POV Damon

Os filhos da Elena e do Stefan pareciam que já tinham quase um ano, apesar de apenas terem nascido à poucos dias. Os Cullens e a Bella ficaram um bocado desconfortáveis com o nome do filho do Stefan, mas acabaram por concluir que o nome não faz a pessoa.

A minha Bella estava quase a dar a luz, estava tudo pronto para esse momento. Eu só espero que corra tão bem como o da Elena, mas não vou negar que tenho medo. Acho que só aprendi o significado de ter medo com a Bella.

- Damon – chamou o meu amor.

- Sentes alguma coisa? – disse aflito.

- Pontapés, mas nada mais que isso. Calma – disse-me, e de seguida deu-me um beijo.

- Mas o que querias?

- Eu só estou um bocadinho carente, quero o meu noivinho junto a mim.

- Depois do nascimento do nosso pequeno ou pequena, casamos. Que achas?

- Perfeito. É só falar com a Alice, a Elena e a Esme, tenho a certeza que elas preparam tudo num estantinho.

- Sério? Posso mesmo tratar do casamento? – disse uma Alice de olhos brilhantes, que praticamente se materializaçou no quarto.

- Não há ninguém melhor que vocês para tratar disso. A Rose acho que vai preferir ajudar com os bebés. Vê com a Anna o que ela prefere. E quanto aos homens, explora-os à vontade – disse a Bella sorrindo.

- Podes deixar comigo. – disse a Alice, logo depois saiu saltitante.

- Meu amor, podes trazer uma garrafa de sangue? – pediu-me.

- Claro – fui buscar nesse instante.

- DAMON – gritou ela.

- Já estou a chegar. Aqui está.

- Não é isso.

- Não. Queres outra coisa? Eu vou buscar tudo o que quiseres.

- Eu quero o Carlisle.

- Porquê? O que ele pode fazer por ti, que eu não possa? … Ah! O bebé? – disse, fazendo-se luz na minha cabeça.

- Sim. Senti uma contracção, ainda pode demorar um bocadinho, mas é melhor chama-lo. – ela falava calmamente, quase como se estivesse a falar do tempo.

- Tens toda a razão, eu vou chamá-lo.

- Damon, respira. Primeiro, isto é natural, talvez não tanto em vampiros, mas dar a luz é algo natural. Depois, acho que a esta altura o Carlisle já sabe. E por fim, mas não menos importante, amo-te muito.

- Desculpa, eu sei que estou um bocadinho nervoso.

- Damon, nós já passamos por isto, e a outra situação deve ter sido mais complicada. Eu mesmo fraca, sou mais forte do que a outra vez. Não sou tão quebrável como era naquela época.

- Tens toda a razão – ela consegui mesmo transmitir-me calma, e sem utilizar o poder do meu sogrinho.

- Damon, chama o meu pai, que ele está prestes a ter um ataque de coração. – disse sorrindo.

- Jasper, vem. – disse-lhe, como se ele não tivesse ouvido.

- Que é, minha filha?

- Vai correr tudo bem, não precisam de estar tão nervosos. Eu já passei por uma gravidez, mais complicada, mas despreparada e menos apoiada.

- Mas na outra eu não estive presente.

- Por isso mesmo, agora estão aqui todos, a probabilidade de correr tudo bem é maior.

- Desculpa. – disse Jasper com um ar envergonhado.

- Não quero que se desculpem, quero que se tentem acalmar. AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH.

- Que foi, meu anjo? – perguntei preocupado.

- Filha?

- Foi só uma contracção. O nosso filho vai nascer brevemente – disse com um sorriso nos lábios.

- Carlisle – chamou ela.

- Está quase a chegar o tão esperado momento.

- Sim. Meu pequenino, está quase. – disse dando uma festinha na barriga.

Depois de mais alguns gritos, e do Carlisle declarar que a dilatação era suficiente, o esforço começou.

- Força, filha. – disse Carlisle.

- AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH. – gritou e apertou a minha mão.

