Entre Mares e Livros escrita por mille_crotti, kat_h


Capítulo 27
Lembranças vêm e vão


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores!!
Prometi que postaria ontem a noite, porém fiquei sem net, então aqui vai mais um cap beeem recheado para vocês!
E obrigada por não me matarem! Fiquei muito feliz! hahaha
Boa leitura!
ps: temos um POV NICO aqui! =]



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POV. NICO

Eu vi muitas coisas desde que saí daquele maldito Hotel Lótus. Descobri que sou semideus, os deuses existem, eu morava em um lugar onde o tempo não passava e já imaginei como será minha vida daqui para frente. Mas ser interrogado por dois dos deuses mais importantes do Olimpo, isso definitivamente não estava nos meus planos. Não que eu tenha algo a esconder, na verdade, não me lembro de quase nada, mas a situação é realmente embaraçosa.

- Bem, Lady Atena, eu não sei direito. – Falei, me encolhendo no sofá.

- Primeiro: só exijo formalidades daqueles que não gosto, portanto, pode me chamar de Atena, querido. Segundo: como assim não sabe direito?

- Bom, eu tento me lembrar da minha mãe e da minha família, sempre tentei, mas... eu simplesmente não consigo. Lembranças mesmo, só algumas... eu lembro de estar sentado em uma delegacia, a minha roupa estava chamuscada, eu acho que estava esperando alguém, não sei direito. Aí chegou um advogado de terno elegante, ele me perguntou se eu queria ir jogar um videogame super legal, me deu uma bebida que ele disse que ajudaria a curar meus machucados e então ele me levou para o Hotel Lótus, onde ele me deixou sob os cuidados do Sr. Volpini, um faxineiro que morava e trabalhava no hotel. Ele me criou como se eu fosse seu filho, e eu o considerava como um pai, o pai que eu nunca tive. Mas então, há uns cinco anos atrás, ele sumiu. Não sei o que aconteceu, e o mais estranho era que eu perguntava aos funcionários e todos disseram que nunca tiveram um funcionário chamado Volpini. Eles falavam para eu ir jogar algum jogo enquanto eles procuravam o nome dele nos arquivos, mas no fim eu sempre acabava esquecendo, por causa da magia do lugar. Devo ter perguntado por ele umas quinhentas vezes, mas para mim eu sempre tinha acabado perceber seu sumiço. Até que eu finalmente conheci Percy, Annie e Grover, e bom, o resto vocês já sabem.

- E você se lembra de como era esse advogado? – Poseidon perguntou.

- Não, senhor. Estranhamente, eu só consigo me lembrar do terno que ele estava usando. E... eu tenho isso. – Peguei minha corrente, que estava escondida embaixo da camiseta. – É a minha única prova de que eu já tive uma família. – Falei, meus olhos lutando contra as lágrimas. Para mim era mais do que claro que eu estava na delegacia porque o lugar onde eu estava com minha família pegou fogo, e só eu sobrevivi.

Tirei o colar do pescoço, o pingente era em formato de um elmo, mas ele se abria, mostrando a foto de três pessoas. A mulher de cabelos castanho escuro e com um sorriso simpático estava no meio, abraçando um casal de gêmeos com cabelos e olhos negros. Eu e minha irmã estávamos beijando nossa mãe, (n/a: o famoso beijo sanduíche) e estávamos plenamente felizes.

Fiquei alguns minutos admirando a foto, as lágrimas escorrendo pelo rosto.

- Aqui, vejam. – Falei entregando o colar à deusa. - Eu não sabia que tinha esse colar até que saí do hotel naquele dia. Ele simplesmente estava ali. Não sei se sempre esteve, ou se ele apareceu naquele momento. Mas para mim está bem claro: houve um incêndio, e só eu sobrevivi.

Levantei-me caminhando até a janela onde antes estava Poseidon. Isso tudo era culpa do meu pai. Se ele se importasse, ele teria salvo minha mãe e minha irmã, não teria deixado elas morrerem.

- Não, não teria, Nico. – Disse Poseidon.

- Desculpa, mas... não teria o que? – Perguntei. Será que eu falei isso alto?

- Ele não teria salvo sua mãe e sua irmã. E sim, nós deuses podemos ler mentes.

