Meu Amado Monitor escrita por violetharmon


Capítulo 7
Capítulo 7 - Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-nos a demora. Houveram alguns imprevistos e não pudemos continuar rápido. Esperamos que gostem e que aprovem esse capítulo.
Boa leitura.



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Os raios de sol atravessam a janela e pousam em meu rosto. Sinto uma leve brisa acariciar meu rosto. Já é de manhã. Percebo que já não estou mais com febre. Sento-me na cama e tiro o suéter que madame Pomfrey trouxe para mim. Meus olhos percorrem o quarto à procura dele. Encontro-o sentado numa cadeira e dormindo debruçado sobre a mesa. Levanto-me e caminho cuidadosamente até ele. Quando estou tão próxima a ponto de ouvir sua respiração suave, toco seu rosto delicadamente. Não quero acordá-lo, apenas admirá-lo. 

- Ei, Hermione! - Alguém cochicha.

Procuro o dono da voz e encontro Harry parado à porta. Caminho até ele e abraço-o.

- Harry! Que bom te ver!

- É muito bom te ver também, mas precisamos conversar.

- Tudo bem, tudo bem. Também preciso falar com você. Olha, aquela história do Córmaco...

- Calma. - Ele me interrompe. - Sei que você não traiu Ron. Ele é cabeça dura demais pra ver isso, mas eu confio em você.

- Ai, Harry... Eu queria tanto que Ron acreditasse em mim. - Sinto uma lágrima escorrer de meus olhos; lágrima que Harry logo seca.

- Hermione Jean Granger, se eu te ver chorando novamente por causa do Ron, vou te transformar em um sapo horroroso! Olha, se o Ron não acredita em você, pelo menos tenha auto-estima.

Uma grande interrogação se forma em meus olhos.

- Caramba, Hermione! Acha que não sei o tanto que chorou ontem?

- E como você sabe?

Ele olha para Malfoy, que ainda está dormindo.

- Ele te contou?

- Sim. Conversamos um pouco ontem antes do jantar.

- Ai, que vergonha. - Abaixo a cabeça.

- Mi, promete pra mim que você vai chegar na primeira aula hoje como uma mulher que se ama; promete que você estará ainda mais linda do que já é e sem marcas de olheiras.

Penso por um instante. Sabe, ele tem razão!

- Prometo.  

Harry sorri.

- Ei, como sabia que eu estava aqui?

- Luna me contou. E houve também alguns boatos.

- Boatos? - Assusto-me. - Que boatos?

- De que você pegou o Córmaco e agora estava pegando o Malfoy.

- Por que esses boatos?

- Luna me contou também que ele estava te carregando, é isso?

- É sim. Mas não acredito que essas malditas bocas de Hogwarts fizeram mau juízo daquilo. Ahh, que raiva. - Dou um soco no ar.

- Calma, Mi. Tudo só irá piorar se você se estressar. Procure manter a calma, o.k.?

- Você não manteria a calma em uma situação dessas, eu tenho certeza.

- Sei disso, mas não faça como eu.

- O.k...

Penso em tudo o que aconteceu e percebo que preciso perguntar sobre uma pessoa.

- E Gina? O que ela pensa a respeito disso tudo?

- Está confusa. Não acredito que ela falará com você hoje, porém talvez fale amanhã.

- Já é alguma coisa.

- É...

Harry me observa por alguns instantes, depois dirige os olhos a Draco. Ele quer me perguntar alguma coisa.

- Mi, me responde uma coisa com sinceridade: qual é sua relação com Malfoy?

Meus olhos voam para Draco. Não posso mentir, não para Harry.

- Harry, viramos amigos.

- Isso eu já percebi, só não tenho certeza se a relação de vocês tem um stop na amizade.

- Como assim?

- Hermione, você estava fazendo carinho no rosto dele quando cheguei.

O rubor sobe às minhas faces.

- Não minta, Hermione.

- Harry! Não sinto nada por ele, sério. Somos apenas amigos.

