Eternal Flame escrita por bandolinz


Capítulo 4
Amazonas




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Não fazia idéia de que o Brasil ficasse assim tão longe. Passaram-se algumas horas desde que o avião decolou após uma escala na Colômbia e, antes disso, o tédio já havia me dominado. Eu estava sentada a janela, Bella e Edward fingiam dormir ao meu lado. Atrás de nós estavam Alice e Jasper, nos assentos da frente Rosalie e Emmett. Inexplicavelmente me senti só. Uma melancolia me acompanhou durante toda a viagem, afinal fiquei mesmo chateada com Jacob. Aprontei-me o mais rápido que pude, na esperança de descer antes que ele tentasse fugir, mas não houve jeito, Jake estava mesmo decido a evitar despedidas.


Carlisle, Esme e Charlie nos acompanharam ao aeroporto e ficaram conosco aguardando a hora do embarque. Confesso que ainda no último momento esperei Jacob aparecer como naquelas tradicionais cenas de filme implorando para que eu ficasse. Nada. Senti-me ultrajada com tamanha falta de consideração, ele fora um grande idiota egoísta.

− Não seja tão severa. Deve ter sido difícil para ele também. – Edward falou baixo com sua voz aveludada.


Voltei-me para ele pronta para iniciar qualquer tipo de discussão boba, nem que fosse apenas para passar o tempo e me entreter por alguns minutos, sobre como eu me sentia invadida por ser lembrada freqüentemente que meus pensamentos estavam submetidos à total, ainda que involuntária, vigilância. Uma aeromoça passou pelo corredor com os olhos atentos aos passageiros que ela, certamente, considerou de uma beleza sobrenatural. Edward permanecia de olhos fechados ‘repousando’ como um anjo, destruindo todo o meu projeto maligno. Na verdade eu vinha debilmente remoendo a ausência de Jacob desde que saímos de casa. Levando em conta que já estava prestes a amanhecer, meu pai até que demorou a se manifestar. Afaguei o pequeno lobo em meu braço evitando pensar mais no assunto, embora MJ só tornasse a ausência de Jacob mais evidente. Abracei-o com força e baixei a cabeça a fim de sentir melhor o cheiro. Fechando os olhos eu poderia acreditar que Jake estava por perto e aquela sensação era muito boa. Permaneci assim até que finalmente dormi.


Acordei dentro de um jipe enorme, Rosalie dirigia. Eu estava sentada entre Bella e Alice, apoiada nos ombros de minha pequena tia. Observei que havia uma espécie de competição com outro jipe igualmente grande, Emmett pilotava animadíssimo. A paisagem não era tão diferente de Forks. Árvores, árvores e mais árvores. Estas, porém, tinham mais cor, havia pássaros de espécies que eu nunca vira antes, a não ser nos livros. Bem no meio do céu sem nuvens o sol brilhava com toda a sua intensidade. A umidade no ar nos fazia praticamente respirar a água. A princípio aquilo me incomodou um pouco, mas logo depois esqueci esse detalhe encantada com os animais e as tantas cores que voavam pela floresta, escondendo-se das ameaçadoras máquinas que invadiam seu território ou seria dos ainda mais perigosos predadores que acabavam de chegar?

− Vamos Rose! Isso é tudo do que você é capaz? –Emmett provocou alguns metros à nossa frente, assombrando a floresta com sua risada gutural.

− Vai sonhando. – Rosalie acelerou cortando caminho por entre árvores mais estreitas. Não fossem todos eles excelentes motoristas eu teria considerado aquela ultrapassagem uma sentença de morte.

− Como você se sente, Nessie?

− Eu estou bem, Alice. Só acho que dormi mais do que deveria. – disse me endireitando no assento.

− Você precisava. Jasper disse que você demorou muito para relaxar.

− Eu só aproveitei o tempo extra para pensar em algumas coisas. − disse sarcástica. Além de Edward, Jasper. A viagem prometia. − Vire à esquerda e siga em frente. – ordenou Alice mecanicamente com os olhos opacos.

− Estamos perto? – perguntou Bella.

− Sim, mais um pouco e os avistaremos.

Os? Mas não estariam lá apenas as amazonas?’ Toquei o rosto de Alice.