Ok. Vou tomar bastante cuidado com o que penso a partir de agora.

- Como você sabe?

- Bem, essa é a parte ruim de sermos deuses. Nós não podemos interferir na vida de nossos filhos, mesmo que isso resulte na morte deles.

- Mas então vocês conhecem meu pai?

Atena e Poseidon se entreolharam. Eles estavam escondendo alguma coisa.

- Bom, Nico – Disse Atena – Nós conhecemos.

- O... o que? Sério? – Perguntei, em choque.

- Sério. Mas antes, deixe-me explicar algumas coisas. Até alguns dias atrás, todos os deuses estavam divididos entre dois lados, como já falamos antes, tirando Ares, é claro. Porém, tem um deus que não é um dos olimpianos, embora seu apoio seja decisivo para uma derrota no campo de batalha. Esse deus acabou de sair daqui, e por incrível que pareça, ele está desesperado, e veio pedir nossa ajuda em troca de seu apoio na guerra.

Ela parou para pensar um pouco antes de continuar a falar.

- Ele está desesperado por que, há anos atrás, seu filho desapareceu, sem deixar nenhum rastro. Ele vem procurando o menino há anos, mas nunca encontrou sequer uma pista de seu paradeiro. Nunca, até dois dias atrás, quando você saiu do Hotel Lótus, e ele pôde sentir sua energia vital novamente. Nico, o que você precisa saber é que descobrir quem é seu pai vai lhe trazer muitos problemas e desafios.

- Como assim? – Perguntei, já esperando pelo pior. Poseidon tomou a palavra.

- Percy, filho. Está na hora de revelar o sonho que você teve. Não o de hoje, o da profecia.

Percy engoliu seco e olhou nervoso para o chão.

POV. PERCY

“Não o de hoje, o da profecia” – Ele disse. Então ele sabia de tudo.

Respirei fundo, é difícil contar uma coisa dessas, ainda mais quando a sua morte está prevista na profecia. Annabeth me encarava tão curiosa, que a qualquer momento ela iria adquirir a habilidade de ler mentes também. Ainda sem olhar para ela e para Grover, comecei a contar.

- Bom, há algum tempo atrás, antes de entrarmos no Lótus, eu tive esse sonhos. Eu via o acampamento meio sangue, anos e anos atrás, durante uma cerimônia fúnebre. Acabara de se cumprir uma Grande Profecia, o acampamento homenageava os mortos na batalha, dentre eles o herói da profecia, Airos, filho de Zeus. A cerimônia terminou com chuva, lágrimas dos deuses chorando por seus filhos perdidos. Depois a cena mudou, eu vi Quiron acompanhado de mais duas meninas, uma delas era filha de Afrodite e chorava afirmando que a morte de Airos era culpa dela.

- Você sabe qual foi essa profecia? –Perguntou Annie.

Foi Atena quem respondeu:

“Em tempos de guerra, o mundo estará

Contra a ameaça iminente, o filho dos céus lutará

Para salvar seu mundo, uma decisão a tomar

Com um último suspiro,

O Olimpo tentar salvar”

- Perdi três filhos nessa guerra. – Ela completou tristemente.

- Bom, sinto muito. – Falei à deusa, que acenou com a cabeça. - Voltando ao sonho, Quíron estava consolando a Filha de Afrodite, seu nome era Melina, quando sua amiga, não descobri o nome dela, ela meio que... se transformou. Seus olhos ficaram verdes como faróis acesos, sua voz triplicou e pela sala surgiu uma névoa também verde. E foi nessa hora que ela recitou a nova Grade Profecia. A... minha profecia.

Respirei fundo antes de contar, meu pai me incentivou com um aceno de cabeça. Olhando para o chão, recitei:

Um meio sangue dos três grandes

Aos dezesseis chegará apesar de empecilhos

Com a ajuda do amor e de dois iguais contará

Para a paz tentar salvar

Apunhalado por outro semideus será

Num sono sem fim parte do mundo estará

E a alma do herói a lâmina maldita ceifará

Uma escolha seus dias irá encerrar

O Olimpo preservar ou arruinar

Ninguém falava. Ninguém se mexia. Ninguém sequer ousava respirar. Eu não tinha coragem de olhar para Annabeth, mas pude ouvi-la soluçando em seu sofá. Ficamos assim por muito tempo, até que finalmente, Annie quebrou o silêncio.

