Eternal Flame escrita por bandolinz


Capítulo 31
3x04 - Os Lefroy


Notas iniciais do capítulo

Bem,começo me desculpando pela demora em atualizar a fic e quero agradecer a todos os que tiveram a paciência de esperar até agora. Dei um tempo na fic por conta de uma prova, já fiz e o resultado foi positivo #todascomemora
Então agora estarei de volta à EF postando com a frequência de antes. =)
Abraços!



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Minha caneta batia impacientemente na mesa enquanto eu esperava meus colegas de classe terminarem a atividade que o professor de álgebra passara há menos de dez minutos. Eu sei, eles não têm culpa de eu já ter visto essa matéria meia dúzia de vezes, mas ainda assim eu não conseguia evitar me sentir aborrecida e entediada.

É sexta. Fim da minha primeira semana no Ketchikan High. Quase suspiro, aliviada, entretanto acabamos de voltar do almoço e eu ainda teria de encarar uma longa e monótona tarde antes de comemorar.

Lefroy está nessa aula, do outro lado da sala concentrado na atividade. Há pouco tempo, no horário do almoço, ele havia feito um discurso de volta às aulas que foi calorosamente recebido por todos no refeitório. Ninguém sequer reclamou por ele estar de pé em cima de uma das mesas.

Nós não nos falamos desde o primeiro dia de aula e pode-se dizer que a culpa é minha por ter sido tão rude com ele. Mas não me importo.

Um celular vibrando chamou minha atenção e virei o rosto para encontrar Gabriel se esgueirando para atender ao telefone. Bem, eu não sou uma perita no código de classe, mas tenho a forte impressão de que ele não poderia atender essa ligação em horário de aula. Por sorte dele, ninguém além de mim pareceu ter notado. Decidi ignorá-lo, contudo a conversa sussurrada parecia infinitamente mais interessante do que o ritmo da minha caneta batendo nervosamente na mesa.

– Hey Cat, você sabe que eu não posso... – ele atendeu em um sussurro apressado – Como assim? O que houve com ela?

A expressão de Gabriel se fechou enquanto ele ouvia atenciosamente o que a pessoa no telefone tinha a dizer.

– Hospital!? – Gabriel arfou horrorizado. – Ela se machucou muito? Eu preciso falar com a Catherine, ela está aí com você? Como não pode ficar com ela? Dane-se esse paciente...

– Estou interrompendo alguma coisa, senhor Lefroy? – o professor inquiriu, ficando de pé com cara de poucos amigos.

– Só um momento – Gabriel murmurou no telefone e então se dirigiu ao professor sem parecer intimidado – Senhor Jackson, sinto muito, mas eu preciso atender essa ligação.

– Você sabe que o uso de celulares dentro de classe é absolutamente proibido.

– Eu sei, mas é uma emergência. Minha irmã...

– Me poupe de suas desculpas, Lefroy. Regras são regras e você não será uma exceção. O ano mal começou e você já está causando problemas e dando um péssimo exemplo aos demais alunos, que só Deus sabe por que, parecem cegamente seguir tudo o que você faz.

A essa altura ninguém na sala fazia outra coisa a não ser prestar atenção à discussão dos dois. Eu estava genuinamente torcendo para que o professor ouvisse o Lefroy porque meu coração já estava apertado pela preocupação do que teria acontecido com Cat.

Gabriel trincou os dentes, depois respirou fundo como quem se convencia a não falar nenhuma besteira.

– Eu garanto que não vai acontecer de novo. Eu só preciso saber quem está com a minha irmã, não vai levar dois minutos...

– Não dentro da minha sala de aula! – o professor gritou batendo com mão na mesa, fazendo a garota sentada na minha frente pular na cadeira.

O silêncio preencheu a sala por três exatos segundos e ninguém parecia sequer respirar.

– Ótimo então. – Gabriel respondeu recolhendo as coisas dele de forma rápida e eficiente; se levantou e logo estava saindo da sala.

Todos estavam boquiabertos, incluindo o professor.

– Saiba que se cruzar essa porta terá uma semana de detenção Gabriel Lefroy. – a voz do senhor Jackson soava excessivamente alta aos meus ouvidos. Meu Deus, as aulas mal começaram e aquele homem já parecia à beira de um ataque de nervos.

Ainda assim, Gabriel não hesitou nem por um segundo antes de sair da sala.

