Rehab escrita por Amanda, Juh, Taís


Capítulo 9
Sakura: Jantar


Notas iniciais do capítulo

Mais um.Obrigada pelos comentários, ficamos muito felizes.



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Sakura

Tratos são muito perigosos e arrependimentos são traiçoeiros.

No momento, eu me arrependo de ter feito um trato. Enquanto a água caia sobre meu rosto, eu me permitia refletir sobre a besteira que eu tinha feito. Como eu iria arrumar um namorado em uma semana? Pensei em pedir pro Gohan fingir, mas o maldito me tirou essa opção. Para ele talvez seja mesmo fácil, ele é tão confiante e cheio de si. Agora eu, nunca tive uma experiência séria de namoro quando tinha todo tempo do mundo pra isso, quem dirá agora que tenho sete dias contadinhos.

No fundo o que me consolava era tê-lo em minhas mãos. Na verdade até isso me incomodava, eu queria com todas as forças do meu ser me vingar decentemente dele com n° CPF na nota e tudo mais, mas ao mesmo tempo não queria me sentir uma chantagista barata. Harr.

Tudo o que eu queria era minha vida monótona de volta, poder ir trabalhar em paz com Gohan sem ser atropelada. Fazer meu trabalho sem ter que ensinar ex- playboy nenhum, sem ter que faltar na faculdade, onde alias era pra mim estar agora... Talvez eu liberte esse infeliz do Sasuke da chantagem, só pra ter um pouco de paz. Vou arrancar as calças dele nesse jantar caro, e dane-se essa vingancinha idiota. É Sakura, se prepare para uma noite cara com o capeta. Harr. Me enrolei na toalha sem ter a menor noção do que vestiria, dei uma olhadinha no relógio. Herr, já eram 20:00h, realmente se eu não me decidisse logo, iria me atrasar.



— Filha — escutei minha mãe chamar. Nossa faz dias que não vejo minha mãe, ela só trabalha, dorme e namora um cara que eu não conheço Harr.


— Entra, ta aberto — eu disse. Ela entrou, linda como sempre, minha mãe batia o record das mães, era muito bonita.


— Eu sei filha, tenho sido péssima com você, mas vem da um abraço na mamãe, vem — ela disse toda chorosa e eu lhe abracei.


— Eu te desculpo, dona Tsunade.


— Você faltou na faculdade hoje? — ela perguntou observando que eu estava de toalha.


— Sim, herr, vou sair pra jantar — disse meio constrangida por ter faltado, mas também não ia mentir.


— Com o Gohan? — ela perguntou.


— N-não, você não conhece.


— Bom, então vou te ajudar a se arrumar, deve ser um encontro especial.


— N-não é um encontro, mãe, e também não é nada especial. É um jantar normal como qualquer outro — eu disse.


— Tudo bem, mas eu te conheço e sei que você ainda não sabe o que vestir — Mãe é uma praga mesmo, ainda bem que a minha é descolada.


— Só pega leve, porque eu quero ir bem normal, ta? — disse com medo dos exageros dela. Ela me olhou e deu de ombros, foi até meu guarda-roupa e me jogou um short preto curto de cetim e uma blusa também preta, meio decotada com alças também de cetim. Depois ela pegou um salto rosa, largou tudo lá e foi embora.


— Me mostre quando terminar — gritou de longe.

Coloquei a roupa, e acho que faz um tempão que eu não a visto, tava tudo mega justo. Bom, fui me maquiar, coloquei minha corrente de sempre, me maquiei, me perfumei. Peguei minha bolsa rosa que fazia conjunto com meu salto também rosa e fui até o quarto da minha mãe, mas ela já estava no vigésimo ronco. Olhei no relógio eram 20:50, e a campainha tocou. Até que ele é pontual, chegou antes do previsto. Fui lá atender, me preparando mentalmente pra noite cara que nos aguardava. Mas ao abrir a porta, me deparei com o Gohan que nem uma estatua na minha porta completamente mudo, com os olhos esbugalhados. Parecia que tava passando mal, eu hein...


— Gohan? — disse cautelosa, mas não funcionou, ele tava paralisado.


— GOHAN! — gritei.


— S-s-s-s-Sakura, você está linda — aos trancos e barrancos ele finalmente disse.


— Bom, obrigada Gohan. Mas.. Está tudo bem com você? — perguntei preocupada.


— T-t-ta tudo bem sim, herr — Gohan disse gaguejando mais. É, às vezes dá esses ataques e ele gagueja.


— Você não foi a faculdade hoje?


— Não... — ele deu de ombros.


— Por quê? — perguntei sem entender.


— Você não foi — ele disse.


— Mas eu te avisei que não iria.


— Eu sei, mas resolvi não ir também, daí vim aqui ver se você precisava de alguma coisa, mas... Você vai sair? — perguntou me olhando.


— Sim.


