Meu Amado Monitor escrita por Gabriela Alves, violetharmon
Notas iniciais do capítulo
Capítulo meio meloso.
Boa leitura!
Passou-se um mês, um mês monótono. Nada de diferente: Malfoy dando em cima de mim e trazendo garotas para o quarto, Ron e eu com o namoro nas nuvens... Tudo normal.
É domingo de manhã. Levanto-me e tomo um banho. A água quente bate em minhas costas, aliviando a rigidez de meus músculos. Há um problema que não saiu da minha cabeça, mesmo após um mês: meu encontro com Córmaco. Pelo o que o conheço, essa história não acabou por aqui. Ainda deve haver mais alguma coisa.
Desligo o chuveiro e enrolo-me na toalha. Vou para o quarto, sento-me diante à penteadeira e começo a desembaraçar meus cabelos. Algumas batidas na porta são o suficiente para mandar minha tranquilidade ao espaço.
- ENTRA, MALFOY.
Ele abre a porta vagarosamente e entra.
- Como sabia que era eu?
- Quem mais seria?
Ele dá de ombros.
- O que quer? - Pergunto, mas continuo penteando os cabelos.
Através do espelho, vejo-o aproximar-se da cadeira. Ele apoia as mãos nela, ficando com seu corpo próximo ao meu, e diz:
- Nada. É que ouvi o barulho do chuveiro e vim aqui só pra te ver de toalha. - E sorri cinicamente.
Minha vontade é jogar-lhe a escova, mas seus lábios encostam em meu pescoço, causando-me arrepios. Meus olhos não sabem se ficam abertos ou fechados, minha respiração trava, meus lábios tremem e meu coração dispara. Seus dedos acariciam meu tórax vagarosamente, como se não quisessem chegar aos seios, mas querem. Me levanto - tentativa desesperada de fugir. Ele me puxa pela cintura. A toalha fica presa apenas pela junção de nossos corpos. Ele volta a beijar meu pescoço, prova de que só quer se divertir. Ele provoca - fato -, e eu não sei se consigo resistir. Uma de suas mãos corre para minha coxa e seus carinhos tornam-se perigosamente provocantes, fazendo-me arfar. Ele dá uma risada satisfatória, depois joga-me na cama, deixando seu corpo por cima do meu. Malfoy usa as duas mãos para tentar impedir-me de segurar a toalha, e consegue. Ambas as mãos deslizam pela entrada de meus seios enquanto seus lábios mordiscam minha orelha. Algo em meu íntimo faz-me gritar:
- NÃO!
Ele dá um pulo para trás, deixando-me livre para correr. Entro em seu quarto e tranco a porta. Sento-me na cama e reflito sobre os últimos instantes. Sei o que me fez despertar daquele momento: meu amor por Ron. Eu amo meu ruivinho, não tenho dúvidas disso. Mas não posso negar que os carinhos de Malfoy tornam-me completa, fazem com que eu me sinta mulher. Não posso me interessar por ele movida pelo desejo insano que seu toque desperta em meu ser. Sou fiel a Ron.
Sento-me em frente ao piano e lembro-me das noites que dormi ao som de sua música. Faz um mês que divido esse "apartamento" com Malfoy e ainda não o vi tocar, apenas ouvi. Tento imaginar: coloco-o com um terno preto muito elegante, postura ereta, dedos longos e pálidos dançando sobre o instrumento, olhos fixos em um ponto indefinido do quarto, lábios formando uma linha rígida. Nunca vi Malfoy assim. Sei que seria elegante vê-lo de tal forma, mas não sei se é possível.
- Granger, abre essa porta. - Ouço-o dizer.
Abro. Tento correr para meu quarto, mas ele me segura firmemente.
- O que aconteceu?
Não quero responder, não quero olhar em seus olhos. Mas eles me procuram e não tenho como fugir.
- Sei que estava gostando. Por que fugiu?
- Porque tenho namorado.
- Então quer dizer que deixaria eu ir até o fim se não fosse comprometida?
Vejo que deixei espaço para a ambiguidade, então logo respondo:
- Não. Eu não deixaria que prosseguisse nem que fosse o último homem no mundo.
- Tem certeza?
Tenho! Grito. Mas nada é ouvido. Foi apenas um pensamento intenso.
- Me solte.
- Não respondeu minha pergunta. Só solto se responder.
Respiro fundo e tento manter a calma.
- Tenho certeza absoluta.
- Não é o que parece.
A ponta gelada de seu nariz roça em minha bochecha. Mas não permito que as sensações anteriores regressem.
- Solte-me e nunca mais tente algo comigo.
Quase não acredito quando ele me solta rapidamente. Seria perfeito se ele não dissesse:
- O.k., mas irá se arrepender.
Ele me empurra para o lado e entra no quarto, trancando a porta. Vou para o meu e também tranco a porta. Abro o guarda-roupas e procuro algo descente. Visto uma blusa branca justinha e uma vermelha comprida por cima, um jeans preto com enfeites dourados e sapatilha vermelha. Olho-me no espelho e sinto que estou pronta para ir ao encontro de Ron. Abro a porta, desço as escadas e, quanto estou prestes a sair, ouço a melodia envolvente do piano. Paro e ouço. Sem coragem para sair, sento-me no sofá e fico apreciando a música. Cada nota é tocada perfeitamente e não há desafinações. Quando acaba, saio rapidamente.
