Jogando com os Sentimentos escrita por GabrielleBriant


Capítulo 4
Quem Sou Eu, Quem É Você...




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CAPÍTULO IV. QUEM SOU EU, QUEM É VOCÊ...

Ele parou na frente da porta que levaria à sala de White. O quê estava fazendo ali, afinal? Se fosse analisar bem a situação, White não tinha feito absolutamente nada que chamasse a ira dele... Absolutamente nada. Fora perguntar sobre ele... E roubar o seu cargo, é claro.

Sim, ela definitivamente merecia se transformar num dos seus alvos preferenciais.

Abriu a porta. Ela levantou o rosto, assustada, mas depois relaxou as suas feições. Ele realmente não esperava que ela estivesse na sala de aula, ainda. Pensava que, como qualquer ser humano normal, ela estaria na sala íntima, ou, quem sabe, no quarto.

Ela se levantou.

Por um momento era como se ele visse raiva nos olhos dela. Mas logo os olhos foram amenizados pelo mesmo simpático sorriso que ela insistia em lançar.

Ela se levantou.

- Professor Snape! O senhor me assustou!

Sem nem saber por que, ele sentiu raiva dela. Seu olhar se tornou gelado.

- A senhorita não deveria deixar a porta aberta.

Ela sorriu ainda mais, o que deixou o seu rosto angelical com um ar zombeteiro.

- O senhor não deveria ficar abrindo as portas das salas dos outros professores!

Espertinha, não?’

Se ela ao menos soubesse o quanto aquele insistente sorriso o incomodava...

- O que te traz aqui? Eu espero que não esteja apenas verificando quem tranca as suas portas à noite.

Como eu odeio essa mulher!’

- Não. Eu queria apenas saber a razão que te fez sair por ai perguntando sobre mim a todos.

Ele viu, com grande satisfação, o sorriso de White morrer. Finalmente ele conseguira arrancar uma expressão séria daquela mulher. Se ela soubesse como é irritante ter que suportar aquela cara dela de quem não tem problemas, de quem acha que o mundo é maravilhoso... De certa forma, a alegria que aquela mulher mostrava ter com o mundo o fazia se sentir inferior... Ele sempre soube que os demais seres humanos eram mais felizes do que ele... Mas não precisava ficar mostrando para todos que a vida é maravilhosa o tempo inteiro!

Ela gaguejou.

- Er... Bom... O... Eu queria... – Ela suspirou e abaixou a cabeça, derrotada. Ele quase explodiu de raiva quando viu um sorrisinho cansado se formar no rosto dela. – O vinho ainda está ali... Se nós pudermos, finalmente, conversar...

A vontade dele era avançar no pescoço daquela... Como uma pessoa podia ter a capacidade de deixá-lo tão irritado?

Suspirou, tentando ganhar um pouco de paciência e auto-controle.

- Vamos.

Ele começou a segui-la até a sala íntima.

XxXxXxX

Ela abriu a porta da sua sala íntima. Olhou ao redor. Tudo estava em ordem... As flores estavam um pouco secas, mas isso não vinha ao caso. As poltronas continuavam muito brancas, e, em cima da mesa, num elegante suporte de prata, o vinho.

Ela entrou e pegou duas taças de cristal e as encheu.

- Você prefere refrigerado?

Ele a olhou com desdém.

- Está bom assim.

Ela se aproximou lentamente, sem nunca tirar os olhos dos olhos dele. Poderia até ser muito cedo, mas já era bom começar a flertar de agora. Quanto mais cedo cumprisse a sua tarefa, melhor.

Ele não falou nada, mas o olhar dele pareceu agradecê-la pelo vinho.

Ela foi até a porta e a encostou. Virou-se. Ele estava de costas para ela, com a taça de vinho intocada nas mãos. Ela pode reparar nas costas dele... Longas. Ele tinha uma postura digna de lordes... Elegantíssimo, sem sombra de dúvidas.

- Sente-se, por favor.

Ele procurou uma poltrona, ela apenas o observou. Quando ele se sentou, passou a olhar novamente para ela. De alguma forma, o olhar dele a incomodava. Era penetrante demais. Ela se sentia nua quando ele a olhava. Talvez ela sequer conseguisse mentir olhando nos seus olhos... Eles pareciam uma lente da verdade. De alguma forma, sentiu que aquele era um homem confiável.

Ela sentou-se. Cruzou as pernas sensualmente.

- Eu imagino que, agora, você queira saber por que eu andei perguntando de você...?

Ele levantou uma sobrancelha.

- Precisamente. Eu não gosto, professora White, que fiquem fuçando a minha vida.

