Meu Amado Monitor escrita por violetharmon


Capítulo 40
Capítulo 40 - O Baile


Notas iniciais do capítulo

FAAAALA GALERA! E aí, como têm passado?
Então, esse é o penúltimo cap, depois vem o Epílogo :( AHHHHHHHHHHHH :'(
Nós duas estamos tristes por estar chegando ao fim, mas também estamos felizes por saber que não precisamos mais esconder os mistérios de vocês kkkkk
Nesse cap vocês vão entender MUITA COISA, MUUUUITA COISA.
E, a propósito, ele é bem grande. A demora não foi por motivos escolares (teve influência, mas não foi o principal motivo). O principal motivo foi o tamanho do cap mesmo, optamos por não dividi-lo. Afinal, já deixamos vocês tão curiosos que não seria justo dividir um cap tão lindo e maravilhoso como esse *---*
Queremos agradecer às recomendações que recebemos. São LIIIIIINDAS *-----*
Boa leitura!



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"Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria."

Legião Urbana - Monte Castelo


Ao cabo da semana de provas, fui fazer compras com as meninas. Confesso que um tempo cercada apenas por pessoas do sexo feminino me fez extremamente bem. Até convidamos Emília para ir conosco. No meio do caminho perguntei a ela com quem iria ao baile, e ela disse que estaria acompanhada de Spencer Price - Sonserina. Cheguei a imaginar que, talvez, ela pudesse ir com Blásio, como amigos, mas acabei me enganando. 

Cada uma de nós escolheu um vestido de uma cor, fizemos o máximo de esforço para não repetir os tons. Gina comprou um azul turquesa, Luna escolheu um dourado que a descrevia perfeitamente, Parvati optou por um preto de seda japonesa, Emília ficou indecisa entre um verde e um branco, mas acabou ficando com o verde porque a fazia lembrar-se de Pansy. E eu, bom, eu escolhi um prata. O porquê nem eu mesma sei, mas era tão lindo, tão magnífico que não resisti e o escolhi. 

Pensando a respeito do que levou Emília a escolher seu vestido, conversei com as garotas e concordamos em cada uma usar algo que lembrasse Pansy. Fomos até o dormitório da Sonserina e Emília deu para cada uma de nós algo que fosse de Pansy - um colar, uma pulseira, um par de brincos, um par de sapatos, enfeites de cabelo. Feito isso, passamos horas e horas falando sobre o baile que estava por vir. 

Todas nós fizemos o possível para não permitir que Emília se abatesse ou se sentisse excluída - afinal, nenhuma de nós era exatamente o tipo de garota com a qual ela se imaginava. Acostumada com garotas Sonserinas, ricas, sangue-puro, no começo ela ficou um tanto quanto tímida, mas depois ganhou segurança suficiente para chegar ao ponto de fazer algumas brincadeiras. 

Quando Luna, Parvati e Gina foram embora para o salão principal, optei por ficar um pouco mais. Algumas perguntas começaram a se formar em minha cabeça, perguntas que apenas Emília é capaz de responder. 

- Posso te perguntar uma coisa? - Busco o olhar dela. 

- Sim. - Ela dá de ombros. 

Antes de qualquer coisa, escolho bem as palavras. Afinal, nosso nível de intimidade não está muito alto. 

- Bom, hum… Você e o Blásio…? - Sem conseguir encontrar minha língua, deixo a frase no ar. 

Seus olhos se dirigem a mim, arregalados. Ela rapidamente diz: 

- Nós não temos nada, Hermione. Eu era a melhor amiga de Pansy. Ele, o amor da vida dela. Não há condições de ter algo entre nós dois.

Algo começou a crescer dentro de mim, algo chamado "curiosidade". Mexi e remexi meu cérebro até encontrar exatamente o que eu queria dizer. 

- Emília, o futuro é algo tão inimaginável e, ao mesmo tempo, tão magnífico que não podemos dizer que não há como algo não acontecer ou acontecer. - Respiro fundo, aproveitando para dar uma pequena brecha para que ela absorva. - Temos que seguir em frente, tudo acontece com um propósito. Eu sei que você pensa assim, sei que Blásio pensa assim e sei que Pansy também pensava dessa forma. Mais do que isso, sei que tudo o que ela mais quer, aonde quer que ela esteja, é nos ver felizes. 

Algo brilhou rapidamente em seu olhar, mas logo se foi. Ela balançou freneticamente a cabeça em sinal de negação, os cabelos negros bagunçando-se. 

- Seria errado. Eu e ele seria muito errado, a coisa mais errada que poderíamos fazer. Sem contar que nós nem ao menos nos suportamos!

Isso me fez sorrir, lembrando-me um casal em particular. 

- Sabe, há alguns meses atrás uma moça chamada Hermione Granger e um rapaz chamado Draco Malfoy não podiam nem sequer ouvir falar no nome do outro. Hoje em dia eles estão juntos e felizes, hoje em dia eles se amam de forma tão recíproca e tão indestrutível que nada poderia separá-los. 

Levanto-me do banco, uma leve brisa passa por nós. Uma brisa que faz Emília tremer desde o primeiro fio de cabelo até o último dedo do pé. Uma flor da árvore mais próxima se desprende e flutua até parar em seu colo. Imediatamente uma fala se passa por minha mente. 

