Rehab escrita por Amanda, Juh, Taís


Capítulo 15
Sakura: Decepções


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/140991/chapter/15


Eu nunca havia entrado numa prisão mesmo que de delegacia, e por mais estranho que fosse, eu não me sentia mal ali não. Era até legal ver o Sasuke preso, indefeso e cheio de raiva.


 Ao que parecia, ele não gostou muito da idéia do Naruto de trazer miojo não. Hehe. Falando em Naruto, percebi que ele é um corredor de disputar maratona. Estava uns dez metros à minha frente... Isso tudo era medo do grito que o Sasuke deu? Claro que era, até eu me mandei dali. O Gaara era o mais mole, estava lá atrás com a mão no joelho com cara de quem veio do Ceará à pé. Quando o Naruto resolveu esperar a gente, eu já tinha sentido que as minhas vitaminas A, B, C, D, E, F e G do corpo já tinham acabado. Afinal de contas, ele é retardado ou o quê? O Sasuke estava preso! A menos que ele tivesse o poder do Freddy Krueger de pegar agente no sonho... Herr.


Eu me sentia diferente hoje, um vasto desejo de solidariedade crescia dentro de mim. Estava me sentindo uma participante do Criança-esperança, precisava ajudar o Sasuke e já que o Gaara e o Naruto estavam comigo, resolvi fazer um apelo ao Sr. Uchiha pra soltar aquele demônio da cadeia. Não ia ser nada fácil, mas eu tinha uma carta na manga, sabe...


— Ok, precisamos ir falar com o Sr. Uchiha, meninos! — eu disse.


— E-le, N- não, vai, que- rer, a- ju- dar...— Gaara estava mesmo cansado, hein.


— Ele vai sim, tenho uma carta na manga. — disse confiante.


— Beleza, quem chegar por último é mulher do padre! — Naruto disse e saiu correndo, tive que puxar ele pelos cabelos de volta. — Que foi gente? — ele perguntou e pela minha cara e a do Gaara, acho que ele entendeu que correr não rola.


— Eu to de carro, imbecil! — Gaara disse e eu pude ouvir os sininhos dos anjos na minha mente. Ótimo!


— Então vamos. — eu disse.


 Chegamos à empresa Uchiha, falamos com a secretária baranga, e o Sr. Uchiha autorizou nossa entrada. No caminho, encontrei com a Ino que me cumprimentou com um tanto de vergonha nos olhos. É, não é nada fácil ter um futuro ex peguéti detento, tadinha... Pegamos o elevador que tinha um espelho maravilhoso, mas eu particularmente não queria me olhar, estava um desastre! Meus cabelos até perderam a cor, já o Naruto estava se sentindo... Ficava dançando Michael Jackson, se não fosse o Gaara dá um tapa na cabeça dele, ele ia dançar Single Ladies da Beyoncé. Herr. Rapidamente chegamos a sala do Sr. Uchiha.


— Eu primeiro. — disse Naruto já entrando na sala e sem bater na porta. Tive que puxar ele pelos cabelos de novo, e ele gritou que nem um bebezão.


— Vai Gaara, você primeiro. — o encorajei.


— Nana, nina, não... As damas primeiro. — ele disse fazendo gesto pra eu ir. Me enchi de coragem e bati na porta, escutei o Sr. Uchiha dizendo para que eu entrasse. Mal ele sabia que a Sakura tinha triplicado em dois marmanjos. Harr.


— Com Licença. — disse entrando e os meninos vindo logo atrás.


— Olá crianças! — disse o Sr. Uchiha. — Sei o que vieram me pedir, e já digo que a resposta é não.


— Ah Tio, libera o Sasuke lá. — pediu o sem noção do Naruto, dessa vez o Gaara beliscou ele.


— Naruto, sempre excêntrico! Haha... — Sr. Uchiha estava bem humorado.


— Tio por favor, acho que o Sasuke já sofreu o bastante por essa noite que passou na cadeia. — Gaara disse.


— Mas esse sofrimento não fez ele entender que está errado. Quero que ele cresça, por isso deixarei ele por lá, pelo menos por enquanto. — Sr. Uchiha disse.