Professor Jackson afrouxou nervosamente o colarinho da camisa e mandou que todos retornassem à atividade.

Eu não aguentaria ficar sentada aqui sem saber se algo grave havia acontecido à pequena Cat.

– Senhor Jackson – chamei timidamente no tom mais inocente possível.

– Sim, Cullen. – Ele me atendeu com uma expressão bem menos severa do que eu esperava.

– Eu não estou me sentindo bem, acho melhor passar o resto da tarde na enfermaria.

O professor estreitou o olhar julgando minha cara de doente e, por providência, a garota sentada na minha frente se vira para mim e eu não desvio quando sua mão vem em direção ao meu rosto. Ela dá um gritinho de susto quando checa a minha temperatura e alega horrorizada que eu estou ardendo em febre.

O professor sacudiu a mão me dizendo para sair e eu contive um sorriso enquanto recolhia minhas coisas.

– Estou de olho em você senhorita Cullen. No fim da aula passarei na enfermaria para conferir se esteve lá e caso não a encontre, terá uma semana de detenção assim como o Lefroy.

Assenti saindo da sala. Rapidamente avistei Gabriel falando ao telefone com agitação. Devagar, andei até o fim do corredor parando relativamente perto dele.

– Eu já estou indo aí. – ele disse encerrando a ligação e notei que Gabriel teve uma breve dificuldade para guardar o celular no bolso menor da mochila, as mãos dele tremiam levemente.

– Posso ir com você? – perguntei.

Gabriel pareceu assustado por me ver ali, depois ficou sério, erguendo uma sobrancelha com ares de inquisição.

– Sei que eu meio que não falei contigo a semana inteira, mas você parece nervoso demais pra dirigir e eu te ouvi lá dentro... – enquanto eu falava, ia percebendo que não deveria estar ali, o quão esquisita Gabriel deveria me achar agora, considerando que eu venho ignorando-o desde o primeiro dia de aula – Eu estou mesmo preocupada com a Cat. – admiti.

Antes que eu continuasse, Lefroy jogou as chaves para mim e saiu andando na frente.

Peguei as chaves no ar, aliviada.

Acompanhei Gabriel em silêncio até o estacionamento. Ele andava rápido, mas não era difícil manter o ritmo dele. O céu estava completamente cinza, uma fina garoa caia. Lefroy gesticulou para um Toyota prata na fileira de carros. Era o melhor no estacionamento dos alunos – depois dos nossos, é claro.

Apressei-me em entrar e Gabriel deu a volta para o banco do carona.

– Sabe onde fica o hospital? – ele perguntou numa voz baixa.

O braço de Gabriel pairou ridiculamente próximo ao meu quando ele se inclinou para ligar o som do carro. Os vidros continuavam fechados por causa da chuva deixando o ambiente abafado. E foi aí que me ocorreu: eu mal conhecia o Lefroy e essa era a primeira vez que eu ficava a sós em um carro com um cara que não fosse Jacob.

Pisquei me obrigando a afastar esses pensamentos e assenti, saindo em direção ao hospital.

– O que aconteceu com a Catherine? – perguntei.

– Eu não sei ao certo. Parece que ela caiu durante o ensaio de balé e machucou o braço. – Gabriel murmurou frustrado. – Eu teria entendido melhor se o lunático do professor Jackson não tivesse atrapalhado.

Houve um minuto de silêncio, até que ele continuou.

– Como você fez para sair da aula?

Dei de ombros.

– Eu disse que estava com febre e precisava ir à enfermaria.

Lefroy fez uma careta.

– Péssima escolha. Jackson sempre confere a lista de alunos que passaram na enfermaria. Está correndo sérios riscos de pegar uma detenção na primeira semana de aula, bailarina.

Lancei um olhar de cumplicidade para ele. Era absurdo como eu tinha vontade de sorrir cada vez que Gabriel me chamava assim.

– Então seremos dois. – falei.

Lefroy deu um meio sorriso aprovando minha resposta e logo eu voltei a ter a impressão de que estávamos perto demais para qualquer contato visual que durasse mais de dois segundos. Concentrei minha atenção na estrada.

Em pouco tempo chegamos ao hospital. Gabriel pediu informações à recepcionista que já o conhecia, depois seguiu pelo corredor. Eu não sabia se seria intrusivo demais acompanhá-lo, então decidi ficar por ali mesmo e esperar, contudo, antes que eu me sentasse, Lefroy virou e gesticulou para que eu o acompanhasse.

