Você nunca soube, mas eu sempre prestei atenção em você. Eu sempre olhava pra você, todos os dias, e, por mais que eu soubesse de cor os detalhes de seu ser, eu memorizava-os novamente. O jeito com o qual você sorri, o jeito que seus olhos iluminam seu rosto e a facilidade com a qual sua boca se queima no frio. E sua voz? Eu sempre adormecia ouvindo-a. E aquilo que a gente chegou a ter um dia, acabou-se. E sobrou pra mim a dor da lembrança. A dor de saber que um dia você fora meu. E agora você é dela. Eu vou partir, mas tenho certeza de que a essência do meu ser vai continuar bombeando seu sangue. Porque, agora, você é o dono do meu coração.