— Sr. Uchiha, eu sei de tudo isso e concordo com o senhor, mas não acredito que ele vá aprender isso dessa maneira, só vai aumentar a raiva e rebeldia dele, então por favor solte o Sasuke. Pode descontar do meu salário todo mês o que gastar com a fiança, mas solte-o. E depois eu prometo que deixo ele se lascar sozinho, prometo nunca mais ajudá-lo, eu... Prometo. — implorei.


— Sakura, como eu queria que você fosse minha filha. Você é uma menina de ouro, e o idiota do meu filho nem se dá conta do quão privilegiado ele é de ter você ao lado dele todas as horas. Entendo perfeitamente o que você está tentando fazer, mas não ligo pro custo dessa fiança. Eu pagaria milhões por ela se o Sasuke merecesse, mas não é o caso, por isso quero pedir que voltem para suas casas e deixem que eu resolvo isso. Eu sei do que o Sasuke precisa.


 As palavras do senhor Uchiha pareciam certas, mas minha cabeça não aceitava, parecia tão... Errado essa atitude. Ele tinha rasgado, triturado e comido sem nem um gole d'água a minha carta na manga... Bom, pelo menos eu tentei novamente, né? Eu sei que o Sr. Uchiha me pediu pra ir pra casa, mas eu não podia, não ia ficar em paz. O Gaara disse que me levaria de volta à delegacia e depois iria embora com Naruto, afinal Sasuke já estava cheio deles. 


Eu estava incrivelmente triste por não ter conseguido nada na minha frágil tentativa de ajudar o Sasuke, mas sempre dá pra piorar, não é? É. Quando finalmente ia entrar no carro do Gaara e me mandar dali, eu vi o Gohan acompanhado de uma garota Loira, os dois pareciam bem... Íntimos?Harr, por que ele não fala mais comigo e ainda arranja uma garota? Pra quê? Pra me irritar? Gohan quer mesmo me ver fora da vida dele e está acontecendo... Me sinto vazia sem meu ex melhor amigo.


O vento que entrava pela janela com a velocidade do carro, embolava o meu cabelo me deixando mais maravilhosa. Harr. Saco. Enquanto o Naruto não parava de tagarelar no banco de trás algo no qual eu não prestava atenção e muito menos o Gaara, me lembrei de quando Sasuke e eu estávamos sentados no chão cantando, só a grade da cela nos separavam. Não contive a risada ao pensar nele cantando esse tipo de música, afinal, como ele mesmo diria "isso é coisa de bixa". Hehe.


Quando eu estava chegando na delegacia, encontrei com o Sai, automaticamente tive vontade de me esconder, eu estava um terror e ele estava lindo de viver... Harr. Mas ele finge bem, me olhava como se eu fosse uma Miss. Ele me disse que já estava tentando falar com o Itachi, e que iria me esperar falar com o Sasuke. Isso me aliviou bastante, aliás, o Sai tinha esse efeito sobre mim. Ele me trazia paz. Deus queira que eu não me apaixone por ele. 


 Fiquei pensando em como diria ao Sasuke sobre o pai dele não ligar dele estar preso, mesmo com o nosso apelo. Então resolvi que não ia contar, mas uma boa notícia estava por vir porque Sai conseguiu falar com Itachi, então em breve o Sasuke ia se mandar de lá. Me despedi dos meninos e agradeci, eles foram muito fofos comigo, são mesmo bons amigos, o Sasuke tinha sorte. Depois de autorizarem minha entrada na cela dele, escutei o carcereiro dizendo que desde que o playboyzinho chegou na cadeia aquele lugar havia se tornado um desfile de moda... Muito suspeito isso. Bom, só eu e os meninos vinhamos visitar o Sasuke. Eu hein.


Chegando na cla do Sasuke, aqueles detentos sebosos mais o zé manco ficaram gritando que nem uns retardados. Eu quase acreditei que estava mesmo bonita... Herr. O Sasuke estava sentado no chão, e assim que me viu se levantou. Ele parecia bem pior do que quando o vi pela última vez, estava bonito, claro, mas estava estranho meio sombrio, ficou me olhando por um tempo, como se tentasse decifrar o que eu estava sentindo? 


