Entre Mares e Livros escrita por mille_crotti, kat_h


Capítulo 12
Todos contra mim.


Notas iniciais do capítulo

Mais um para vcs....
Bjs
Kat e Mille



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Eu estava indo almoçar, quando no meio do caminho senti duas mãos em minhas costas, e alguém pulando em cima de mim. Quando reparo... Era Annabeth. Estraguei o momento me perdendo nos meus pensamentos e acabei caindo, e ela saiu de cima antes de colidir no chão.

Ela se agachou e cochichou.

- Essa foi pela almofadada.

- Ah é??! E esta é por tudo!

Sai correndo atrás dela e a peguei no colo. Ela gritava e esperneava, mas não a larguei. Fui em direção ao mar. Quando ela percebeu minha intenção, começou a espernear e grita:

- PERCEU JACKSON! NÃO SE ATREVA! EU ESTOU DE ROUPA!

- E daí sabidinha?

Todo acampamento estava parado olhando para agente... Mas nem me importei.

Quando entrei no mar larguei Annabeth de baixo da água.

Quando submergi para ver se ela estava bem, ela simplesmente pulou em cima do meu pescoço e tentou me afogar. Ela esqueceu que sou filho de Poseidon.

Quando pareceu se lembrar, ela desistiu... Mas passamos à tarde quase inteira no mar... Nem fomos almoçar. Grover nos chamou, parece que Quíron queria conversar conosco. Quando sai da água desejei que todas as minhas roupas e da Annabeth estivessem secas. Ela foi para o refeitório, tentar comer alguma coisa.

Grover e eu caminhamos até a varanda da frente da Casa Grande. Meu amigo sátiro olhava o céu preocupado.

- Medo de chuva, garoto-bode? – Perguntei, só para provocar.

- Nenhum, Percy, aqui nunca chove, a não ser quando queremos. A tempestade vai passar em volta de nós. – Mas ele parecia inseguro com sua resposta.

Na varanda da Casa Grande, Dionísio estava sentado à mesa de pinoche com sua Diet Coke, usando a camisa havaiana com listras de tigre, exatamente como no meu primeiro dia. Quíron estava do outro lado da mesa em sua falsa cadeira de rodas. Jogavam contra oponentes invisíveis - duas mãos de cartas flutuavam no ar.

- Bem, bem - disse o Sr. D sem erguer os olhos. - Nossa pequena celebridade.

Fiquei com raiva, mas não adiantava discutir com Sr. D, então apenas aguardei.

- Cheguem mais perto - disse o Sr. D. - E não espere que eu me prostre diante de você, moleque, só porque o velho Barbas de Craca é seu pai.

Uma rede de raios brilhou através das nuvens. Um trovão fez tremerem as janelas da casa.

- Blablablá - disse Dionisio.

Quíron fingiu interesse em suas cartas de pinoche. Grover se encolheu junto ao gradil, os cascos batendo para frente e para trás.

- Se as coisas fossem do meu jeito - disse Dionisio -, eu faria suas moléculas irromperem em chamas. Nós varreríamos as cinzas e estaríamos livres de um monte de problemas. Mas Quíron parece achar que isso seria contra a minha missão neste acampamento maldito: manter vocês, moleques, a salvo do mal.

- Combustão espontânea é uma forma de mal, Sr. D, apesar de que, no caso, nem seria tão espontânea assim. - interveio Quíron.

- Bobagem - disse Dionisio. - O menino não sentiria nada. No entanto, eu concordei em me conter. Estou pensando em transformar você em um golfinho em vez disso, e mandá-lo de volta para seu pai.

- Sr. D... - advertiu Quíron.

- Ora, está bem - cedeu Dionisio. - Há mais uma opção. Mas é uma insensatez descomunal. - Dionísio levantou-se, e as cartas dos jogadores invisíveis caíram sobre a mesa. - Estou indo ao Olimpo para uma reunião de emergência. Se o menino ainda estiver aqui quando eu voltar, vou transformá-lo em um nariz-de-garrafa do Atlântico. Entendeu? E Perseu Jackson, se você for mesmo esperto, verá que se trata de uma escolha muito mais sensata do que aquela que Quíron imagina.

- Sensato? – Perguntei.

Dionísio pegou uma carta, torceu-a e ela se transformou em um retângulo de plástico. Cartão de crédito?

Não. Um passe de segurança.