É o hospital onde Carlisle trabalha. Uma pena ele não ter sido contratado como pediatra, tenho certeza de que meu avô poderia cuidar de qualquer machucado de Cat num piscar de olhos.

– Acho que ela vai ficar feliz em te ver. – disse Gabriel com uma sugestão de sorriso antes de abrir a porta do quarto, onde Catherine estava.

– Gabe! – reconheci a voz alegre e aguda de Cat antes mesmo de vê-la.

– Oi baixinha – ele respondeu num tom baixo, porém satisfeito – Parece que alguém aqui andou aprontando, não é?

Gabriel deu a volta na maca onde Catherine estava sentada e depositou um beijo na testa da pequena, enquanto silenciosamente avaliava o enorme gesso no braço da menina, como se ele pudesse ver através das ataduras quão grave era a fratura.

– Renesmee! – a garotinha ergueu as sobrancelhas chamando meu nome euforicamente.

– Hey, Cat. Como você está se sentindo? – perguntei me aproximando dela.

– Bem, nem está doendo mais. Não precisam se preocupar, está tuuudo bem. – ela alegou com sua voz infantil.

– Como isso aconteceu, hein, baixinha? – Gabriel perguntou.

Catherine suspirou teatralmente antes de responder.

– Durante o ensaio de balé eu acabei me empolgando um pouquinho demais, tropecei e cai do palco por cima do meu braço. – ela explicou – Gabe, eu estou mesmo preocupada. Com isso no meu braço eu nunca vou poder me apresentar no festival de outono...

– Ei, ei, calminha aí. Ainda nem sabemos por quanto tempo você vai ter que ficar com o gesso. E de qualquer forma, se você perder esse festival, pode se apresentar no próximo. – Gabriel disse e em seguida olhou para mim – Cat é a personagem principal no balé da escola, o que não é de se espantar já que essa pequena é a melhor bailarina que eu já vi.

Enquanto ele falava, assanhava o cabelo de Catherine fazendo a garota rir e se sacudir em protesto.

– Isso é porque você ainda não viu a Nessie dançando. – alegou Cat, lançando um sorriso ensolarado em minha direção.

– Não estou tão certo de que eu aprovaria a bailarina. Sou bem rigoroso, sabe? – Gabriel franziu o cenho.

– Sei – eu ri.

– Que bom que vocês chegaram. É muito chato ficar aqui sozinha. – Cat confidenciou.

Nesse instante uma mulher loira, olhos azuis, aparência de quarenta e tantos anos entrou no quarto. Definitivamente médica, pois vestia um jaleco branco. Passei a vista sobre seu crachá que dizia Dr. Miranda... Lefroy.

– Mãe, você veio – Catherine falou estranhamente surpresa, mas contente.

A doutora se aproximou com o semblante preocupado. Não pude deixar de notar que Gabriel não a cumprimentou e apenas se afastou da maca, dando o lugar à mulher.

– Catherine, meu amor, como isso foi acontecer com você? – Miranda perguntou passando a mão carinhosamente na testa da filha.

Antes que a pequena respondesse, a mulher virou-se procurando uma enfermeira e pedindo para ver os exames e raios-x de Catherine.

Após avaliar atenciosa, porém rapidamente os arquivos, a senhora Lefroy lançou um olhar de acusação para Gabriel.

– Podemos conversar a respeito disso? – perguntou ela, uma rispidez disfarçada pelo tom educado e baixo.

Gabriel deu de ombros e eu não consegui ler a expressão dele.

– Estarei de volta em um minuto, meu amor. – a mulher disse para Cat, em seguida saiu da sala.

– Você pode ficar com a Cat por enquanto? – Gabriel murmurou na minha direção e eu fiz que sim.

Assim que os dois deixaram o cômodo, puxei uma cadeira e sentei ao lado da maca.

– Então, você e o meu irmão são meio que amigos, agora? – Cat quis saber.

– Meio que. – falei com um sorriso, mesmo sabendo que a resposta verdadeira seria um sonoro não.

– Bom. – disse ela com um sorriso genuíno, os olhos azuis cintilando satisfação. – Gosto de vocês dois juntos.

Catherine puxou um estojo de canetas hidrográficas debaixo do travesseiro dela e as entregou para mim.

