Entre Mares e Livros escrita por mille_crotti, kat_h


Capítulo 28
Pamonha!


Notas iniciais do capítulo

Olá amados leitores!
Acreditem, eu estava morrendo de saudades!
Mas vou deixar as explicações para as notas finais...
Obrigada a Nica pela nossa 15a recomendação! Mesmo, mesmo, mesmo!
Chega de enrolar....
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/139936/chapter/28

POV. NICO

– Pai, você disse que salvou minha irmã. Onde ela está? O que aconteceu com Bianca? – Repeti a pergunta, pela terceira vez.

Ele olhou pela janela por mais alguns instantes antes de me responder.

– Nico... talvez você não goste do que vai ouvir...

– Pai, eu acabei de descobrir que fiquei por mais de oitenta anos desaparecido, a minha mãe está morta, meu pai é o Deus do Mundo Inferior e minha irmã foi salva da morte por você, o que é até irônico. Onde ela está? Não me diga que ela... – Eu nem conseguia terminar de falar.

– Não, ela não está morta.Nico... você já ouviu falar das caçadoras de Ártemis?

Respirei de alívio antes de responder.

– Na verdade... não.

– Bom, lembra que quando salvei sua irmã eu a deixei sob os cuidados de Apolo? – Confirmei com a cabeça. – Ártemis, sua irmã gêmea e Deusa da Lua e da Caça, estava junto com ele quando cheguei, e ela o ajudou a cuidar de Bianca. Como sua irmã ainda era pequena, ela demorou um pouco para ficar totalmente curada. E nesse tempo, ela e Ártemis se afeiçoaram e ficaram inseparáveis.

– Ok, mas o que tem a ver as caçadoras?

– Bom, Ártemis é uma das deusas donzelas. Ela jurou virgindade eterna, e passa a maior parte do tempo caçando monstros e criaturas, junto de suas seguidoras, as caçadoras. São garotas que renunciaram ao amor e à vida que tinham para segui-la em suas aventuras.

– E o que elas ganham em troca?

– Prestígio. Aventuras. Uma família somente de garotas. E a imortalidade. É por isso que sua irmã não morreu Nico. Ela se tornou uma caçadora de Ártemis, a quem estima como uma segunda mãe.

– E onde ela está?

– Nico, eu não sei. Quando digo que ela está na caçada, quer dizer que ela pode estar em qualquer lugar do universo. Eu não tenho como encontrá-las. Mas não se preocupe, um dia vocês vão se encontrar.

– Um dia, pai? Não sei se você se lembra, mas os únicos imortais da família são você e a Bianca, eu sou um idoso de mais de 80 anos e posso morrer a qualquer momento!

– Nico, você está fazendo tanto drama que estou começando a pensar que é filho de Apolo. Primeiro: a partir de agora, você deve contar a sua idade aproximada, com base em seu corpo. Portanto, você tem 15 anos. Segundo, tem uma guerra acontecendo, então não sei se o momento é bom para vocês se encontrarem. E terceiro, infelizmente, você terá que se acostumar com a possibilidade de morrer a qualquer hora. Faz parte do nosso mundo.

Realmente, pensando melhor, eu estava mesmo fazendo um mega drama.

– Ok, desculpe, é que... eu simplesmente preciso encontrá-la.

– Filho, nesse momento, é melhor você se interar melhor sobre tudo o que está acontecendo. Não sei se você percebeu, mas você apareceu bem no meio de uma profecia, que provavelmente se aplica a você.

– Mas a profecia não é do Percy? Eu não sou “um dos dois iguais”? – Perguntei.

– Pense, Nico. Vocês dois tem quinze anos e são filhos de dois dos três grandes. Pode se aplicar tanto a ele quanto a você.

Meu estômago deu uma volta. Eu não tinha pensado que talvez, eu fosse o personagem principal da profecia e Percy o coadjuvante.

– Filho, tenho que ir, ou Perséfone virá atrás de mim, o que não é uma boa idéia, acredite. E aqui está um presente para você.

Ele estendeu a mão e me entregou o colar que eu tinha mostrado à Atena, com a foto de minha família.

– Mas pai, eu já tinha percebido o colar antes.

– Eu não vou contar para não estragar a surpresa. Mas lembre-se que você sempre deve agarrar-se à família nos momentos mais difíceis.

