns biscoitos.

– Saky-chan, guarde o seu material e venha comer alguma coisa para dormirmos. A senhora já deveria estar na cama...

– Não quero, mamãe!– a pequena gritou da sala.

– Tudo bem. Vou comer esses biscoitos sozinha, então. – mal terminou a frase e ouviu passos pesados e rápidos vindo em sua direção.

– Eu quero sim! – Saky arregalou os olhos quando viu a travessa com alguns biscoitos de chocolate.

Sakura soltou uma risada.

– Espertinha. – ela retrucou. – Tome todo o leite também...e não esqueça de guardar o seu material. Mamãe ainda não está com a perna concertada.

– Hm... – resmungou a pequena enquanto preocupava-se em mastigar os biscoitos. – você já se lembrou da gente, mamãe?

– Já, meu amor... já lembrei. – mentiu. Queria lembra-se mais de tudo e de todos.

Sakura esperou que a filha terminasse o copo de leite que tomava. Era hora de colocá-la na cama e atéaquele momento nenhum sinal do Uchiha. Pensou se havia acontecido alguma coisa.

– Muito bem! – exclamou ao ver que a pequena tinha acabado sua refeição. – enquanto arrumo essa louça, guarde suas coisas ok?

Recebendo um “Uhum” ainda com um último biscoito na boca, Saky correu para a sala. Juntou as folhas em uma pilha e guardou os lápis de colorir no estojo de gatinho. O mesmo foi guardado na bolsa cor de rosa que usaria amanhã cedo para ir à escola.

Depois de depositar a mochila próxima da porta, ouviu passos lentos vindos em sua direção. Viu Sakura andando calmamente em direção a porta, trancando-a. Observou a mãe pensativa olhando para a janela e percebeu que ela demorou alguns segundos para fechar as cortinas. A chuva parecia estar mais pesada.

– Vamos nos deitar. – anunciou a rosada, vendo Saky concordar.

*

A chuva não dava trégua. Seria impossível sair com o carro com o mundo desabando lá fora. O rapaz moreno pegou a caneca com o café já frio e bebericou torcendo o rosto.Sasuke analisava a tela do computador atentamente sem prestar a atenção em o que estava lendo.

– Está tudo bem, Teme? – Naruto sentou em cima da mesa com um copo de água nas mãos. – Parece distraído.

Sasuke bufou.

– Impressão sua. – resmungou mal humorado.

– Hm... E como a Sakura-chan está? – o loiro ignorou o mal humor comum do amigo. – Esta melhor?

Ele pareceu pensar um pouco antes de menear um sim com a cabeça.

– Sakura já se lembra de algumas coisas...

– Isso é bom! – exclamou feliz. O Uchiha suspirou pesado em resposta. Confuso pela atitude, Naruto completou: - Não é? Quer dizer, você estava preocupado que ela poderia ficar sem memória para sempre e-

Sasuke o interrompeu.

– E se ela se lembrar de tudo? – questionou-o levantando-se e indo em direção a uma janela.

Naruto viu o amigo voltar-se até ele. Parou para pensar um pouco e em um segundo ele entendeu o que Sasuke queria dizer. Entendia o sofrimento do amigo. Lembrou-se que o casamento com Sakura não estava tão bem nos últimos tempos. Esqueceu-se quando ele anunciou que a ex-Haruno sofreu o acidente após a discussão. Assim como esqueceu sobre as desconfianças e as “certezas” do Uchiha.

– Mas ela não sabia... Sabia? – O Uchiha negou com a cabeça. – Você tem certeza disso?

– Tenho. – respondeu direto.

– Acho que vou para casa, Sasuke. – comentou ao olhar o relógio de pulso.

Já passava das onze da noite. Os dois ficaram até mais tarde para arrumar os detalhes finais da revista semanal e não viram as horas passarem. Naruto fechou o notebook e o guardou em sua bolsa.

– Acho que deveria fazer o mesmo, Teme... Já é tarde e as meninas estão sozinhas. – ponderou. Em resposta, Sasuke meneou concordando. – Pode me dar uma carona? – O loiro coçou a nuca. – Está chovendo e estou sem carro.