- Certas coisas simplesmente desabrocham, Emília. Certas coisas são tão naturais, tão espontâneas, que nem precisamos nos dar ao trabalho de dar um empurrãozinho, da mesma forma que não podemos evitar. - Sorrio. - Pense bem nisso. Assim como as flores, há momentos em nossas vidas que simplesmente abrem as pétalas e mostram sua beleza. 

Ela fica me encarando, os grandes olhos castanhos confusos. Mas simplesmente aceno para ela e me dirijo ao salão principal. 

Assim que entro no castelo avisto Blásio. Ele está carregando Matthew animadamente, um sorriso enorme estampado no rosto moreno. Uma mamadeira azul em sua mão indica que está dando leite a Matthew, que mexe um ou dois dedinhos na direção do objeto. 

- Oi, Blásio. - Digo ao me aproximar dele. 

- Mione! Bom ver você. 

- Bom ver você, também. E aí, como estão as coisas com esse projetinho de bruxo? - Olho dentro dos olhos verdes de Matthew, sentindo uma imensa alegria por estar perante alguém com a aura tão iluminada. 

- Tudo tranquilo. Claro que eu gostaria de ter Pansy aqui para me auxiliar, mas nada é perfeito. 

Aproveito a oportunidade para dizer:

- Pelo menos você tem a ajuda de Emília. 

Ele olha para mim com os olhos negros levemente fechados e, com tom brincalhão, fala: 

- Se está insinuando algo, fique sabendo que eu não quero nada com aquela anã de jardim. 

Dou uma risada, refletindo sobre o que ele acabou de falar. Emília é, de fato, uma garota baixa, mas sei que há algo a mais por trás desse insulto. 

- Você parece gostar bastante daquela anã de jardim. 

Blásio me lança um olhar do tipo é-hoje-que-eu-te-mato, o que me faz rir. Tentando me ignorar, ele olha para Matthew e começa a sussurrar palavras ininteligíveis para o filho. 

- Já arrumou um par para ir ao baile? - Pergunto. 

- Decidi ir sozinho. 

Suas palavras me surpreendem ao passo que me deixam curiosa. 

- Por quê? 

- Eu não preciso de uma mulher para ir ao baile, da mesma forma que uma mulher não precisa de um homem para tal. 

Dessa ver eu vou ter que concordar com ele. Embora ainda ache que ele deva convidar alguém, opto por não falar. Não só eu, mas todos que conhecem Blásio sabem que ele não é de voltar atrás. 

- A Emília está lá fora, sozinha no banco. - Digo como quem não quer nada. 

Tentando permanecer sério e com cara de bravo, ele diz: 

- Por Merlim, que amiga insuportável essa que eu fui arranjar! Como o Draco te aguenta? 

Nesse mesmo momento, Draco aparece e me abraça. E é ele mesmo quem responde a pergunta: 

- Simples, meu caro amigo, sou tão insuportável como ela. E acho que você deveria mesmo ir falar com aquela leprechaun que está lá fora. 

Blásio suspira e fala para si próprio: 

- Meu Senhor, olha só onde eu fui estacionar minha vassoura! 

Draco e eu explodimos em gargalhadas. Não só nós dois, mas Blásio também sabe que a situação é engraçada. Justamente por isso é que ele nem se dá ao trabalho de brigar conosco, apenas se concentra em alimentar Matthew e continua andando - até sair do castelo. 

- Será que ele foi falar com ela? - Draco pergunta, secando uma lágrima que escorrera devido às gargalhadas. 

- Sei lá, tomara que sim. 

Ele me lança um olhar sugestivo. 

- Devemos? - Pergunto, indecisa. 

- Por que não? 

Ele segura minha mão e me puxa para o lado de fora, onde nos escondemos atrás de alguns arbustos, de onde podemos ver tanto Blásio e Matthew como Emília. Pelo visto, Blásio optou por descer um pouco mais, até chegar próximo ao lago. Emília permanece sentada no banco onde tivemos nossa conversa. 

- A gente espera? - Draco me pergunta. 

- Acho que sim, vamos esperar mais um pouco e ver no que vai dar. 

Observamos Emília olhar duas ou três vezes em direção ao lago, até que finalmente se levanta e põe-se a caminhar até lá. Ao perceber a aproximação dela, Blásio se vira e a cumprimenta com um sorriso. Também sorrindo, ela se aproxima e pega Matthew. 

- Minha mãe vem aqui hoje. - Draco diz. - Já deve estar chegando. 

- Sério?! Que legal! Estou mesmo querendo vê-la. 

- Parece que Minerva pediu a ajuda dela para a organização do baile de formatura. 

- Acho uma ótima ideia, sua mãe é uma excelente decoradora. 

Ele me abraça e beija meu rosto, depois sussurra em meu ouvido: 

- Por isso mesmo que ela organizará a decoração do nosso casamento. 

Sinto meu rosto ficar vermelho, depois volto a me concentrar em Blásio e Emília. 

- Olha lá. - Aponto. 