Franzi o cenho sem entender e coloquei o colar de volta ao pescoço.

Meu pai me deu um abraço e foi caminhando em direção à porta, mas antes de sair da biblioteca, ele voltou.

– Nico, mais uma coisa. Ninguém mais deve saber que você é meu filho, pelo menos, não por enquanto.

– Mas todos irão saber quando descobrirem que eu sou irmão da Bianca!

– Não vão não. Somente Àrtemis, Apolo e agora, Poseidon e Atena sabem. A meu pedido, Bianca foi reconhecida por Apolo, como se fosse sua filha. Nem Zeus sabe que ela sobreviveu. E é de extrema importância que todos pensem que isso é verdade.

E então ele saiu, me deixando sozinho na poltrona, perdido em meus pensamentos.


POV. PERCY

Ok. Acho que não preciso contar que Annabeth ganhou de mim em quase todos os jogos que jogamos não é? Ela perdeu a corrida/nado, o que é um alívio, seria muita humilhação o filho de Poseidon perder uma corrida DENTRO DO MAR para uma filha de Atena. Mas no arco e flecha, paredão de escalada, arremesso e na esgrima... bom, vamos mudar de assunto não é?

Só queria deixar bem claro que eu perdi em quase tudo porque estava com a cabeça a mil. Essa historia do Nico, e a imagem de Hades chorando ao encontrá-lo não saía da minha cabeça. Eu estava curioso demais para saber da história completa, e estava pensando nisso quando Annabeth lançou um coral em minha cabeça.

– Ai! Sua doida, por que você fez isso? – Perguntei, esfregando o local em que tinha sido atingido.

– Shiiu! – Ela falou, e apontou para o outro lado da arena de jogos. No fundo do salão, meu pai e Atena conversavam, ambos com expressões preocupadas. Annabeth fez sinal para seguí-la e desapareceu debaixo de seu boné da invisibilidade. Claro, como se seguir a garota invisível fosse possível. Pelo menos eu tinha entendido seu plano, e comecei a ir em direção ao casal, me escondendo em todos os lugares que conseguia.

–... não sei se é uma boa ideia, Poseidon, Ares pode acabar com eles em um só segundo se eles não seguirem meu plano. – Atena reclamou.

– Mas Atena, Annabeth é tão inteligente quanto a mãe, tenho certeza de que ela vai saber o que fazer.

– Mas imprevistos acontecem, Poseidon. Já pensei ter perdido Annie uma vez, não quer passar por isso novamente. – Seus olhos encheram de lágrimas. E tenho certeza que os de Annabeth também deveriam estar assim, mas ela não iria me deixar vê-la chorando.

– Venha cá, vai ficar tudo bem. – Disse meu pai, abraçando-a. Cara, essa guerra está afetando todo mundo. Ficamos todos em silêncio por alguns instantes, até que Hades surgiu [literalmente] e fez meu pai e Atena se separarem de um pulo, ambos corados.

– O que vocês... Ah, deixa para lá, não é problema meu. Irmão, Atena, eu preciso agradecer a vocês. Tantos anos de procura, e finalmente pude encontrar meu filho, graças a vocês. Saibam que têm meu apoio na guerra, e eu estou indo diretamente ao Olimpo falar com Zeus, já está na hora de ele ouvir algumas verdades.

Para minha surpresa, ele se virou na direção da pilha de arcos quebrados onde eu estava escondido.

– Percy, Annabeth, conto com a compreensão de vocês. Ninguém pode saber que Nico é meu filho. Ele irá explicar tudo a vocês mais tarde, mas é importante saber: os únicos que sabem da verdade são vocês e Apolo e Ártemis. Ninguém mais. E Percy... antes que você pergunte... sua mãe está viva sim. Mas ela está além da minha ajuda, sinto muito, mas nessa jornada eu não posso ajudar.

E então ele se foi, me deixando perplexo demais pra falar qualquer coisa. Com tudo o que aconteceu nesses últimos três dias, eu tinha esquecido da minha mãe. Minha própria mãe estava desaparecida, e eu me esqueci dela. Isso só prova o quão idiota e irresponsável eu sou.

– Percy, pare de pensar essas coisas. Qualquer um teria se esquecido se tivesse passado pelo que você está passando. – Disse meu pai.

– Eu preciso fazer alguma coisa, pai.