Meio a contra gosto, Sasuke apenas desligou o computador e pegou a pasta em cima de sua mesa. Depositou a caneca ao lado do computador e caminhou até a porta.

– Vamos, Dobe.

*

E naquele momento Sasuke nunca havia xingado tantos ancentrais Uzumakis e não lembrava-se de odiar Naruto tanto quanto naquele instante. Por que raios concordou em dar carona para ele? Claro! Porque era seu amigo e o mundo parecia desabar a cada instante.

E por que Naruto estava em sua casa quente, são e salvo e seco enquanto ele estava na chuva e com o carro encostado em um beco com o motor fundido? Sasuke não sabia... só tinha certeza que Naruto era o culpado.

– Kuso! – o soco no capô ecoaria se não estivesse chovendo tanto e o barulho abafasse o som.

Sasuke abriu a porta do carro e pegou as chaves de casa dentro da bolsa. Pelo menos tentaria chegar em casa naquela noite. O carro ficaria para o dia seguinte.

– Uma da manhã. – ele falou para si mesmo. Sakura deveria estar preocupada. A essas alturas – antigamente – Sakura ligaria enlouquecida ligando para o seu celular. E por que diabos estava sentindo falta?

O Uchiha trancou o carro e ativou o alarme. Duvidava que alguém roubaria o carro, mas com o sorte que estava era melhor não dar chance ao azar.

Abraçou o próprio corpo. Os pingos mal deixavam o moreno enxergar o caminho. Por “sorte”, sua casa estava a pouco mais de 10 minutos. Dez minutos que seriam dez horas pela sensação térmica de cinco graus e pela chuva que já o ensopava por inteiro.

Perdeu a conta de quantas poças ele havia pisado. Não que fizesse diferença pois já não sentia os dedos das mãos e muito menos dos pés.

– Kuso!

Depois de dez minutos eternos, Sasuke avistou sua casa. As luzes estavam completamente apagadas. Também pudera... as duas deveriam estar dormindo e ele estava errado em só aparecer em casa de madrugada.

“Talvez seja um castigo...” ele refletiu mal humorado.

Com os dentes batendo devido ao frio, Sasuke pegou a chave e com certa dificuldade abriu a porta da sala. Um bafo quente e acolhedor atingiu seu rosto e ele nunca agradeceu tanto em ver seu lar.

Deixou os sapatos e as meias ao lado da porta, torcendo-as para que não recebesse uma bronca de Sakura. Fechou a porta atrás de si e sequer acendeu a luz. Não queria acordar ninguém. Naquele momento tudo o que desejava era um banho quente e seu sofá-cama.

Com passos silenciosos, Sasuke subiu as escadas e encaminhou-se para o quarto de Saky. Estava entreaberta e pôde ver a pequena dormindo profundamente. Deveria estar cansada, ele pensou.

Indo em direção ao banheiro do corredor, Sasuke estreitou os olhos para ver pela fresta do quarto que antes também era dele. A luz do abajur estava acesa e de longe viu que Sakura estava com o álbum de fotos pousado sobre o peito. Provavelmente ela deveria estar tentando lembrar de algo e acabou adormecendo.

Sem mais delongas, o Uchiha foi para o banheiro onde poderia tirar aquela sensação fria que lhe corria.

*

Sakura abriu os olhos pesarosos e olhou para o álbum em cima de si. Parecia que tinha sido acordada por alguma coisa. Ouviu um barulho no andar debaixo da casa e franziu o cenho. Olhou para o relógio e passava das cinco da manhã.

– Ainda está chovendo. – concluiu ao ver a janela molhada. – Sasuke.. será q- - outro barulho a despertou. – Mas o que é isso? – resmungou.

Tirou o álbum de cima de si e depositando-o na cômoda, Sakura resolveu levantar-se. Por um minuto achou que fosse Saky. Saiu do quarto e foi até o quarto da filha onde a encontrou dormindo. Recebeu uma corrente de ar fria do corredor e encolheu os ombros.

Dessa vez, o barulho a fez atentar-se para a sala. Parecia uma tosse. E outra... e mais uma.

