Jogando com os Sentimentos escrita por GabrielleBriant


Capítulo 3
Sondando...




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CAPÍTULO III. SONDANDO...

O sorrisinho infame daquela mulher finalmente morreu.

Bingo!’

Ele teve que se controlar para não sorrir. Tinha conseguido. Agora, sim, aquela intrometida abusada sairia do lugar dele e o deixaria descansar! Constatou que ela estava arrasada. Parecia até que ia chorar... E ele só podia se divertir muito com aquilo.

- Snape, eu não esperava que você fosse me receber assim... Sinceramente, só queria fazer amizade com você... Se eu soubesse que seria tratada dessa maneira, nem teria vindo.

Ele se levantou. Ela realmente estava pensando que aquela discussãozinha iria fazê-lo pedir desculpas ou algo desse tipo! Ela que estava muito enganada!

- Você quer saber algo novo, professora White? Aí está: Eu não gosto de você e você está ocupando o meu cargo.

Ela abriu a boca e fechou novamente, como se quisesse dar alguma resposta. Por fim, suspirou. Ela iria embora! Tinha que ir! Qualquer um que ele trata como verme tende a deixá-lo em paz... Não seria diferente com ela.

- Mas eu pensei que o seu cargo aqui fosse Poções.

- Mas não era para ser. Agora, me diga, senhorita White, por que você pensa ser capaz de assumir tal cargo?

Ela o olhou, incrédula... Então sorriu. Como diabos essa mulher consegue sorrir o tempo todo! Como um ser pode ser tão irritante!

- Bom, eu sempre me interessei por Defesa Contra as Artes das Trevas... Minhas melhores notas na escola eram nesse assunto...

- Na escola... – Ele simulou um dos seus conhecidos risinhos sarcásticos – Você se lembra que você não vai ensinar a garotinhos do primeiro ano! Será que você ainda se lembra de Defesa Avançada! Os alunos do sétimo ano vão precisar disso.

Ela engoliu em seco... E ele teve que fazer uma força incrível para não rir dela. Ela parecia estar tão desconfortável com a conversa... Enfim algo divertido acontecendo em Hogwarts!

- Mesmo assim, eu procurei me manter informada de tudo que estava acontecendo! Eu tenho certeza de que sou capaz de ensinar aos nossos alunos! Eu quero passar para eles tudo que eu sei!

- Nobre... Mas há quanto tempo você não pratica?

Ela se levantou. Pronto! Ela estava irritada. Agora, para ela o deixar em paz, era um pulo.

- Desde que saí da escola.

- Impressionante.

- Professor, não julgue o que o senhor não sabe! Eu sou bem informada! Sou boa em Defesa Contra as Artes das Trevas! Eu sei disso! Não é porque eu não treino desde saí da escola que eu não sou boa...

- Afinal, isso não faz muito tempo!

Ela abriu a boca, ultrajada. Ele, mais uma vez, teve que se controlar para manter o semblante ameaçador.

-Agora o senhor vai me julgar pela minha idade?

- Tempo de serviço, na verdade.

Ela pegou o vinho que ainda estava em cima da mesa.

- Não dá para conversar com o senhor, desculpe! O senhor é muito amargo para mim! Não gosto que as pessoas duvidem da minha capacidade. Tenha uma boa noite, Severo Snape!

E saiu, deixando as duas portas abertas.

Ele saiu da sala íntima e foi fechar a porta sua sala de aula, que ela tinha deixado escancarada. Quando a porta estava fechada, ele finalmente pode rir.

Garota estúpida... Vai ser melhor atazanar ela do que meus alunos!’

Mas que tinha sido impressionante o tempo que ela conseguiu manter a calma na sua breve visita, ah, isso foi!

XxXxXxX

Dois dias tinham se passado desde que ela tinha ido aos aposentos de Severo Snape pensando em colocar o plano do seu Mestre em prática... e tinha falhado, naturalmente. Não tinha voltado a falar com Snape desde aquele dia... E, sinceramente, nem queria. Ele era um insuportável.

Mesmo assim, o seu Mestre mandou, você tem que cumprir...’

Mas não podia fazer tudo, simplesmente... Não sabia nada sobre o homem, como iria conquistá-lo? Mas tinha que conquistá-lo, isso era fato. E conseguiria. Ela sempre conseguia o que queria, por que agora seria diferente?

