Meu Amado Monitor escrita por Gabriela Alves, violetharmon


Capítulo 34
Capítulo 34 - Cartas e Desabafos


Notas iniciais do capítulo

Olá, galera! Gabi voltou UAHSUHASUHAUSH' Bom, aqui mais um capítulo pra vocês. Não nos perguntem como a gente tá conseguindo postar rápido, mas eu fiquei tão feliz de escrever Pansy & Blás que simplesmente não consegui parar!!!
Boa leitura!



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POV PANSY


– E então, Pansy, vai me contar ou não? - Ele insistiu.

A verdade é que, olhando dentro de seus lindos olhos negros, fico sem ação. Não sei se digo logo a ele tudo que está entalado em minha garganta ou se engulo tudo isso, deito a cabeça no travesseiro e tento dormir.

Talvez contar fosse uma boa opção. Dizer a ele que meus pais me expulsaram de casa por estar grávida, dizer que tenho a necessidade de ter alguém como ele ao meu lado, dizer que… Mas eu não posso simplesmente dizer. Ainda há muitas coisas nessa história que eu não estou preparada para trazer à tona.

– Pansy - Ele pega minhas mãos e fixa ainda mais os lindos olhos em mim -, sei que você não gosta muito de falar o que se passa dentro de você, eu sei disso. Mas, me diga: alguma vez eu contei algum segredo seu?

– Não.

– Então, confie em mim.

Ele se aproxima mais. Conforme seu perfume toma conta do ambiente sinto-me embriagada por ele. Mas eu não posso permitir isso.

– Pansy, por favor?

Minha visão começa a ficar levemente embaçada, o que não me agrada nem um pouco. Sinto como se eu fosse explodir, como uma bomba cheia de sentimentos soturnos, cálidos, repugnantes e soturnos. Tudo como se fosse uma espécie de complô para me fazer ficar mais confusa. E juntando tudo isso a uma pessoa tão maravilhosa como Blás, não resisto e caio em lágrimas.

Sinto seus braços me envolverem rapidamente, o que me faz chorar ainda mais. Ele afaga meus cabelos, beija minha testa, pressiona-me contra ele. E tudo o que consigo fazer é chorar. Engolindo o nó em minha garganta, forço-me a dizer:

– Eu não sei mais o que fazer.

– Você pode confiar em mim.

Mais uma vez ele fixa os olhos nos meus, mas deixando suas mãos em meus ombros.

– Me promete que não vai me odiar, que não vai me abandonar…

– Prometo. - Ele me interrompe.

– Você é tudo que eu tenho.

Percebo a surpresa nascer em seus olhos, depois um sorriso se esboça no canto de seus lábios.

– Blás, eu não quero continuar sendo o "elo fraco da corrente", como minha mãe costuma dizer. Eu queria poder ter a força que ela e meu pai têm, queria poder colocar meu egoísmo à frente de tudo mas…

– Mas você não é como eles, Pansy. Você realmente chama aquilo de força?

Abaixo a cabeça e encaro minhas mãos, mas ele logo trata de levantar meu rosto.

– Para de me julgar e de julgar minha família e me deixe terminar. - Digo baixinho.

– Pois bem, termine.

Respiro fundo enquanto tomo coragem para continuar. Eu não posso realmente contar tudo, mas posso dizer uma boa parte.

– Desde criança eu fui rejeitada pela minha família por ser fruto de uma gravidez indesejada, eu cresci num ambiente em que ninguém se amava, a família do meu pai vivia em pé de guerra com a da minha mãe, minha tia era ninfomaníaca e tinha relações sexuais até mesmo com trouxas, o marido dela era psicopata, minha duas avós tinham sérios problemas de memória e nunca se lembravam de mim, meus primos eram todos homens e um pouco mais velhos e sempre tentavam tirar uma casquinha de mim e não adianta fazer essa cara de quem não entendeu porque eu sei que você entendeu.

Parei um pouco para tomar fôlego. Respirar por dois realmente é difícil.

– Eu não sabia de tudo isso.

– Nunca contei isso tudo pra ninguém. E, acredite, ainda não acabou.

Ele me olhou daquele jeito que me encoraja a continuar, e eu não pude deixar de prosseguir.

– Meus pais achavam que eu era um aborto quando eu tinha quatro anos porque, naquela idade, ambos podiam usar magia. Eles me batiam porque eu não conseguia executar feitiços simples…

Blásio deslizou o polegar por minha bochecha, o que me fez perder o rumo da história imediatamente.

– Não precisa continuar se não quiser. - Ele falou.

– Não. Eu vou continuar.