- Percy, essa profecia não pode ser sobre você. – Ela disse. Encarei triste os olhos cinza de que tanto gostava, tentando gravar cada detalhe deles.

- Annabeth, ela é minha, eu sei disso. Eu sinto. Além disse, sou o único filho de um dos três grandes que está vivo.

- Não, Percy. Annabeth tem razão. Se a profecia diz que “Com a ajuda do amor e de dois iguais contará”, significa que você terá ajuda de Afrodite e de mais dois filhos dos três grandes. Você pode não ser o principal herói da missão. – Disse Grover, falando pela primeira vez no dia.

- Mas de qualquer jeito eu me incluo na profecia como um dos três grandes. – Eu disse. A profecia era minha, eu tinha certeza.

- Bom, Percy, eu ainda acho que pode não ser sobre você, pode até ser que não aconteça agora e sim daqui a muitos anos, talvez até séculos. – Rebateu Annabeth. – Você é o único filho reconhecido dos grandes. Faltam dois, e eles não vão surgir assim do nada.

Para a surpresa de todos, Nico se levantou.

- Atena, eu já entendi. Você precisava me mostrar a profecia, por que ela também se aplica a mim não é? É por isso que me perguntou se eu realmente quero saber quem é meu pai. Por causa da profecia. Tudo bem, eu aceito os riscos e luto ao lado de Percy até a morte se precisar. Eu devo a minha vida e a minha liberdade à ele, Annabeth e Grover.

A deusa acenou com a cabeça. Annabeth soltou um “Ai meus deuses”, o que significa que ela entendeu alguma coisa que eu não entendi, como sempre.

- Assim, será que alguém pode me explicar? O que a profecia e o pai do Nico têm a ver com isso?

- Percy, deixe-me apresentá-lo ao seu colega de profecia.

- Mas...

- Este é Nico, Filho de Hades.

 Ok. Parei de respirar, fui até o Mundo Inferior falar um oi para o titio e voltei.

- O QUE? – Gritei, foi a única reação que consegui ter.

- Hades veio nos pedir ajuda para encontrar seu filho. É claro que não falamos que vocês estavam aqui com um semideus indeterminado, precisávamos ter certeza antes de lhe contar. Ele contou tudo o que aconteceu desde o nascimento de Nico e Bianca, por isso pedimos para Nico contar o que se lembrava. Mas a foto foi determinante, Hades disse que assim que sentiu sua energia, enviou o colar como um presente e uma forma de identificá-lo. – Disse Poseidon.

Eu ainda estava em choque. Annabeth e Grover também, mas por incrível que pareça, Nico estava calmo, ele estava recebendo a notícia muito bem.

- Bom, Atena, acho melhor chamarmos Hades logo, se fosse comigo, eu não gostaria de esperar nem mais um segundo para ver meu filho. – Meu pai disse, piscando para mim.

- Sim, vou fazer isso, mas acho melhor Nico não falar nada até terminarmos de explicar porque já estávamos com o filho dele e não avisamos antes.

Nico deu de ombros e caminhou até a janela novamente. Alguns segundos depois, Hades materializou-se no meio da biblioteca.

- Chamou, Atena? Espero que seja realmente importante, pois tenho que ir atrás do meu filho e não posso perder tempo.

- Bom, Hades, acredite, é o que mais importa no momento. Quando você veio nos visitar mais cedo, estávamos com visitas na biblioteca. Como pode ver, minha filha e o Filho de Poseidon reapareceram. – Ela apontou para mim e Annie.

- Bom, como eu já tinha dito antes, mortos eles não estavam, senão eu saberia. – Ele disse.

- Então. Eles ficaram três anos desaparecidos juntamente ao seu amigo sátiro, pois Ares deixou eles no Hotel e Cassino Lótus. Quando eles perceberam onde estavam, conseguiram escapar com a ajuda de outro semideus. Isso foi há dois dias. Hades, é de suma importância que ninguém mais fique sabendo que os quatro estão vivos, você entende não?

- Sim, sim. Deixe-me adivinhar: o outro semideus é um filho de Apolo ou de Hermes, aqueles dois só sabem fazer isso e...

