POV Damon

Mal o meu amor saiu, com as outras, o clima que já estava tenso, ficou de cortar à faca. Mas não vou ser eu o primeiro a falar, se isto descamba, a Bella vai pôr a culpa em mim, que seja um deles a levar com a culpa, porque a probabilidade disto ter sucesso é bem reduzida.

- A Bella pediu para eu te dar uma hipótese, eu vou faze-lo, por ela, mas um passo em falso, e não respondo por mim. – disse o cachinhos.

- Eu amo a Bella. Não posso dizer que o meu passado é limpo, eu fiz muita borrada, mas desce que conheci a Bella mudei, e nunca ia fazer nada que a machucasse – como esse aí, pensei olhando para o Tintim.

- Acho que isso temos em comum. Tens ideias o que a Bella queria dizer quando falou que éramos contemporâneos?

- Somos? Eu nasci em 1842 em Mystic Falls, na Virgínia estive um tempo no Exército Confederado durante a Guerra Civil, mas acabei por desistir. Quando voltei para casa, eu e o meu irmão apaixonamo-nos por uma vampira que nos transformou aos dois, ela chamava-se Katherine Pierce. Ela queria-nos aos dois, e eu fui um parvo em acreditar que ela me amava, ela apenas usou-me. – lembrar aquilo, sempre me irritava.

- Parece que a Bella estava certa, temos alguns pontos em comum, e de facto vivemos na mesma época. Eu nasci no Texas em 1843. Eu entrei para o Exército Confederado dizendo que tinha 20 anos, quando na realidade apenas tinha 17. Ia evacuar algumas mulheres e crianças quando encontrei uma vampira chamada Maria. Ela transformou-me e usou-me para treinar o exército de recém-nascidos que ela criava, eu pensava que era amor, mas eu era apenas uma marioneta. Consegui fugir mais tarde, depois de ficar um tempo em casa de um amigo que também tinha sido criado pela Maria, mas acabei por sair de lá também. Foi quando encontrei a Marie, a mãe da Bella. Eu gostei muito dela, mas não suportei tê-la ferido e desapareci. Encontrei a Alice pouco tempo depois, e agora não me imagino sem ela.

- Cada vez mais tenho a certeza que a Bella está certa quando diz que tudo o que acontece com um propósito. Nós fomos transformados por capricho de duas vampiras, mas se não fossem elas não tínhamos encontrado quem amamos.

- Talvez tenhas razão, não somos tão diferentes assim. Mas mesmo assim, isso não quer dizer que te entregue a minha filha de bandeja. E claro, que um passo em falso, e é o último passo da tua existência.

- A Bella é cabeça dura, não lhe digas que eu te disse isto, ela nunca vai desistir de alguma coisa só porque alguém lhe diz para desistir. O melhor que temos a fazer é convivermos saudavelmente, pois ela é bem capaz de nos pôr de castigo se NÓS dermos esse passo em falso – sorri e ele sorriu também. Claro que outro parecia que tinha comido algo e que não gostou.

- EU NÃO VOU DEIXAR A MINHA BELLA FICAR CONTIGO. – disse ele aos gritos.

- Eu não sou surdo, e as crianças também não, se poderes baixar o tom, agradecia. – eu não ia lhe dar o gostinho de gritar com ele. Eu tenho a certeza que ela me ama, não vou-lhe dar o prazer de me ver alterado por causa dele. Mas eu nunca levo desaforos para casa, por isso é melhor ele ter cuidado onde ele se está a meter.

- Ela pode estar confusa, mas ela me ama. – há pessoas que se gostam de enganar.

- A Bella não está confusa, ela tem a certeza do que sente por mim, e acho que ela já o deixou bem claro.

- Ela vai voltar para mim, ela ama-me.

- Achas mesmo que tendo-me a mim, sexy, gostoso, maravilhoso e que sempre esteve com ela quando ela precisou, ela vai voltar para ti, um pãozinho sem sal, que não só a abandonou, como a deixou à mercê de todo o tipo de perigos? – ele deve mesmo se achar.

- EU VOU LUTAR POR ELA E PELOS MEUS FILHOS – aquele almofadinha queria testar-me?

- Ouve bem uma coisa, os MEUS filhos não estão muito longe e se a Bella sonha que estivemos a discutir perto deles, ela não vai gostar nada. Por isso, fala baixinho.

- Edward, o meu irmão tem razão, os meninos estão perto, por isso acalmem-se. – disse o Stefan.

- Pára de me tentar acalmar, Jasper – disse ele. Parecia que o meu sogrinho estava a usar o seu poder no estressadinho.

- Se tu te acalmares sozinho, eu não preciso fazer isso. – disse o Jasper.

- Ok. Eu vou acalmar-me – quem compra essa? Eu não, com certeza.

- Eu vou ver como estão os meus filhos. Se não te conseguires acalmar, porta da rua é serventia da casa. Eu não vou lutar contigo, porque eu tenho a certeza que a Bella me ama, e lutar contigo só a ia fazer ficar chateada, e por ti, não vale a pena. – disse indo na direcção do quarto de brincar das crianças.

Eles estavam lá com o Emmett a jogar um videogame, que bom que aquilo fazia imenso barulho, só assim é que eles não ouviram os chiliques do Edward Estressado Cullen. Eles estavam bem animados, riam-se como se não houvesse amanhã. Aquele Emmett era uma verdadeira criança, quase que parecia mais criança do que os meus filhos. Deixei-os lá e voltei para a sala, parecia que ele estava um pouco mais calmo, mas eu nem queria saber daquele ser. O resto da tarde foi bem mais calmo. Eu e o diamante de vidro não dirigimos mais a palavra um ao outro. Falei com o Jasper sobre a minha vida e ele sobre a dele, o Stefan também entrou na conversa. Se não fosse o enjoadinho, a tarde até que tinha sido agradável.

Às cinco da tarde as crianças apareceram para lanchar, ficando depois na sala a ver desenhos animados com o Emmett, estranho ou não, ele conhecia todos os desenhos animados. E nós ficamos em silêncio a ver aquelas quarto crianças juntas vidradas na televisão.

Já eram perto das sete da tarde quando as meninas apareceram. A Bella ao entrar olhou para nós tensa, mas quando nos viu calmos relaxou. Ainda bem que ela não sabia o que tinha acontecido, pois se soubesse, estávamos bem lixados.