Ready, Steady, Love escrita por N_blackie


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Cinco capítulos para o fim :)



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Constelando

- Eu achei que você tinha morrido ou algo assim! – Emmeline comentou na noite seguinte ao incidente de Dorcas, acompanhada por Lily e Marlene. Dorcas, para a completa surpresa das amigas, parecia mais do que tranquila em contar para elas sobre o acidente que quase a matou, e assim que entraram no dormitório naquela noite, contou a razão:

- Eu também achei, Emme, mas Remus me salvou. – disse enfim, sentando sonhadora na cama de dossel. Um grande "oh" foi ouvido de todas as meninas, e Alice suspirou:

- Ah, eu queria que Frank me salvasse algum dia. Sua sortuda!

- Por quase ter morrido? – Marlene riu irônica. – Não, obrigada, prefiro ficar viva.

- Lene tem razão. – Lily riu junto da amiga, mas logo sorriu. – Ele salvou você mesmo?

- Aham. – Dorcas deitou com as pernas para fora do colchão, e a imagem do torso de Remus entrando entre ela e a alcateia de lobos famintos surgiu novamente em sua mente. De alguma forma ela o admirava por ter se arriscado por ela. E como era forte, tinha carregado – a até a sala comunal...

- Olha, está até sorrindo sozinha! – Emmeline comentou animadamente. Marlene sorriu feliz e sentou-se na borda da janela, rindo para a noite. Dorcas se sentou subitamente e riu.

- Será que o que estou sentindo por ele é de verdade? Quero dizer, sempre o achei o garoto mais gentil da grifinória, mas Gideon sempre me balançou...

- Gideon foi um canalha com você. – Lily franziu a testa. – Remus nunca seria.

- Verdade, além do mais, Remus é um lindo, inteligente... – comentou Emmeline, e Dorcas revirou os olhos, buscando outra opinião.

- Lene, o que você acha?

Mas Marlene, distraída olhando os jardins, não ouviu de imediato. "Que?" perguntou confusa, e Dorcas riu.

- Será que o que eu sinto por Remus é verdadeiro? – repetiu a pergunta, e Marlene ergueu uma sobrancelha.

- O que você sente por ele?

- Bom, no começo era amizade, sabe. Ele sempre foi tão legal comigo, nunca pensei que fosse passar disso. Mas depois que terminei tudo com Gideon e ele disse que, bom, gostava de mim, eu fiquei, sei lá. E ontem ele arriscou a vida por mim! Eu...

- Existe uma linha muito fina entre a amizade e o amor, sabe. – Marlene riu sugestiva, mas logo parou. Como se a frase tivesse invocado seus mais íntimos pensamentos, lembrou-se de Sirius. Como os dois eram amigos, sempre foram, e como de repente ele parecia necessário para ela.

Não que estivesse louca de amores pelo físico de batedor, ou pela risada canina, pensou, ignorando a onda de calor que subia ao seu rosto toda vez que pensava em como ele era bonito. Era só uma amizade. Sirius a considerava amiga, essa era a razão. A razão pela qual decidira contar a ela primeiro sobre a aposta, e depois pedir para que ela fosse sua. A razão pela qual estava ajudando-a com Michael.

Michael. De repente esse nome não causava mais arrepios, e Marlene sequer lembrava se algum dia tivera causado nela um sentimento diferente de admiração. Michael era inteligente, seu lado sensato falou, mas por outro lado, ele nunca iria subir com ela numa caverna para comer doces em paz. A visão de Sirius se aproximando dela encheu seu coração de um sentimento diferente da amizade. "E você ainda nem experimentou..." lembrou-se dele falando, e um sorriso veio aos seus lábios.

Será que ele a achava de alguma forma atraente, pensou. Colocou uma mecha dos longos cabelos atrás da orelha, e voltou os olhos azuis para cima. O calor da pele dele contra a sua naquela noite na sala, o clima da sedução que se formara enquanto ele a ensinava a ter autoconfiança, e o jeito que ela pegara – o olhando-a. Marlene queria acreditar que ele gostava dela, mas ao mesmo tempo tinha medo. Sabia que Sirius não era fixo, tinha medo de se comprometer. Não queria ser mais uma. Por um instante, imaginou como seria tê-lo para si. Ter seus sorrisos, suas piadas, seus braços ao seu redor. Imaginou se ele impregnaria suas roupas com aquele perfume que ela amava. Se ele a beijaria rápido ou devagar.

- Lene? – chamou Lily, e a morena virou a cabeça sonhadora.

- Hã?

- Vamos dormir, você vem?

- Ah, vou ficar aqui um pouco.

- Boa – noite, então.

- Noite! – exclamou para as outras, recebendo resmungos em troca. Marlene sorriu e continuou a olhar pela janela. Aos poucos, a respiração das outras meninas era a única coisa a ser ouvida, e Marlene começou a sentir seus próprios olhos pesados. Embora sentisse sono, não queria sair dali, estava tão bom...