— Aonde você vai? — ele me perguntou. Bom, ai estava um grave problema, não queria que ele soubesse aonde eu iria e principalmente com quem eu iria. Ele e Sasuke não se gostavam nem um pouquinho. Pensei em mentir, mas ta ai uma coisa que eu não gostava de fazer. Então resolvi que não daria satisfações, simples assim. Só que antes de eu abrir a boca, Gohan leva um super, mega, master, blaster, advancet, socão na cara.



— AI MEU DEUS, PARA COM ISSO!— Gritei desesperada.


— SEU FILHO DA PUTA! — esbravejou Gohan já caído no chão.


— LEVANTA SEU VIADINHO, AINDA NÃO TE DEVOLVI — gritou Sasuke.


— PARA COM ISOOOOO!!!! — eu gritei horrorizada. Sasuke puxou os cabelos de Gohan pra que ele se levantasse e lhe deu outro socão, Gohan não caiu, mas eu me coloquei entre os dois.


— SAKURA, SAI DA FRENTE— Sasuke mandou com raiva.


— Pare com isso, Sasuke, por favor — pedi

.


— VOCÊ TA DEFENDENDO SEU NAMORADINHO? — ele gritou.


— Gohan, me desculpa. Preciso que você vá, por Deus, por favor, por mim — implorei. Gohan me olhou por um longo tempo e sem dizer nada foi pra casa. Eu me senti um lixo, era como se ele tivesse se decepcionado o bastante pra nunca mais querer me ver. E foi a minha vez de ficar paralisada por uns dois minutos, os dois minutos mais eternos que já vi.


— Pode ir, eu te espero aqui — Sasuke sussurrou. Não que ele tivesse que autorizar, mas essa foi a primeira atitude gentil que ele teve desde que o conheci. Não pensei duas vezes e fui até a casa de Gohan, bati na porta, mas é obvio que ele não me atendeu. Então eu abri a porta que estava destrancada, estava escuro e eu acendi a luz. Gohan estava sentado no chão da sala com a cabeça entre os joelhos, eu me agachei em frente a ele.


— Então era com ele que você ia sair, Sakura? — Gohan perguntou levantando a cabeça pra me olhar. Seus olhos estavam roxos.


— Não é o que você pensa, Gohan. Eu também não o suporto... — disse na esperança de que ele me ouvisse.


— Não precisa explicar, eu não sou nada seu, não é mesmo? — Sua palavras doíam na minha alma.


— Você é o cara mais importante da minha vida, Gohan, é meu melhor amigo — eu disse. Ele deu um beijo na minha testa.


— Vai lá, Sakura.


— Quero cuidar de você...


— Não, eu vou tomar um banho e eu mesmo cuido disso. Não se preocupe, amanhã no mesmo horário passo pra te pegar, ok?


— Tem certeza? — perguntei.


— Sim, vai lá — saí com uma sensação meio estranha. Mas ao que parecia Gohan não estava com raiva, e sinceramente não deveria mesmo, afinal, quem socou ele foi o Sasuke e não eu, por que raios eu me sentia tão culpada? Eu hein. Sasuke estava sentado na porta da minha casa, também com a cabeça entre os joelhos.

— Sasuke — chamei. Ele levantou a cabeça me olhando por um bom tempo. Coisa boa é que não era.


— Você ta lin... Bonitinha hoje — ele disse.


— Obrigada — agradeci.


— Que? Só te elogiei por que você mexeu no cabelo — ele disse. E eu nem tinha mexido no cabelo, ele é demente mesmo.


— Eu disse obrigada por ter esperado eu ir falar com Gohan. E esse negócio de me elogiar e latir já acabou, ok.


— O olho dele ta muito roxo?— ele perguntou com deboche.


— Os seus estavam bem pior — rebati.


— Vamos logo pra essa merda de jantar, temos que acordar cedo amanhã poodle — ele disse se levantando em direção a um carro estacionado na frente da minha casa. Fiquei me perguntando onde será que ele roubou isso. Pensei também em lhe dar uma boa resposta por me chamar de poodle, mas realmente tínhamos que acordar amanhã cedo, e quanto mais rápido isso acabasse melhor. Ele dirigia rápido demais pro meu gosto, irresponsável de uma figa! Ficamos em silêncio até o restaurante "The Place", parecia realmente chique, coisa de filme. Eu nunca havia colocado meus pés num restaurante assim, nem nos meus sonhos.


— Tem certeza de que vamos jantar aqui? — perguntei desconfiada de quando isso custaria.


— Você queria um restaurante caro, não é? — ele disse jogando na minha cara a chantagem que me fazia sentir mal. Entramos no "The place", olhei pro Sasuke e percebi que ele batia o record dos paralisados. Ele não se movia, nem piscava, então resolvi olhar na direção em que ele havia esquecido o cérebro. E ali estava a visão mais assustadora de todos os tempos, estávamos fritos, assados, cozidos, grelhados, passados ao molho madeira e esturricados! E agora quem poderá nos salvar?

— Beleza meu pai já está aqui! — ele disse. O que ele quis dizer com isso? Pensei que o jantar seria só para nós dois.

— Sasuke, o que seu pai faz aqui? Você o convidou? — perguntei.

— Não, não, é pura coincidência. Mas já que ele esta aqui vamos sentar com ele.