Fuçando a vida dele! Mas ela não estava fazendo isso! Se ela quisesse fuçar a vida dele tinha falado diretamente com o Lorde! Ele diria tudo que ela precisa saber... Ela era inteligente o suficiente para saber que, se ela soubesse demais sobre ele, acabaria dizendo algo fora de hora e o trabalho que o seu Mestre tinha mandado não seria totalmente cumprido!

Ela se manteve séria. Forçou uma expressão serena.

- Eu não andei te investigando, professor Snape.

- Interessante... Não foi isso que eu fiquei sabendo..

- Eu apenas perguntei a algumas pessoas o que elas achavam de você... Como você é.

Ele deu um riso sarcástico. Ela teve vontade de matá-lo.

- E por que você está tão interessada?

Ela se conteve para manter a sua expressão serena. E como era difícil!

- Eu apenas queria saber se eu era única pessoa que você tratava mal... Mas, ao que parece, o senhor é mal-humorado, sarcástico e maldoso com todos.

Os dois se olharam por um momento. Como isso a incomodava! Os dois, silenciosos... Ele apenas a olhando, como se pudesse ver tudo o que ela pensava! Que homem era aquele... Sem querer, sentiu o coração acelerar. Quebrou o contato visual.

- Eu só queria me dar bem com você.

Ele se debruçou sobre a mesa. Pegou o vinho. Mais uma vez, ela reparou nos dedos longos dele. Ele encheu a sua taça e depois a dela. Ela esperou... Mas ele não falou nada.

- hm... Como foi o seu primeiro dia de aula?

O olhar dele pareceu penetrar mais fundo nela. Mordeu o lábio.

- Normal. Os alunos continuam indisciplinados, como sempre... E eu continuo sem gostar nem um pouco de dar aulas de Poções... Exceto para os alunos que se preparam para os NIEMs, é claro.

Ela quase sorriu. A conversa finalmente parecia que iria começar. Mas ele falou sobre as aulas de poções... Tinha um assunto que eles tinham que terminar... Ou essa seria a única coisa que ficaria no meio deles... Tinha que encerrar de uma vez por todas, os todos os avanços seriam em vão.

- Er... Sobre isso... Eu realmente não sabia que você queria ensinar defesa contra as artes das trevas! Se eu soubesse, eu...

Ela suspirou e o olhou. Dessa vez, fingiu um olhar quase desesperado. Ele, mais uma vez, voltou a parecer entediado e levemente aborrecido.

- Está tudo bem.

Ela quase deu um grito de alegria quando ouviu isso. Se ele tinha aceitado, ela podia, sim, cumprir a missão que o Mestre tinha mandado! Ela podia, sim, seduzir esse homem! Sorriu sinceramente. Era a primeira vez que isso acontecia na presença dele. Ele continuou.

- No fundo eu sei que Dumbledore nunca me dará o cargo. Desde que comecei a trabalhar aqui é esse o cargo que quero... Isso nunca foi segredo para ninguém...

- Mas eu pensei que você fosse mestre em Poções.

- Sim, sou. Mas sei muito mais de defesa contra as artes das trevas.

- Puro interesse?

Ele se esquivou um pouco... Sim, era isso que ela queria... Estavam começando a entrar em terreno perigoso! Falar sobre comensais da morte, agora, começaria a introduzi-la no assunto! E ela não seria tão mal-vista ao perguntar, num futuro, quando os dois se firmassem como amantes, a quem ele era realmente leal.

Ele começou a falar, seu rosto era inexpressivo...

- Não, na verdade. Eu... participei ativamente da primeira guerra.

Droga!’

Ela abriu a boca para perguntar como ele tinha participado, mas ele a olhou de uma maneira que deixava claro que ele não falaria muito mais sobre o assunto. Ela achou melhor se calar. Era muito cedo, de qualquer forma. Primeiro, ela tinha que fazê-lo se apaixonar por ela e, depois, apenas, ele falaria... Um homem apaixonado faz qualquer coisa, ela sabia.. Principalmente se o homem fosse um mal-amado, como parecia ser o caso.

- E como foi o seu primeiro dia?

Ela levantou o rosto, surpreendida. Ele realmente queria começar uma conversação. Tomando cuidado para não abrir um sorriso radiante demais – já tinha percebido que ele não gostava muito disso –, ela falou.

- Não foi ruim. Conheci os alunos, eles são uns doces – ele rolou os olhos. – Eu nunca pensei que dar aulas pudesse ser tão fácil... Os alunos parecem se interessar por defesa contra as artes das trevas, então, salvo algumas exceções, é bem fácil par eles absorver as novas informações!

- Então eu estava errado?

- Sinto dizer que sim.

Ele a olhou por um momento... Tomou um gole de vinho.

- Que bom.

XxXxXxX


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