− Talvez encontremos alguns velhos conhecidos. – ela me lançou um sorriso de pura travessura. Alice adorava surpresas e mistérios.

− Ali estão eles! – Bella anunciou empolgada com a cabeça fora do carro.

Eu realmente estava curiosa. Lancei-me sobre Alice olhando pela janela. A cerca de 500 metros de distância avistei cinco vampiros parados no meio da mata, quatro mulheres e um rapaz. Ainda não conseguia identificar os rostos. Rose continuava a toda velocidade, mais uma manobra e uma árvore passou a três centímetros do meu nariz. Instintivamente voltei para dentro do carro.

− Quem são eles? – perguntei me esticando, tentando ver pelo vidro da frente.

− Já estamos chegando. – Bella me puxou delicadamente para trás.

− Não seja impaciente. – completou Alice.

Suspirei baixando a vista e encontrei MJ no colo de Bella. Mas em que momento eu o havia largado? Tomei o lobo em meus braços outra vez.

− Eu estou aqui com você, sinto muito ter te largado. – cochichei.

Acredito que ninguém mais tenha entendido, pois a frase saiu abafada nos pelos do bicho de pelúcia. Rosalie freou e de imediato as três vampiras abriram as portas do carro saindo em perfeita sincronia.

− Vamos Renesmee. – Bella me estendeu a mão. Emmett estacionou em nossa frente, não permitindo que eu visse quem nos aguardava. Ele, Edward e Jasper saltaram do outro jipe. Segurei a mão de minha mãe e desci. Ao dar a volta no carro logo reconheci Zafrina e Senna. Os outros rostos me eram ligeiramente familiares.

− Que prazer recebê-los aqui. – cumprimentou Zafrina passando a vista por nós, parando em mim e me dirigindo um meio sorriso. Sorri sinceramente em resposta, eu sentia mesmo saudades dela.

Cada um dos Cullen seguiu cumprimentando nossos anfitriões. Recordei que uma das ‘estranhas’ era Kachiri, ela também fazia parte do clã das amazonas. Após saudar Edward, o rapaz moreno com uma trança negra caindo até o ombro se dirigiu a mim sorrindo timidamente. Eu agora lembrava perfeitamente quem ele era.

− Olá Renesmee. Eu sou...

Nahuel. – completei apertando sua mão.

− Você se lembra.

− Como não poderia? Você salvou a todos nós.

− Que nada. Só fiz o que tinha de ser feito. − desviou o olhar e com um sutil movimento de cabeça jogou a trança para trás. – Você está mesmo crescendo no tempo previsto. – mudou de assunto.

− É... Eu não teria por que fugir a regra.

Reparei na vampira, de traços indígenas, parada atrás de Nahuel. Seus cabelos estavam presos em uma trança que alcançava a cintura.

− Oh! Você deve ser a tia de Nahuel. – apressei-me em cumprimentá-la.

− Exato.

− Vejam vocês, Huilen e Nahuel! – Alice surgiu por trás abraçando os dois. – Que bom revê-los em uma situação menos crítica. − Isso também nos alegra muito. – Huilen respondeu gentilmente.

− Venham conosco. Mostraremos onde fica a casa. – Senna anunciou.

Edward e Jasper voltaram para os jipes e nos seguiram de carro, ficando para trás, obviamente. Corremos por alguns minutos, então chegamos a uma casa bonita, ainda que rústica. Lembrava-me muito o chalé de meus pais, mas esse tinha uma arquitetura mais simples e um espaço bem maior. Um rio cortava a mata próxima a casa. Ouvi o som de água correndo e deduzi que não muito longe havia uma cachoeira. Ótimo. Mal podia esperar para explorar a região. Pela empolgação de Emmett percebi que ele também ansiava por isso. Seria essa mais uma propriedade Cullen?

− Carlisle comprou essa casa há algumas décadas, mas nunca utilizamos. Recentemente, Esme a reformou. – Edward explicou respondendo aos meus pensamentos.

