Jogando com os Sentimentos escrita por GabrielleBriant


Capítulo 9
Objetivo 2: a Ordem da Fênix




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CAPÍTULO IX. OBJETIVO 2: A ORDEM DA FÊNIX

Ele se levantou bem cedo. Não tinha conseguido dormir muito bem...

Inferno!’

Por que aquela bandida tinha que causar tal reação dele? Por que ele não podia simplesmente ignorar, tal qual sempre fazia com todas as outras mulheres perigosas?

A resposta, ele sabia, era bem simples: por que ele estava apaixonado. Mas apaixonado pela mulher que se apresentou para ele... Não pela fingida. Mas ainda era na dissimulada que ele via o anjo dele.

Levantou-se, tentando colocar os pensamentos em ordem. Tinha feito, ontem, uma quase tentativa masoquista de vingança. Riu maldosamente. O olhar no rosto de Katrina quando ele rompeu o beijo foi impagável... A mulher, além de falsa e dissimulada, tinha fogo debaixo das saias...

O que era uma pena para ele, que teve que lutar para resistir à tentação.

Batidas insistentes na porta o fizeram se apressar.

Quem diabos...?’

Talvez fosse ela...

Ele deixou a camisa aberta, mostrando o seu peito nu. Correu para abrir a porta...

E encontrar Dumbledore e McGonagall.

A bruxa velha enrubesceu e virou o rosto. Dumbledore o olhou surpreso. E a carranca de quem não tinha gostado nada do ocorrido, que ele normalmente simulava para os seus alunos, veio espontaneamente. Apressou-se em fechar todos os botões. Sem pensar, falou.

- Me desculpem. Eu pensei qu---

E então percebeu o que estava prestes a falar. “Eu pensei que fosse outra pessoa”... Isso, definitivamente, não era uma coisa apropriada para um professor falar numa escola lotada de alunas adolescentes com hormônios em ebulição... Pelo menos não na presença do diretor e da vice-diretora. A sua expressão ficou ainda mais aborrecida. Se ele tivesse concluído aquela frase, muitos rumores seriam levantados.

- O que?

Ele disse em sua voz mais fria, enquanto os dois idiotas ficavam parados, apenas esperando que ele concluísse a fala. Ainda mais aborrecido, bufou.

- Venham.

E entrou, esperando que os visitantes fizessem o mesmo.

Dumbledore, de longe o membro mais folgado do corpo docente, entrou e se sentou antes de ser convidado a tal. McGonagall acompanhou o colega. E ele não se sentou. Não estava nem um pouco disposto a ouvir o lenga-lenga do diretor, tivesse ele o assunto que tivesse.

Principalmente agora, que ele trouxera McGonagall com ele. Aquela bruxa velha sempre tinha uma palavra para discordar com qualquer coisa que ele dizia. Talvez ela não gostasse dele... Aliás, era bem provável que isso fosse verdade. Ou talvez não confiasse nele...

Qualquer das hipóteses, o problema era todo dela. Ele não gostava daquela tia velha, mesmo!

- Severo – Dumbledore começou – só viemos saber como foi ontem? Você não me comunicou. Se soubesse, teria marcado uma reunião com a Ordem.

Como foi ontem? Como foi a festa? Isso era realmente inesperado. Qual seria a importância da festa... Bom, talvez fosse por causa de Lúcio...

Ele vestiu o seu sorriso sarcástico.

- Incrível... Uma pena que voltei cedo.

Os dois velhos se olharam, interrogativos. McGonagall falou.

- Incrível? Mas, Severo... Três pessoas morreram.

O que!’

Eles certamente não estavam falando da festa. Os jantares na mansão Malfoy tinham muitos assassinos, mas nada de não-civilizado acontecia lá.

- Do que vocês estão falando?

O diretor se levantou. Tocou o seu ombro.

- Houve um ataque de Comensais a Hogsmeade ontem.