– E você vai. Vamos voltar para a biblioteca, está na hora de definirmos nossos planos. – Ela falou, estalando os dedos.

Em um segundo, estávamos novamente na biblioteca. Grover, que tinha ido tentar a sorte com algumas ninfas d’água, apareceu à nossa frente, os braços estendidos e a boco fazendo bico, como se ele estivesse prestes a beijar alguém. O único problema é que ele não tinha se dado conta de que estava de volta à biblioteca, com todos nós olhando. Ele foi se aproximando de seu “alvo”, mas caiu para a frente quando não alcançou seu objetivo.

Ele caiu no chão e nós, na risada. Ele se levantou vermelho, tentando entender o que tinha acontecido. Todos ríamos, menos Nico, que estava sentado em uma poltrona, olhando o colar com a foto de sua família. Enquanto os outros se dirigiam à mesa de centro, eu fui até ele e lhe dei uns tapinhas nas costas.

– Melhor agora? – Perguntei.

– Muito. Mas eu tenho algumas coisas a fazer, preciso ir.

– Espere aí! Como assim? O que aconteceu? O que você vai fazer?

Ele me contou resumidamente sua conversa com Hades, e a cada momento eu ficava mais chocado. Quando ele terminou, eu estava boquiaberto.

– Espera, deixa eu ver se entendi: Zeus tentou matar sua família, mas você e Bianca sobreviveram. Hades salvou Bianca, que foi reconhecida como filha de Apolo mas que agora vive como uma caçadora de Ártemis. Enquanto ele a levava para o Olimpo, alguém te seqüestrou de uma delegacia e te manteve escondido no Lótus, deixando seu pai à beira de um colapso nervoso enquanto ele não te encontrava. Esqueci de alguma coisa?

– Minha irmã é imortal e eu sou um idoso de 80 anos.

– Ah, é claro. Uou, cara! Eu nem sei o que te dizer.

– É eu também estou meio em choque ainda. Venha, vamos nos juntar aos outros, precisamos partir o mais rápido possível.

Ele e levantou e foi sentar-se ao lado de Annie enquanto eu sentei ao lado de Grover.

– Bom, agora que estamos todos aqui, vou contar o que vai acontecer. Percy, vocês precisam atrair Ares e entrar em um acordo com ele, sem lutas, por favor. Enquanto isso, dois de vocês vão filmar tudo. Percy, durante a negociação, faça ele contar a verdade. Iremos filmar tudo, e então mostraremos ao meu pai, e finalmente, tudo estará terminado e eu poderei voltar para minha casa, no Olimpo.

–Poxa, Atena, é tão ruim ficar aqui? – Meu pai pegruntou, ele realmente estava magoado com o que ela dissera.

– Nã... não Poseidon! Não é isso! Não foi o que eu quis dizer, eu só...

– Mas foi o que você disse – Ele respondeu, bravo. – Não se explique, Atena, vamos terminar logo esse plano para você poder voltar para a sua linda vidinha feliz e solitária em seu castelo no Olimpo.

Meu pai caminhou até o lado da sala mais afastado de Atena, e ficou lá, olhando pela janela com os olhos marejados. Eu posso não ser o mais inteligente, mas até eu já percebi o que estava acontecendo com esses dois.

Atena respirou fundo, e continuou a falar.

– Entenderam tudo? Já arrumei as malas, vocês deverão partir amanhã cedo.

– E como faremos para chamar a Atenção de Ares? – Perguntou Annabeth.

– Ele sempre está perto das brigas, e digamos que dois amigos semideuses brigando é um dos esportes favoritos dele. – Ela disse.

– Hã... mãe... tem certeza que esse plano dará certo? – Pegruntou Annabeth. – Não seria melhor se lutássemos pelo raio, como num desafio?

– Não! Não posso permitir Annabeth, não quero correr o risco de te perder de novo. – Ela disse, com os olhos já marejados. – Prometa, minha filha, me prometa que você não vai entrar em uma briga com Ares. Jure pelo Rio Estige!

Ela segurava os ombros de Annabeth, que estava de olhos arregalados para a mãe. Atena não cedia às emoções, mas alguma coisa tinha feito ela mudar. Seria o sumiço de Annabeth, ou os três anos morando com meu pai estavam tendo um efeito além do esperado?