Forcei minha memória a voltar no memento em que parei, depois completei:

– Nunca foi fácil viver naquela casa. E quando eu recebi minha carta de Hogwarts foi um sonho realizado. Hogwarts é meu verdadeiro lar, independentemente de tudo. - Apertei meus dedos. - Eu posso ser fria, calculista, idiota, egoísta… posso ser o que for, mas eu sou um ser humano. Eu sofro, eu passo por dificuldades… E tudo o que eu sou é fruto de tudo o que vivi.

Ele pegou minhas mãos e disse:

– Você não é nada disso, Pansy. Você só se esconde atrás do que acabou de dizer, você se esconde atrás da sombra dos seus pais, principalmente da sua mãe. - Ele colocou a mão em minha nuca e, enquanto me puxava para mais perto, completou: - Você é muito melhor do que eles.

Então senti o sabor de seus lábios quentes. Queria resistir, mas não podia. Algo em meu íntimo me prendia a eles, estava em transe. Foi aí que me lembrei…

– Não, Blás, não posso… - Disse me afastando, mas com uma imensa vontade de agarrá-lo e beijá-lo novamente, de sentir o calor de seu corpo de novo.

– Pode sim.

Ele tentou me puxar novamente, mas eu me levantei e fui até a janela. Eu realmente não posso.

Ali, olhando para a lua e para as corujas que voavam lá fora, desejei ser um pássaro para voar para longe de tudo isso, para me ver livre de tudo o que me aflige.

– Pare de resistir… - Ele sussurrou ao meu ouvido, afastando meus cabelos. - Você quer se entregar e eu sei disso.

Com seu corpo tão perto do meu, as lembranças vieram à minha cabeça. Lembranças de quando…

– Não, Blás. Chega. - Afastando-me dele novamente, completei: - Por favor, vá embora e me deixe sozinha?

– Tudo bem. Eu sei esperar.

Ele me deu um último e demorado beijo na testa. Eu desejei poder agarrá-lo e ir para bem longe de Hogwarts, ir para outro planeta se fosse preciso, mas ele já não estava mais ali.

Atirei-me na cama e comecei a chorar novamente. Por que eu não consigo simplesmente me entregar? Por que resisto tanto ao ponto de não só fazer-me sofrer, mas também fazendo-o sofrer? Por que?



POV HERMIONE

Assim que tomei banho fui para o quarto de Draco. Ele estava tocando piano, mas não se preocupou em parar para me cumprimentar. Aproximei-me dele aos poucos e afaguei seus cabelos loiros. Quando a música acabou, senti minhas bochechas corarem. Eu queria perguntar uma coisa, mas por que parecia tão difícil? Deixando a timidez de lado, simplesmente perguntei:

– Draco, posso dormir aqui hoje?

Ele me puxou para seu colo e, com os lábios colados em meu ouvido, respondeu:

– Claro que pode, meu amor.

– Então, nesse caso, acho que já vou dormir. Estou cansada e amanhã já tem aula.

Caminhei até sua cama e permiti que meu corpo afundasse no colchão. Pouco tempo depois ele apagou as luzes e se deitou ao meu lado, envolvendo-me com seus braços fortes.

– Eu estava pensando numa coisa… - Ele sussurrou.

– No quê?

Ele ficou um tempo sem dizer nada. Aquele silêncio já havia se tornado conhecido para mim há muito tempo: ele estava escolhendo as palavras.

– Quero que você e o Weasley contem a verdade sobre o meu acidente para a professora Minerva, principalmente você.

Senti um aperto no peito. Há muitos dias ele não falava sobre o acidente.

– Hermione, eu realmente perdoei vocês. Mas não foi o roubo de uma caneta, foi um acidente que me deixou em coma, pôs minha vida em risco e, de quebra, ainda me fez perder a memória temporariamente.

Parecia que uma bola de quadribol estava presa em minha garganta, eu simplesmente não consegui encontrar minha voz.

Draco me puxou para mais perto de si e, confiante, continuou:

– Garanto que o Weasley não será expulso, meu amor. Conversarei com meu pai e com Minerva. Falta pouco tempo para concluirmos a sétima série e, sinceramente, aquilo foi mais um problema pessoal do que escolar. - Ele segurou minha mão. - Acho que Minerva compreenderá que dois rapazes de dezenove anos podem se resolver sem a interferência da diretoria da escola, mas ainda assim quero que ela fique ciente do ocorrido.

Engoli em seco e forcei-me a dizer:

– Tudo bem, eu concordo com você.

– Concorda mesmo?

Apenas meneio a cabeça.

Fecho os olhos em busca do sono, mas ele se perdeu. Sempre que o acidente de Draco me vem à cabeça eu fico preocupada. Não por medo de acontecer tudo novamente, mas por ainda haver sequelas não apresentadas.

– Draco, você está bem? - Pergunto baixinho.