- O.k., acredito em você. Só quero te dizer uma coisa: Ron está pensando seriamente em te perdoar, só não faça nenhuma besteira, tá?

Não consigo conter meu sorriso.

- Pode deixar, Harry.

- Mas não pense que isso some com a questão da auto-estima. Você continuará sendo linda, maravilhosa e mais um monte de coisas mesmo que ele não te perdoe, o.k.?

- Prometo, prometo, prometo!

- Preciso ir. O sino toca daqui a pouco e não quero ter que dizer ao Ron onde eu estava.

Ele me abraça e vai embora rapidamente.

Caminho insegura para perto de Draco. Me surpreende o fato de ele ainda estar dormindo. Observo-o. Imagino o desconforto pelo qual ele passou durante a noite, e tudo isso para ficar comigo...

- Draco, acorda. - Balanço-o levemente.

- Hermione?

- Sim. Se ajeita, vai acabar ficando com dor na coluna.

Ele se espreguiça e fala em meio a um riso forçado:

- Já estou. Ai...

Quase que involuntariamente, comecei a massagear suas costas. Amaldiçoei-me mentalmente por isso, mas não deixei de fazê-lo. Observei a expressão de alívio no rosto dele.

- Não precisava. Como você está? A febre passou?

- Sim, não se preocupe.

Enquanto massageio-o, sinto a dimensão de seus músculos fortes e bem definidos. Um arrepio sobe por minha coluna. Sei que, se amo Ron, devo parar de reparar nos músculos de outros homens, mas que culpa tenho eu se Draco Malfoy é gostoso como o quê? Só percebo que não estou mais massageando-o quando ele pergunta:

- Está se sentindo bem?

Então desperto de meus devaneios e respondo:

- Sim, está tudo bem.

E volto a massageá-lo. A respiração lenta e suava dele envolve-me como se fosse um abraço. Suas mãos pousam sobre as minhas de forma cautelosa. Ele aperta-as levemente, depois levanta-se e põe-se em minha frente, ainda segurando minhas mãos. Nossos olhos se encontram e sinto algo diferente crescer em meu coração. Seus dedos vão subindo pelos meus braços, chegam em meus ombros e depois correm para minha cintura. Draco puxa-me delicadamente para si, de forma que sua respiração acaricie meu rosto. Ele está diferente: não está me tratando de forma brusca e cafajeste como antes, e sim como uma mulher deve ser tratada. Enquanto seus lábios aproximam-se mansamente dos meus, algo indesejável grita em meu íntimo: "NÃO!". Mas "não" para o quê? Sem obter resposta, permito que a maciez de seus lábios envolvam-me num tímido beijo. Sim, tímido. Nunca pensei que Draco Malfoy pudesse beijar-me de forma tímida, contudo está acontecendo neste exato momento. Ele enterra uma de suas mãos em meus cabelos e utiliza a outra para aniquilar o espaço ainda existente entre nós - o que não torna o beijo mais voraz. Quando nossos lábios se difundem, sinto uma insana necessidade de beijá-lo novamente, mas não beijo. Apenas encaro-o, de forma a perceber algo conflitante em seus olhos.

- Desculpe-me, eu não devia ter feito isso.

- Por quê?

Algo está estranho.

- Você ama o Weasley. Desculpa.

E antes que eu possa pensar em dizer ou fazer alguma coisa, seu corpo já está longe do meu e a única coisa que faz-me acreditar no beijo é o desejo de fundir nossos lábios novamente. Meu corpo treme, as batidas de meu coração aceleram e eu sei que preciso novamente de um beijo dele. Pego meu suéter e começo a correr como uma louca pelos corredores à procura dele, não sei por quê, eis que é óbvio que ele foi para nosso "apartamento". Corro para lá e não hesito em dizer a senha: A Serpente e o Leão, unidos em um só coração. Então percebo o mistério na senha... Unidos em um só coração... Em um só coração... Como se Minerva McGonagoll prevesse o que iria acontecer ao escolher a senha. Entro e não encontro-o na sala. Subo as escadas rapidamente e praticamente arrombo a porta de seu quarto, onde ele não está. Ouço o barulho do chuveiro, então ele só pode estar tomando banho. Vou ou não vou?, pergunto-me. Minha mão pousa levemente sobre a maçaneta. Não sei se é correto, mas abro a porta. Ele está de costas para a porta. O vidro está muito embaçado, o que permite-me enxergar apenas sua silhueta - e agradeço por isso. Antes que ele perceba minha presença, fecho a porta e sento-me na cama.

