POV Aro

Já tinham passado alguns dias desde que o Demetri e o Felix tinham ido à procura dos Cullen e da tal rapariga. As primeiras notícias não foram muito animadoras, mas depois de um tempo eles localizaram os Cullen, só espero que eles os tragam rapidamente.

Foi então que senti o cheiro deles e de um humano, mas parecia que eram só os três. O que teria acontecido?

- Mestre, esta é a Isabella Swan – disse Demetri se aproximando de mim para me estender a mão.

Nada do que eu tinha vivido me preparou para o que ele me mostrou. Ela era uma vampira de uma espécie que eu desconhecia, e aparentemente tinha um poder semelhante ao da Jane. Quem sabe se ela ainda não me podia ser muito útil, e já que o Demetri está tão interessado nela, quem sabe se a Chelsea não pode dar uma ajudinha.

- Olá minha querida – estendi-lhe a minha mão e ela fez o mesmo, mas eu não vi nada, era algo que nunca me tinha acontecido, aqui estava alguém que me podia ser de bastante utilidade.

- Jane, querida, faz o que tens a fazer – ela franziu a testa, tentando perceber o que se passava, e o Demetri não ficou muito contente, mas ele sabia o seu lugar. Mas novamente nada aconteceu, ela provavelmente tinha um escudo mental. Infelizmente a ideia de utilizar a Chelsea para a unir ao Demetri talvez não fosse possível, mas quem sabe ele por si não o consiga, apesar de ela parecer estar bastante apaixonada por um dos vampiros que estava com os Cullen.

- És uma rapariga bastante intrigante, sem dúvida. Mas tens um grande problema.

- E qual seria?

- És demasiado poderosa para teu próprio bem. – o silêncio imperava na sala.

- Posso voltar para casa? – disse ela.

- Esta a partir de hoje é a sua casa. – vi um pequeno sorriso surgir no Demetri mal disse isso.

- Tudo bem, desde que a minha família esteja em segurança. Mas se eu souber que algum deles foi atacado por vocês, eu não vou ser tão meiguinha. – disse com um sorriso irónico.

- Claro, minha querida. Demetri, vem cá. – ele aproximou-se de mim.

- Diga, mestre.

- Leve a senhorita Swan para um quarto – ele assentiu.

- Claro, mestre. Venha, Isabella. – ele estendeu-lhe a mão, mas ela não a segurou.

Mal eles foram, mandei todos os outros embora. Expliquei ao Marcus e ao Caius sobre a nova espécie e sobre as potencialidades de Isabella. Ela tinha um escudo mental defensivo e um poder ofensivo, que talvez tivesse algo de escudo, mas não era fácil decifra-la.

 POV Bella

Não posso dizer que aquele ambiente não me meteu medo, mas isso era o que eu não podia demonstrar. Eu tinha de parecer confiante, eu sabia que se eles detectassem fraqueza da minha parte, eles iam tentar usa-la contra mim.

Eu tinha que agradecer ao Edward o seu dom, mas também ao Aro. Os dons deles uniram-se em mim, e eu conseguia ver todos os pensamentos que alguém tivesse tido, sem necessitar de lhe tocar. Isso, fez-me entender que o Aro era um coleccionador de dons, assim como eu parecia ser, mas de maneiras diferentes. Eu aqui podia-me fortalecer, e isso ia ser essencial para proteger a minha família.

Eu sabia que eles iam-me manter aqui, eles viam-me como uma arma, uma arma muito poderosa, mas que eles não podiam manipular.

Quando o Demetri me levou para o quarto eu soube que finalmente poderia comunicar com a minha família. Despachei-o rapidamente, tranquei a porta e deitei-me na cama que lá havia.

- Meus pequenos, podem-me ouvir? – disse em pensamentos, se alguém me podia escutar, eram eles.

- Mamã – a voz doce da Mary, foi a primeira que ouvi.

- Mãe – disse o Lucas.

- Mamã, como estás? – perguntou a Maggie.

- Meus amores, eu estou bem. Estão aí todos?

- Sim – disse a minha pequena Maggie.

- Mary, consegues transmitir o que estamos a falar para todos?

- Vou tentar. – disse ela.

- Eu estou bem.

- O papá disse que te vai resgatar e o Edward também.

- Não façam isso.

- Porquê? – disse a Mary.

- Eu preciso de ficar aqui uns dias, mas tenho um plano para voltar para casa.

- O avô Jasper disse que eles não te vão deixar partir.

- Eu não espero que eles deixem, mas eu vou voltar para vocês. É uma promessa, e sabem que eu cumpro o que prometo, não sabem?

- O Edward perguntou como queres fazer isso.

- Com o meu dom. Copiando os dons da guarda e virando o feitiço contra o feiticeiro.

- O avô Carlisle diz para teres muito cuidado.

- Eu sei que o Aro quer me utilizar como arma, mas por enquanto ele não vai arriscar, ele tem medo que eu me vire contra ele. Além disso eu não estou muito interessada em que ele se aperceba do meu dom.

- A Alice diz que vais conseguir, mamã.

- Consegues me ver?

- Ela diz que como não estás com os Salvatores, consegue ter ver mais ou menos.

- Alice, se te aperceberes de algo, diz aos meus pequenos para me transmitirem.

- Ela concordou.

- Eles sabem de nós, mamã? – perguntou a Maggie.

- Não, e espero que continue assim. Vocês são a minha vida meus amores, e não vou permitir que eles façam algo com vocês. Amo-vos meus pequenos.

- Nós também – disseram os três ao mesmo tempo.

- E aos outros também – disse.

- Todos disseram que também te amam. – eu não queria chorar, mas mais um bocadinho e era o que ia acontecer.

- Agora vou descansar, façam o mesmo, por mim.

- Prometemos. – disseram os três em simultâneo.

- Mal possa volto a falar com vocês. – disse por fim.

Saber que eles estavam bem era um alívio tão grande, era isso que me mantinha confiante que ia conseguir. Eu era capaz de tudo por eles, se eu tinha que ficar aqui por eles, eu ia ficar. Mas os Volturi iam conhecer uma Isabella que ninguém nunca conheceu, pois eles meteram-se com a minha família e isso eu não admito. Olho por olho, dente por dente.