POV Bella

A conversa não tinha corrido mal, claro que durante uns tempos ia ser estranho. O Jasper meu pai, quem havia de dizer? Espera aí um bocadinho, isso faz da Alice minha madrasta, agora é que vou ser arrastada para todas as lojas do mundo, estou tramada.

Quando cheguei a casa, vi os meus filhos na sala a ver televisão, o Damon estava no meio deles. Quando me viu, levantou-se e veio até mim e deu-me um beijo terno.

- Como correu? – perguntou ele.

- Correu bem. Ele mais tarde vem cá a casa para te conhecer. – disse para ele.

- Parece que vou conhecer o meu sogro.

- Parece que sim, mas vai devagar.

- Não te preocupes, eu sou o sonho de qualquer sogro. – sorri

- Além de o sonho de qualquer mulher.

- Desde que seja o teu sonho já fico satisfeito. – disse ele, dando-me outro beijo.

- Temos que dizer aos pequeninos sobre o Edward. – o clima estava bom, mas este assunto não podia esperar.

- Vamos a isso.

- Achas que eles vão reagir bem? – perguntei-lhe, demonstrando o meu receio.

- Isso, já vamos ver.

Fomos até ao sofá onde eles assistiam os desenhos animados com toda a atenção, sem ligar a nada do que se passava à volta.

- Bom dia, filhos.

- BOM DIA, MAMÃ – disseram os três em uníssono.

- Será que podemos conversar, ou os meninos estão muito ocupados? – sorri.

- Tudo bem, mamã. Passa-se alguma coisa? – disse a Maggie preocupada.

- Venham cá, para ao pé da mãe. – a Maggie veio para o meu colo, o Lucas para o meu lado direito e a Mary para o lado esquerdo.

- Podes falar, mamã – disse a Mary.

- Vou vos contar uma história. Havia uma menina muito desastrada, a que estavam sempre a acontecer acidentes. Um dia ela conheceu um menino que a salvou num desses acidentes. Eles apaixonaram-se e viveram muito felizes. Mas o menino teve que ir embora, e a menina ficou muito triste. Pouco depois disso, apareceu uma bruxa má tentou matar a menina, mas apareceu um príncipe e salvou-a. Mais tarde descobriram que a menina estava grávida, mas o príncipe não se importou, e decidiu ficar com a menina, tornando-a numa princesa, e cuidando dos filhos, que agora eram também seus. – sorri para o Damon, que também sorriu.

- Que bom que a princesa encontrou o seu príncipe. – disse a Mary.

- Eu também acho. Ela foi muito sortuda. – sorri novamente para o meu príncipe.

- A história é verdadeira? – perguntou a Maggie.

- É, é a minha história. – disse, deixando-os absorver.

- O papá, não é nosso pai? – disse a Mary, tristemente.

- Claro que sou princesinha, vou ser sempre, nunca se esqueçam disso – disse o Damon, docemente mas de forma decidida.

- O menino apareceu e gostaria de vos conhecer. Vocês querem conhece-lo? – disse.

- Como ele é? – disse a Maggie, meio a medo.

- Ele é gentil, simpático e muito protector. Gosta muito de música, sabe tocar piano e consegue ler mentes. – disse apenas isto, já que não sabia muito bem o que dizer.

- Eu gostava de aprender a tocar piano – disse a Mary.

- Tenho a certeza que ele te ensina.

- Sério? – disse com os olhos brilhantes.

- Sério.

- Papá, gostarias de me ver a tocar piano? – disse, virando-se para o Damon.

- Claro princesa, tenho a certeza que rapidamente vais ser melhor que ele – disse o Damon.

- Achas que ele vai gostar de mim? – disse a Maggie.

- Claro, quem não ia gostar de ti? – ela deu-me um sorriso.

- Eu tenho pai, não preciso de mais nenhum. – disse o Lucas, para ele o Damon era o exemplo, ele tinha uma admiração por ele ao extremo, ele ia ser o mais difícil para aceitar o Edward.

- Dá-lhe uma hipótese, ele não vai roubar o lugar no Damon, esse lugar ninguém nunca vai tirar.

- Só porque és tu a pedir, mas ele que se não se ache o rei do pedaço – disse o Lucas fazendo um biquinho super fofo.

- Se ele fizer algo desse tipo, eu mesmo o ponho na ordem – eu disse, fazendo o Damon rir.

- Então tudo bem.

- Eu vou dizer-lhe para passar aqui. Além disso, vão ter avós e tios de bónus.

- LINDO – disse a Mary.

Abracei os meus pequeninos, e o Damon juntou-se ao abraço. Pouco depois, telefonei ao Edward.

- Estou?