— Planeta Terra chamando Sasuke — chamei sua atenção. Ele estava estranho.


— O que é que foi? — ele disse me fitando como se soubesse o motivo de eu estar um pouco pra baixo.


— Nada... Eu vim te dar uma boa notícia. — Tentei mudar de assunto.


— Boa notícia? Pela sua cara a notícia não é nada boa. — Ele disse percebendo que eu tentava trocar de assunto.


— Ah, eu acabei de encontrar com o Sai. Ele disse que vai me esperar lá fora... —  tentei mudar de assunto. Não queria falar sobre o Gohan pra ele.


— Fala logo, o que houve com você? — perguntou.


— Eu já disse que não é nada... É só o Gohan. — Droga! Eu tinha que desabafar com alguém.


— Gohan?! 


— É, eu acabei de ver o Gohan com uma loira... Eu sei que eu deveria estar feliz por ele, mas... Não estou, eu não sei se é ciúmes ou o que é... — de repente eu estava falando tudo o que eu não queria falar. Mas Sasuke me interrompeu.


— Me poupe, Sakura! Você acha que eu to interessado na sua histórinha de amor com o Gohan? Eu tenho mais o que fazer. — ele disse.


— Ei, Sasuke — tentei me defender, mas ele me interrompeu.


— Você ta parecendo uma vadia, uma hora você fala do Sai e outra do Gohan, se decide logo! —  paralisei. — Ah, já sei, você quer os dois, não é mesmo?


Continuei sem reação.


— Eu conheço bem o seu tipinho, Sakura. Eu tinha três como você. — eu não acreditei que ele estava me comparando com elas. Continuei calada, e isso pareceu o irritar ainda mais. — FALA ALGUMA COISA, PORRA! EU SEI PORQUE VOCÊ NÃO QUER FALAR, PORQUE TUDO O QUE EU DISSE É VERDADE, NÃO É SAKURA?!


Não conseguia acreditar no que eu tinha escutado. Nunca esperei ouvir isso dele... Dele não. O Sasuke não é... Quer dizer, não era assim. É Sakura, você foi uma trouxa. Uma trouxa!


— EU TE ODEIO! Eu fui muito trouxa de pensar que você tinha um coração... E me arrependo muito de ter te ajudado! — as lágrimas começaram a cair e eu saí correndo.


 Eu me sentia uma idiota, correndo das palavras duras como se isso fosse possível. Despertei até a piedade dos presos que xingavam o Sasuke. Era só o que me faltava, que sentissem pena de mim!


 Corria passando por todas aquelas celas e parecia que a saída nunca chegava, na verdade eu não conseguia enxergar nada, meus olhos estavam encharcados, e meu cérebro não tinha mais o controle das pernas. Acho que tropecei nos meus próprios pés... Acreditei que daria de cara com o chão, e se isso realmente acontecesse, eu simplesmente não ligaria. A dor que eu sentia agora era maior do que qualquer dor física. Mas, eu realmente tenho anjo da guarda, traduzindo... o Sai, que me pegou antes que eu caísse, me abraçando desesperadamente.


— Sakura, pelo amor de Deus, me diz o que aconteceu? O que fizeram com você? FALA! — Sai dizia desesperado, e eu só conseguia chorar. — Sakura, me ajude a te ajudar, por favor. — ele disse num tom implorante.


— Vamos embora Sai, vamos embora — eu sussurrei e ele assentiu.


Sai me pegou no colo e me colocou em seu carro, senti minha cabeça pendendo para trás até apagar.


Quando acordei, tinha certeza de que estava no hospital. Sentia aquelas mangueirinhas chatas em mim, podia ouvir as conversas ao meu redor. Eu estava bem constrangida, mas abri os olhos.


— SAKURA! — Sai, Naruto, Gaara e até o Neji gritaram em coro.


— Pensaram que iam me enterrar, né? — tentei parecer bem humorada.