- Hades. O outro semideus se chama Nico Di Ângelo. – Disse meu pai.

Ele quase caiu com a notícia, teve que se segurar na poltrona.

- O... o que? Tem certeza?

- Hades, deixe-me apresentá-lo ao seu filho. – Disse Atena com um sorriso, deixando Nico bem à sua frente.

Juro que eu nunca imaginei uma cena dessas: o terrível e mal afamado deus do Mundo Inferior chorando ao abraçar seu filho.

- Nico? Nico? É você mesmo? – Ele perguntava, tocando em Nico como se pensasse que era um fantasma.

- Bom, da última vez que chequei, sim, sou eu. – Ele falou, também com lágrimas nos olhos. Os dois abriram um sorriso, que para minha surpresa, eram idênticos.

- Poseidon, você se incomoda se eu abusar de sua hospitalidade e conversar com meu filho? Se eu levá-lo ao Mundo Inferior, todos ficarão sabendo sobre ele, e é muito arriscado à essa altura do campeonato.

- Claro, fiquem à vontade. Vamos deixá-los a sós, meninos, que tal irmos até o salão de jogos para descansar um pouco a cabeça? – Meu pai falou.

Imediatamente nos levantamos e os seguimos corredor após corredor, até que finalmente chegamos. Quando ele disse salão de jogos, imaginei xadrez, damas, banco imobiliário, sinuca... Mas na verdade os “jogos” eram arco e flecha, paredão de escalada, equitação. Enfim, praticamente uma réplica das atividades do acampamento. Não pude deixar de me sentir em casa. Annabeth me deu um sorriso, e imediatamente fomos apostar corrida no paredão de lava.

POV NICO

Assim que eles saíram da biblioteca, meu pai puxou uma poltrona para perto dele, e apontou para eu sentar. Eu tinha tantas perguntas, tantas dúvidas, que nem sabia por onde começar.

- Filho, eu sei que tem milhões de dúvidas fervilhando aí em sua cabeça, mas de mais nada, preciso saber... do que você lembra?

Contei novamente tudo o que lembrava, exatamente o que contei a Atena e Poseidon. Eu mal podia esconder minha felicidade em saber quem era meu pai, e ele também não tirava o sorriso do rosto.

-... e então, cheguei aqui, acompanhado pelos meus primeiros amigos em muitos anos, e perdido em um mundo que eu nunca imaginei existir.

- Entendo como deve ser estranho filho, mas acredite você se acostuma. Agora, vou responder à todas as suas dúvidas, por onde você quer começar?

Respirei fundo, apesar de estarmos felizes, essa conversa não seria fácil.

- Bom, primeiro, eu quero saber... O... O que aconteceu, antes de eu chegar na delegacia?

Hades respirou fundo, e ficou triste de repente.

- Nico... sua mãe era uma mulher maravilhosa. Linda, simpática, alegre, otimista. E ela enxergava através da névoa, então não foi tão difícil para ela quando contei o que eu era. Quando ela me contou que estava grávida, nossa, foi um dos dias mais felizes da minha vida. Só perde para o dia em que você e sua irmã nasceram. Enfim, quando vocês tinham cinco anos, várias guerras estavam acontecendo, e eu e Zeus tínhamos brigado, ele disse que eu estava deixando minhas responsabilidades de lado por causa de vocês, e disse que se eu não os abandonasse ele iria matá-los. Tentei de tudo quanto era jeito levar vocês e sua mãe para o mundo inferior, para morar comigo, mas ela se recusava. Estava de noite, era inverno e nós estávamos no hall de entrada de uma pousada. Você e sua irmã estavam brincando, mas eu e sua mãe estávamos discutindo. E então... um raio atingiu a pousada, que explodiu, começou um enorme incêndio. Fui arremessado na explosão, e a hora que consegui me levantar, me deparei com a pior cena da minha vida. Sua mãe estava morta, no meio do local, e sua irmã estava inconsciente ao seu lado. Mas eu não conseguia encontrá-lo, Nico. Revirei todos os cantos, olhei em baixo de cada madeira, e você tinha simplesmente sumido. Mandei o corpo de sua mãe para o Mundo Inferior, e levei sua irmã até o castelo de Apolo, para que ele pudesse cuidar dela. Feito isso, voltei ao que restou da pousada, e então ouvi dois mortais falando que um menino de dois anos tinha sido resgatado com vida, e estava aguardando na delegacia por algum parente.