— Ah, é melhor do que ficar sozinha com você — e é melhor mesmo.

Fomos em direção ao Sr. Uchiha, que estava sentado sozinho em um lugar reservado do restaurante.

— Oi pai! — Sasuke disse descaradamente.

— Sasuke? Sakura? O que vocês estão fazendo aqui? — ele perguntou surpreso.

— Vim trazer a Sakura pra jantar, é claro.

— E por acaso com que dinheiro você vai pagar a conta?

— Ah, eu vendi umas coisinhas minhas pro Naruto e o Neji — ele deu de ombros. Isso está me cheirando mal.

— Ah, entendi — o pai dele disse desconfiado.

— Podemos nos sentar com você? — o maldito perguntou.

— Sim, é claro.

A mesa só tinha uma cadeira vaga e é claro que o Sasuke correu e sentou primeiro. Às vezes eu fico inconformada com a gentileza do Sasuke.


— Hã, herr, aham, hum, harr, herrr... Sasuke — disse sem graça. Ele me olhou e captou o sinal.

— Sakura pode pegar aquela cadeira ali — ele apontou para uma mesa vazia ao lado. Hã?

— Sasukezinho do coração da Sakurazinha, você vai fazer o favorzinho de me deixar sentar em seu lugar e ir buscar uma cadeirinha pra você.

— Eu não, vai buscar você, folgada — eu não acredito que esse desgraçado, maldito, cão do inferno, capeta, diabo, infeliz me disse isso.

— Sasuke para de ser folgado, e pega uma cadeira para ela — o sr Uchiha é tão gentil, tão fofo ao contrário do filho. Mas fazer o que? Nem sempre filho de peixe, peixinho é.

— Ta bom, eu vou — ele se levantou — Sakurazinha do coração do Sasukezinho, pode sentar no meu lugarzinho fofinho e gostosinho. — ele me olhou com cara de cão ao responder.

O garçom veio nos atender e percebi que ele me olhava com malícia, enquanto nos servia vinho. Sasuke olhava o cardápio e fazia os pedidos, já que eu nunca havia nem ouvido falar naqueles nomes que pareciam palavrão. Comemos a comida que Sasuke havia pedido, mas pensando bem, eu preferia mil vezes um arroz e feijão. Estava indo tudo bem, Sasuke me ofendia e eu chutava a canela dele debaixo da mesa, enquanto o sr.Uchiha comia em silêncio. Tive a leve impressão que Sasuke e eu acabamos com a noite dele. Quando o garçom taradão veio nos trazer as sobremesas, debaixo da minha taça havia um guardanapo onde estava escrito à caneta azul " Você é incrivelmente linda, seus olhos verdes são lindos, você é demais pra ele" e embaixo o número de seu celular. Mas que merda é essa? Quem esse garçom pensa que é? Estou sentada ao lado de dois homens e ele tem a cara de pau de me mandar bilhetinhos. Eu não acredito que isso ta acontecendo comigo.

Fiquei em choque, e provavelmente estava vermelha como um pimentão. Mas por mais que eu estivesse paralisada com o assédio do garçom, quando olhei pro Sasuke percebi que ele batia o record de bilhetinhos, cruzes! Essas meninas não tem respeito, não? Ele esta acompanhado. Aahh, mas essas malditas patricinhas me pagam, ah se pagam... Pensando bem, é bom que essas patricinhas idiotas fiquem iludida por esse vagaboy do Sasuke. Mal elas sabem que por trás desse rostinho perfeito, se esconde um demônio mulherengo, mal educado e peste.

Após comermos bastante, Sasuke se levantou, colocou a mão na barriga e disse:

— Preciso dar um mijão. — e saiu em direção ao banheiro.

— Sakura, não leve a sério esses palavreados do meu filho. Ele só faz isso para me provocar. — o Sr. Uchiha se desculpou.

— Ah, não é nada, já estou acostumada — não é legal me intrometer na vida dos outros, mas fazer o que? Eu estava tão curiosa que tive de perguntar — Sr. Uchiha, não querendo me intrometer, mas já me intrometendo, por que os seus dois filhos foram embora de casa? — ele me olhou com um rosto triste.

— Deve ser porque eu não sou um bom pai — ele falou isso com um olhar triste. Mas que droga, por que eu fui perguntar isso? Ficamos em silêncio por um tempo, e nada do Sasuke chegar.

— Sr. Uchiha, o Sasuke está demorando — comentei. Auuuuuh, o meu celular uivou antes que o Sr. Uchiha pudesse responder. Era uma mensagem de texto do Sasuke. Olhei discretamente para o celular e li a mensagem que dizia o seguinte:

“Me encontra agora em frente ao banheiro masculino, e não fale nada para o meu pai sobre essa mensagem”

O que esse maldito quer comigo? Resolvi ir ao banheiro descobrir o que esse idiota está aprontando.

— Com licença, vou ao toalete — me levantei, peguei minha bolsa e fui ao toalete, para me encontrar com o vagaboy maldito, digo o maldito do Sasuke.


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Notas finais do capítulo

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