Eternal Flame escrita por bandolinz


Capítulo 29
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Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, obrigada por todos os comentários e recomendações e principalmente por não desistirem da fic!! =D
Atendendo a pedidos,aqui vai uma foto de como seria o Gabriel, novo personagem da EF. (http://efjakenessie.tumblr.com/post/25890815923/a-primeira-conclusao-que-fui-obrigada-a-tirar)
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A primeira pessoa que veio à minha mente foi Jacob, mas logo tratei de enterrar esse pensamento. Era uma ideia sem esperança. Ele nem se dava ao trabalho de responder minhas cartas, seria absurdo acreditar que Jacob, de repente, atravessaria o país para me ver.

– Não é ele, Nessie. – Alice avisou como se lesse meus pensamentos.

– Achei que só Edward fizesse isso. – brinquei indo em direção à sala de estar.

– É que acende um letreiro em neon na sua testa cada vez que você pensa “Jacob”.

Cotovelei Alice e ela riu não se dando ao trabalho de esquivar do meu golpe. Meu sorriso, entretanto, era carregado de nostalgia, como sempre.

– Quem é então?

Antes que Alice respondesse, reconheci a voz animada que vinha da sala, acompanhada por uma risada enérgica.

– Candy! – chamei ao dar de cara com a semi-vampira sentada confortavelmente no sofá rindo de alguma piada que Emmett contara.

– Ness! – Cadence gritou se levantando em um pulo para me cumprimentar.

Nem dava para acreditar que ela havia nos encontrado depois de todo esse tempo. Abracei-a sentindo um sorriso genuíno se instalar no meu rosto.

Apesar das circunstâncias nebulosas de nossa despedida, sempre considerei Candy uma amiga querida da qual eu sentia falta muitas vezes. Jasper achava que ela tinha contado aos Volturi sobre mim e Jacob, mas eu não acreditava plenamente nisso. Se alguém tinha todas as razões para querer eu e Jake juntos, esse alguém era Candy.

– Como você nos achou? – perguntei maravilhada.

– Não foi tão difícil, acredite.

– Já vi que a conversa de mulherzinha vai começar. Emmett abandonando o navio. – disse meu tio, batendo continência.

Dei a língua para ele e Emmett fez uma careta em resposta saindo da sala. Alice o seguiu.

– Antes de tudo eu queria me desculpar pelo modo como eu agi com você da última vez que nos falamos, em Forks. Eu não tinha o direito de falar aquelas coisas. – comecei enquanto nos acomodávamos no sofá.

– Ih, passado! Nem lembro mais. Além disso, você estava passando por um furacão com aquela história toda lá do Jacob e sua mãe. Aliás, cadê ele? Seus pais me cumprimentaram mais cedo, mas não vi sinal do lobo marrento.

– Jacob e eu terminamos.

Ela riu.

– Essa foi boa. Sério, onde ele está? – Candy falou lançando olhares para os corredores como se esperasse que Jacob realmente aparecesse a qualquer momento.

– Estou falando sério. Ele não está aqui. Nós não reatamos depois de toda aquela confusão em Forks... – expliquei com pesar e incômodo que me era natural sempre que pensava no assunto.

O queixo de Candy caiu enquanto ela processava minhas palavras e acho que essa era primeira vez na qual eu via Cadence constrangida com algo.

– Você não está brincando. – ela checou mais uma vez.

Sacudi a cabeça desviando o olhar para qualquer ponto no tapete que decorava nossa sala.

– Uau! Quero dizer, eu sinto muito Nessie, é que vocês pareciam tão perfeitos juntos que eu nunca conseguiria imaginar vocês dois separados.

– Bem, não precisa imaginar. É assim que estamos agora. – dei de ombros.

O silêncio se prolongou por alguns instantes e do nada Cadence se levantou colocando as mãos na cintura.