Espero.

Espero.

Espero.

Draco está demorando, o que faz-me ficar agoniada. Vejo sua pasta de desenhos sobre a escrivaninha. Não resisto a tentação e vou até lá. Está abarrotada de desenhos mas, por incrível que pareça, justamente um desenho meu cai dela. Observo-o e choco-me: estou nua no desenho, completamente nua. E o desenho está perfeito, como se ele tivesse visto-me despida. Cada traço dos seios, da cintura, dos quadris... tudo exatamente igual. Não consigo ver-me nua diante dele enquanto seus dedos traçam um desenho meu. A porta do banheiro se abre e eu, assustada, deixo o desenho cair.

- O que está fazendo aqui? - Ele pergunta.

E eu não sei respondê-lo. Não sei por quê estou aqui, só sei do meu desejo de beijá-lo novamente.

- Quer dizer então que você me beija e sai sem dar nenhuma explicação?

- Hermione, olha... Ah, quer saber? Eu... - Ele trava. Sei que não vai dizer mais nada.

- Não precisa dizer. - Aproximo-me. - Nós dois sabemos o que fazer.

Envolvidos um pelo outro, nos deixamos levar pelo intuito de beijar-nos. Sinto seu peito levemente molhado tocar meu busto, de forma a arrepiar-me. Minhas mãos agarram seus ombros e as dele pegam-me pela cintura. Não atrasamos ainda mais o beijo. Nossos lábios movem-se sincronizada e lentamente. Ainda como no beijo anterior, a timidez está presente. Não sabemos por quanto tempo a toalha em sua cintura resistirá ao nosso abraço fogoso, mas importa? Talvez. Mas só queremos desfrutar desse momento que poderá acabar dependendo do curso que nossas vidas tomarem.

Meu coração se despedaça quando ele me afasta de si com brutalidade e suas palavras pesadas tocam meus ouvidos:

- Saia daqui. - Ele entra no banheiro e tranca a porta.

Não sei o que houve com Draco. A falta de informação faz com que eu me sinta pequena, quase inútil. Algo diferente está acontecendo comigo, só não sei o que. Quero chorar, mas não o faço. Ao contrário disso, pego o desenho - aquele onde estou nua - e corro para meu quarto. Dobro-o e deixo-o sobre a escrivaninha. O sino toca. Arrumo-me para a aula em pouco tempo, mas tempo o suficiente para deixar-me linda - como Harry pediu. Não espero Draco e vou para o Salão Principal. Chegando lá, todos me encaram. Um frio sobe por minha coluna, contudo preciso continuar. Chegando à mesa, Harry é o único a me receber bem:

- Mi!, que bom te ver.

- Oi, Harry.

Ele me olha da cabeça aos pés e dá uma piscadela. Não é preciso ler seus pensamentos para saber que o que ele quis dizer foi "seguiu meu conselho". Eu sorrio, mas meu sorriso logo desaparece ao olhar a expressão dura no rosto de Ron.

- Ron... - Sussurro. - Como vai?

- Com as pernas, é claro.

Suas palavras me machucam. Olho para Gina, procurando um consolo em seus olhos, e ela sorri.

- P-posso me sentar?

- N... - Ron abre a boca, mas Harry logo o interrompe:

- Sim, é claro. Você é nossa amiga!