Desceu as escadas devagar e ainda um pouco receosa. A sala estava escura e um amontoado preenchia o sofá. O amontoado revirou-se e soltou mais cinco ou seis tosses

– Sasuke...? – chamou-o preocupada do ultimo degrau. Ouviu um resmungo baixo.

Algo não estava certo. Não sabia o que era ainda. Andou silenciosa até o sofá e encontrou uma cabeleira negra debaixo de um edredom um tanto grosso. O Uchiha estava de costas para a escadas.

– Sasuke... – murmurou. Ela tocou em seu ombro e ele remexeu-se novamente grunhindo algo que Sakura não conseguia compreender. – Você está bem?

Remexeu-se mais uma vez, colocando-se de frente para rosada. Ela estreitou os olhos e percebeu que as maçãs do rosto de Sasuke estavam coradas. “Ele que tem a pele tão pálida.” Pensou.

– Urgh! – ele resmungou, sendo interrompido pela tosse.

Com cuidado, Sakura colocou a mão na testa de Sasuke e confirmou o que suspeitava. Estava com febre. Ele parecia queimar como fogo. Com o contato, Sasuke forçou-se a abrir os olhos pesados. O corpo doía como se tivesse sido atropelado e o ar lhe faltava.

Forçando a visão, Sasuke viu dois orbes verdes o analisando.

– Sasuke, você está queimando em febre. – Sakura alertou-o. Ele a observava como se não entendesse o que ela falava... e realmente não entendi. – Vou pegar água fria e procurar algum remédio para diminuir essa febre.

Não demorou mais que dois minutos para Sakura voltar para próximo dele com uma vasilha com água gelada e uma caixinha de remédios. Só não foi mais rápida porque não se lembrava se tinha uma caixinha de medicamentos como aquela em sua casa.

Ela aproximou a mesa de centro do sofá e coloco o que havia trazido há pouco de seu lado esquerdo. Sentou-se no móvel e abriu a caixa de medicamentos em busca de algum antitérmico ou de um xarope.

– Ela não sabe... – os orbes fitaram o moreno balbuciando e prestou atenção no que ele tentava falar. – eu queria... contar...

– Do que você está falando?

– Não quero que ela se lembre... – ele resmungou. – é... melhor... assim...

Sakura suspirou pesado. Não estava entendendo absolutamente nada. Do que ela não sabia? “Ela” a quem ele se referia seria a própria? Não tinha tempo a perder com bobagens. Precisava abaixar a febre do moreno e foi o que fez. Ela colocou o pano no recipiente e levou até a testa do moreno, fazendo-o resmungar.

Depois verificaria o que Sasuke estava escondendo...

*

O Uchiha suspirou pesado. Aos poucos abriu os olhos que ardiam um pouco e os coçou. Demorou um pouco para perceber que não estava no sofá.

– Mas... – ele resmungou. Estava em seu antigo quarto. O quarto que ele dividia com Sakura.

Sentou-se com as costas na cabeceira da cama e bagunçou os cabelos. Os orbes negros fitaram a janela do quarto. Estava escuro. Sua cabeçe estava uma confusão.

Ouviu passos vindos do corredor e colocou sua atenção para a porta. Viu a rosada entrar com uma bandeja.

– Graças a Kami. – ela disse parecendo aliviada. – Achei que você não ia acordar. Estava ficando preocupada... O que aconteceu?

– Não sei... – pareceu confuso. - Eu fiquei até tarde na editora. Levei Naruto para casa e meu carro quebrou...

– Por isso demorou? – ela pareceu receosa em perguntar. O viu concordar. – entendo... De qualquer forma, voce passou o dia dormindo e febril. Não comeu nada, por isso lhe trouxe isso.

Ele a viu estender a bandeja com uma vasilha de sopa e alguns comprimidos ao lado do prato.

– Espero que goste. – ela sorriu. – É sopa de tomate. Sua preferida.

E de repente, um estalo veio na mente do Uchiha.

– Como você sabe? – questionou-a surpreso.

Sakura deu os ombros.

– Apenas sei, eu acho... – ela sentou-se na beira da cama encarando os olhos negros ainda surpresos. – Naruto ligou e informei que você estava doente e por isso não iria trabalhar. Espero não ter feito mal...