– Muito bem, pra dizer a verdade. Por que?

– Eu estava pensando…

Mas eu não consegui completar. Novamente senti como se uma goles estivesse entalada em minha garganta. Mesmo depois de tudo o que aconteceu, mesmo depois de sua memória ter voltado, ainda não consigo falar tranqüilamente sobre o que houve.

– Estava pensando no quê, amor?

Após esconder meu rosto em seu pescoço, murmurei:

– Nas sequelas do acidente… Será que…? - Deixei a frase incompleta, sabendo que ele entenderia.

– Não. Eu tenho certeza de que nada mais em relação ao acidente poderá nos incomodar.

Ele me abraçou com mais força ainda, transmitindo-me paz e segurança. Uma de suas mãos ficou acariciando meus cabelos durante um bom tempo enquanto a outra permanecia mantendo nossos corpos juntos.

Quando comecei a cair no sono, logo uma imagem tomou conta de minha mente. Quando fui ao hospital visitá-lo no dia em que ele acordou, eu quase o perdi definitivamente. Abri os olhos no mesmo instante e o cutuquei.

– Hum?

– Você se lembra do outro plano?

– Como assim?

Mesmo com muito sono, levanto-me, vou até meu quarto e pego a caixinha com as cartas que ele me enviou. Quando voltei, as luzes já estavam acesas e ele me esperava sentado na cama.

– Pode me explicar do que está falando, Hermione?

– Claro que posso. Mas antes quero que veja uma coisa.

Entrego-lhe a primeira carta que me mandou quando estava em coma.

Enquanto houver amor, haverá esperança.

Amo você, minha amada.

Draco Malfoy.

Ele me olhou sem entender muito bem, mas logo entreguei a segunda carta.


Hermione, eu ouço você o tempo inteiro. Sei quando está comigo e quando não está, sei o que sente e o que deixa de sentir, sei o que faz e o que deixa de fazer.

Então, por favor, não me traia. Eu não suportarei viver sem ti.

Você precisa resistir, porque eu precisarei de você para superar.

Com todo o amor do mundo,

Draco Black Malfoy.

Mostro-lhe todas as cartas, sem hesitar. Depois de algum tempo lendo e relendo-as, Draco me olha e pergunta:

– Vai ou não me explicar?

– Foi você que escreveu essas cartas quando estava em coma. Não me pergunte como isso é possível porque eu também não sei.

Ele franze o cenho, como se estivesse se lembrando de algo.

– Acho que eu falava com minha mãe…

– Ela me disse que podia ver você durante o coma quando a visitei pela primeira vez.

Draco pensa um pouco em tudo o que houve, como se estivesse realmente se lembrando. Dentre um sorriso ou outro, ele foi murmurando coisas que não compreendi.

– Eu precisava de você para permanecer vivo. Eu estava lutando por sua causa.

– Foi o que me disse em uma das cartas. - Respirei fundo. - Agora me diga: por que você quase morreu? Draco, eu fiquei desesperada.

Ele novamente é submetido a pensar, raciocinar, procurar. Em um momento qualquer, ele passou a mão nervosamente pelos cabelos, depois olhou para os lados. Então ele não estava conseguindo se lembrar…

– Hermione, eu não tenho certeza…

– Mas o que você acha que é?

Depois de descobrir que Narcisa é médium, eu realmente não consigo deixar de imaginar Draco confiando apenas em sua intuição.

– Acho que é porque eu achei que a morte seria mais fácil, sabe? Naquele momento, quando cogitei essa possibilidade, tudo pareceu perdido. Eu não estou inventando, realmente estou sentindo que é isso.

– Continue.

– E quando meu espírito começou a mudar de direção… bom, foi aí que eu quase morri. E então você me beijou.

– E voce voltou.

– Exatamente.

– E não se lembrou de mim.

Ele me abraça de forma cálida, depois sussurra:

– Esqueça isso. Eu me lembro agora, e é isso que importa.

Depois adormeci em seus braços e sonhei com… o dia do nosso casamento.






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Notas finais do capítulo

Então, groselhas. Reviews? Sugestões? Recomendações? Qual é, gente, nós postamos TRÊS caps essa semana, mandem recomendações em forma de agradecimento *----*
Ahh, eu gostaria de saber quem aí leu As Marotas. Se vocês pudessem deixar escrito no review eu agradeceria. Por que eu quero saber? Porque assim que Meu Amado Monitor acabar eu começarei a postar As Marotinhas, juntamente com O Lado Oculto da Lua (que já está em andamento e já tem uma recomendação *o*).
Acho que é só isso...
AAAH, A GABS MANDOU UM BEEEEEEIJO!
Beijos sabor Scorpius Malfoy :*D (atendendo a pedidos)