Assim como eu, Draco os vê brincando alegres com Matthew. Enquanto Emília segura ele firmemente, Blásio faz palhaçadas e brincadeiras, aparentemente despertando risos em Matthew. E, pelo que eu entendo de leitura labial, Emília o chamou de "bobo". 

- Bom, acho que é melhor irmos embora. - Digo. - Acredito que já vimos o suficiente. 

- Eu também acho. 

De mãos dadas, nos dirigimos para dentro do castelo. Depois começamos a procurar por dona Narcisa. Encontramos ela e professora Minerva no salão principal, ambas fazendo anotações e planejamentos. 

- Mãe! - Draco corre para abraçá-la. 

Ela o abraça com tanto amor e carinho que não me aguento e corro para me juntar a eles. Seus braços nos envolvem com amor e delicadeza, depois pergunta: 

- Como estão? 

- Bem. - Respondemos em uníssono. 

Depois das palavras habituais e os costumeiros cumprimentos, pergunto: 

- Podemos conversar, dona Narcisa? 

Ela pede licença a Minerva e vem comigo e com Draco para um canto mais reservado do salão, próximo à mesa dos professores. 

- Diga, querida. 

Sei que o olhar inquisidor de Draco está sobre mim. A verdade é que a ideia me ocorreu de repente, sem mais nem menos, simplesmente surgiu. 

- De repente, eu me lembrei que a senhora pode se comunicar com espíritos, certo? 

- Sim. - Ela dá de ombros. 

Sinto que Draco já descobriu o que quero, sei disso ao reparar na sua movimentação ao meu lado. Sabendo do brilho em meus olhos, pergunto:

- Fiquei imaginando se a senhora não poderia se comunicar com Pansy? 

Draco e eu a encaramos com um misto de curiosidade e esperança. Então, respondendo à minha pergunta, ela estala os dedos e diz: 

- Olha, não vou dizer que ainda não a vi, porque não é verdade. - Essa revelação não nos surpreende tanto como a que está por vir: - Na verdade, estou vendo Pansy há muito tempo, desde que sua alma se desprendeu do corpo. 

- Isso é sério? - Draco pergunta, ansioso. 

- Sim. E ela vem me dizendo algumas coisas sem sentido… - Seu olhar de repente fica confuso. 

Coisas sem sentido… Bom, talvez faça sentido para outra pessoa que não seja ela. Então volto a fazer perguntas: 

- Que tipo de coisas? 

Uma veia pulsa em sua testa. 

- Não são coisas muito fáceis de se entender, muito menos de se transmitir… Ela diz coisas sobre a ordem natural das coisas, diz que não podemos tentar controlar o incontrolável, diz que temos que seguir em frente sem se prender ao passado… 

E, de repente, isso me faz lembrar o que eu disse para Emília. O que para dona Narcisa parece sem sentido, para mim faz sentido completo e absoluto. 

- Ela disse mais alguma coisa? - Draco pergunta.

- O engraçado é que a vi há poucos minutos, assim que cheguei em Hogwarts. Ela estava tão bonita, tão radiante… - Um sorriso bobo surge em seu rosto. - Disse algo sobre flores serem maravilhosas.

Flores. 

Flores são maravilhosas.

Flores desabrocham. 

Flores são naturais, espontâneas… são incontroláveis e… 

- Então era isso! - Digo para mim mesma. 

Mas apenas eu entendo o que estou dizendo, Draco e Narcisa não conseguem ver sentido nenhum em minha fala. 

- A flor não caiu no colo de Emília acidentalmente, até porque a árvore estava um pouquinho distante, sem contar que as probabilidades de uma flor cair do alto de uma árvore para o colo de uma pessoa são muito pequenas… A brisa era ela! 

Antes que Draco possa abrir a boca para pregunta, explico-lhe toda a situação. Assim que acabo de falar, Narcisa diz: 

- Ela também disse algo sobre gostar de fazer Matthew rir. 

E tudo se encaixa, tudo faz sentido, a solução simplesmente surge. Não há acasos, não há coincidências. Sempre há um motivo por trás de cada acontecimento. 

Olho para Narcisa e a vejo acenar para alguém. Draco e eu olhamos para trás à procura da pessoa, mas não encontramos ninguém que esteja olhando para cá. 

- Quem era? - Draco pergunta. 

- Pansy. - Ela responde com um sorriso encantador no rosto. 

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Os dias não demoraram a passar. Na verdade, o último dia chegou rápido até demais. O último dia do ano letivo, o dia do baile, o dia da formatura. O dia para nós do sétimo ano concluirmos todos os trabalhos iniciados, realizar todos os desejos que ainda não foram realizados, deixar para trás todas as tristezas e levar conosco apenas as alegrias e os aprendizados. 

Acordei cedo, ansiosa para que a noite chegasse logo. Aliás, todas as garotas de Hogwarts pareciam estar eletrizadas com o quão próximo o baile estava, porque assim que saí para os corredores só me deparei com meninas, os meninos pareciam estar dormindo - ou escondidos. Todas conversando animadamente sobre a noite de hoje, todas discutindo penteados e maquiagens, todas elétricas. 

Fiquei mais do que satisfeita ao chegar no salão principal e encontrar Gina e Luna. Gina estava com uma revista de penteados em mãos. Assim que cheguei, ela me mostrou um e disse: 

- Hermione, esse é, definitivamente, o seu penteado. 