- Sou a Bella.

- Como estás, meu… – era melhor interromper, antes que ele dissesse alguma besteira.

- Está tudo bem. É só para dizer que já falei com eles.

- Como eles reagiram? – notei uma pontada de nervosismo na sua voz.

- As meninas aceitaram bem, mas o Lucas é muito ligado ao Damon, vais ter que ir com calma.

- Compreendo – a voz dele estava triste, por muito que já não o amasse, perceber a sua tristeza não me deixava indiferente.

- É só ires com calma, eles vão aceitar-te. Queres passar cá esta tarde?

- Claro.

- Então até depois.

- Até depois.

Expliquei-lhes que o Edward ia aparecer pela tarde. O Damon não estava muito contente, mas entendeu a situação. As meninas estavam entusiasmadas e o Lucas tentava demonstrar indiferença, claro que eu conheço o meu filho, e sabia que ele estava preocupado.

Depois de almoçarmos, as meninas foram arranjar-se, pareciam umas princesinhas, o Lucas preferiu ficar com o Damon a ver televisão. Eram 14h quando o Edward bateu à porta.

 POV Edward

Estive a manhã todo ansioso, nem o Jasper parecia conseguir controlar as minhas emoções. Fiquei um pouco triste por saber que o meu filho era muito ligado ao outro, e que por isso, não me ia aceitar tão bem. Mas a Bella tentou acalmar-me. Como eu tinha saudades dela, como eu queria chegar ao pé dela e dar-lhe um beijo, eu fui um burro quando a abandonei. E o pior é que não posso odiar verdadeiramente o tal Damon, porque ele cuidou dela quando eu não o fiz, mas claro que isso não me vai impedir de a tentar reconquistar-la, mas já me tinha apercebido que isso ia ser uma tarefa hercúlea.

Cheguei a casa da Bella eram 14h, bati à porta e ela veio atender.

- Edward, por favor, com calma, para eles é um bocadinho confuso. – eu notava que ela estava preocupada.

- Eu vou fazer isso – eu não ia fazer algo que a fizesse odiar-me.

- Vamos entrar.

Quando entramos, vi as crianças, ontem não tinha ligado muito para elas, a minha atenção estava toda na Bella, mas ao olhar para elas hoje, não podia negar que eles eram nossos filhos.

- Meninos, quero apresentar-vos o Edward. – disse a Bella, mal a ouviram falar, levantaram-se e vieram ter connosco.

- Olá, eu sou o Edward Cullen – eu não sabia bem o que havia de dizer, esta situação era muito nova para mim, nunca imaginei que tivesse filhos, agora entendia o que o Jasper sentiu quando descobriu que a Bella era filha dele.

- Olá. Eu chamo-me Marianne Elizabeth Salvatore, mas podes me chamar de Mary, todos me chamam. – quando ela disse o apelido enrijeci, mas para todos os efeitos ele era o pai, e eu não podia fazer nada, pelo menos por enquanto. Ela era linda, dos três era a que mais parecenças tinha comigo, desde a cor dos cabelos até à cor dos olhos.

- Eu sou a Margareth Sofia, mas prefiro Maggie. – ela sorriu, e eu sorri para ela. Ali estava quase uma cópia da Bella, parecia ser tão doce como a mãe.

- Eu chamo-me Lucas Philip Salvatore. – ele disse simplesmente isso, dava para entender o que a Bella queria dizer quando disse que ele ia ser o mais complicado de me aceitar. Ele era a nossa mistura, olhos verdes e cabelo castanho, ele era muito bonito e parecia ser muito inteligente.

- Eu quero que nos demos bem, antes de mais nada vejam-me como um amigo, está bem? – eu não conseguia ver o que eles estavam a pensar, talvez seja uma característica genética, quem sabe é porque são híbridos.

- SIM – disseram as duas meninas, o Lucas apenas assentiu com a cabeça.

A tarde correu bem, brinquei com os meus filhos, aquilo era algo que nunca pensei ter a oportunidade de viver, era algo sublime. A Mary pediu-me para lhe ensinar a tocar piano. A Maggie, apesar de envergonhada como a mãe, foi-me contando coisas sobre eles, o que me fascinou mais foram os dons, cada coisa que ela contava me enchia de orgulho, mas ficava triste de não as ter presenciado. Mais tarde, a Bella pediu-me para ligar para a minha família e convidá-los a virem para cá, claro que eles aceitaram na hora. Eles chegaram eram umas 18h, tal como a Elena e o Stefan. As crianças estavam muito entusiasmadas por irem conhecer a família, e eu adorei ver isso.

Quem sabe a Bella voltasse para mim e pudéssemos ser uma família de verdade.