– Sabe de uma coisa? Embora eu esteja me contorcendo para ouvir mais detalhes da sua triste história, vamos mudar de assunto, pois eu não quero te ver com essa cara de cachorro que caiu da mudança... – ela fez uma breve pausa disfarçando um sorriso – Até porque nesse caso o cachorro que caiu da mudança foi ele.

Lancei-lhe um olhar de reprovação.

– Ok. Parei. Por que você não me apresenta a sua nova casa? – sugeriu Candy abrindo um grande sorriso e puxando minha mão para me rebocar do sofá.

Mostrei a nova casa para Cadence enquanto falávamos de coisas banais. Fomos parar no meu quarto, comendo o lanche que Esme havia preparado.

– E a dieta? – perguntei quando vi Candy fazer cara feia para o morango antes de comê-lo.

Ela me deu um sorriso traquino antes de responder.

– Três anos sem beber sangue humano. – confessou orgulhosa de si mesma.

Ergui as sobrancelhas em verdadeiro espanto, eu definitivamente não esperava nos meus sonhos mais loucos que Candy levasse nossa dieta para seu dia-a-dia.

– Desde que você me apresentou ao seu... Estilo de vida, eu tenho tentado me manter vegetariana, por assim dizer. Mas sabe como é, em datas especiais eu acabo dando uma escapada, afinal, a carne é fraca. – explicou comedida. – A carne humana é claro.

Dei um riso fraco com a piada infame.

– Bom saber que pude te inspirar para o bem de alguma forma.

– Verdade que você me convenceu a testar sua dieta, mas não tome os créditos para si. A única razão pela qual eu continuei me alimentando do sangue animal foi Nahuel. Você precisava ver a cara dele quando soube que a matança não fazia mais parte da minha rotina. O encantamento nos olhos dele... Dava para dizer, Nahuel estava se apaixonando por mim de novo. – ela confidenciou com um brilho frenético no olhar e logo em seguida uma nuvem de tristeza encobriu suas feições. – Só é uma pena ele nunca aceitar isso.

Fiquei olhando para Candy com cara de paisagem. Eu não tinha resposta para aquilo, uma vez que confortá-la dizendo que daria tudo certo seria alegar que eu apoiava a fixação insana dela pelo irmão. Sem mencionar que quando Cadence fala assim a primeira palavra que vem à minha cabeça para descrevê-la é “louca”, uma vez que ela parece acreditar genuinamente em um futuro romance com Nahuel, que não poderia ser mais alheio a tal situação. Me pergunto qual seria a reação dele se um dia descobrisse...

– O que me leva ao motivo de eu estar aqui. – Candy interrompeu o silêncio numa voz subitamente enérgica. – Joham me contou que Nahuel veio te ver, é verdade?

– É. E você veio correndo saber o que ele queria. – supus.

– Se eu soubesse que você e Jacob tinham terminado, teria vindo bem mais rápido.

– Espera aí, como Joham sabe que Nahuel esteve aqui? Porque eu tenho certeza que o Nahuel não contaria...

– Ele provavelmente está de olho no Nahuel há algum tempo.

– No Nahuel ou na minha família? – falei sem me dar ao trabalho de disfarçar a acusação em minha voz.

– Credo Nessie! Claro que Joham não está vigiando a sua família. O que tem de errado em um pai cuidando do seu filho?

– Nahuel não quer e nem precisa dos cuidados de Joham. E pra falar a verdade, eu conheci seu pai e ele me pareceu no mínimo assustador.

– Você dá muita atenção aos delírios do Nahu. Ele guarda ressentimento do nosso pai, por isso vê tudo com maus olhos, mas não há nada de perigoso em Joham. Agora pare de me enrolar e conta de uma vez o que o Nahuel veio fazer aqui.

Bufei ainda incomodada com a ideia de Joham perto da minha família.

– Nahuel soube que alguém denunciou meu envolvimento com Jacob aos Volturi e isso levou o Aro e os outros Volturi até Forks a fim de eliminar minha família.

– Eu ouvi a respeito. Ainda bem que tudo terminou em paz.