– Está bem eu... eu juro pelo Rio Estige que não entrarei em uma briga contra Ares.

Atena soltou a filha, aliviada.

– Agora, é melhor vocês irem dormir.

– Mas, mãe, nós nem almoçamos ainda! – Disse Annabeth.

– Não se preocupem filha. É para isso que servem alguns encantamentos.

Ela estalou os dedos, e imediatamente senti o peso de meu corpo desabar sob a poltrona.


É claro que eu tive sonhos.

Minha mãe estava encolhida no canto de uma cela escura. Suas roupas estavam sujas e rasgadas, seus cabelos, desgrenhados, seus olhos estavam repletos de dor e medo e espalhados por seu corpo, vários cortes e arranhões. Ela tremia, sussurrando em desespero.

– Percy não está morto. Meu Percy, meu filho... eu sei que você está vivo, não pode ser verdade o que eles disseram. Você está vivo, isso é uma mentira, Percy está vivo.

Eu tentei gritar, tentei correr, mas não conseguia. Era como se eu fosse o telespectador de um filme, um simples observador, sem poder para fazer nada. Comecei a procurar uma saída, e foi aí que eu vi algo me apavorou ainda mais. Do outro lado da cela, uma garota estava acorrentada. Ela estava ainda pior do que minha mãe, seus pulsos e tornozelos estavam presos por grossas correntes, seus machucados estavam mais recentes sangravam e havia vários hematomas espalhados por seu corpo. Foi com terror que reconheci Sophie.

Uma sombra apareceu do lado de fora da grade, um homem encapuzado e com uma capa preta surgiu. Minha mãe grudou-se à parede, e Sophie olhou em seus olhos, pedindo claramente para ele deixá-las em paz.

– Como estão minhas convidadas? – Ele perguntou, e eu tive certeza de que conhecia aquela voz de algum lugar.

– Me solte, por favor, me deixe ir, me deixe voltar para o acampamento, eu juro pelo Rio Estige que não conto a ninguém, eu falo que nós nos desencontramos e que eu resolvi voltar para o acampamento, mas pelos deuses, me deixe ir...

Tudo aconteceu muito rápido. O homem deu um tapa no rosto de Sophie, ela tombou para o lado, chorando, enquanto minha mãe gritava e se encolhia mais ainda. Meu sangue estava fervendo.

– Você não entende não é? Vocês não são nada para mim além de uma ferramenta. Aliás, andei conversando com alma de Percy, ele mandou lembranças mas disse que não pode ajudar, agora que ele não tem mais um corpo.

– Não! É mentira! Covarde! Mentiroso! – Minha mãe gritou, mas o homem apenas riu.

A imagem foi escurecendo, eu tentava me mover mais ainda não conseguia. A risada cessou, e foi substituída por apenas uma frase: “Eu lhe espero, heroizinho”.


Acordei tremendo. Eu estava ofegante e com calafrios, demorou alguns minutos para eu voltar ao normal. Depois disso, não consegui mais dormir. Fiquei na cama até meu pai aparecer para me acordar. Não sei o porquê, mas não lhe contei sobre meu sonho. Enquanto ele estava por perto, tive o cuidado de pensar em assuntos banais, como dobrar minhas roupas e arrumar a cama.

Caminhamos até o salão de refeições, onde um gigantesco café da manhã nos aguardava. Comemos em silêncio, todos estavam apreensivos. Annabeth me deu um daqueles olhares de “preciso falar com você”, mas sinalizou que não poderia ser na frente dos nossos pais.

A chance de conversarmos veio quando meu pai e Atena saíram para ver se nosso transporte estava pronto. As cochichos, contei meu sonho à ela, Nico e Grover.

– Nós precisamos encontrá-las. O pior, é que está mais do que claro que o homem de capa preta é alguém do acampamento, ele é o traidor. E agora, além de minha mãe, ele tem Sophie como refém. Para mim está muito clara a mensagem: ele quer que eu vá salvá-las.

– Percy, eu tive um sonho parecido. Sonhei com Quíron e Dionísio conversando. Dionísio estava com seu rosto arrogante de sempre enquanto Quíron contava a ele que alguém estava desaparecido, tinham perdido o rastro e ninguém tinha nenhuma pista.

– Bom – Disse Nico, com a boca cheia do torradas –Está mais do que óbvio que esse tal de Quíron está falando dessa menina. Ela é do acampamento, não é?