Ele sentiu um buraco abrir-se nos seus pés. Como poderia ter acontecido um ataque? Ele não ficara sabendo. A sua marca não tinha queimado... Ele não fora chamado! O que isso queria dizer? Será que...

Será que o Lorde está perdendo a confiança em mim?’

Foi com o estalo dessa constatação que ele teve a sua epifania:

Isso explicava tudo!

Katrina tinha sido enviada para testá-lo. Talvez fazer perguntas... O propósito era fazê-lo se apaixonar, por isso tinha sido sempre tão doce, tão paciente... Tão inocentemente sexy.

A história do assassinato dos seus pais era perfeita! Ela, assim ele deveria pensar, não poderia ficar com ele por uma questão moral... E assim ela o pressionaria para que, em fim, ele revelasse aonde estava a sua lealdade... Ou para testar até onde a lealdade dele ia.

Bandida! Vaca! Vadia!’

Mas ela descobriria... Descobriria o quanto ele é fiel, e toda a situação seria organizada. Ele quase sorriu. No fim, a vaca seria útil.

Sequer percebeu que tinha ficado um tempo calado.

- Severo?

A voz de Minerva o acordou dos seus pensamentos. Ele não revelou. Apenas se desculpou.

- Eu não fui chamado. Ele deve ter pensado que ainda estava na festa na mansão de Lúcio.

XxXxXxX

Ela entrou no salão comunal e gostou muito do que viu: os alunos estavam gralhando feito loucos, todos com um exemplar do profeta diário na mão, comentando o ataque do dia anterior.

Como o Mestre tinha sido inteligente... Ele queria que ela tivesse um pretexto para falar com Dumbledore sobre a Ordem da Fênix e conseguiu! Nada como um bom ataque para levar todos à comoção... Ela, mais uma vez, se sairia como a coitadinha que só quer ajudar!

Perfeito!’

Ela respirou fundo e tirou o sorriso da cara. Agarrou o seu próprio exemplar do jornal e se concentrou para que lágrimas sufocadas viessem aos seus olhos. Quando conseguiu a sua expressão de horror e dor, correu para um trio de professores que se falavam em tom de urgência – Dumbledore, Severo e McGonagall.

- Professor Dumbledore, o senhor já viu as notícias?

Ele a olhou com pesar. Ela quase gostava daquele velhinho... Não entendia por que o seu Mestre tinha um desafeto com aquele homem tão agradável.

- Sim, Katrina... É uma pena...

- Não! É... É um absurdo!

Ela levou às mãos ao rosto e enxugou uma lágrima.

- Como eles podem fazer isso com outros seres humanos? É tão... Horrível! Eu... Professor, eu quero fazer alguma coisa! Eu...

Fingiu não conseguir mais falar. Chorou abertamente... Fingiu lutar por controle. O velho colocou uma das mãos sobre o seu ombro, num gesto paternal... Mesmo sem estar verdadeiramente machucada, ela se sentiu bem com esse toque... Quase ninguém era tão carinhoso com ela.

- O que aconteceu, minha filha?

Ela suspirou.

- Eu perdi meus pais assim. Eu era tão pequena, tão impotente... Mas agora eu posso fazer algo para ajudar às vitimas desses... monstros. Professor, eu sei que o senhor tem uma organização de pessoas... a Ordem da Fênix... eu queria tanto participar.

Ele assentiu.

- Pensarei, minha filha.

XxXxXxX

Ordinária! Dissimulada! Vadia!’

Ele não conseguia pensar em mais nada... Apenas nas qualidades daquela mulher que tinha acabado de deixar a roda de professores aos prantos. Como uma criatura podia ser assim, tão falsa?

Ela tinha sido tão verdadeira que até ele, que sabia era tudo uma farsa, ficou tocado! Como a odiava! Ela merecia destino pior que a morte!

Pena que ele nunca seria capaz de matá-la. E como ele se odiava por isso.

Dumbledore olhou para os dois, ele e McGonagall, com os olhos comovidos pelo depoimento de Katrina.