Entramos na casa. Os cômodos eram amplos e bem decorados, grandes janelas de vidro permitiam o contato constante com a natureza exuberante lá fora. Havia cinco suítes. Alice logo tratou de organizar meu guarda roupa e o de Bella, só depois cuidando do seu próprio. Os dias não demoraram a passar tampouco as semanas. Isso graças às emocionantes caçadas que divertiam a todos nós. A variedade de espécies na Amazônia era inacreditável. Encontramos lugares lindos por entre trilhas abandonadas e tomamos banho de cachoeira. Senti que perdi alguma piada interna quando Emmett desafiou Bella a mergulhar da pedra mais alta deixando-a completamente sem jeito. Edward voou para cima dele. Alice, Rose e Jasper pareciam se divertir com a cena e encontrar nela algo familiar. À noite nos reuníamos para colocar os assuntos em dia. Entretive-me com as miragens de Zafrina por um bom tempo, depois mostrei a ela os acontecimentos dos últimos anos. Quando eu não estava com Zafrina passava muito tempo com Nahuel, ele era uma excelente companhia além de ser a pessoa mais quente à qual eu tinha acesso e isso de algum modo me reconfortava, lembrava Jacob. Logo nos tornamos grandes amigos.

Apesar de tudo isso a cada dia que passava eu sentia mais a falta de Jacob, meu Jacob. Sempre estava com MJ por perto, ele era meu companheiro inseparável, algumas noites eu me pegava conversando e até mesmo discutindo com o pequeno lobo. A ausência de Jake estava me enlouquecendo, me consumindo por dentro e com o passar do tempo se tornava muito difícil fingir que estava tudo bem. Eu sempre fazia um esforço colossal em me distrair quando Edward estava por perto para não preocupá-lo e também tinha de fugir constantemente do olhar intrigado de Jasper. O pior era não receber notícias, os celulares permaneciam o tempo todo fora de área. Algumas vezes Carlisle ou Esme se comunicavam conosco por emails, porém ninguém sabia de Jake. Após um mês eu já estava à beira de um colapso nervoso. A imagem de Jacob sorrindo era a última coisa que eu via todas as noites antes de dormir, enquanto eu pedia copiosamente para que ele estivesse em meus sonhos. Acordei quase sufocando com o clima abafado e quente. Ou seria quase me afogando? Sentei na cama. Precisei de um segundo para me situar. Sim, eu ainda estava no Brasil e não, Jake não estava aqui. Desabei outra vez na cama completamente desanimada. Bella, Rosalie e Alice invadiram o quarto.

− Feliz aniversário! – Alice quase cantou com sua voz de sino subindo uma oitava.

− Parabéns, Renesmee. − Bella sentou ao meu lado abraçando-me. – Você não sabe o quanto eu sonhei em te ver crescendo assim, pertinho de mim e olhe para você, já é quase uma mulher. Eu devo ser mesmo a pessoa mais feliz do mundo.

Tive um lampejo relembrando a temida visita dos Volturi há seis anos. Bella preparou tudo para minha fuga, julgando que ela e Edward morreriam em batalha.


Automaticamente toquei o medalhão em meu pescoço. Todo aquele temor parecia corresponder à outra vida.

− Estaremos sempre juntas, mãe.

− Nessie, nós vamos arrumar seu visual para hoje! – Alice sorria perigosamente, quicando de entusiasmo. Bella revirou os olhos.

− Não que isso dê trabalho, pois você já é linda. – completou Rosalie.

− Maravilhosa. – corrigiu Bella.

− Não me digam que vocês ainda pensam em fazer uma festa! − acusei alarmada.

Antes de ganhar a viagem de meus avôs, combinei com Alice de fazermos uma mega festa de aniversário. Mas isso não fazia sentido para mim agora.

− Ora, porque não? Estamos quase todos aqui.

− Você disse bem, Rose. Quase todos. – rebati. − Ah... Vamos, Nessie. – Alice insistiu fazendo biquinho.

− Desculpe Alice, mas dessa vez eu realmente não estou com clima para festas. – fui até o guarda roupa, tirei dele uma camiseta e um short qualquer.

As três se entreolharam certamente estranhando minha resistência, eu sempre fui uma grande aliada de minha tia festeira em todas as comemorações que ela inventava.

− Eu sei, eu sei. Mas dessa vez não dá para mim, ok? Não podemos simplesmente aproveitar que estamos aqui e curtir o lugar?