Assenti. Lembrar de minha mãe e de Sophie era extremamente doloroso. Eu preciso salvá-las.

Logo que acabamos o café, pegamos nossas malas e nos preparamos para partir. Grover foi enviado de volta ao acampamento, iria inventar uma história de que fomos seqüestrados mas que ainda não tínhamos conseguido escapar, apenas Quíron saberia de toda a verdade. Seríamos transportados para Nova Iorque, e logo que chegássemos, eu e Nico iríamos começar uma “briga” para ver quem ficava com Annabeth. Por mais que tudo fosse mentira, me incomodava um pouco o modo como ela cuidava de Nico.

Mas não é hora de pensar nisso, tenho que salvar minha mãe e Sophie.

**

Fomos transportados para uma ruazinha tranqüila, parecia um bairro residencial. Annabeth estava com cabelos negros, meus cabelos estavam loiros e Nico estava com um corte militar, bem baixo. Precauções de Atena, nem pergunte. Caminhamos um pouco, sempre atentos a qualquer barulho que possa significar um ataque de monstros, mas parece que “Família” e “Lar” não constam no dicionário deles.

Saindo da área residencial, encontramos algumas lojas, e um bar cuja entrada ficava em um beco escuro. Perfeito.

Ficamos em posição, e quem começou o espetáculo teatral foi Annabeth.

– “Ai minha nossa, por favor pare! Não bata nele, Tico! Eu e Pedro já terminamos há séculos, eu não sinto mais nada por ele! Parem vocês dois! Alguém me ajuda! Briga, me ajudem!” – Ela gritou. Confesso que fiquei irritado com o que ela disse, mas não poderia me dar ao luxo de perder o foco, ou viraria churrasquinho em dois segundos.

Fui para cima de Nico, e fingi que o acertei. Ele me empurrou, e rolamos no chão. Para minha surpresa, ele cochichou:

– Percy, isso tem que parecer o mais real possível. Me bata!

– O que? Não posso fazer isso! Vou te machucar!

– Tem néctar e ambrosia na mochila, vou ficar bem, vamos lá!

– Está bem, você que pediu. – E acertei um soco na lateral de sua boca.

Estávamos rolando, em meio a gritos, socos e pontapés, quando vimos nosso alvo se materializando no ar.

Ares aproximou-se de Annabeth, parecia divertido com a situação.

POV ANNIE

Ares aproximou-se de mim, com um sorriso no rosto. Nojento. Mas respirei fundo, e continuei gritando como uma louca desesperada.

– E aí belezura, o que está acontecendo?

– Moço! Por favor, me ajude! Meu namorado e meu ex estão me disputando! Separe eles! Por favor!

Ele apenas riu, e encostou-se na parede ao meu lado.

– Por que, princesa? Está tão divertido assistir esses dois moleques brigando feito criancinhas!

– POR FAVOR! RÁPIDO! ANTES QUE ELES SE MATEM! – Gritei a plenos pulmões, agarrando a gola de Ares. Funcionou, pelo visto se tem uma coisa que ele odeia é uma mulher gritando em suas orelhas.

Ele bufou, mas finalmente se desencostou da parede e andou em direção à luta. Ali estava a nossa chance. Quando ele se aproximou o suficiente, gritei para ele:

– Ei, bonitão?

Vencido pelo ego! Ele se virou sorrindo, todo estufado de alegria, exibindo seus músculos.

– Que foi, princesa? Resolveu desistir desses dois?

– Não se preocupe, ela é orgulhosa demais para desistir de algo. – Percy falou.

Aquele cabeça de algas ainda me paga.

POV. PERCY

Ainda bem que meu pai e Atena estavam filmando tudo aquilo, pois eu seria capaz de ficar o dia inteiro olhando para a cara que Ares fez quando me viu de espada em punho, cercando-o. É claro que logo sua expressão de susto deu lugar à um sorriso de escárnio.

– Ora, ora, o que temos aqui. – Ele falou. – Então, acham que podem simplesmente cercar o Deus da Guerra e me desafias, certo? Pois bem, já aviso. Não vão durar mais que três segundos, um para cada um de vocês.

– Não queremos brigar, senhor Ares, só queremos conversar. Afinal, você nos abandonou em um Hotel enfeitiçado em plena missão, ou será que foi sem querer? – Falei.