Bom, saindo do assunto Snape, hoje ela tinha experimentado dar a sua primeira aula. Ela tinha acabado de terminar, na verdade. Começou com os quintos anos, com os Testrálios. Levou-os para a floresta proibida, encontraram alguns da espécie e ela pôde dar a sua aula... Os alunos adoraram-na desde que ela tinha dito que a aula não seria dentro da sala, com pergaminhos e penas...

Tudo estava ótimo. Os planos do seu Mestre estavam dando certo – ela já estava começando a ser amada... Logo, todos confiariam nela, e ela poderia fazer o que o seu Mestre mandasse lá dentro, que ninguém desconfiaria.

- Vamos logo! – Ela falou com um sorriso verdadeiro, afinal estava feliz por estar cumprindo as ordens do Mestre – Vocês vão acabar se atrasando para a próxima aula de vocês.

Ela e os quintanistas grifinórios e sonserinos finalmente saíam da floresta e entravam nos jardins de Hogwarts. Logo ela pode avistar o campo de Quadribol e as vassouras que voltavam para o chão, o que denunciava o fim da aula. Avistou a professora de vôo, que acenou para ela.

- Professora White!

Ela foi até a mulher.

- Por favor, me chame de Katrina, apenas!

- Tudo bem, Katrina. – Ela se virou para os alunos e gritou. – Podem ir! Estão liberados! – Voltou-se para ela. – Então? Como foi a estréia?

- Até que foi bem...

Então se lembrou. Aquela mulher já estava lá há muito tempo! Provavelmente conhecia algumas nuances de Snape que não puderam ser reveladas naquele infame encontro! Ela apenas tinha que puxar sutilmente o assunto e perguntar sobre o professor.

- Que ótimo! Sabe, eu fiquei muito nervosa na minha primeira aula... Tive medo até de desaprender tudo que sabia e acabar caindo da vassoura e perdendo o meu emprego.

Bingo!’

- É, eu sei como é isso... Um certo professor daqui me deixou amedrontada...

Hooch ergueu a sobrancelha... E então pareceu entender.

- Professor Snape, eu suponho.

Ela fez com que seus olhos parecessem tristes e suspirou profundamente.

-Ele mesmo... Sabe, no dia em que eu cheguei... Lembra-se que ele mal se apresentou e já saiu?

- Lembro.

- Então, de noite eu fui até a sala dele, para tentar conversar, tomar um vinho... Sabe, começar uma relação amistosa com ele...

- E ele...?

- Me destratou. Disse que eu era muito jovem para o cargo... Que eu era incapaz de ensinar, porque eu não sabia o suficiente... Sabe, é que eu disse que não praticava Defesa desde que saí da escola...

- Ah, minha querida, não ligue para Severo... Sabe, ele tem esse jeito, mas, no fundo, ele é uma boa pessoa...

Ela deu uma risada deliberadamente triste.

- Não foi o que pareceu...

- Eu também tive essa má impressão dele, de início... Mas logo tudo foi se ajeitando. Ele apenas demora a se acostumar com as pessoas... Apenas não force muito com ele... Ele pode se irritar. Dê tempo ao tempo e você vai ver, Katrina. Ele logo vai se tornar a pessoa com o papo mais interessante de toda Hogwarts!

Ela deu um meio-sorriso.

- Vou confiar... Agora me deixe ir... Seus alunos já estão chegando, e os meus devem estar me esperando na sala.

- Continue assim, Katrina! Você está indo bem.

Ela começou a andar, mal percebendo que uma aluna ruivinha estava se aproximando dela.

Cara com o papo mais interessante de toda Hogwarts... Aposto que você já dormiu com ele!’

Ela quase esbarrou na aluna.

Merda!’

Obrigou-se a sorrir.

- Er... Você estava na minha aula agora, não?

A menina sorriu nervosamente.

- Sim, professora White! Eu não pude deixar de ouvir a sua conversa com madame Hooch... Bom, não deixe o Snape te colocar para baixo! A sua aula foi muito boa!

Intrometida!’

A garota se virou rapidamente para sair, mas ela não deixou.

- Ei! – A menina se virou, parecia estar mais nervosa ainda. – Quem é você? Qual o seu nome?

- Weasley. Gina Weasley.

Guardar esse nome.’

- O que você acha do professor Snape, senhorita Weasley?

A menina mordeu o lábio.

- Bom... Ele não é exatamente um exemplo de pessoa... – Elas começaram a andar em direção ao castelo. – Muito injusto, na maioria das vezes. Ele sempre favorece os alunos sonserinos... E está sempre mau-humorado!