Vejo, então, uma trança que começa na parte superior da cabeça e vai descendo ao redor dela, depois finaliza como uma trança lateral normal - mas na lateral oposta à que iniciou-se. 

- É perfeita! - Exclamo. 

- Sim. E realça a cor dos seus cabelos. - Luna diz. 

- E vocês, o que irão fazer? - Pergunto. 

Gina foca os olhos azuis na revista, depois joga-a de lado e responde: 

- Ah, pensei em fazer um coque igual àquele que você fez no Baile de Inverno, o que acha? - E ergue as sobrancelhas ansiosamente. 

- Acho uma excelente ideia! Esse ruivo lindo dos seus cabelos vai deixar o penteado ainda mais elegante. 

- Concordo plenamente. - Luna se pronuncia. - Mas não tenho noção do que fazer… 

Gina e eu folheamos a revista atrás de algo que se pareça com Luna. Por fim, chegamos apenas a uma conclusão - e foi Gina quem disse: 

- Luna, não tem como você fazer algo desse tipo porque iria tirar de você algo que te diferencia das outras pessoas: sua personalidade única. - E sorri. - Acho que você deve deixá-los naturais, apenas dar mais vivacidade aos cachos. Só. 

Depois de tomarmos café da manhã, seguimos para meu quarto e de Gina para organizar algumas coisas. Sim, ainda é cedo, mas certas coisas não podem ser deixadas para a última hora. 

Passamos um bom tempo ocupadas, mas não nos esquecemos de ir falar com os garotos. Todos sabem que esses seres do sexo masculino precisam sempre de um empurrãozinho para começarem a fazer algo. E sabemos também que é bem capaz de resolverem se arrumar faltando uma hora pro baile. 

Descemos para o salão principal e os encontramos juntos: Draco, Blásio, Harry, Ron e Neville. Uma alegria me preenche por dentro instantaneamente. Vê-los juntos é tão bom, ainda mais vê-los rindo da forma como estão. Me dá até falta de vontade de interromper um momento tão belo e maravilhoso como esse, mas… 

- BOOOOORA, CAMBADA DE PREGUIÇOSOS! JÁ É HORA DE IREM SE ORGANIZAR PRO BAILE! 

Se você acha que quem deu esse grito foi Gina, vocês estão completamente certos. Típico dela, não? 

- Nossa, Gina, ainda é cedo! - Harry diz após consultar o relógio. 

- Cedo, cedo… - Ela diz, sarcástica. - Depois vocês estarão todos desesperados porque estão sem tempo e irão dar razão à quem? À Gina aqui! 

Eles se entreolham e Ron pergunta: 

- Vamos jogar quadribol? 

Todos eles respondem entusiasmados e se dirigem ao campo, deixando Gina falando com o vento.  

- Eu não acredito que eles fizeram isso! 

- Eles fizeram! - Luna diz, prendendo uma risada. 

O resto do dia foi bastante agitado, agitado demais. Mas isso já era de se esperar. 

Certifiquei-me de descobrir por quanto tempo os garotos ficaram jogando quadribol. Bom, eles só pararam para almoçar. Claro que eu não disse isso à Gina - ela os mataria se descobrisse -, mas me esforcei ao máximo para me conter. 

Estávamos com os nervos à flor da pele uma hora antes do baile começar. Parvati parecia que teria um infarto caso não comesse uns bons pedaços de chocolate - e ela comeu duas barras. 

Luna estava muito, muito, MUITO mais tranquila do que todas nós. Se bem que isso não é novidade, ela sempre está tranquila. Confesso que gostaria de ter um pouco da calma e da paciência que Luna tem. Essa é a primeira vez que vou a um baile ao lado dele. 

Isso não deveria me deixar nervosa, uma vez que estamos namorando há algum tempo, mas estou à beira de um ataque de nervos. Quer dizer, eu vou descer a longa escadaria de mármore e, ao chegar lá embaixo, um lindo rapaz de cabelos loiro-platinados, olhos azuis e pele alva me tomará pelo braço e me conduzirá ao centro do grande salão. 

Eu não me surpreenderia se começasse a transpirar agora mesmo, se tremeliques contínuos me tomassem e se pensamentos negativistas me invadissem. 

- Vai dar tudo certo. - Gina sussurra enquanto dá os últimos retoques em minha maquiagem. - Não tem motivo para ficar nervosa. 

E então me vem à mente que, mais do que um baile, esse é o baile da nossa formatura. Os últimos momentos em Hogwarts estão chegando, as últimas horas dentro do lugar que salvou tantas pessoas. Aqui nós aprendemos muito mais do que feitiços, aprendemos a amar, a dar valor, a respeitar… Adquirimos tantas coisas boas aqui dentro… 

- Argh! Mione! Se você ficar lacrimejando vai ficar meio difícil deixar a maquiagem perfeita. 

- Desculpe. 

Nem preciso me dar ao trabalho de secar a lágrima que escorreu, a própria Gina encarregou-se disso. 