– Vocês! Como saíram de lá?

– Não interessa Ares, só queremos recuperar o que você roubou dos outros deuses.

– Meu pai sabe que vocês estão aqui? Pelo visto não, ou já teriam virado churrasquinho. Bom, acho que vou dar as boas novas ao meu velho e poupar a dor de cabeça.

– Qual é? Vai fugir agora, ô pamonha? – Sim, eu realmente não tenho censo nenhum do que devo dizer. Os olhos de Ares faiscaram, e a atmosfera ao nosso redor começou a se aquecer.

– DO-QUE-VO-CÊ-ME-CHAMOU?

– Pamonha. – Respondi. É, eu sei, sem comentários. – Afinal, não tem coragem nem para admitir que roubou o Raio de Zeus e o Elmo de Hades. Então, você deve ser um pamonha mesmo.

– E por que eu admitiria alguma coisa que pode me trazer sérios problemas? Afinal, essa guerra foi boa para todos os lados. A guerra sempre é boa, e essa guerra já estava prevista há anos, eu só ajudei alguém a dar um empurrãozinho.

– Então não foi você?

– Bem... não diretamente. Como eu disse, eu apenas ajudei. E acredite garoto: seria muito pior se eu não tivesse interferido. – Ele disse.

– Bom, se você diz. Eu, sinceramente, não acredito em uma palavra do que você disse. Mas quem sou eu para contrariá-lo, não é? – Falei, com a maior ironia que pude colocar na frase.

– Agora, se você nos permite... nós já vamos, pois temos outros assuntos para resolver. Foi bom falar com você. Quero dizer, na verdade não foi não. Tchauzinho. – Falei, indicando a saída para Annie e Nico.

– Espere aí, heroizinho. Por que a pressa? Já que essa ceninha não fez nem cócegas em você, por que não luta com alguém de verdade?

– Sabe, que bem que gostaria, mas acho que logo logo você será convocado à uma reunião de família. Sabe como é, não é todo dia que um pai pode ver seu filhinho na TV, não é mesmo? – Falei, apontando para uma janela um pouco acima de nós, onde tinha uma câmera gravando tudo que estava acontecendo.

– Mas o que... Você! Seu moleque! Seu... seu...

– A sua farsa acabou, Ares. Devolva-nos o Elmo e o Raio, e vamos voltar a viver como a família feliz que sempre fomos. – Falei.

– Se você quer tanto o Elmo e o Raio... venha pegá-los! – Ele provocou, e sua espada apareceu em seu punho.

– Se eu ganhar, fico com os dois. – Falei.

– E se eu ganhar... bem, teremos três novas mortalhas para queimar no acampamento meio sangue. – Ele falou, sorrindo.

– Fechado. – Concordei, apesar de a idéia de perder não me agradar nem um pouquinho.

– Não! Percy, você não pode! Prometemos à minha mãe que não iríamos lutar! – Annabeth gritou, correndo até mim. – Percy, nós prometemos. Por favor, você vai perder!

Não me pergunte como ou porque, mas nessa hora, eu simplesmente a beijei. Foi um selinho mais longo, mas ainda sim, isso renovou minhas forças. Depois, nos abraçamos.

– Você prometeu à sua mãe, Annabeth. Eu não prometi nada.

Saquei minha espada, e fui em direção à Ares.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Explicações da autora...
Ok, eu deixo vocês pedirem para Hades vir me buscar, pois sei que dessa vez eu mereço MESMO!
Para situar: eu estava com o cap quase pronto, faltavam só alguns parágrafos e pronto... na verdade, ele continua assim pois não tive mais tempo.
Primeiro pq eu sou mãe, e naquela hora que seu filho, você aproveita para fazer tudo achando que vai dormir por pelo menos duas horas... Só que a minha filha dorme vinte minutos, então todo o meu planejamento vai por água abaixo.
Segundo, eu fui promovida, e eu trabalho em uma faculdade/colégio, o que significa que, enquanto todos estão em férias, eu estou aqui desesperada organizando vestibulares e tentando bater a meta de matrículas.
A BOA NOTÍCIA: eswse período em que eu não consigo sequer respirar está acabando, então logo logo que consigo aumentar a frequência de postagens.
Obrigada a todos que não me abandonaram!