Enquanto ando pelos corredores, reflito sobre o último mês. Tem sido bom, mas perigoso. Quase todo dia a tentação cai de pára-quedas no meu quarto e eu fico sem saber o que fazer. Vez ou outra lembrar que estou comprometida não é o suficiente e confesso que não é só isso que me ajuda: o bom senso também. Talvez meu amor por Ron seja menor que o meu desejo por Malfoy. Sim, eu o desejo e não nego. É um fato duro, mas é fato. Por Merlim, como Draco Malfoy pode ser tão tentador como é?! Como diz o ditado trouxa "Deus dá asas a quem não sabe voar".
Chego no primeiro andar e vou para o campo de Quadribol. A Grifinória treina terça, quinta, sexta e domingo de manhã. Logo vejo Ron defendendo uma bola dificílima. Sorrio ao ver que ele nota minha presença. Gina também me vê e pede licença a Harry para vir falar comigo.
- Mi, bom dia!
- Bom dia, Gina.
Abracei-a.
- O que aconteceu? Você parece perturbada.
- Ah, Gina. Preciso conversar com você, mas longe do Ron.
- O.k. Vamos para o Salão Principal.
Acenei para Ron que acenou de volta. Chegando ao Salão Principal, sentamos na mesa da Grifinória, bem distante dos outros alunos.
- Pode falar, amiga.
Juntei as mãos, respirei fundo e soltei:
- Acho que Malfoy está mexendo com meus hormônios.
- Como assim?
- Gina, não seja ingênua.
Sua ficha pareceu cair.
- Não me diga que...
- É, sinto desejo por ele.
- Como assim? Você está namorando o Ron!
- Eu sei, eu sei. E fico com vontade de me matar toda vez que penso em Ron.
Solto um pesado suspiro.
- Hermione, o que aconteceu entre vocês?
Evitei falar.
- Nada, absolutamente nada.
- Hermione Jean Granger, eu te conheço muito bem. Você não ficaria desse jeito só por estar dividindo um dormitório com ele. Eu sei que tem algo a mais.
Esconder as coisas de Gina só pioraria a situação, então abro o jogo. Quando termino de contar tudo, seus olhos estão enormes.
- Não acredito!
- Desculpa, Gina. Eu sei que o Ron é seu irmão e tal e...
- Não! Não acretido que um cara como Malfoy faz tudo isso e você resiste, não acredito que ele te chama de gostosa e você joga-lhe um chinelo!
Peraí! Isso está errado! Como irmã de Ron, Gina devia me matar. Mas nãããão, ela defende Malfoy.
- Agora, Mi, falando sério: você está a fim do Malfoy?
Penso por alguns segundos, depois respondo:
- É desejo, Gina. Meu amor por Ron nem se compara a isso.
- O.k. Mas será que você realmente ama meu irmão?
- Que pergunta é essa, Gina? É claro que sim!
- Será? Se amasse tanto quanto diz, Malfoy não teria encostado um dedo em você.
Reflito. É verdade, mas isso não quer dizer que eu não ame Ron.
- Eu amo Ron, tenho certeza disso.
- Então não permita mais que Malfoy te provoque.
Concordo com um gesto de cabeça.
- Falando no diabo... - Gina olha para a mesa da Sonserina. - E ele está de olho em você.
Mesmo com Pansy Parkinson agarrada ao seu pescoço, Malfoy não tira os olhos de mim. E isso é o suficiente para enrubescer-me. Gina dirige os olhos a mim.
- Está na cara, literalmente, o poder que ele tem sobre você.
- Odeio isso.
- O quê?
- A facilidade que tenho para ficar vermelha.
Gina ri.
- Isso é sério. Não é uma piada.
- Está bem. Mas, se é para ficar "traindo" meu irmão, prefiro que termine logo.
- Pode deixar. Não vou magoá-lo. Além do mais, Ron é muito melhor que qualquer outro.
Ela segura minha mão.
- Não quero que esconda nada de mim, o.k.?
- Fique tranquila. Sabe que te conto tudo.
Sorrimos. E ficamos ainda mais felizes ao ver Ron e Harry chegando.
- Princesa, que bom te ver. - Ron me beija. - Está tudo bem?
- Sim. Estava com saudades.
Ele se senta ao meu lado e coloca o braço ao redor de minha cintura. Lanço um olhar desafiador a Malfoy, que responde dando um beijaço na buldogue, que fica toda feliz. Beijo Ron também. Mas uma voz infantil atrai a atenção de todos no Salão Principal.
- GENTE, GENTE, VENHAM VER!
Todos, incluindo meus amigos e eu, correm atrás do menino. Paramos em frente à parede de avisos. Uma fotografia logo me choca.
- Não acredito, Hermione! - Fala Ron.