– Eu passei o dia inteiro dormindo?!

– Você não estava bem, Sasuke... – ela pareceu irritada. – deveria se cuidar mais!

Sasuke a observou e lembrou-se de antes. Em sua frente, estava a sombra de sua esposa. Preocupada e zelosa. Não aquela mulher frágil e tímida que Sakura se tornara depois do acidente.

– Tome sua sopa, Sasuke... Vou colocar Saky na cama. – Sakura o viu concordar. – Depois ficarei lá em baixo... fique aqui e descanse. – ela sorriu.

Sakura fez menção de levantar-se mas ele a impediu. Parecia um tanto irritado. Desviou os olhos verdes da pressão da mão do marido para o rosto dele.

– Qual o problema?

– Não precisa dormir lá embaixo. – ele ralhou mal humorado. – eu mesmo irei. Esse quarto é seu, Sakura.

– E-eu faço questão. Você precisa se recuperar. – ponderou a rosada. – além disso, esse quarto também é seu.

– Então, por que você também não dorme aqui? – Quando Sasuke percebeu que ela questionaria, ele retrucou. – Eu faço questão...

– Eu não sei...

Ele massageou o pulso da rosada com o polegar.

– Não vou te machucar, Sakura...

Sakura corou.

– N-não é isso. Só não quero incomodar e-

– Você não incomoda. Jamais incomodou...

Sakura sorriu de leve, recebendo um sorriso de canto do marido.

– Tudo bem... – se deu por vencida e levantando-se completou: - Agora tome a sopa e depois, se sentir disposto, tome um banho. Vai ajudar...

Ele esperou que Sakura estivesse pronto para sair para chamá-la.

– Sakura... – ela virou-se em sua direção. – Obrigada. – sorriu.

*

Saky já dormia tranquila em sua cama e Sakura estava em dúvida se iria ou não para o quarto. Sasuke estava no banho. Ela sabia disso pois ouvia do corredor o chuveiro ligado.

– Oh Kami... – resmungou.

“ E se ele precisar de alguma coisa?” pensou. Deixou os ombros caírem e deu-se por vencida.

Andou rápido para o quarto e enfiou-se debaixo das cobertas. Estava cansada fisicamente e mentalmente. Sasuke tinha lhe dado um susto.

Não demorou muito tempo para que ela relaxasse e finalmente dormisse.

*

No meio da noite, Sasuke acordou com alguém próximo de si. Abriu os olhos e percebeu que Sakura estava virada para si com o pescoço enterrado no seu. Não lembrava-se de ter ficado tão próxima dela nesses últimos meses.

Levando sua mão nos cabelos rosada, o Uchiha acarinhou-a de leve para não acordá-la. Recebeu um suspiro de tranquilidade por parte dela. Sorriu de canto.

Como ficou tanto tempo sem esse contato?!

Aninhou-a mais próxima de si e resolveu dormir mais um pouco. Sabia que seus sonhos seriam calmos como a tranquilidade que Sakura sempre passou para ele.

“Porque você é um céu cheio de estrelas e porque você ilumina o caminho”


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Notas finais do capítulo

Tô viva, genteeeeeeee!
E haviam rumores que tinha desistido das fics. SÒ QUE NUNCA!
Depois de 2 anos - sim, dois anos - eu voltei! Tantas coisas aconteceram.
Sabe aquele negócio de ser adulta e trabalhar? Então, é muito chato! HAHAHAHAA
Brincadeiras a parte, quero me desculpar pela ausência. Passei por tempos difíceis e não tinha cabeça para escrever.
Sei que deveria ter me explicado, mas me sentia no fundo do poço!
Mas já passou e pretendo compensar vocês!
Eu li SIM todos os reviews e recomendações.. e só tenho a agradecer!
Espero que gostem do capítulo!
Voltei com as fics e com o facebook: Lininha FicWriter :D
Nos vemos no próximo capítulo!
PS: SOMOS CANNOOOOOOOOON! HATERS GONNA HATE!
PS2: TEM CAPÍTULO NOVO DE PROCURA-SE UM ACOMPANHANTE! o/