Ela olhou para o lado. Seria muito difícil, se o homem realmente fosse como a pequena Weasley estava descrevendo.

- Essa é a opinião de todos?

- Sim! Quer dizer, mais ou menos! Os sonserinos gostam um pouco dele... Mas é só porque, como eu disse, eles são favorecidos! Ganham pontos por nada! E nunca perdem... Mas, ainda assim, se ele parasse de dar pontos, eles passariam a não gostar dele!

- E como pessoa? Alguém já chegou a conhecê-lo fora do horário de trabalho?

Ela suspirou. Olhou para ela como se implorasse para que o assunto acabasse... Mas ela apenas levantou a sobrancelha, exigindo uma resposta.

- Bom, o Harry já esteve com ele por um tempo...

- Harry...?

- Potter.

Ela sentiu o coração desacelerar. Harry Potter seria a consagração dela! Era tudo o que o Mestre queria... Ele nem tinha pedido, mas, se ela apenas pudesse matar o garoto... Ah, o Mestre ficaria tão satisfeito!

Pensaria nisso depois, se tivesse tempo.

Tragou uma imensa quantidade de ar para manter a compostura. Tinha que parecer normal... Ninguém podia desconfiar dela! Nem mesmo aquela garotinha insignificante!

- E o que ele disse?

- Mais ou menos o mesmo. Ele parece ser um homem muito amargurado... – Ela ficou com um ar sonhador – Sabe, eu acho que é falta de um grande amor!

Ela quase não teve autocontrole suficiente para segurar a gargalhada que queria nascer no seu peito, pelo grau de asneira que a garotinha tinha acabado de falar.

- Pode ser.

Nesse momento, elas já estavam no salão principal. A garotinha a olhou, como se desculpando.

- Eu sei, pode ir. Os meus alunos também estão me esperando. Foi bom te conhecer, Weasley.

A garota murmurou um obrigado e saiu correndo.

Ela continuou a indagar aos alunos sobre o professor Snape durante o dia inteiro, mal sabendo qual seria a conseqüência disso.

XxXxXxX

Inferno!’

O ano letivo mal começara, e ele já estava cansado daquilo tudo! Já pensava nas férias, onde não teria que ver aqueles pirralhos imbecis.

Ele já tinha anunciado que a aula acabara... Então o que diabos aqueles pestinhas ainda estavam fazendo lá? Por que eles não simplesmente iam embora! Era carma... Eles tinham que irritá-lo um pouco mais...

Ele desceu os olhos para um pedaço de pergaminho que tinha em sua frente. Lá, a lista de material que estava faltando em seu estoque... Ele passaria amanhã ou depois numa apotecaria qualquer para comprar... Mas uma conversa de um grupo de alunos que sussurravam chamou a atenção dele.

- Ela também perguntou a você? – O primeiro falava. Era um Lufa-Lufa.

- Sim! – A menina grifinória respondeu. – Afinal, qual o interesse que ela pode ter no professor Snape!

Ele se levantou subitamente ao ouvir o seu nome ser pronunciado. Lentamente, se aproximou do grupo de alunos. Eles, ao perceberem a sua aproximação, trataram de pegar as suas coisas e tentar sair da sala... Mas ele, é claro, não deixou.

- Posso saber quem andou perguntando por mim?

Os dois congelaram. A menina só faltava ter lágrimas nos olhos... Ele logo reconheceu: Era Gina Weasley. O garoto, provavelmente mais temeroso do que a intrometida Weasley, respondeu, com a voz tremendo.

- Foi a Professora White! Ela andou perguntando a todos sobre você! É só isso o que agente sabe!

Ele crispou involuntariamente os lábio.

Medroso...’

Odiava esse tipo de aluno. Ele sabia que despertava medo em todos eles, mas, mesmo assim, se tivessem um pouco de senso crítico saberiam que ele não mataria ninguém... Pelo menos nenhum aluno... Pelo menos dentro de Hogwarts.

- E o que ela andou perguntando?

Weasley falou:

- Como você é... O senhor a amedrontou um pouco.

Ele olhou para baixo.

Quer dizer que aquela irritante está querendo saber como eu sou, não? Ela vai ter uma surpresa hoje de noite.’

Voltou a olhar os alunos, que o fitavam temerosos. A sua voz, extremamente irritada e letal, ressonou na sala.

- Eu não já disse que vocês estão dispensados?

Os dois alunos saíram correndo, enquanto um sorriso malicioso brotava em seu rosto.

XxXxXxX


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