— Você é valentona. — Gaara disse passando a mão em meu cabelo.


— Ei gata, que susto você nos deu! — Neji disse. Não fazia idéia do por quê dele estar ali.


— Eu to tão feia assim? — perguntei.


— Ta pior que o Jason sem a máscara... Brincadeira Sah, até assim você é linda! — Neji disse.


— Sah... Eu... Sah, você... O quê... Harr, você esta se sentindo bem? — Sai naturalmente tinha um monte de perguntas a fazer, depois teria que conversar com ele.


— Sim... Estou bem. — respondi.


— Cara, pensei que você estivesse treinando pra morrer, Sah. O Sasuke que sempre fazia isso... —  Naruto disse. Inconscientemente, ele despertou todo o sofrimento que havia passado à pouco, todos os meninos fuzilaram Naruto com os olhos. — Quê? — ele perguntou e o Gaara deu um cascudo na cabeça dele, o que me fez rir.


— Se quiser, posso bater um pouco mais nele, Sah. — Gaara se ofereceu. Era impressão minha ou eles estavam íntimos de mim?


— Não precisa não... Como é que eu fui parar aqui mesmo? — perguntei.


— Você apagou no carro do Sai e ele que te trouxe. Bate nele, Sah! — Naruto disse acusando Sai. Ele é muito engraçado. Hehe.


— Ah, então foi você o monstro malvado! — disse olhando pro Sai.


— Você teve insuficiência respiratória, e se eu soubesse que você não tinha comido nada o dia inteiro, com certeza teria feito você comer. — ele disse numa bronca.


— Pô Sah, por que você não falo que tava com fome? Eu trazia um miojo pra você! — Naruto disse, o que me fez lembrar do maldito de novo. Mas eu disfarcei.


— Qualquer dia desses eu te apresento o arroz com feijão, Naruto. — eu disse e ele coçou a cabeça pensativo.


— É uma dupla sertaneja? — perguntou e levou outro cascudo, dessa vez do Neji. Tinha como não ri de uma criatura dessas? Não. Já era noite, o médico responsável por mim me deu alta. Os meninos se despediram, apenas o Sai ficou pra me levar embora, eu me vesti e nós fomos.


— Posso ficar tranquilo, ou você vai desmaiar no meu carro? — perguntou.


— Desculpa por te dar trabalho, Sai. — eu disse.


— Faça isso sempre que quiser, foi ótimo ficar o resto do dia ao seu lado — esse menino existe?


— Como você faz isso?


— Bom, depois que eu tirei minha carta dei umas treinadas pra ficar melhor... — ele respondeu sem entender.


— Não estou falando de dirigir, Sai. — eu disse.


— Ah desculpa, como eu faço o quê? — perguntou.


— Como consegue ser tão doce? — perguntei meio que lembrando da resposta, quando aquele idiota do Sasuke me contou que o Sai era gay.


— A pessoa que no mínimo não tentar ser doce perto de você, não merece lhe dirigir a palavra, então eu faço o possível. — ele respondeu, enquanto minha ferida se abria, dessa vez não pude conter... Estávamos em frente a minha casa e o Sai parou o carro.


— Por quê está chorando Sakura? — ele perguntou passando suas mãos em meu rosto. — Me conta o que ele te fez?


 Eu não queria dizer nada a ele, não queria que ele brigasse com o Sasuke por minha causa. Então preferi não dizer nada. Sai abriu a porta do carro e deu a volta, abrindo a porta do lado onde eu estava. Ele se sentou no banco e me puxou pro seu colo, me abraçou com força, e eu percebia o quanto eu precisava daquilo, precisava da proteção, da atenção que ele me dava. Depois de um longo tempo ele me afastou e ficou a me olhar nos olhos. Isso me lembrou do Gohan, sempre que precisei de atenção, carinho e proteção, ele sempre estava lá, SEMPRE. Mas agora tudo mudou e eu não tenho mais o meu Gohan. Oh vida cruel!


— Se não quer me contar nada, tudo bem. Mas se eu ver os olhos mais lindos do universo tristes de novo, ele vai ter que se ver comigo. — Sai disse.