Nenhuma delas respondeu. Algo em minha expressão fez com que o assunto se encerrasse por ali mesmo, dando a mim a vitória. Eu sabia que Bella estava do meu lado, afinal, o aniversário dela seria dali a três dias e ela já havia deixado bem claro para todos que não queria nenhum tipo de surpresa. Rosalie mexeu nos cabelos aparentando indiferença. Alice entristeceu, caindo, ainda com graça, sobre a poltrona.

− Bem que eu previ que não haveria festas dessa vez. – choramingou.

− Não fique assim, Alice. Quando voltarmos pode fazer uma festa para comemorar nossa chegada. Que tal? Prometo que ajudo.

− Sério? – a animação voltava ao seu rosto. − Que bom, assim eu posso pensar com mais calma e também conseguir tudo o que é necessário para uma grande festa. Estava mesmo difícil encontrar por aqui o que era preciso para preparar os detalhes.

Suspirei aliviada e fui me trocar. Era fácil agradar Alice.

− Meninas, vocês podem nos dar licença por uns instantes? – ouvi Bella pedir.

Ao sair do banheiro dei de cara com minha mãe de braços cruzados e imóvel. Ela assim permaneceu me encarando por alguns segundos.

− O que foi? – perguntei fingindo tranqüilidade.

− Pode me dizer o que está acontecendo?

− Não tem nada acontecendo.

− Ora Renesmee, não se faça de desentendida. Você não está bem e qualquer um pode ver isso. Passei por ela me sentando na beira da cama e afundando o rosto nas duas mãos.

− É Jacob, não é? – perguntou agora menos incisiva.

− Ah, mãe. – corri ao encontro dela e a abracei já chorando. – Por que é tão difícil?

− Eu sei como se sente, querida. – ela afagou meus cabelos.

− Mas eu não consigo mais... Ele não... Eu não tenho... – as frases saíram entre soluços.

− Xii... Calma. Logo, logo isso vai passar.

Eu precisava mesmo daquilo, de um ombro amigo... Não. Mais que isso, de um colo de mãe. Não precisamos de nem mais uma palavra. Fui ficando mais leve à medida que me livrava de toda aquela dor reprimida. Aos poucos me acalmei.

− Obrigada. – sorri enxugando as lágrimas. − Me sinto bem melhor.

− Não precisa agradecer. Vê se lava o rosto, te esperamos lá fora.

Assenti e ela saiu. Lavei o rosto, respirei fundo e saí pronta para encarar o mundo. Para minha surpresa não havia uma comitiva me esperando. Apenas Nahuel, sentado sozinho na sala.

− Bom dia.

− Renesmee, eu preciso falar com você.

− É só falar. – sentei descontraída ao seu lado, ele parecia tenso.

− Quer dar uma volta?

− Claro, claro.

Fomos para a beira do rio, sentando nas rochas.

− Você não larga mesmo esse urso, hein? − É um lobo. – corrigi. Surpreendi-me ao perceber que eu já levava MJ automaticamente para onde fosse. – Me sinto bem perto dele.

− É um lobo de sorte. – sorriu. – Poxa, sua família leva mesmo a sério essa história de aniversário.

− Devemos isso à Alice, ela se agarra a qualquer pretexto para uma festa.

− Então teremos uma festa?

− Não dessa vez.

Ele franziu o rosto fingindo decepção.

− A propósito, parabéns.

− Obrigada. – pisquei para ele. – E o seu aniversário, quando é?

− A verdade é que eu não sei. Mesmo assim, não faz diferença para mim. – deu de ombros.

− Entendo...

− Renesmee, eu preciso falar – ele se pôs de pé em minha frente e pegou minhas mãos se aproximando de mim. – eu nunca me senti tão bem perto de alguém como eu me sinto perto de você. Eu acho... que gosto de você.

Engoli em seco. Graças ao tempo extra que eu passava conversando com MJ, ou seja comigo mesma, eu havia percebido que todos da minha família formavam um casal. Só eu permanecia sozinha, e nesses últimos dias a carência estava ganhando lugar em meus sentimentos. Talvez fosse mau da idade já que antes eu nunca senti essa vontade de ter alguém comigo, para chamar de meu. Senti-me lisonjeada por ser alvo do afeto de Nahuel.