“ Imediatamente, liguei para a delegacia e falei que estava indo buscá-lo. Mas quando cheguei lá... nada. Você tinha sumido de dentro de uma delegacia, e ninguém viu absolutamente nada. O que me tranqüilizava era que eu podia sentir sua energia vital, mas então, ela sumiu também. Morto você não estava, eu saberia, mas não consegui encontrá-lo. Desde então, busco incessantemente qualquer pista do seu paradeiro. Mas eu não tinha encontrado nada até... agora.”

Quando ele terminou, me abraçou. Eu estava muito feliz por finalmente ter descoberto a verdade, mas, naquele momento, eu só tinha um pensamento.

- Hã... Pai... qual era o nome da minha mãe?

- Você não se lembra mesmo? Você já tinha cinco anos, deveria lembrar!

- Sinto muito mas... não lembro de nada antes da delegacia.

- O nome dela era Maria. Maria Di Ângelo.

De repente, com a simples menção do nome, um turbilhão de lembranças começou a passar por minha cabeça, que começou a doer de repente. Tive que me sentar para não cair no chão. Eu me vi brincando com Bianca em um parquinho, minha mãe estava no banco mais próximo conversando com meu pai. Depois, lembrei-me de nosso aniversário, quando curiosamente, minha mãe deu início a uma deliciosa guerra de bolo. Lembrei-me de ir à noite para a cama dela, falando que tinha uma mulher horrível me olhando pela janela. E lembro que quando falei isso, ela correu para o quarto, pegou minha irmã e nos deixou no porão, enquanto ela ia verificar o que estava acontecendo. Depois, a cena mudou novamente. Eu estava brincando com Bianca, ela mexia em uma boneca, enquanto eu brincava com a miniatura de um jogo chamado Mitomagia, que eu adorava. Lembro que, na época, só faltava uma estátua para completar a minha coleção: a estátua de Hades. Estávamos brincando, mas atrás de nós eu podia ver meus pais discutindo. Respirei fundo, levantei-me e fui até o bebedouro tomar um copo d’água. Enquanto eu tomava, assisti a pior cena da minha vida. O lugar começou a esquentar, meu pai começou a gritar “Não! Não!”, houve uma clarão e de repente tudo explodiu.

Abri os olhos novamente, e pude perceber que eu estava largado na poltrona, meio deitado, e meu pai estava ao meu lado, fazendo algum feitiço.

- O... o que aconteceu? – Perguntei.

- Você desmaiou. O que houve? Como se sente? Aqui, beba isso. – Ele me entregou um cantil com um líquido de aparência estranha, mas o gosto era maravilhoso, tinha o mesmo gosto que os muffins de baunilha que minha mãe fazia. Bebi dois goles, e já me senti melhor.

- Só estou um pouco tonto, mas já vai passar. Pai, eu me lembrei de tudo!

- Tudo o que?

- Tudo o que aconteceu antes da delegacia... eu brincando com Bianca... e... e... a morte da mamãe.

- Filho, tem mais uma coisa que você precisa saber. Isso tudo aconteceu há... uns 80 anos atrás.

- O QUE? – Perguntei. Não estava nos meus planos do dia descobrir que sou um idoso.

- Pois é, filho. Isso é efeito do Lótus. O tempo passou muito devagar para você, estimo que você tenha agora o equivalente a 15 anos.

- Então... isso quer dizer que mesmo que você tenha salvo Bianca, se ela não está morta ela já está muito velha para me reconhecer?

Ele respirou fundo, olhou pela janela e ficou pensativo, mas não respondeu. Só que eu não ia desistir.

- Pai, você disse que salvou minha irmã. Onde ela está? O que aconteceu com Bianca?


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Eu sei que no cap anterior eu falei que tinha 2 prontos, era verdade, mas ontem eu comecei a ter mega ideias então estou fazendo alterações no próximo, mas acho q vcs vão gostar.... enfim, de qualquer maneira, até sexta feira ele estará postado!
Até lá!
Beijos
Mille e Kat