— Ele não me fez nada, Sai. Só fiquei chateada por ele não reconhecer o meu esforço em ajudá-lo, você sabe como ele é... — disse abaixando a cabeça, querendo poder desabafar tudo. Dizer que ele me comparou com as namoradinhas dele, dizer que me chamou de Vadia... Queria poder dividir um pouquinho dessa dor.


— O azar é todo dele se não sabe tratar uma criatura linda como você, só que isso não vai tornar acontecer. — Sai disse.


— Obrigada. — sussurei.


— Ei... — ele disse levantando meu rosto, me acariciando e fitando meus olhos. — Não pense duas vezes quando quiser correr... Corra para mim. — ele disse pegando em meus cabelos, aproximando mais seu rosto. Podia sentir sua respiração, seu calor em mim. Colocou seus lábios nos meus, mas não me beijou, apenas terminou com um selinho no canto da boca. Escutamos minha mãe à porta, me chamando e ele se levantou, pegou minha mão e me ajudou a levantar.


— Tchau, Sakura.


— Não, entra comigo. — pedi.


— Acho melhor você descansar. — ele disse.


— Estou bem disposta! — eu disse.


— Bom, então ta.— ele disse por fim.


 Eu estava esperando ele na entrada de casa ao lado da minha mãe, enquanto ele estacionava o carro. Bom, eu não podia deixá-lo ir embora sem ao menos saber se aquilo que aconteceu no carro dele era algum interesse por mim, ou se era aqueles gestos típicos de gay, sabe como é... Eles são assim, beijam suas amigas na boca, ficam acariciando... Eu já tive uma amiga que se apaixonou perdidamente por um gay, e sinceramente, eu não queria o mesmo destino pra mim. O Sai é tão compreensivo e sensível, essas não são qualidades comuns em homens, convenhamos, mas seria trágico descobrir isso porque ele é tão alto, forte, lindo, impecável. Harr.


— Quem é ele? — minha mãe perguntou com ironia.


— Um amigo. — respondi.


— Você está namorando seu amigo? — perguntou assim na lata.


— NÃO. — respondi. Onde já se viu namorar amigo? Harr.


— E por que não? — ela perguntou inconformada. — Esse era o genro que eu pedi a Deus! — ela disse. Achei estranho, pois eu sempre pensei que o genro que ela pediu a Deus, era o Gohan. Que doida. Mãe, quem entende?


— Ele é gay. — eu disse só pra cortar o barato dela, embora pudesse ser verdade. Herr, mudei de assunto percebendo que ele chegou.


— Mãe esse é o Sai, meu amigo que trabalha comigo. — eu disse.


— Como vai, Sai? — Ela perguntou segurando sua mão.


— Essa é a minha mãe Tsunade. — apresentei minha mãe a ele.


— Agora compreendo como a Sakura pode ter uma beleza tão estonteante, puxou a mãe. — ele disse e eu pude ver ela se derreter... Harr.


— Por que eles são sempre assim? — ela perguntou pra mim se referindo aos gays. Harr.


— Eles quem? — Sai perguntou boiando.


— Garotos da sua idade, Sai. — eu me apressei em responder.


— Bom, vamos crianças, entrem. Eu sinto muito em não poder ficar com vocês, estou de encontro marcado, mas fiquem à vontade. — Bom, pra minha mãe ter dito pra mim ficar à vontade com um marmanjo daquele tamanho, normalmente ela tinha mesmo acreditado que ele era gay. Herr.


 Sai e eu subimos para meu quarto, ele concordou em ficar sentadinho na minha cama enquanto eu tomava um banho. Eu estava um horror, um banho cairia bem. Tentei ir o mais rápido que pude, precisava descobrir logo se ele era ou não era, sabe? Harr. Coloquei uma camisola um pouquinho mais curta que o normal de renda rosa. Ok, eu estava apelando, mas era hoje que eu ia descobrir... Penteei os cabelos me perfumei e pronto. Quando saí do banheiro, ele estava com a minha correntinha nas mãos.