– Me deram para decorar o gesso, mas já que é no meu braço direito, eu não conseguiria fazer nada legal. Você quer pintar, Nessie?

Concordei e Cat se animou quando comecei a desenhar borboletas e flores no gesso. Ela me dava sugestões do que pintar, mas eu estava mais concentrada na conversa do Lefroy com a mãe dele, no corredor.

– Essa foi a gota d’água. Você tem que tirar Catherine desse grupo de balé.

– O quê? Não! – Gabriel protestou.

– Não viu o que aconteceu? Não vou permitir que a saúde da minha filha seja colocada em risco. Hoje foi o braço, da próxima vez pode ser a perna, ou quem sabe até algo pior.

– Está exagerando.

– Não estou. Essa brincadeira de dança foi ideia sua e eu nunca deveria ter permitido a Catherine levar isso à diante. – Miranda disse num tom severo.

– A Cat ama estar no balé. Não pode tirar isso dela também.

– O que você está insinuando?

– Não estou insinuando nada. Você sabe muito bem que não tem dado a atenção que a Cat merece. Olha, infelizmente eu não posso estar com ela o tempo todo. Essa coisa toda de balé foi apenas para a Cat ter o que fazer depois da aula, já que a minha termina bem mais tarde e você nunca está em casa.

– Você fala como se eu não me importasse com o bem da minha própria filha.

– Você estava nesse exato hospital até então e só agora conseguiu vir falar com ela. O que espera que eu pense? – Gabriel argumentou ressentido.

Eles só eram perfeitamente audíveis para mim, de qualquer forma, me perguntei se Catherine ainda poderia ser capaz de ouvir uma coisa ou outra. Na dúvida, passei a cantarolar enquanto fazia os desenhos.

– Eu estava com um paciente. Eu tenho compromisso com o meu trabalho e é com ele que eu consigo manter nossa casa e dar a você e sua irmã tudo o que vocês precisam.

– Eu sei, eu sei. Você nunca está por perto, isso não é novidade, mas não inventa de tirar da Catherine a coisa que ela mais ama fazer nesse momento. Eu não vou deixar.

O silêncio predominou nos instantes seguintes.

– Você não sossegou enquanto não tirou seu pai da gente e agora não vai sossegar enquanto não tirar a Catherine de mim, não é? – a voz da senhora Lefroy agora era carregada de emoção e raiva.

Gabriel hesitou por um longo tempo antes de responder.

– Não acredito que vai trazer esse assunto de novo... – ele falou num fio de voz.

Mas de que diabos ela estava falando? Lancei um olhar para Cat que estava imersa em pensamentos, observando os desenhos que decoravam seu braço.

– Nenhum de nós estaria nessa situação se o seu pai ainda estivesse vivo. Ele não permitiria.

– Tem razão. – Gabriel respondeu – Ele estaria lá dentro apoiando a Cat, que é o que você deveria fazer, ao invés de inventar desculpas para se afastar ou tentar me culpar. Está perdendo seu tempo, ninguém aqui sente mais falta dele do que eu.

A porta se abriu e eu ergui a cabeça a tempo de ver Gabriel limpando o rosto com as costas da mão enquanto entrava.

Disfarcei, fingindo estar distraída com os desenhos enquanto tentava pensar em algo bom para dizer. Era difícil, depois de ouvir aquela conversa Gabriel Lefroy se tornou um completo mistério para mim.

Mas como sempre, Cat sabia bem o que dizer.

– Olha só, Gabe. Consegui uma tatuagem de gesso. – a menina disse exibindo o braço, orgulhosa.

– Uau! Como vocês conseguiram fazer tudo isso em tão pouco tempo? Não acredito que não deixaram nenhum espaço para mim... – Gabriel respondeu como se tudo estivesse na mais perfeita ordem.

– Claro que deixamos bobinho. Mas vai ter que ser aqui atrás. – Cat apontou pra uma parte escondida de seu gesso com um sorriso sapeca no rosto.

Lefroy fez cara feia, mas logo em seguida abriu um sorrisão e deu a volta no quarto pegando a mochila rosa em cima da pequena mesa de canto.

– Vamos embora, hoje você pode escolher onde vamos comer Cat. Bailarina, você também está convidada.

– Mamãe não vai voltar? – ela quis saber.

– Não, ela tinha que atender um paciente. – Gabriel respondeu de forma casual.