Assim que Luna, Parvati e Emília, já prontas, dirigiriam-se à sala comunal, Gina parou o que estava fazendo e disse: 

- Olha, eu sei o que está sentindo. Sei mesmo. Porque eu também estou. - Um suspiro. - Tudo o que nós vivemos aqui dentro foi único e nos trouxe tantas coisas… Cara, eu não consigo descrever tudo isso! 

Ela olha para as próprias mãos, depois continua: 

- Ano passado eu não concluí o sexto ano, mas mesmo assim Minerva disse que eu poderia cursar o sétimo esse ano. E me senti extremamente orgulhosa de mim mesma por conseguir tal feito, sério. Então essa formatura é um tanto quanto inesperada para mim, mas ela veio de bom grado e de braços abertos. 

Seus olhos azuis ficam inundados de lágrimas que, com certeza, estão embaçando sua visão. Mas ela logo trata de limpá-las e diz: 

- Esses sete anos que passei aqui dentro foram maravilhosos. E só de pensar que eu logo estarei trabalhando no Ministério me dá um aperto no peito, uma saudade que não pode ser medida.

Nossas mãos se unem, os nós dos dedos ficam brancos devido à extrema força que usamos ao apertá-las. 

- Gina, te agradeço imensamente por ter passado por tudo isso ao meu lado. - Enxugo uma lágrima. - Sei lá, em momentos em que eu pensei que fosse desabar você estava ao meu lado. Você, Harry e Ron são os melhores amigos do mundo, disso eu não tenho dúvida alguma. Nos momentos de fraqueza demos suporte um ao outro, fomos sempre leais um com o outro… E nem mesmo as desavenças foram capazes de nos afastar, muito pelo contrário, elas só fizeram nossa amizade crescer ainda mais. 

Nos abraçamos. Um abraço apertado, um abraço de amigas, um abraço de irmãs. Não de sangue, mas de alma, de coração. Até porque, venhamos e convenhamos, nenhuma mãe nos agüentaria juntas! 

- Pronto, chega de choradeira. - Ela se afasta e se levanta. - Vamos descer logo porque eu não quero me atrasar! 

- Vamos, vamos sim. 

De pé, contemplamos uma a outra. Ela passa os olhos por meu vestido prata, observando cada detalhe, cada camada de tecido. E eu faço o mesmo ao olhar para seu vestido turquesa, observo cada renda, não deixo passar nem sequer uma costura. 

- Estamos lindas. - Concluimos. 

Descemos rapidamente para a sala comunal, encontrando Luna, Parvati e Emília. 

- Vocês demoraram! - Parvati exclama. 

- Não foi nada demais, já podemos ir. - Diz Gina, nos arrastando porta afora. 

O corredor está vazio, deserto, o que me deixa ainda mais ansiosa. Gina segura minha mão com firmeza e começamos a caminhar em direção ao salão principal. 

Essa é a nossa noite, e nada poderá estragá-la. Nada. 

Sinto em meu pescoço o peso do colar diamantes que pertencia a Pansy, sei o quanto ela deve estar feliz por ver cada uma de nós com algo que a representa. 

Pansy, querida, me desculpe por todos os anos em que agi de forma rude com você. Me desculpe pelos mal-entendidos, pelas brigas, pelos tapas… Entretanto, peço também que compreenda o porquê de tudo o que houve entre nós. Mais do que isso: peço que supere os problemas e, daí de onde está, envie-nos força para continuar. Peço-lhe que continue sempre iluminando nossas consciências e enriquecendo nossos corações de amor. 

Penso, sabendo que ela realmente pode sentir o que quero dizer. 

Um calafrio percorre minha espinha, o que me faz ter certeza de que minha "mensagem" foi enviada. 

O barulho de nossos saltos é a única coisa que ouvimos enquanto descemos para o salão principal. Assim que chegamos ao segundo andar podemos ver um maior movimento de alunos. Todos estão tão ansiosos quanto eu enquanto se dirigem ao grande salão, todos comentando animadamente. As meninas estão todas lindas, os meninos, muito elegantes. 

Já podemos ver a escadaria abarrotada de alunos. 

Meu coração palpita desenfreadamente, quase ao ponto de sair pela boca. 

Todas nós descemos a longa escadaria de forma elegante, porém evidentemente ansiosas. 

Mas tudo aquilo que me afligia, que me incomodava, que me deixava insegura se foi assim que o vi. Ele estava ali, parado em frente às grandes portas do salão principal. Me esperando. Um sorriso encantador nos lábios e seus lindos olhos cor de tempestade brilhando infinitamente. 

Não consegui deixar de sorrir - e quem conseguiria? 

Ele caminhou até mim com a graciosidade que só ele possui. Observo-o e vejo que ele continua com as mesmas características de quando o conheci: olhar superior, expressão superior, até o jeito de andar continua com aquele insuportável ar de superioridade. Mas ele é um Sonserino. E sempre será. 

Sabe, é por isso que eu gosto tanto dele. Porque ele mudou - para melhor -, mas continuou sendo ele mesmo. Sua essência permaneceu. 

- Será que a dama mais linda do mundo poderia me permitir acompanhá-la essa noite? - Ele pergunta, um sorriso radiante no rosto. 

Sem conseguir me conter, sorrio também. Um calorzinho agradável queima minhas bochechas. 

