Jogando com os Sentimentos escrita por GabrielleBriant


Capítulo 11
Só Se...




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CAPÍTULO XI. SÓ SE...

Mais uma vez, ela estava naquela casa fétida, implorando para que o seu Mestre acreditasse que ela tinha obtido sucesso na missão, acreditasse no que ela dizia.

- Eu tenho a mais absoluta certeza, Milorde... Severo é fiel.

Já se passara meia hora desde que ela tinha adentrado na casa, tentado convencê-lo, mas o Mestre ainda não acreditava...

O Mestre a rodeou.

- Por acaso, você não está apaixonada, está?

Ela sentiu o coração acelerar...

- Não, Mestre. Eu encarei tudo como uma ordem expressa, como um trabalho. Tudo o que eu fiz foi para que o senhor se certificasse de que não está lidando com um traidor, quando o Comensal em questão é Severo Snape. Tenho a mais absoluta certeza do que afirmo.

Ele se sentou. Falou alguma coisa, emitiu algum ruído, que apenas a sua cobra de estimação entendeu. Ela se arrastou até o colo dele, e ele a acariciou.

Ela o olhou. O seu coração pesava...

Esperou.

E ele, finalmente, disse:

- Eu ainda não estou certo.

- Mas, Milorde---

- Não quero saber! Eu tenho fortes motivos para acreditar que Snape está vazando informações para Dumbledore! Talvez, você não tenha ido longe demais, não tenha o enlouquecido! – A olhou penetrante. Ela desviou o olhar. – Você está me escondendo alguma coisa?

Ela mordeu o lábio, involuntariamente. Era sempre tão boa em esconder, em dissimular... Mas quando se tratava do seu mestre, tudo mudava. Ela não conseguia mentir para ele. Nunca conseguira.

Não conseguiria esconder que temia que a atração que sentia por Snape evoluísse.

Ele se levantou. A varinha estava apontada para ela.

Ela sentiu medo. Nunca vira o seu mestre assim. Não contra ela, pelo menos. Não pensou que isso fosse possível. Recuou.

Com a voz perigosa, o mestre falou.

- Olhe para mim, Katrina.

Receosa, ela subiu um pouco o olhar, até encontrar-se com as fendas duras dele.

Sentiu-se tonta. A respiração ficou acelerada. Pensou que cairia. Cenas se passaram pela mente dela... Cenas dela com Severo.

E viu, mais uma vez, Severo a rejeitar, dizendo que não podia ficar com ela... E revelando que era um Comensal da Morte.

E sentiu uma forte dor, como se a sua cabeça estivesse se partindo e algo saindo dela.

As suas pernas ficaram fracas – ela caiu ajoelhada no chão.

Os olhos dela começaram a arder... Ela não suprimiu a lágrima que escorregou lentamente pelo seu rosto.

O mestre falou. A voz dele já não estava mais tão dura.

- Levante-se, minha filha.

Lentamente, ela se levantou. Relutou um pouco, antes de olhar no fundo dos olhos em fenda daquele poderoso homem.

- Estou muito satisfeito com o seu trabalho... Mas eu sinto que ainda possa haver alguma coisa...

Ela se aproximou uns dois passos. Enxugou as lágrimas.

- Eu não sei mais o que fazer, Mestre.

- Pressione-o. Depois de seduzi-lo. Snape é um predador incorrigível... E eu sei que ele quer você. Vá em frente. Diga que apenas ficará com ele se ele for para o lado da luz.

Mordeu o lábio.

- E se ele disser que sim?

- Você faz o que ele quer... E então eu o mato.

XxXxXxX

Em pensar que eu cheguei a amar você.”

Mais uma vez essa frase se passava em seu pensamento.

Aliás, essa sentença não saia da mente dele desde o dia que a maldita bela mulher de grandes olhos azuis e lábios rosados tinha a dito.

O que, exatamente, ela quis dizer com isso? E até onde aquilo era verdadeiro?

Aliás, havia algo de verdade naquela mulher? Ou será que o mentiroso era Lúcio? Ele estivera julgando mal aquele anjo o tempo inteiro?

Inferno!’