- Ela é uma moça tão boa...

Ele não conseguiu evitar: rolou os olhos e bufou. McGonagall o olhou, reprovando-o.

- Dumbledore tem razão, Severo! Ela tem um coração de ouro.

- Isso é o que vocês imaginam.

- Nem todos são como você, Snape – Minerva alfinetou.

Ele rolou os olhos mais uma vez. Não adiantaria. Talvez ele tivesse que dizer agora. O certo seria isso.

Mas então ela seria expulsa da escola e ele jamais teria a chance de reafirmar a sua “lealdade” para com o Lorde das Trevas.

Não era hora de falar, ainda. Apenas perfurou a velha com o olhar.

- É. Nem todos são como eu, Minerva.

Mas ela é igualzinha a mim.’

E voltou para o seu quarto.

E quase caiu para trás quando chegou lá.

Ela estava lá, encostada na sua mesa, o olhando lascivamente.

Ele encostou a porta por trás de si lentamente.

Katrina retirou lentamente as vestes púrpuras que vestia. Ele sentiu o coração acelerar. Era tão óbvio o que ela queria... E ele sentiu raiva quando, involuntariamente, o seu corpo reagiu à antecipação.

Por debaixo das vestes, ela trajava a pequena e bem apertada camisola negra. A sua pele alva, tão delicada, contrastando com o negro do tecido...

Nesse momento, ela parecia tudo, menos o anjo que ele pensava.

Queria tanto odiá-la... Mas o corpo dele – o seu corpo inteiro – parecia querer o contrário. Aproximou-se um pouco da mulher.

Ela sorriu docemente.

- Eu disse que ontem estava cansada... Pois bem. Vim para continuar a nossa conversa.

Ela se desencostou e caminhou até onde ele estava. Acariciou o rosto dele.

Ele ficou tenso. Ele não podia... Ela tinha que sofrer... Nada era verdadeiro...

- E você não diz nada?

O olhou. Os olhos azuis exigiam uma reação. Ela, por fim, bufou. Colocou-se nas pontas dos pés e o abraçou. Começou a beijar o pescoço dele.

Ele tinha que tirá-la dali, mas... Mas as carícias estavam tão boas... E tinham potencial de ficarem tão melhores...

Ele enlaçou a cintura da mulher. Sentiu-a estremecer assim que os seus lábios capturaram os dela... e a beijou. Tão profundamente... E ela correspondeu tão avidamente.

O corpo dela passou a procurar o dele. As mãos explorarem cada centímetro das suas costas. O desejo pulsava. Ele a levou de volta para a mesa, onde a encostou. As suas mãos passearem pelas coxas tão perfeitamente torneadas dela...

Mas a maldita voz de Lucio Malfoy irrompeu na sua mente, atrapalhando o seu momento de diversão.

Você não sabia? Ela é uma Comensal.’

Ele se afastou. Tragou ar. Tentou fazer o seu corpo entender que não deveria desejar ela.

Katrina o olhou. Os olhos estavam escuros de desejo. Ela respirou fundo, tentando recobrar o fôlego. Passou a mão pelo rosto dele.

- O que foi? Você não me quer?

Missão! Missão!’

Ele tirou a mão dela do seu rosto. Já era complicado demais, sem ela tocá-lo. Aquela infame camisolinha negra já fazia tudo ficar mais complicado.

- Quero. Mas é você quem não vai me querer.

O rosto dela ficou confuso.

Fingida! Vadia!’

- Se eu não quisesse, não estaria aqui, nesses trajes. – ela sorriu, envergonhada. Baixou o rosto – Eu nunca tinha feito isso antes.

Voltou a caminhar sedutoramente para ele. Mordeu seu lábio.

- Você está me enlouquecendo.

Ele teve que usar todo o seu auto-controle para se desvencilhar daquela bela mulher. Com a voz rouca, ele disse.

- Eu sou um Comensal da Morte.

XxXxXxX


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