- Por essa noite e por todas as noites da minha vida. - Respondo. 

Damo-nos as mãos e caminhamos para dentro do grande salão. E meus olhos quase não acreditam em quão belo ele está. Lembro-me muito bem de ter ficado surpresa com o que vi no primeiro dia que entrei aqui, mas dessa vez me surpreendo ainda mais. 

O feitiço lançado no teto foi modificado. Ele não parece mais o céu à noite: fotos de todos os alunos correm por ele, fotos que se movimentam, evidenciando os sorrisos de cada um. As cores da decoração de resumem nas cores principais de cada casa, mas muito bem organizadas - tinha que ter a mão de Narcisa no meio! O centro do salão está desocupado para aqueles que querem dançar. A parede atrás da mesa dos professores contém uma enorme foto do corpo docente atual e com dois professores inesquecíveis: Dumbledore e Snape, o que me emociona. Em frente à enorme fotografia dos professores tem uma espécie de palco desocupado, mas que aparentemente terá grande importância mais tarde. 

Observando as fotos dos alunos que aparecem no teto, vejo uma foto de Pansy e Blásio. Sinto meus olhos arderem intensamente. Os dois estão sorrindo de forma tão cúmplice, tão sincera… 

A mão de Draco aperta a minha, confortando-me. 

- Não se preocupe, nós dois sabemos que ela está bem. 

Meneio a cabeça em resposta. 

- Você viu Blásio? - Pergunto. 

- Ainda não… Mas Goyle disse que ele estava se arrumando.

- Quero saber com quem ele veio. 

- Eu também. 

Meus olhos se arregalam. 

- Ele não te contou?! - Digo, surpresa. 

Draco apenas dá de ombros. 

Sentamo-nos numa mesa junto de nossos amigos. Reparo que Spencer, o par de Emília, ainda não chegou. Sua aparência é levemente melancólica. Como se não bastasse ter perdido a melhor amiga e estar em um conflito interno sobre estar apaixonada ou não por Blásio, ainda vem mais essa! Ahh, se eu pegar esse cara… Não quero nem ver o que vou fazer! 

Após muitos minutos de conversas, risadas e afins, vejo uma pessoa entrar no salão: Blásio. Mas ele entra sozinho, desacompanhado, então por que diabos está com o braço estendido como se alguém o estivesse segurando? 

POV Blásio

A noite está linda, de fato, e mais linda ainda por um motivo meu. 

Muitos devem estar pensando que eu estou sozinho, desacompanhado. Mas eu não estou. 

Muito pelo contrário: estou acompanhado da mulher mais linda, mais resplandecente, mais elegante e mais maravilhosa do mundo. E não me importa não poder tocá-la, me importa muito menos saber que os outros não podem vê-la. 

Eu consigo vê-la e é isso que importa. 

Ela está diferente, é claro, mas não deixa de estar belíssima. Não está vestida com as roupas que morreu, mas sim com um encantador vestido de época - o que me surpreendeu quando a vi. Seus cabelos estão enrolados, uma boa parte presa num elegante coque. 

- Você está linda. - Sussurro. 

Mesmo estando com aqueles famosos tons cinza-prateados dos fantasmas, sei que ela corou. Ela sorri para mim e "aperta" minha mão. As partes do meu corpo onde ela supostamente está tocando estão mais frias que o normal. Eu já havia entrado em contato com um fantasma antes, mas dessa vez é diferente. 

O contato que antes era estranho, agora é normal, é carinhoso, é amável. Seu quase toque me estabiliza, me acalma. 

O brilho em seus olhos me completa, me alegra, fazendo-me ter mais vontade de seguir em frente. 

Eu a conduzo para o centro do salão, onde começamos a dançar a valsa que está tocando. Muitas pessoas podem achar que não é uma dança de verdade, mas para mim é. Para mim é uma dança de verdade porque a mulher que eu mais amei está me acompanhado, permitindo-se ser guiada por mim. E não me importa o que os outros dirão, só me importa o que ela dirá. 

Seus lábios macios se abrem e ela diz: 

- Blásio, eu não ficarei muito tempo por aqui. 

- Por que não? - Pergunto. 

- Eu tenho um certo limite de tempo, por enquanto, para "aparecer" e "desaparecer". 

Fico um pouco confuso, mas acho que entendo o que ela quer dizer.

- Escuta, Blásio: eu só apareci pra te mostrar que eu nunca disse adeus. - Ela sorri. - Eu estarei sempre aqui, ao seu lado, e no seu coração. 

Sinto meus olhos queimarem e minha garganta se fechar, mas obrigo as lágrimas a voltarem pro lugar de onde vieram. 

- E tem mais uma coisa que tenho que te contar. - Seu sorriso se alarga. 

A curiosiate cresce dentro de mim, deixando-me nervoso e ansioso. 

- Assim que Matthew ingressar em Hogwarts eu serei um fantasma "real", assim como o Barão Sangrento, a Dama Cinzenta… Eu serei visível a todos que estiverem aqui dentro. 

Um sorriso enorme surge em meu rosto, quase rasgando minhas bochechas. Se fosse possível, eu a teria beijado aqui e agora. 

Mas sua luz começa a ficar fraca. 