Já estava se iludindo de novo, achando de novo que aquela mulher era confiável.

Eu mesmo deixaria Narcissa por ela, se ela não fosse tão falsa.”

Sentiu ódio subir pelo seu corpo.

Ódio de Lúcio, que dissera aquilo para ele. Ódio dele, de ter gostado de alguém novamente. Ódio dela, por ser tão mentirosa e bandida.

Mas, principalmente, ódio de não ter todas as respostas. De estar em dúvidas. De ter que acreditar em quem ele não confia.

E se lembrou... Daqueles lábios nos dele. Daquela mínima veste negra, que caia tão perfeitamente naquele corpo.

Um arrepio percorreu o seu corpo.

Ele tentava fingir que gostava dela para continuar a ser um bom espião...

A história estava se repetindo... Mais uma vez ele caíra na própria armadilha. Só que, dessa vez, não foi ele quem começou a brincar.

Eu sobrevivi ao que aconteceu com Lucya, posso sobreviver a ela.’

Tinha que virar o jogo. Ele estava enlouquecendo... Tinha que levá-la a insanidade, também. Já tinha feito uma mulher se apaixonar por ele antes, podia muito bem repetir...

Se ele conseguisse despertar sentimentos nela, ela, no fim de tudo, também pagaria por esse joguinho infame.

Levantou-se com rumo certo: O quarto de uma certa professora de Defesa Contra as Artes das Trevas.

XxXxXxX

Ela fechou os olhos, tentando se concentrar no que faria para seduzir Severo.

Mordeu o lábio.

Não queria mais mentir para ele... Inexplicavelmente, ele começara a se parecer um pouco com o Mestre: ela já sentia dificuldades para mentir para aquele homem...

E muito ela já não conseguia mais disfarçar: O seu olhar, que temia em encontrar com o dele; a sua voz, que tremia ao encontrar a dele...

Ela estava começando a se perder... Tinha que se concentrar.

Batidas na porta.

Ela bufou.

Levantou-se. Para a sua surpresa, do outro lado estava Severo Snape.

Ele a olhava duro, como sempre. Com a voz sem emoção, ele perguntou:

- Posso entrar?

Ela olhou o fundo dos olhos daquele homem... Por que ele nunca demonstrava nada através deles, tão belos, porém tão frios...? Mas não conseguia evitar se perder neles.

- Claro.

Ela se afastou da porta. Esperou ele entrar, e então a fechou.

- Sente-se.

- Não.

Ele se virou para ela. De repente, o seu olhar parecia muito cansado. Ele se aproximou dela. Parecia ter cuidado ao escolher as palavras... Isso fez com que o coração dela se aquecesse.

- Essa... situação já está muito ruim... Para nós dois.

Ela se aproximou com cuidado. Teria que se controlar, agora, ou acabaria se deixando levar pelo desejo que movia o seu corpo.

- Eu sei – ela se concentrou para lacrimejar. – Eu vou falar com Dumbledore. Vou deixar a escola.

Ela pode jurar que o semblante dele ficou surpreso por um momento. E então o rosto sem expressão voltou.

- Não. Não há necessidade.

Ela baixou o tom da voz, fez sair um mero sussurro.

- Eu não posso mais te ver todos os dias. Eu já disse que estou apaixonada.

Lentamente, ela viu o rosto dele descer em direção ao seu. Os lábios se encostaram, castos.

O coração dela pulou.

Não conseguiu conter a mão que subiu para lhe acariciar o rosto... E para puxar para um pouco mais perto, para aprofundar.

Nem conseguiu conter as palavras...

- Eu preciso de você.

Ele a apertou... Mais junto. E ela se deixou levar... apenas por alguns segundos.

Recobrou a consciência.

- Não!

E se afastou bruscamente, talvez, no gesto mais difícil que já fizera na vida.

As lágrimas vieram sem precisar forçá-las.

Controle-se! Você está fazendo algo que o seu mestre pediu! Recomponha-se!’

Ela voltou a olhá-lo. Severo já estava quase abrindo a porta.

- Deixe os comensais. – ele se virou. – Deixe os comensais, e eu farei o que você quiser.

XxXxXxX


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