— UAU! Você está linda... — ele disse me olhando, parecendo que ia me comer com os olhos. Bom sinal. Hehe.


— Obrigada... — agradeci.


— Sabe, eu adoro o rosa do seu cabelo, e está camisola rosa combinou perfeitamente. Você está linda! — ele disse. Bom, qual é a cor preferida dos gays mesmo? ROSA. Harr. Mau sinal, mau sinal.


— Bela corrente, Sakura. — ele disse se referindo a correntinha em suas mãos. Será que ele queria pegar pra ele? Harr, mau sinal.


— Obrigada. 


— Posso abrir? — ele perguntou. Bom, a correntinha era de coração daquelas que abre pra por fotos.


— Não há nada dentro... — eu disse.


— E por quê não?


— Porque meu coração está vazio. — disse.


— Melhor assim! — ele disse. — Quem sabe isso não é uma questão de tempo... — completou. Por quê, ele seria um candidato? Bom sinal.


Nós descemos até a cozinha, eu ia preparar alguma coisa pra gente comer, mas principalmente um chocolate quente, na xícara. Ele tinha que passar por alguns testes... Se ele levantasse o dedinho, eu não teria mais dúvidas, a Ino sempre dizia homem que levanta o dedinho quando segura a xícara é gay. 


—  Sakura, eu sei que você está magoada, mas não fique chateada com o Sasuke. — Sai disse, e isso foi um balde de água gelada na minha cabeça. Será possível que o Sai esteja apaixonado pelo Sasuke? Mau sinal...


— E por quê não? — perguntei.


— Ele não é má pessoa, só faz isso porque, bom... Sei lá porquê ele faz isso, mas ele é um cara bacana. — Sai disse.


— Farei o possível pra não ficar com mágoas dele, Sai. Eu já desculpei ele de tantas coisas que você não pode imaginar... — eu disse.


— Eu sei linda... — ele disse. Mas a dúvida era cruel dentro de mim, eu tinha que descobrir... Harr.


— Sai, você está apaixonado por alguma pessoa? — perguntei assim como quem não quer nada.


— Eu AMO demais uma pessoa.


— O nome dessa pessoa começa com "S"? — lálálálá.


— Sim. — ele disse. Meu cérebro congelou. Céus, ele gosta mesmo do Sasuke? Como pôde... Acho que vou chorar! Não, eu preciso ter certeza absoluta de que é o Sasuke.


— O nome dessa pessoa tem 6 letras? — perguntei. Haha, agora eu vou ter a certeza.


— Sim. —  ele respondeu depois de contar nos dedoos, e eu quase tive uma síncope.


— Mas Sai, você acha mesmo que tem chances com essa pessoa? — perguntei agora que eu sei que é o Sasuke mesmo.


— Eu não sei Sakura, mas preciso de tentar...


— Você não tem medo dessa pessoa magoar seu coração? — perguntei. Bom, o Sasuke com certeza ia da um chute nele.


— Tenho, mas ainda assim preciso tentar. — ele respondeu e meu coração se despedaçou. Como pode, o lindo do Sai gostar do cafajeste do Sasuke? A vida é cruel!


—  Sai, tome o chocolate quente antes que esfrie. — disse lembrando que o teste do dedinho há essas alturas não servia pra nada.


— Hm, está muito bom Sakura...— ele disse após tomar o chocolate quente sem levantar o dedinho. Ué? Boiei. Ah, já sei, acho que o Sai é o "homem" da relação, e por isso parece ser tão macho assim. Mas do teste da unha ele não escapa!


— Sai, o que é isso na sua unha? — perguntei. Se ele olhar a unha com a mão aberta é bixa, se olhar com a mão fechada é homem...


— O quê? — ele perguntou olhando a unha com a mão fechada. Harr, por que ele me confunde assim? Já sei, o teste do desajeito. É. Homem que é homem, é desajeitado, o Sai nunca mostrou ser desajeitado, isso quer dizer que ele é...