Ele estalou os dedos.

O ar pareceu se dobrar e se curvar em volta dele. Ele transformou-se em um holograma, depois em um vento e depois desapareceu, deixando para trás apenas o cheiro de uvas recém-prensadas.

Quíron sorriu para mim, mas parecia cansado e tenso.

- Sentem-se, por favor. Grover também.

Nós obedecemos.

Quíron pôs suas cartas na mesa. A mão vencedora que ele não chegara a usar.

- Diga-me, Percy - disse ele. - O que você fez com o cão infernal?

Só de ouvir o nome, eu estremeci.

Quíron provavelmente queria que eu dissesse: Ora, aquilo não foi nada. Costumo comer cães infernais no café-da-manhã. Mas eu não estava com vontade de mentir.

- Ele me apavorou - falei. - Se vocês não o tivessem acertado, eu estaria morto.

- Você vai enfrentar coisas piores, Percy. Muito piores, antes de terminar.

- Terminar... o quê?

- Sua missão, é claro. Você vai aceitá-la?

Dei uma olhada para Grover, que estava cruzando os dedos. Annabeth estava tão pensativa que parecia que estava forçando meu cérebro a trabalhar com o dela.

- Ahn, senhor, ainda não me contou qual será.

Quíron fez uma careta.

- Bem, essa é a parte difícil, os detalhes.

Um trovão irrompeu pelo vale. As nuvens de tempestade haviam agora chegado ao limite da praia. Até onde eu podia ver, o céu e o mar estavam fervendo juntos.

- Poseidon e Zeus - disse eu. - Eles estão lutando por algo valioso... algo que foi roubado, não estão?

Quíron e Grover trocaram olhares.

- Como você sabe disso?

Senti o rosto quente. Desejei não ter aberto meu bocão.

- Desde o Natal o tempo está esquisito, como se o mar e o céu estivessem brigando. Então Clarisse me perguntou um monte de coisas sobre um roubo quando eu estava me recuperando do ataque do mino... você sabe o quê. E também andei sonhando com umas coisas. – Não, não é impressão, eu disse isso para encrencar a Clarisse só um pouco mais.

- Eu sabia - disse Grover.

- Quieto sátiro. - ordenou Quíron. – Depois terei que conversar com Clarisse. – Ele disse a si mesmo. Sim, deu certo, ela ia se encrencar.

- Mas essa é a missão dele! - Os olhos de Grover estavam brilhantes de excitação. - Tem de ser!

- Só o Oráculo pode determinar. - Quíron alisou a barba eriçada. - No entanto, Percy, você está correto. Seu pai e Zeus estão tendo sua pior disputa em séculos. Estão lutando por uma coisa valiosa que foi roubada. Para ser preciso: um relâmpago.

Eu ri nervoso.

- Um o quê?

- Não brinque com isso - advertiu Quíron. - Não estou falando de um ziguezague recoberto de papel-alumínio como você vê em peças da escola. Estou falando de um cilindro de bronze celestial de alto grau, com sessenta centímetros de comprimento, arrematado em ambos os lados com explosivos de nível deífico.

- Ah.

- O raio-mestre de Zeus - disse Quíron, agora ficando emocionado. - O símbolo de seu poder, conforme o qual todos os outros raios são moldados. A primeira arma feita pelos Ciclopes para a guerra contra os Titãs, que decepou o cume do Monte Etna e arremessou Cronos para fora do seu trono; o raio-mestre, que acumula potência suficiente para fazer as bombas de hidrogênio dos mortais parecerem fogos de artifícios.

- E ele desapareceu?

- Roubaram - disse Quíron.

- Quem roubaram?

- Quem roubou - corrigiu Quíron. Uma vez professor sempre professor. – Você. E apesar de alguns deuses acharem que Annabeth teve participação nisso, Zeus acredita que Atena não faria uma coisa dessas.

- Mas...

- Pelo menos - Quíron ergueu uma das mãos - é isso que Zeus pensa. Durante o solstício de inverno, na última assembléia dos deuses, Zeus e Poseidon tiveram uma discussão. As tolices de sempre: “A Mãe Rhea sempre gostou mais de você”,“Os desastres aéreos são mais espetaculares que os marítimos”, etc. Mais tarde, Zeus se deu conta de que o seu raio-mestre havia desaparecido, levado da sala do trono bem debaixo do seu nariz. No mesmo instante culpou Poseidon. Agora, um deus não pode usurpar diretamente o símbolo de poder de outro deus - isso é proibido pela mais antiga das leis divinas. Mas Zeus acredita que seu pai convenceu um herói humano a pegá-lo.