Acordou com duas batidas no vidro, e só quando ergueu as mãos para tentar puxar as cobertas percebeu que havia dormido recostada à janela. Marlene arregalou os olhos assustada, e quase caiu quando percebeu que quem estava batendo no vidro, do outro lado da janela e montado numa vassoura, era Sirius. Como num sonho, ele sorria, vestido com uma calça jeans e uma jaqueta para se proteger do frio.

- Pode abrir? – perguntou, tocando o vidro mais uma vez. Marlene, ainda aturdida, abriu o fecho que trancava o vidro e abriu a janela, se aproximando mais do batente. Sirius se aproximou com a vassoura.

- Hey, viu que o céu está limpo hoje?

- O que? – Marlene olhou para cima, acordando mais um pouco com a exposição ao vento. – Vi.

- Então, vamos ver as estrelas? – perguntou o garoto, e Marlene despertou de vez. Lá estava ele, o famoso Sirius Black, escorado em sua janela às, que horas eram? Duas da manhã. Só para ver as estrelas com ela.

- Como? – perguntou interessada, e Sirius mostrou a vassoura. Diante a hesitação da morena, Sirius estendeu a mão:

- Confia em mim, não confia?

- Claro. – ela sorriu sem pensar, e só depois reparou que seu coração acelerava sem parar. Um pouco nervosa, pegou na mão dele e montou na vassoura, segurando com força na cintura do maroto. Uma dormência subiu ao seu cérebro quando sentiu, sob seus dedos, a barriga do garoto, e subindo um pouco mais, seu peito forte. Os braços eram os mais pronunciados devido ao exercício de segurar um pesado bastão e rebater bolas ameaçadoras de couro, e quando ele saiu com a vassoura, Marlene se sentiu simplesmente segura.

- Para onde você vai quando quer ver as estrelas com garotas? – perguntou no meio do caminho, e Sirius riu.

- Nunca levei uma garota para vê-las antes. Vou para a Torre de Astronomia, tem uma ótima visão.

Aquela frase pesou mais do que ele pensara no coração de Marlene. Ela era especial, então. Quando chegaram à Torre pousaram suavemente no chão, e Sirius a chamou para a beira do observatório. Marlene, mesmo vestindo apenas um roupão vermelho escuro por cima da camisola, sentou-se junto dele, apoiando-se nas mãos para conseguir olhar o céu melhor.

- Daqui dá pra ver boa parte da minha família. – Sirius comentou, rindo baixo. Marlene olhou por um segundo para ele, e os olhares de ambos se encontraram.

- Aqui, olha. – Sirius apontou para o céu, e Marlene voltou os olhos para as estrelas novamente. – Lá está Oreon, meu pai. Significa caçador. Faz bem o gênero dele. – completou, rindo. – E aquele ali é meu tio, Cygnus.

- Cisne? – Marlene perguntou, se lembrando da explicação da professora.

- É. – Sirius soltou uma alta gargalhada. – Bom, teve três filhas, faz sentido.

Marlene riu também, e Sirius se inclinou para trás, deitando. Imitando o maroto, Marlene sentiu uma mão segurar sua cabeça, e no instante seguinte repousava na jaqueta dele.

- O que mais? – perguntou a ele, que apontou mais adiante.

- Andromeda, minha prima.

- E você, onde está?

Sirius pareceu procurar por algum tempo, e logo apontou.

- Ali, na Canis Major.

- Onde? – Marlene estreitou os olhos, e logo Sirius se aproximou, grudando seus quadris de lado.

- Me dá a sua mão. Ali, olha.

Guiando a mão de Marlene, Sirius apontou para um ponto muito brilhante no céu. Sentindo que cuspiria o coração se não falasse nada, a garota suspirou:

- Uau.

- Gostou? – Sirius se deitou de lado para olhá-la, e Marlene fez o mesmo para responder.

- Claro! Jura que nunca trouxe mais ninguém aqui?

- Não. – o garoto sorriu sonhador, e Marlene sentiu a respiração parar. Nunca tinha visto aquela expressão no rosto dele. Não era malícia, não era ironia. Era carinho. Delicadamente, Sirius delineou a linha do maxilar dela com os dedos, e Marlene fechou os olhos. – Você é a única.

Eu só posso estar sonhando, pensou ela enquanto se aproximava dele. Sirius colocou a mão em sua cintura, e quando Marlene pensou que ele ia beijá-la, Sirius passou sua boca e parou os lábios em seu ouvido:

- Se algum dia achar que Michael não é pra você, me procure. Eu quero você, Marlene Mckinnon.

- Outra aposta? – a garota sugeriu, e a risada canina diretamente em seu ouvido fez com que todos os pelos do corpo da garota arrepiassem.

- Não, dessa vez é pra valer.

E Marlene sentiu os lábios dele depositarem um beijo atrás de sua orelha, seu corpo em chamas. Agora o jogo virara. Ela o queria.


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