— AIEEE!! — ele interrompeu meus pensamentos. Sai havia derrubado a xícara de chocolate quente na blusa. Ah não, ele é desajeitado? O meu Deus, me ajude... Já sei, esse teste é o mais óbvio e vai tirar as minha dúvidas de uma vez por todas. Vou agarrar ele! É isso mesmo! Eu juro que eu não queria, mas já que é minha última opção... Lálálálá.


— Deixa eu te ajudar... — eu disse pegando a xícara do chão. Fui até a pia pegar um pano pra limpar e quando me virei, tinham... Um, dois, três, quatro, cinco, seis quadradinhos de abdômen sarados na minha frente! Me segure porque o Sai tirou a blusa.


 Ele veio na minha direção, e eu com medo daqueles bíceps, tríceps e quadríceps todos fui andando pra trás. Mas ele queria acabar com a minha vida e me colocou contra a parede literalmente, colocou as mãos na minha cintura e me puxou pra junto dele. Pegou em meus cabelos trazendo meu rosto pra perto do dele, e veio com aquela boca linda... Ele ia me beijar? Eu já estava até chorando de alegria... Ele não era gay? Não sei de mais nada! Mas se ele quer me beijar, tudo bem. Eu faço esse esforço, eu posso fazer isso em nome de todas as mulheres do planeta. Eu faço esse sacrifício pra descobrir se ele é gay, eu faço... Ele encostou seus lábios nos meus e... E... E... E...


— SALVE O TRICOLOR PAULISTA, AMADO CLUBE BRASILEIRO. TÚ ÉS FORTE, TÚ ÉS GRANDE... —  Quê? O toque personalizado do celular do Sai é o hino do São Paulo? É Sakura, ta vendo aquele bichinho verde voando pela cozinha em direção à janela? É a sua esperança indo embora... O Sai é GAY, O SAI é GAY... Que eu sei! Ele é borboleta? baitola? Bixa? B.A.M.B.I. É, muita decepção, viu... Vô te fala!


— Alô? — o Gai, ops... O Say... O Sai atendeu. — Nossa, que boa notícia! Tudo bem, to indo buscar vocês. Tchau. — ele disse e encerrou a chamada, depois virou-se para mim. — Sakura, o Itachi conseguiu vir antes do previsto e soltou o Sasuke. To indo buscá-los agora.


— Ham, tudo bem. Vai lá... — disse dando um beijo em sua bochecha. Ele pegou sua blusa suja e saiu correndo. Ouvi o barulho de seu carro indo embora.


 Sem dúvidas foi um dia decepcionante, mas eu estava bem agora, foi bom ter acontecido aquilo com o Sasuke pra deixar bem claro que eu não devo mais ajudá-lo. NUNCA MAIS. Ele foi o único homem em toda a minha vida que me fez sentir como se fosse um lixo. Vivendo e aprendendo. Já o Sai... Bom, eu poderia jurar que estava começando a gostar dele, e por isso foi bom descobrir isso agora, evitando mais sofrimentos em minha vida. Tudo o que eu não precisava era de me apaixonar por um gay. Agora o Gohan, bom, eu estou sim com ciumes dele, mas é ciumes de amigos. Quem não sente ciumes de amigo? Eu sinto, dá licença? Ele me magoou com essa atitude de parar de falar comigo por causa do Sasuke, aliás, sempre é o Sasuke né? Se ele não existisse Gohan ainda seria meu amigo, Sai não estaria apaixonado por ele e quem sabe nós não ficaríamos juntos? E se não fosse ele, eu não teria de intimar o Sr. Uchiha.


Como amanhã é domingo e eu não sei aonde o Sr. Uchiha mora, vou intimá-lo só na segunda mesmo.


 Meu domingo foi no telefone, o Sai me ligou, o Naruto, Gaara e o Neji também. Mas o mais estranho foi que eu não passei meu número de telefone pra ninguém. E o resto do domingo foi cuidando da beleza junto com a minha mãe. Fiz hidratação no cabelo, minha mãe passou uns cremes no meu rosto, fizemos as unhas, fiz as sobrancelhas que estavam umas taturanas. Resumindo, tirei o meu domingo para cuidar da minha beleza, afinal eu tenho que estar apresentável, quando for intimar o Sr. Uchiha. Passar horas na cadeia sem comer, não me fez muito bem.