- Mas eu não...

- Paciência, e escute, criança - disse Quíron. - Zeus tem boas razões para suspeitar. As forjas dos Ciclopes ficam embaixo do oceano, o que dá a Poseidon alguma influencia sobre os fabricantes dos raios do seu irmão. Zeus acredita que Poseidon pegou o raio-mestre e está agora mandando os Ciclopes construírem secretamente um arsenal de cópias ilegais, que poderiam ser usadas para derrubar Zeus do seu trono. A única coisa de que Zeus não tinha certeza era qual herói Poseidon usara para roubar o raio. Agora Poseidon declarou abertamente que você é filho dele. Você estava em Nova York nas férias de inverno. Poderia facilmente ter se infiltrado no Olimpo. Zeus acredita que encontrou o seu ladrão.

- Mas eu nunca estive no Olimpo! Zeus está maluco!

Quíron e Grover olharam nervosamente para o céu. As nuvens não pareciam estar se separando à nossa volta, como Grover prometera. Estavam vindo para cima do nosso vale, fechando-nos dentro dele como uma tampa de caixão.

- Ahn, Percy...? - disse Grover. - Nós não usamos essa palavra que começa com m para descrever o Senhor do Céu.

- Paranóico, quem sabe - sugeriu Quíron. - Mas, por outro lado, Poseidon já tentou derrubar Zeus antes. Acredito que essa foi a pergunta 38 da sua prova final... - Ele olhou para mim como quem realmente esperava que e me lembrasse da pergunta 38.

Como podia alguém me acusar de roubar a arma de um deus? Eu não conseguia nem furtar um pedaço de pizza da mesa de pôquer de Gabe sem ser pego. Quíron estava esperando por uma resposta que provavelmente Annie saberia dar.

- Alguma coisa a ver com uma rede de ouro? - adivinhei. - Poseidon, e Hera, e alguns outros deuses... eles, tipo, prenderam Zeus numa armadilha e não o deixaram sair até ele prometer ser um soberano melhor, certo?

- Correto - disse Quíron. - E Zeus nunca mais confiou em Poseidon desde então. Poseidon, é claro, nega ter roubado o raio-mestre. Ele se ofendeu com a acusação. Os dois vêm discutindo o tempo todo há meses, com ameaças de guerra. E agora você apareceu - a famosa gota-d’água.

- Mas eu sou apenas uma criança!

- Percy - interveio Grover - se você fosse Zeus, e já achasse que o seu irmão estava planejando derrubá-lo, e então subitamente admitisse que havia quebrado o juramento sagrado que fizera depois da Segunda Guerra Mundial e que era pai de um novo herói mortal que poderia ser usado como uma arma contra você... Isso não o deixaria com a pulga atrás da orelha?

- Mas eu não fiz nada. Poseidon - meu pai -, ele realmente não mandou roubar o raio-mestre, mandou?

Quíron suspirou.

- A maioria dos observadores inteligentes concordaria que o roubo não faz o estilo de Poseidon. Mas o Deus do Mar é orgulhoso demais para tentar convencer Zeus disso. Zeus exigiu que Poseidon devolva o raio até o solstício de verão. Isso será em 21 de junho, dez dias a contar de agora. Poseidon quer um pedido de desculpas por ser chamado de ladrão até essa mesma data. Eu tinha esperanças de que a diplomacia prevalecesse, que Hera ou Demeter ou Héstia fariam os dois irmãos verem a razão. Mas a sua chegada inflamou o gênio de Zeus. Agora nenhum dos dois deuses quer recuar. A não ser que alguém intervenha, a não ser que o raio-mestre seja encontrado e devolvido a Zeus antes do solstício, haverá guerra. E você sabe como poderia ser uma guerra total, Percy?

- Ruim ? - adivinhei.

- Imagine o mundo em caos. A natureza em guerra consigo mesma. Os olimpianos forçados a escolher lados entre Zeus e Poseidon. Destruição. Carnificina. Milhões de mortos. A civilização ocidental transformada em um campo de batalha tão grande que fará a Guerra de Tróia parecer uma luta de balões d’água.

- Ruim - repeti.

Eu engoli em seco.