– Edward acha que foi Joham quem trouxe os Volturi até nós. – expliquei.

– O quê?! Isso é absurdo! Joham nem sabia sobre vocês dois.

– Mas os filhos dele sabiam.

Os olhos confusos de Candy me encararam por meio minuto antes da reação explosiva que eu já esperava vir.

– Você está insinuando que eu te denunciei para os Volturi? – perguntou ultrajada.

– Não, de jeito nenhum. A questão é, a menos que Joham tenha andando por aí espionando minha família há anos, você e o Nahuel são as pessoas mais próximas a ele que tinham essa informação.

– E o Nahu veio logo garantir que não teve culpa no cartório. – Cadence murmurou para si mesma.

– Mais ou menos.

– Olha, eu sei que o Nahuel não quer queimar o filme dele com você por alguma razão bizarra, mas isso não significa que eu seja a culpada.

– Eu não estou acusando ninguém...

– Pode chamar o Edward para ler meus pensamentos, é até melhor para não ficar esse climão.

– Não tem clima nenhum, Candy. Calma. Eu acredito em você.

– Jura?

– Claro. Você é minha amiga.

A expressão dela se derreteu em comoção e Cadence começou a gemer coisas, não estou muito certa em que linguagem, estendendo os braços para mim.

– Obrigada pela confiança Nessie. – ela disse após o abraço.

– Você fez por onde merecer. Agora, a única coisa que me deixou intrigada foi o fato dos Volturi chegarem poucos dias após você ir embora.

– Coinci... Não. – Candy sussurrou com os olhos castanhos arregalados.

– O que foi?

– Quando eu fui embora, encontrei meu pai em uma cidade não muito distante. Ele estava com os Volturi cuidando de recém-criados. Como eu acho o Marcus um tremendo esquisito não me juntei a eles.

– Mas você conversou com Joham?

– Claro que eu falei com ele, é meu pai.

– Eu quero dizer, você contou que esteve em Forks?

– Não. Os Volturi estavam por perto, eu não arriscaria seu segredo.

– E o Aro? Ele tocou em você?

– Também não Nessie. – Candy explicou como se estivesse repetindo aquilo pela décima vez – Eu não fiquei muito tempo, só dei um abraço em Joham, troquei algumas palavras e segui meu caminho. Eu nunca iria imaginar que eles iriam parar em Forks.

– Entendo.

O silêncio dominou o quarto e logo Candy passou a observar as almofadas e pelúcias na minha cama, prestando uma atenção extra ao pequeno lobo avermelhado, MJ.

– Nahuel disse algo quando soube que você e Jacob não estavam mais juntos?

– Não. – menti. – Ele já entendeu que é melhor sermos apenas amigos.

– Melhor assim. – Candy finalizou com seu conhecido tom intimidador.

– Você vai passar algum tempo conosco?

– Não, não, não. – ela se apressou em responder erguendo as palmas das mãos. – Emmett me contou: semana que vem vocês começam a estudar. Eu definitivamente não conheço um clã com hábitos mais esquisitos do que o seu.

Eu ri.

– Você deveria tentar. Talvez o Nahuel goste de garotas no colegial. – brinquei.

– Rá, rá, rá. Que bonitinho. – Candy riu sem graça franzindo o cenho.

– Deixa pra lá. Apenas... Seria divertido ter você por perto.

– Por quê? Não é divertido o suficiente brincar de ser humano?

– Extremamente chato, se você quer saber.

– Vai me dizer que nenhum humano com jeito de atleta e charme juvenil te chamou atenção todos esses anos?

Maneei a cabeça em negativa.

– Até parece. – bufei.

– Você nunca vai deixá-lo realmente pra trás, não é Nessie? – ela perguntou em um tom solidário, colocando MJ na altura do rosto dela e exibindo-o para mim.

Uma avalanche de emoções caiu sobre mim. Ter Candy por perto era como fazer um passeio de volta ao passado.