E nem eu, penso. É uma foto de meu beijo com Córmaco. Por algum motivo, ela só se movimenta desde o momento que ele me beijou até um pouco antes de eu morder seu lábio. Todos comentam. Lágrimas formam-se em meus olhos, mas não consigo sair daqui: minhas pernas estão petrificadas.
- Como você teve coragem de fazer isso? - Ron se afasta um pouco de mim. - Como?
Olho para Gina como quem pede socorro, mas lembro-me que não falei isso para ela.
- Ron, me escuta.
- Não. Prefiro que não diga nada. - Ele sai correndo.
- RON!
Sinto que as lágrimas vêm brutalmente, mas ainda não as deixo cair. Nem meus amigos podem me ajudar. Todos olham para mim, me julgam. Quando a primeira lágrima cai, sinto um braço envolver meus ombros e a voz de Malfoy soa ao meus ouvidos:
- Aqui não, Granger.
Ele me tira dali. Alguns ameaçam nos seguir, mas a voz dura de Malfoy logo os espanta:
- É MELHOR FICAREM AÍ MESMO!
Malfoy me leva para perto do lago e sentamo-nos sob uma árvore. Encolho o corpo e enterro o rosto entre os joelhos. Permito que as lágrimas caiam e não me importo em ter os olhos de Malfoy sobre mim. Ele me abraça, confortando-me.
- Não fique assim, Granger. Se quiser, eu falo com ele.
Não consigo dizer nada, apenas abraço-me a ele. Fico com a cabeça encostada em seu peito, de forma a ouvir seu coração batendo. Queria que meus batimentos estivessem tão tranquilos como os dele.
- Quer ou não que eu fale com o Weasley?
Agarro-me com mais força ao seu corpo, depois falo:
- Você mesmo disse que ele não tem graça.
- Mas você gosta dele e resistiu ao meu charme por causa dele. Então vale a pena.
Ele beija minha cabeça.
- Se quiser, te ajudo.
- Ron tem que acreditar na minha palavra. Se ele me ama, minha palavra é o bastante.
- O.k.
Malfoy enxuga minhas lágrimas com a ponta dos dedos e sorri. Seu sorriso me tranquiliza, tal como seu toque.
- Pode não parecer, Granger, mas gosto de você. Sou seu amigo a partir de agora, e pode pedir ajuda para qualquer coisa.
Fiquei chocada com suas palavras, mas gostei de saber que somos amigos.
- Muito grata.
Ele beija a ponta de meu nariz, deixando-me alegre. Deito a cabeça sobre sua barriga e recebo carinhos. Estar abraçada a ele como sua amiga é estranho, mas é bom. Saber que ele não vai me atacar a qualquer momento é um alívio muito grande. Seus dedos caminhavam de minha orelha ao meu pescoço, e vice-versa.
- Então sai de um e vai para o outro, né, Hermione!
Assustei-me com o tom ameaçador na voz de Ron.
- Não é nada disso, Ron!
- Não? Então é o quê?
- Por favor, me ouça.
- Não quero ouvir nada que venha de você, não depois do que eu vi.
Malfoy se levanta e posta-se ao meu lado.
- Weasley, ouça-a, por favor.
- Agora vai querer dar uma de super herói, Malfoy?
- Não é isso. Só quero que escute-a.
- Fique na sua, Sonserino. A conversa é entre nós dois.
Ron vem até mim e me puxa pelo braço.
- Precisamos conversar. - E lança um olhar para Malfoy. - A sós.
Vou com Ron até um corredor vazio.
- Agora me explique tudo, Hermione Jean Granger.
Respiro fundo. Sei que não será fácil.
- Ron, eu realmente me encontrei com McLaggen.
- Ahh, uma adúltera sincera.
Suas palavras machucaram-me profundamente.
- Por favor, deixe-me terminar.
- Termine.
- Era pra ser apenas uma conversa, mas ele me agarrou. Eu gritei e Malfoy chegou e me ajudou. Foi isso.
- O.k. Mas por que você foi ao encontro dele?
Ele me pegou.
- Não sei... - Fiquei cabisbaixa.
- Então! Você não devia ter ido, Hermione.
- Eu sei, eu sei. Mas fui!
Ron passa as mãos pelo rosto, agarra os cabelos, depois deixa os braços cairem.
- E o que estava fazendo com Malfoy agorinha?
- Malfoy é só meu amigo. Ele me abraçou porque eu estava chorando. Malfoy que me tirou do meio daquelas pessoas depois que você saiu. Ele me ajudou.
Percebi a raiva e o ciúme no olhar de Ron.
- Estamos bem agora?
Seus olhos param nos meus.
- Não sei. Conversamos mais tarde.
- Ron...
- O que me incomoda é que você não me disse nada. Eu não me importo com isso, mas queria saber por você. Desse jeito parece que não confia em mim.
- Mas eu confio muito em você, Ron. Além de meu namorado, você é meu amigo.
- Não parece. Agora, por favor, não fale mais nada. Volta lá pro seu amiguinho e me deixa pensar.
O som de seus passos foi sumindo e o fantasma das lágrimas voltou a me assombrar.
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