- Boa razão.

- Então você concorda?

Olhei para Grover, que assentiu encorajadoramente.

Fácil para ele. Era a mim que Zeus queria matar.

- Então é hora de você consultar o Oráculo - disse Quíron. - Vá para cima, Percy Jackson, para o sótão. Quando descer de novo, presumindo que ainda esteja lúcido, conversaremos mais.

Quatro lances acima, a escada terminava embaixo de um alçapão verde.

Puxei o cordão. A porta se abriu e uma escada de madeira caiu ruidosamente no lugar.

O ar morno que vinha de cima cheirava a mofo, madeira podre e mais alguma coisa... um cheiro que me lembrou a aula de biologia. Répteis. O cheiro de serpentes.

Prendi a respiração e subi.

O sótão estava atulhado de sucata de heróis gregos: suportes de armaduras cobertos de teias de aranha; escudos outrora brilhantes cheios de adesivos dizendo ÍTACA, ILHA DE CIRCE E TERRA DAS AMAZONAS. Sobre uma mesa comprida estavam amontoados potes de vidro cheios de coisas em conserva - garras peludas decepadas, enormes olhos amarelos e diversas outras partes de monstros. Um troféu empoeirado na parede parecia ser uma cabeça de serpente gigante, mas com chifres e uma arcada completa de dentes de tubarão. Uma placa dizia: CABEÇA N. 1 DA HIDRA, WOOSSTOCK, N.Y., 1969.

Junto à janela, sentado em uma banqueta de madeira com três pernas, estava o suvenir mais pavoroso de todos: uma múmia. Não do tipo enfaixada em panos, mas um corpo humano feminino, ressecado até ficar só a casca. Usava um vestido de verão estampado em batique, com uma porção de colares de contas e uma bandana por cima de longos cabelos pretos. A pele do rosto era fina e parecia couro por cima do crânio, e os olhos eram fendas brancas vítreas, como se os olhos de verdade tivessem sido substituídos por bolas de gude; devia estar morta fazia muito, muito tempo.

Olhar para ela me deu arrepios nas costas. E isso foi antes de ela se endireitar na banqueta e abrir a boca. Uma névoa verde jorrou da garganta da múmia, serpenteando pelo chão em anéis grossos, sibilando como vinte mil cobras. Tropecei em mim mesmo tentando chegar até o alçapão, mas ele se fechou com uma batida. Dentro da minha cabeça, ouvi uma voz, deslizando por um ouvido e se enroscando por meu cérebro: “Eu sou o espírito de Delfos, porta-voz das profecias de Febo Apolo, assassino da poderosa Píton. Aproxime-se, você que busca, e pergunte.”

Eu quis dizer: Não, obrigado, porta errada, só estava procurando o banheiro.” Mas me forcei a respirar fundo.

A múmia não estava viva. Era algum tipo de receptáculo horripilante para uma outra coisa, o poder que girava em espiral à minha volta na névoa verde. Mas sua presença não parecia maligna, como a da professora demoníaca de matemática, a Sra. Dodds ou a do Minotauro. Era mais como as Três Parcas que eu tinha visto tricotando o fio de lã ao lado da banca de frutas da rodovia: antiga, poderosa e, sem duvida, não-humana. E também não parecia especialmente interessada em me matar.

Reuni coragem para perguntar:

- Qual é o meu destino?

A névoa rodopiou, mais densa, juntando-se bem na minha frente e em volta da mesa com os potes que continham partes de monstros em conserva. De repente, havia quatro homens sentados à volta da mesa, jogando cartas. Os rostos ficaram mais nítidos. Era Gabe Cheiroso e seus cupinchas.

Meus punhos se contraíram, embora eu soubesse que aquele jogo de pôquer não podia ser real. Era uma ilusão, feita d névoa.

Gabe voltou-se para mim e falou na voz rouca do Oráculo: Você irá para o oeste, e irá enfrentar o deus que se tornou desleal.

O cupincha da direita ergueu os olhos e disse com a mesma voz: Você irá encontrar o que foi roubado, e o verá devolvido em segurança.

O da esquerda colocou três fichas na mesa, depois disse: Você será traído por aquele que o chama de amigo.

Por fim Eddie, o zelador do nosso edifício, preferiu a pior sentença de todas: E, no fim, irá fracassar em salvar aquilo que mais importa.