− Mesmo que não sinta o mesmo em relação a mim, eu te peço uma chance para tentarmos. Quem sabe dê certo assim como nossa amizade cresceu, mais depressa do que poderíamos imaginar. Levantei-me devagar tentando digerir aquelas palavras.

− Nahuel, eu...

Antes que eu pudesse terminar a frase ele se aproximou encostando seus lábios nos meus meio sem jeito, mas com muita delicadeza. A princípio foi até bom, mas depois senti um súbito mal estar. Sentei ofegante.

− Você está bem? – perguntou aflito se ajoelhando aos meus pés.

− Sim, eu estou. Só foi um mal estar. Já passou.

− Desculpe-me por ter sido tão direto. Eu deveria esperar...

− Xii. – toquei seus lábios com o indicador. – Não foi... ruim, − a palavra saiu distorcida, o riso curto que me escapou era mais de choque do que de diversão. − só não estava preparada para isso. Me dê um tempo para pensar a respeito, ok?

Ele se limitou a assentir e caminhou até desaparecer por entre as árvores. Mas que situação. Talvez eu precise mesmo de um namorado, alguém que fique ao meu lado, me escute e me divirta como tem sido com Nahuel. Contudo havia algo que me impulsionava para o lado contrário.

− Tenha cuidado, pequena. – Zafrina se aproximou − O sentimento é como uma miragem e pode nos confundir facilmente.

− Zafrina, estava aí esse tempo todo?

− Estava te procurando. Cheguei a tempo suficiente para entender o que aconteceu. Nessie, não tome nenhuma decisão precipitada. − ela parecia saber de algo.

− Aonde quer chegar?

− Acho que irá entender isso sozinha, apenas preste atenção para descobrir o que realmente quer. Seria triste vê-la sofrer por algo que sempre esteve diante de seus olhos. – OK, ela com certeza sabia de alguma coisa. − Pode ser só um pouco mais direta? Assim você não ajuda em nada.

Ela riu.

− Esse assunto pode esperar.

Antes que eu pudesse insistir, Edward surgiu por entre as árvores tão rápido que não passaria de um vulto aos olhos humanos.

− Nessie, aí está você! – chegou me abraçando. – Feliz aniversário, querida.

− Obrigada, pai.

Ele endireitou o tronco erguendo as sobrancelhas. O choque atravessou seu rosto por uma fração de segundo e então se recompôs como o bom ator que sempre fora, parecendo decidido a ignorar o que quer que tenha lido em minha mente ou na de Zafrina.

− Espero que esteja preparada para mais surpresas. – me ofereceu o braço sorrindo desafiadoramente.

Quase tive medo, mas aceitei seu braço me concentrando na primeira coisa que me veio à mente. Nunca fiquei tão grata pela falta de Jacob inundar meus pensamentos na presença de Edward. Infelizmente em dois tempos já não se tratava apenas de um disfarce e sim do grande tormento do dia, eu teria muita dificuldade para parar de pensar no incômodo que era a ausência de Jacob. Bella nos esperava na frente da casa com uma caixinha nas mãos. − Renesmee, – ela me abraçou. – aqui está o nosso presente.


− A primeira parte dele. – Edward completou.

Recebi o embrulho e desamarrei os laços que o prendiam. Dentro dele havia uma linda caixinha azul, arredondada, com detalhes prateados.

− Uma caixinha de música. – sussurrei.

Girei a pequena chave que ficava na lateral e a caixa se abriu lentamente, saindo dela
uma linda bailarina ruiva. Tocava a canção que Edward fizera para mim quando eu nasci. Senti meus olhos marejarem.

− É linda. Obrigada. – agarrei os dois em um abraço coletivo.

− Alice disse que você gostaria, mesmo assim ficamos na dúvida. – disse Bella.

− Eu não gostei, adorei.

− Que bom. Vamos entrar que já tem gente surtando de impaciência. – Edward falou revirando os olhos.

Bella olhou para ele apreensiva, meu pai deu aquele sorriso torto estendendo a mão para ela e a expressão de minha mãe logo suavizou. Eu admirava o amor deles. Desde que nasci a paixão entre eles era a mesma. Minto, era cada vez maior. Eu queria um dia ter um amor assim.



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