Acordei e decidi que vou manter distância daquele demônio, então não tinha outra saída a não ser falar com Sr. Uchiha, que sempre me compreende. Então assim que levantei da cama, me arrumei, e fui pra empresa. Falei com a secretária baranga e liberaram minha entrada, fui até a sala do Sr. Uchiha.


— Bom dia, Sakura. — ele disse.


— Bom dia, Sr. Uchiha.


— Já estou sabendo, Itachi apareceu pra ajudar o Sasuke. — ele disse.


— Na verdade, não era sobre isso que eu vim falar com o senhor... — eu disse.


— Então diga...


— Bom, eu queria pedir ao senhor que me mude de cargo, porque eu não posso mais trabalhar junto com o Sasuke.


— Desculpe Sakura, não posso fazer isso, você é a única pessoa que consegue ajudá-lo.


—  Francamente senhor, você é o pai dele, então cuide dele você mesmo, porque eu já não posso mais, passou dos meus limites.— disse um pouco alterada.


— Ele não me deixa chegar perto dele, Sakura. E no momento só você consegue isso. — ele bebeu?


— Não, eu não consigo. O senhor pode me mudar por favor, Sr. Uchiha? — perguntei.


—  Não. — ele disse.


— Tudo bem então, eu me demito. — eu disse e saí da sala.


Eu fiquei brava mesmo, o filho é igualzinho o pai, eles só pensam neles. Tanto trabalho prestado a ele, e ele não move uma palha pra me ajudar? Harr. Fui pra casa, limpei a casa, fiz dever de casa e estava a fim de mandar todo mundo pra casa do... Bom, eu estava um pouco estressada, afinal, eu não estava acostumada a ficar o dia inteiro em casa. 


 À noite fui pra faculdade, o Sai me ligou dizendo que não poderia me buscar hoje. Também não vi o Gohan. Quando cheguei tomei banho, coloquei minha camisola de renda rosa que o Sai tanto gostou de novo. Harrr. E lá estava eu prontinha pra dar mais uma boa dormida, vida de desempregada é fogo! Eu já estava pegando no sono quando escutei uns barulhos estranhos, a minha mãe não estava em casa, e geralmente as assombrações vem atormentar a gente quando não tem ninguém em casa, e à noite pra variar. Rapidinho eu fui acender a luz e rezar um pai nosso né?! Harr. Deitei na minha caminha cheia de medo, quando a janela do meu quarto se abriu sozinha. Pense numa menina que quase teve um ataque cardíaco, mas aí eu descobri que era um pesadelo mesmo... O demônio pois a cabeça, a barriga, as pernas e os pés pra dentro do meu quarto. Era só o que me faltava!


— Sasuke, o que você ta fazendo aqui?! — perguntei.


— Por que que você se demitiu? — ele perguntou bravo.


— Adivinha só?


— Não tenho bola de cristal!! — ele disse.


— Pra que trabalhar com uma VADIA, Sasuke? — eu disse lutando pros olhos não encherem d'água, em vão, é claro. HARR.


— Sakura, os meninos me falaram que você foi falar pro meu pai pra descontar do seu salário e pagar minha fiança... Eu não sabia disso, e... Eu não quero que você se demita por minha causa, e... Eu não quero ficar brigado com você, e... Desculpa? — a última palavra saiu num sussurro. —  Sakura, por que você... Ta chorando? — perguntou, por fim.


— CALA A BOCA, SEU TROUXA! SAÍ DAQUI, SAÍ DAQUI! ME DEIXA EM PAZ. E EU NÃO TO CHORANDO COISA NENHUMA, FOI UM CISCO QUE CAIU NO MEU OLHO... — Acho que me equivoquei um pouco e empurrei o Sasuke, ele se desequilibrou em frente à janela e caiu. Corri pra ver se ele estava bem, mas ele estava caído no chão inconsciente.


— SASUKEEE!!! — gritei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem! Recomendem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rehab" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.