Ajudei Catherine a descer da maca e fomos para o estacionamento. Aproveitei para enviar um sms para Bella contando um resumo do que houve e avisando que ficaria fora por um tempo.

– Renesmee, a chave. – Lefroy pediu.

Ah, nem lembrava que estava com ela. Arremessei para ele, que entrou no carro, assumindo o lugar do motorista dessa vez.

– O Gabe te deixou dirigir o carro dele? – Cat sussurrou impressionada. – Ele nunca deixa ninguém pegar nesse carro, nem a Jennifer ou o Nick.

Dizendo isso, Cat não fez cerimônias e entrou no carro sentando no banco de trás.

Gabriel abriu a porta do carona para mim.

– Considere uma concessão honrosa por ter me acompanhado para buscar a Cat. Não vai acontecer de novo, prometo. – disse ele piscando para mim.

Por qualquer razão absurda, senti minhas bochechas formigarem.

Fomos parar em uma adorável doceria no centro da cidade, o que não era de se espantar uma vez que a escolha do local ficou nas mãos de uma criança.

Era fim de tarde, nós fomos atendidos por uma senhora muito simpática que já conhecia os irmãos Lefroy e ofereceu um milk-shake por conta da casa para Cat, por causa do braço. A verdade é que aquela garotinha parecia ser adorada por todos, onde quer que ela fosse e não era por menos, Cat era uma menina radiante. Ela não perdeu tempo se lamentando pelo machucado, muito pelo contrário, só citava os lados positivos de tudo. Principalmente depois de Gabriel tê-la acalmado quanto ao balé, garantindo que ela estaria apta para dançar antes do que ela esperava.

Embora eu estivesse curiosa sobre o pai deles, o assunto nunca surgiu e foi melhor assim. Eu estava gostando tanto do tempo gasto com os dois que quando reparei, já era noite.

Infelizmente eu não estava de carro e fui obrigada a aceitar a carona do Lefroy até minha casa. Ótimo, agora ele sabia onde eu morava. A despeito da curiosidade e interesse de Cat, Gabriel não aceitou quando os convidei para entrar. Graças a Deus.

– Ei, Renesmee. – Gabriel chamou pela janela do carro. – Obrigado. De verdade. – disse parecendo sincero.

– Não foi nada. Eu que agradeço. A tarde foi bem melhor do que ficar entediada na aula do professor Jackson. – respondi consciente de que cada palavra era verdadeira.

Ele acenou concordando com um meio sorriso e deu partida enquanto Catherine acenava animadamente com a mão se despedindo. Acenei de volta e entrei em casa quando eles saíram do meu campo de visão.

Bella estava sentada na sala, falando ao telefone quando entrei. Apenas uma pessoa a fazia ficar alojada ao lado do telefone daquele jeito.

– Charlie? – sussurrei.

Minha mãe fez que sim.

Toquei o rosto dela dizendo que gostaria de falar com ele e poucos minutos depois, Bella passou o telefone para mim.

– Charlie! Que saudades, vovô.

– Nessie, querida. Como estão as coisas? – perguntou Charlie, era tão bom ouvir a voz dele, meu avô fazia muita falta.

– Está tudo normal.

– Bella disse que você saiu com alguns amigos, o que significa já conseguiu se enturmar na nova escola, isso é bom. – ele disse orgulhoso.

– Não são meus... Bem, é, tem razão. Como está Jacob? – perguntei após um instante de silêncio.

– Olha, Nessie, as coisas não estão muito bem com Jacob.

– O que houve? – perguntei sentindo meu coração apertar.

– Billy adoeceu, teve de ser internado essa semana. Jacob está cuidando dele, mas...

– Mas?

– Eu não estou muito otimista, Nessie. E nem Jacob. Ele está passando por um momento bastante difícil, acho que uma visita sua faria bem. Digo, você e Bella eram as pessoas mais próximas que ele tinha.

Senti meu coração encolher no peito e todo o resto do mundo se afastar de mim. Tudo era um grande vazio e eu podia sentir a dor de Jacob despertando e multiplicando a minha. Meu grande amor precisava de mim e a distância entre nós se fazia o menor dos obstáculos. Mesmo com todo o silêncio entre nós e sabendo que Jacob propositalmente ignorou todas as minhas tentativas de contatá-lo, eu largaria tudo apenas para abraçá-lo e fazer com que sua dor fosse embora.

E era isso o que eu precisava fazer. Eu precisava ir ver Jacob.


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