Mesmo que Harry tenha dito sim, fico apreensiva. Ron não me quer aqui, e não sei bem o que Gina quer. Entre o sim e o não, opto pelo sim. Sento-me ao lado de Harry, ficando incomodada de frente para Ron.

- Mi, eu fiquei sabendo que estava doente. - Gina diz. - Melhorou?

- Sim. Foi só febre.

- Você passou a noite sozinha? - O tom de Ron é desafiador. Harry toca minha mão levemente, sinalizando para que eu não minta. E não vou mentir. Esse jogo pode ser para dois.

- Não. Ao contrário de você, Draco ficou comigo. - E dou ênfase ao seu nome.

- Draco? Já estão se chamando pelo primeiro nome?

- Algum problema? Que eu saiba, amigos se tratam pelo primeiro nome!

- Amigos? Vocês se odeiam desde o primeiro ano.

- O mundo dá voltas, as coisas mudam, as pessoas mudam. E você foi uma das pessoas que mais mudou, Weasley!

- Ah, é? Pois então, Granger, eu não volto mais com você!

- Agora quem não quer voltar sou eu.

Levanto-me ferozmente e saio a passos firmes pelo salão. Não me importo com os cochichos e os olhares, só quero sair daqui. Para meu azar, esbarro com Pansy Parkinson ao sair.

- Olha por onde anda, sangue-ruim. Não quero que sua raça suja me contamine.

A raiva em meu interior é tão grande que levanto a mão para dar-lhe um tapa, porém alguém atrás de mim segura minha mão.

- Calma, Mi. Não vale a pena. - Luna sussurra. - Vá embora, Parkinson.

Ela nos olha com desdém, depois entra no Salão Principal.

- Hermione, você não pode sair batendo em alguém porque está com raiva.

- Eu sei...

- Não, não sabe. Se soubesse não o faria!

Abaixo a cabeça. Ela tem razão.

- Está precisando conversar?

- Muito, Luna.

- Não sou a Gina, mas acho que sirvo, né?

Sorrio.

- Você é tão minha amiga como a Gina.

Caminhamos até o jardim e sentamo-nos num banco.

- E então? - Ela me encoraja.

- Ahh, tem tanta coisa acontecendo... Não sei nem por onde começar.

- Você e Ron terminaram?

Olho em seus olhos. Por mais que ela esteja tentando demonstrar-se triste com isso, sei que está feliz: Luna ama Ron.

- Sim. E tome logo a iniciativa de se declarar pra ele, Lu!

Ela fica tão vermelha como uma maçã.

- O que?! Fala sério, Ron e eu? Não.

- Luna, é óbvio que você gosta dele, e muito mais do que eu.

- Você está delirando, amiga.

- Não estou.

Luna morde o lábio inferior; sei que ela está nervosa.

- Ai, você tem razão. Desculpa, eu sei que você o ama e me deixei apaixonar por ele... Ah, droga!  

- Ei, calma. Você não precisa se desculpar. E acho que não o amo tanto como amava... Muita coisa mudou desde ontem de manhã.

- Sério? De uma hora pra outra?

- É... Pode parecer estranho, mas mudou rápido.

Observo algumas andorinhas no céu. A conversa com Luna vem sendo estranha, pois nunca conversei a fundo com ela sobre esse tipo de coisa. Ambas sabemos de nossos sentimentos, mas não sabenos nada quanto ao sentimento deles. Sim, deles: Ronald Weasley e, embora eu sinta dificuldade em admitir, Draco Malfoy.

- Hermione, já que estamos falando disso, o que mudou tanto assim?

Meus olhos encontram os dela rapidamente. Não sei se é a hora de dizer algo, então apenas respondo:

- Nem eu sei direito... O pouco que sei é que meu coração não ama Ronald Weasley como amava antes.


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Notas finais do capítulo

Genteeeeee, deixar review não faz cair o dedo e deixa o autor feliz, ok? Recebemos elogios, críticas construtivas e sugestões ^_^
Beijos das Gabi's :*)