- Antes que eu "desapareça" quero te dizer mais uma coisa. - Ela vai ficando cada vez menos visível. - Não negue seus sentimentos por ninguém, por favor. Você sabe que é ela, que tem que ser ela. 

- Ela quem? - Pergunto.

- Emília. Você sabe disso. 

E desaparece. Deixando-me com os olhos arregalados e a boca escancarada. 

POV Hermione

Assim que Blásio saiu da pista de dança e sentou-se conosco, todos fomos, obviamente, perguntar-lhe o que estava havendo. Ele nos explicou tudo - que estava vendo Pansy, que estava dançando com ela, que a estava "tocando"… 

Mas eu senti que ele escondeu algo, senti que deixou um vão em todo esse assunto. Senti, principalmente, que a energia entre ele e Emília sofreu uma mudança considerável. Ele a olhava de minuto em minuto, sorria de segundo em segundo, seus olhos brilhavam de milésimo em milésimo. E, mais ainda, não deixou de perguntar a ela onde estava seu par. 

Sim, Spencer ainda não havia chegado - o que me deixou extremamente irritada. Entretanto, Emília pareceu não se abater muito com isso. Muito pelo contrário: pareceu mais satisfeita com o imprevisto. 

Quase uma hora depois do início da festa, Minerva subiu ao palco e, após pressionar a varinha contra o pescoço e dizer Sonorus, começou a dizer: 

- Estimados alunos, esse foi um ano letivo de muitas surpresas, muitas perdas, muitos ganhos. - E olhou fixamente para nossa mesa. - Na verdade, os últimos oito anos foram extremamente surpreendentes. Houve acontecimentos maravilhosos, mas também houve acontecimentos terríveis, tragédias… - Seus olhos pareciam levemente marejados. - Entretanto, quero dizer-lhes que, apesar dos baixos da vida, os altos sempre prevalecem para aqueles que fazem o bem, que se dedicam, que fazem por merecer. 

Olhei para os professores e vi todos com sorrisos nos rostos - Hagrid estava com lágrimas enormes escorrendo pelas bochechas rechonchudas. 

- Grifinórios, Sonserinos, Corvinais e Lufanos - Ela olhou carinhosamente para cada um de nós. -, Hogwarts não é uma escola que prepara apenas para o Ministério, para que trabalhem. Hogwarts vem preparando vocês para a vida, para as situações cotidianas que sempre ocorrem. Sabemos muito bem que a resolução dos problemas com feitiços é muito mais fácil, mas a maior parte das dificuldades não se supera com uma varinha em punho. 

Sinto a mão de Draco correr para a minha e apertá-la com força. Do outro lado, Gina faz o mesmo - segurando também a mão de Harry, que segura a de Luna, que segura a de Ron, que segura a de Emília, que segura a de Blásio, que segura a de Parvati, passando por Neville e chegando em Draco novamente. 

- O que seriam de vocês sem os princípios, os valores? O que seriam de vocês sem os aprendizados da vida? Seriam, decerto, pouca coisa. - Ela suspira e volta a dizer: - Se me permitem, peguemos como exemplo Voldemort. 

A maior parte dos alunos ainda se sentia afetada ao ouvir seu nome sendo pronunciado sem nenhuma hesitação, mas não deixaram de prestar atenção nas palavras de Minerva, tampouco deixaram-se abater. 

- Ele era, sem dúvida, um bruxo dotado de muito poder, conhecia inúmeros feitiços e sabia como empregá-los. Mas o que havia dentro do peito daquele pobre homem? Um coração oco, vazio, frio… Coisa que muitos de vocês já experimentaram - E olhou brevemente para Draco. -, mas saíram dessa situação terrível. E por que saíram? Porque encontraram coisas pelas quais vale a pena lutar: a família, os amigos, o amor em geral. 

Algumas lágrimas escorrem pelos rostos dos alunos, formando um coro de soluços e afins. Olho para Draco e o vejo com lágrimas tão sinceras e tão puras nos olhos, que sinto essas mesmas lágrimas invadirem meu ser. 

- Amor, para Voldemort, era uma perda de tempo, era algo banal, fútil, sem nenhum fim. Mas raciocinemos: se ele tivesse sido amado, se ele tivesse amor no coração, ele estaria vivo, certo? - Alguns alunos murmuraram, concordando com ela. - Então, amor é mesmo tão banal e tão fútil que não pode nos curar? 

Draco aproximou-se de mim e passou os braços ao meu redor, abrigando-me em si. 

- Já vi o amor curar muitas pessoas, já vi a amizade curar muitas pessoas. E esses laços que vocês desenvolveram aqui devem ser levados por toda sua vida. Porque serão esses laços que, em um momento de dificuldade, os ajudarão. Mais do que isso: quem é que vive sozinho? - E sorriu, um sorriso simples, mas que tocou nossos corações. - Quem vive sem as piadas rotineiras dos amigos? Quem vive sem risadas? Quem vive sem a companhia indispensável de outro ser humano? 

E ali ela estacionou por alguns instantes, limpando as lágrimas cristalinas que escorriam por seu rosto flácido. 

- E eu, como ser humano, como sua professora e como sua amiga, sentirei muitas saudades da presença de vocês por nossos corredores. Sentirei saudades até das bagunças, se querem saber! 