Eu quase consigo ouvir a voz de Jacob reclamando em tê-la por perto, me dizendo para não confiar na “meia-sanguessuga” e tudo o que eu faria era abraçá-lo e cobri-lo de beijos até ele esquecer sobre o que estava se queixando. Então ele me envolveria em seus braços fortes e quentes fingindo não notar que eu havia desviado do assunto. E o mundo todo se resumiria a nós.

Suspirei sabendo que reviver esses momentos não me faz nenhum bem. Pelo contrário, só me faz desejar cada vez mais Jacob aqui comigo. E uma vez que ele não aceita ser apenas meu amigo, prefiro permanecer longe ao invés de sentenciar nossa morte e a de todos aqueles que estão ao nosso lado.

O grande problema é essa sensação de vazio que me acompanha aonde quer que eu vá e me faz sentir como se eu não pertencesse a lugar algum, a menos que Jacob esteja comigo. E isso parece tão errado.

Prefiro enganar a mim mesma com pequenas distrações a aceitar a ideia de que essa sensação nunca vai passar.

Candy estalou os dedos na minha frente.

– Planeta Terra chamando Nessie.

– Desculpa. Eu...

– Não precisa se explicar, eu já entendi tudo. – falou ela se colocando de pé – É melhor eu ir antes do anoitecer. Quero ver o Nahuel urgentemente e esclarecer essa história mal contada. A última coisa que eu quero é meu Nahu pensando coisas ruins sobre mim.

– Faz bem. – dei um sorriso fraco. – Candy, você já esteve com outros homens, não é?

– Sim.

– E você nunca conseguiu esquecer o Nahuel?

Ela comprimiu os lábios e deu de ombros.

– Eu nunca tentei.

– Boa resposta. – murmurei pensando no meu próprio caso.

– Foi bom te ver Nessie. Me avise quando suas férias começarem, assim posso vir te ver. – brincou.

– Quem sabe te levo para o acampamento de verão.

– Argh. Medo.

Eu ri. Uma semi-vampira com medo de humanos, essa é nova. Por mais previsíveis e irritantes que os adolescentes do ensino médio possam ser, eles não passam disso.

Pensando bem... Pode haver exceções. Sorri comigo mesma lembrando Gabriel e a pequena Cat.

Candy e eu nos despedimos e enquanto eu desejava boa sorte à minha amiga louca, não pude deixar de lembrar a visita de Nahuel. E o Nahuel que bateu na porta da minha casa poucas semanas atrás, pouco lembrava o rapaz simples de traços indígenas que eu conheci. A trança havia sido cortada deixando apenas os fios rebeldes caindo sobre os seu rosto e eu poderia dizer que ele andou comprando algumas roupas na cidade.

Até pensei em comentar a mudança no visual com Cadence, mas a última coisa que eu planejava era despertar um ataque de ciúmes nela. Até porque, pelo menos da minha parte, não havia motivo.

Fechei os olhos recordando minha pequena mentira a respeito da reação de Nahuel ao fim do meu relacionamento com Jacob.

– Sabe qual foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça quando eu soube que você e o lobo haviam terminado? – Nahuel me perguntara com sua franqueza rústica e tom destemido.

– Sinto muito? – sugeri tentando mudar o rumo da conversa.

– A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi que agora o caminho estava livre. – ele falou sustentando meu olhar com aqueles intensos olhos cor de teca. – Mas não está não é? Nunca esteve.

As palavras dele ainda ecoavam claras na minha memória, contudo eu não pretendia entristecer Candy.

Voltei para o meu quarto e me deitei processando todas as lembranças que a falta de sono permitiu.

Apenas um rosto se sobressaia sempre.

Nahuel estava certo. O caminho não estava livre nem para ele, nem para ninguém.

E a última coisa que eu pensei antes de cair no sono era que talvez nunca estivesse.


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Notas finais do capítulo

Só lembrando e para quem não viu, aqui está o link da ficha de inscrição para concorrer ao livro: http://efjakenessie.tumblr.com/tagged/cadastro-concurso-ef ;D