- Estás bem, meu bem?

- Siiim – disse.

- Mais um bocadinho, ele está quase a sair. Estás a portar-te muito bem.

- AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH.

- Já está quase cá fora. Já está. Vocês têm um lindo menino.

- É um menino? – perguntei emocionado.

- Sim. – disse. Pegou numa toalha, ou algo do género e embrulhou-o. Depois disso, entregou-mo.

- Bella, olha aqui. Não é bonitão e bem dotado como o pai. – disse orgulhoso.

- Menos, Damon.

- OK. Pode ser um bocadinho menos que o pai, mas ele vai chegar lá. Duvidas?

- Claro que não duvido. Posso pegar o nosso filho? – pediu-me.

- Claro, anjo – pousei o bebé no peito dela.

- Ele é mesmo lindo.

- Como o vamos chamar?

- Um dia deste, estava a ver televisão e ouvi um nome que gostei muito.

- E qual seria o nome?

- Ian Joseph Salvatore. Que achas?

- Não me parece nada mal.

- Temos de limpar o Ian.

- Não temos nada. Tu tens de ficar aí deitadinha, eu limpo o meu garotão. – o pior ia ser agora, como eu ia fazer isso?

- Eu ajudo – disse a Rosalie, que tinha acabado de entrar no quarto. Respirei fundo. Ufa, sou salvo.

- Obrigada, Rose. – disse a Bella.

- Fico feliz por tudo ter dado certo. Mas agora tenta descansar um bocadinho.

- Vou tentar.

Ela acabou por adormecer, eu fiquei a olhar orgulhosamente para o meu garotão. Ele até podia crescer mais lento que os do meu irmão, mas o meu  era mais bonito que os dele.

- Posso mudar-lhe a roupa? – perguntou a Alice.

- Mas não te cansas? Quantas vezes é que já lhe mudaram a roupa e tiraram fotografias?

- Não te preocupes, eu não me canso.

- Tudo bem. Vai lá.

Mal ela saiu, três outras presenças se fizeram sentir.

- Papá, gostas mais do maninho do que de nós? – perguntou a Mary fazendo um bico monumental.

- Claro que não, eu amo-vos aos quatro muito. Não fiquem com ciúmes do Ian, ele só é mais pequeno que vocês e precisa de mais atenção.

- E nós como irmãos mais velhos temos de cuidar dele, não é? – perguntou o Lucas.

- Isso mesmo.

- Filhos? – chamou a Bella no outro quarto. Eles correram para lá e eu fui atrás.

- Mamã, como estás? – perguntaram os três.

- Bem, meus tesouros. O que o vosso pai disse é verdade, nós amamo-vos muito, não à razão para terem ciúmes do vosso irmão.

- Mamã, o papá pode dar-nos mais sangue para crescermos mais que o mano? – pediu a Maggie.

- Não gostam de ser crianças?

- Sim, mas eu não quero parecer mais nova que o meu irmão.

- Depois não podem voltar a ser crianças, não vão ficar com pena disso?

- Talvez.

- Vamos fazer um acordo. Por enquanto, continuam a tomar pequenas quantidades do sangue do vosso pai. No momento em que quiserem mesmo deixar de ser crianças em vez de quererem crescer mais que o vosso irmão, voltamos a falar sobre este tema. Está bem?

- ESTÁ – disseram os três.

- Amo-vos, meus pequenos.

- Nós também, mamã.

- Bella, já acordaste? Olha quem está aqui comigo. – disse a Alice, entrando no quarto.

- Dá-me o meu bebé.

A Bella agarrou-o, as crianças foram para mais perto dela e faziam festinhas ao irmão. Foi então que a Bella me chamou com o dedo para me juntar a eles, e como é obvio, eu fui. Poucos segundos depois, uma luz apareceu.

- Está fotografia ficou linda, mas quero uma em que estejam todos a olhar para a câmara. Sorriam.

Tenho a certeza que esta imagem ficará gravada para a eternidade, não naquela foto, mas na nossa memória.