Nós, que nunca antes havíamos visto a séria e centrada professora Minerva McGonagoll em tal estado catártico, surpreendemo-nos ao vê-la com tantas lágrimas correndo pela face. Entretanto, também tomados pela emoção, levantamo-nos e a aplaudimos com muito fervor. Assobios, palmas e gritos tomaram conta do salão principal. Todos completamente tocados pela sinceridade de suas palavras. 

- Agora, sem mais delongas, divirtam-se! Afinal, a noite é de vocês. - Ela conclui. 

A maioria se dirige à pista de dança. Mas eu e Draco permanecemos onde estamos. 

Nos olhamos com muito carinho por longos instantes, até que ele quebra o silêncio: 

- Vamos dar uma volta, quero falar com você. 

Nós nos dirigimos aos jardins, sentando-nos próximo ao lago. Ele contempla a noite, o reflexo da lua no lago, depois olha fixamente para mim. Por um instante, penso que ele irá permanecer de boca fechada, mas engano-me. 

- Tenho muita coisa pra te dizer, Hermione. 

Ele segura minha mão, olha em meus olhos de forma amável e diz: 

- Durante muito tempo eu me vi perdido, sem rumo… Eu me vi completamente tomado pela escuridão, tudo isso devido a escolhas que nem fui eu que fiz, tudo isso por causa da covardia da minha família. Mas eu não os culpo por isso, não. Todos nós tivemos medo perante Voldemort, todos nós. Aquele que nunca estremeceu na presença dele não é normal. 

Ele faz uma pausa e, conhecendo seu silêncio como conheço, sei que está tentando trazer seus sentimentos em forma de palavras. 

- Uma vez, nesse período de dor e sofrimento, eu ouvi uma música trouxa, por acaso. E ela tinha uma letra belíssima. A música dizia "Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria". Na época eu não entendi muito bem, mas hoje eu entendo perfeitamente. Entendo graças a você, Hermione. Foi com você que eu conheci o amor que arde dentro da gente, que clama pela pessoa, que briga contra cada segundo para estar por perto. E, ao mesmo tempo, foi esse mesmo amor que me estabilizou, que equilibrou minha vida tão perturbada. Sem o seu amor eu não sei o que seria de mim, da minha alma. 

Ele sorri. Pode parecer besteira, mas se for pra escolher o sorriso mais belo que ele já deu, escolho esse. 

- Nós dois sabemos que seria muito mais fácil eu ter escolhido Pansy e você ter seguido ao lado de Ron. Mas, se fosse desse jeito, Pansy não teria conhecido o amor verdadeiro, tal como Luna. Se fosse assim, seria uma grande injustiça. Entretanto, nem tudo que é mais fácil é o certo. Na maioria das vezes, o certo é o mais difícil. E, se formos observar, no final das contas o que vale a pena é o difícil, traz muito mais emoção, muito mais alegria. 

"Uma alegria que você me deu e me dá e me dará para sempre, Hermione. Uma alegria que só você emana. Eu, sinceramente, não consigo mais imaginar meus dias sem você. Sei lá, seria tudo tão preto e branco. Você é quem traz cores para as minhas manhãs. Eu até poderia viver sem você, Hermione, mas eu não quero. 

"Eu quero, durante todos os dias, ver que você esqueceu seus lindos olhos castanhos sobre os meus. Quero, a cada segundo, ouvir sua risada se misturar com a minha. Quero ter seu corpo fundido ao meu. Quero ter a certeza de que é comigo que você vai passar todos os dias da sua vida, quero ter certeza de que ficaremos juntos por toda a eternidade." 

Ele conclui, os belíssimos olhos azuis mais brilhantes do que nunca. 

Eu, sem derramar uma lágrima, olho com firmeza em seus olhos e digo: 

- E que essa eternidade comece agora. Que nosso futuro comesse agora. Que tudo o que queremos comece a se realizar agora. Porque eu não quero mais perder tempo longe de você. 

Nos abraçamos com força. Um arrepio percorre meu corpo, um arrepio carregado de amor e ternura. 

- Eu te amo. - Ele sussurra. 

- Para sempre. - Completo, lembrando-me da aliança em meu dedo. 

E daí que a eternidade é longa? Eu não me importo de passá-la ao lado dele, não mesmo. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Porque nós ADORAMOS!
Gente, não tem muito o que falar nessas notas finais, senão não teremos choradeira no último cap kkkkk
Enfim, digam pra gente os sabores de beijos que vocês preferem, porque todos eles estarão nas notas finais do último cap. Repito, TODOS OS SABORES!
Gente, recomendem a fic *----* nós agradecemos imensamente!
Provavelmente esse cap fez gente chorar, então queremos saber quem chorou kkkkk. Ele foi muito lindo de se escrever, sério, uma maravilha!
Acho que é isso...
Nos vemos no último cap, o Epílogo, que não garantimos que será grande, talvez uns 3.000 caracteres, por aí. Enfim, não vamos ficar falando no que ainda não foi planejado (sério, ainda não temos muita ideia do que fazer kkkkk aceitamos sugestões).
BEIJOS SABOR DRACO MALFOY :*)