As figuras começaram a se dissolver. De início fiquei atordoado demais para dizer alguma coisa, mas quando a névoa recuou, enrolando-se como uma enorme serpente verde e deslizando de volta para dentro da boca da múmia, eu gritei:

- Espere! O que quer dizer? Que amigo? O que não vou conseguir salvar?

Minha audiência com o Oráculo estava encerrada. Voltei à sala.

- E então? - Quíron me perguntou.

Desabei em uma cadeira à mesa de pinoche. - Ela disse que eu devia recuperar o que foi roubado.

Grover se inclinou para frente, mascando animado os restos de uma lata de Diet Coke.

- Isso é ótimo! – Exclamei, sem entusiasmo.

- O que foi que o Oráculo disse exatamente? - pressionou Quíron. - Isso é importante.

- Ela... ela disse que eu iria para o oeste e enfrentaria um deus que se tornou desleal. Recuperaria o que foi roubado e devolveria em segurança.

- Eu sabia - disse Grover.

Quíron não pareceu satisfeito.

- Mais alguma coisa?

Eu não queria contar a ele.

Que amigo iria me trair? Eu não tinha tantos assim.

E a última sentença - eu fracassaria em salvar o que mais importa. Que tipo de Oráculo me mandaria em uma missão e me diria, Ah, a propósito, você vai se dar mal.

Como eu poderia confessar aquilo?

- Não - falei. - Isso é tudo.

Ele estudou meu rosto.

- Muito bem, Percy. Mas saiba disto as palavras do Oráculo freqüentemente têm duplo sentido. Não se fie demais nelas. A verdade nem sempre fica clara até que os eventos aconteçam.

- Certo - falei, ansioso por mudar de assunto. - Então, aonde vou? Quem é esse deus no oeste?

- Ah, pense, Percy - disse Quíron. - Se Zeus e Poseidon enfraquecem um ao outro numa guerra, quem tem a ganhar com isso?

- Algum outro que queira tomar o poder? - adivinhei.

- Sim, exatamente. Alguém que guarda um ressentimento, alguém que está infeliz com a parte que lhe coube desde que o mundo foi dividido eras atrás, cujo reinado se tornará poderoso com a morte de milhões. Alguém que odeia os irmãos por forçá-lo a um juramento de não ter mais filhos, um juramento que ambos quebraram.

Pensei nos meus sonhos, na voz maligna que falara do fundo da terra.

- Hades.

Quíron assentiu.

- O Senhor dos Mortos é a única possibilidade.

Grover babou um pedaço de alumínio pelo canto da boca.

- Opa, espere aí. O-o quê? – Ele disse, se engasgando.

- Uma das Fúrias veio trás de Percy - lembrou Quíron. - Ela observou o rapaz até ter certeza da sua identidade, e então tentou matá-lo. As Fúrias obedecem a um só senhor: Hades.

- Sim, mas... mas Hades odeia todos os heróis - protestou Grover. - Especialmente se tiver descoberto que Percy é filho de Poseidon...

- Um cão infernal conseguiu entrar na floresta - continuou Quíron. - Eles só podem ser convocados dos Campos da Punição, e ele tinha de ser convocado por alguém de dentro do acampamento. Hades deve ter um espião aqui. Ele deve suspeitar que Poseidon tentará usar Percy para limpar seu nome. Hades gostaria muito de matar esse jovem meio-sangue antes que ele possa assumir a missão.

- Boa - murmurei. - São dois dos deuses mais importantes querendo me matar.

- Certo - disse Quíron. - Dois parceiros poderão acompanhá-lo. Grover é um. E o outro?

- ANNABETH – falei (Leia: gritei)- EU SEI QUE ESTA AI SABINHA!

- Ah, Perceu... Você me conhece. - falou tirando o boné e sentando em uma cadeira.

- Desde que eu nasci.

- Pior que é verdade. – disse emburrada

- Excelente - disse Quíron. - Esta tarde podemos levar vocês no máximo até o terminal de ônibus em Manhattan. Depois disso, estarão por conta própria. Um relâmpago. A chuva desabou sobre as campinas que jamais deveriam ver um temporal violento. - Não há tempo a perder - disse Quíron. - Acho que todos vocês devem fazer as malas.


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Notas finais do capítulo

FAlei muito la em cima ne?
kkkk mas e ai? Gostaram?
odiaram?
amaram?
revinws?
Bjs
kat e mille