Meu Amado Monitor escrita por violetharmon


Capítulo 25
Capítulo 25 - Apenas a Ponta do Iceberg


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores?
Onde foram parar os reviews? O capítulo anterior só teve 4 reviews, o que significa 12/13 reviews a menos do que recebemos nos outros.
Nós temos algumas hipóteses a respeito da demora:
1 - os que são estudantes estão ocupados com as provas por ser reta final;
2 - vocês não estão conseguindo logar no Nyah! porque o sistema mudou (é só logar com o seu e-mail e sua senha do Nyah!, e não a senha do e-mail) e...
3 - o capítulo ficou muito ruim.
Pedimos encarecidamente que deixem reviews tanto nesse capítulo como no anterior, porque nós fizemos bastante esforço para postar esse capítulo mais cedo, ook?
AGRADECIMENTO DO DIA vai para a Lua_Prince, que nos mandou outra recomendação, já que a outra foi para o espaço (não nos perguntem como). Agradecemos do fundo do coração, Lua, ficou muito linda *-*
Boa leitura!



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Assim que meus pés tocam o chão em frente ao portão da Mansão Malfoy, sinto todo o meu corpo estremecer. Sei que Draco veio para casa ontem, e também sei que será muito difícil conter minha vontade de beijá-lo quando o ver. 

- Vamos indo. - Lúcio diz assim que abre o portão. 

Vejo, pelo canto dos olhos, Zabini pegar a mala de Pansy e levá-la. 

Caminhamos silenciosamente pelo caminho de paralelepípedos até a escadaria, sentindo a fina camada de neve cair sobre nós. Assim que subimos a escadaria, Lúcio abre a porta de entrada, permitindo que a fraca luz de final de tarde entre pelo hall escuro. 

- Entrem. - Ele diz. 

Pansy e Blásio entram sem hesitar. Sinto-me um pouco travada em pisar ali dentro, não tenho boas recordações dessa casa. 

- Vamos, Hermione. Draco está esperando por você. 

Ele pega minha mala, mas logo digo: 

- Não precisa, posso fazer isso. 

- O.k. 

Hesitante, passo pela porta. Não há iluminação no hall se não a fraca luz que vem do lado de fora, tornando o ambiente um pouco sombrio. 

Observando bem o ambiente, percebo que Pansy e Zabini não estão mais em nosso campo de visão. 

- Para onde eles foram? - Pergunto. 

- Lá para cima. Pansy e Blás já vieram aqui muitas vezes e já são de casa. Pansy sempre fica no quarto de hóspedes e Blás no quarto de Draco. E... - Ele hesita. 

- Continue, senhor. - Encorajo-o. 

- Peço encarecidamente que não se incomode de ficar no mesmo quarto que Pansy, por que só temos um quarto de hóspedes. 

Engolindo a raiva que cresce dentro de mim, digo: 

- O.k. Vai ficar tudo bem. 

Percebendo minha insatisfação, ele diz: 

- Garanto a você que é só por um dia ou dois. Vou descobrir um feitiço que crie um cômodo "do nada". - E ri. 

Sem conseguir me manter séria, rio junto com ele. 

- Agora, vamos lá para cima que irei te mostrar onde ficará. Depois irei te mostrar onde é o quarto do Draco. - E dá uma piscadinha. 

Subimos as escadas. Reparo que o andar de cima está bem iluminado por esplendorosos lustres. 

- Narcisa deve estar com Draco. - Lúcio comenta. 

Quando chegamos ao quarto que dividirei com Pansy, ele entra junto comigo e diz: 

- Pansy, vocês ficarão no mesmo quarto por um ou dois dias, não sei. Depende de muitas coisas.

- COMOÉQUEÉ?! - Sua voz sai tão aguda que Lúcio e eu fazemos uma careta. 

- Calma, Pansy. Você não precisa ficar estressada por conta disso. 

Ela começa ficar vermelha e explode: 

- Como não me estressarei com isso, Malfoy? Terei que dividir um quarto com essa... essa... essa sangue-ruim imunda! 

Sinto uma enorme vontade de contra-atacar, mas não posso fazê-lo. Pansy está grávida, e isso é a única coisa que me impede de reagir. 

Olho para Lúcio e percebo o quanto está insatisfeito com a reação dela. Lançando-lhe um olhar de reprovação, diz:

- Pansy, por favor, não é hora de chilique. 

Ela se senta na cama e faz um rápido coque no cabelo. Depois, acaricia a barriga e conversa com o bebê:

- Está ouvindo isso, filho? Está? Olha só tudo o que eu tenho que passar pra ficar perto do seu pai! 

Em seguida, ergue a cabeça e diz:

- Tudo bem. Se é só por um ou dois dias não tem problema. 

Eu poderia dizer que dormiria na sala, num colchão em algum outro lugar, na casinha do cachorro... Mas não. Ficarei aqui e lutarei. Não prejudicarei essa criança, mas não deixarei de lutar pelo que eu quero. 

Então pego minha mala e minha bolsa - onde o presente de Draco está, graças a um feitiço indetectável de expansão - e coloco-as sobre a outra cama. Observo bem o quarto e vejo um guarda-roupas, duas cômodas e duas camas de casal, sem contar com uma porta que deve dar para um banheiro. Perfeito. 

- Vocês querem ver Draco agora? 

- Sim. - Ambas respondemos tão rapidamente que até trocamos um olhar pesado. 

Lúcio nos observa com uma expressão mesclada: ele não sabe se ri ou se preocupa-se em deixar-nos no mesmo quarto. 

- Bom, então... hum... Vamos lá. Tenho certeza de que ele quer muito vê-las. 

Seguimos Lúcio por um longo corredor até chegar a última porta, a do quarto de Draco. 

Sinto meu coração disparar, minhas pernas tremerem. Sinto como se tudo ao redor começasse a se mover em câmera lenta, ao ponto de quase parar. 

- Podem entrar. 

Pansy se adianta, passando por mim e esbarrando propositalmente em meu braço. Respiro fundo a fim de me acalmar, depois ingresso no ambiente. 

Então o vejo. Seus olhos imediatamente correm para mim, ignorando Pansy por completo. Ele se levanta da cama, deixando pra trás Blásio e Narcisa. Pansy corre para ele e pendura-se em seu pescoço, mas ele se esquiva dela e vem direto para mim. 

Muito relutante, Draco não me beija. Apenas me abraça e sussurra bem baixinho: 

- Estava com saudades, meu amor. 

Sei que, se eu disser algo, Pansy poderá ouvir, então apenas me afasto dele e pergunto:

- Como está? 

- Muito melhor! - E sorri.

Ah, que sorriso lindo! 

- Caham! - Pansy pigarreia. 

Por livre e espontânea obrigação, Draco vira-se para Pansy.

- Olá, Pansy. Como está? E o bebê? 

- Estou muito bem, assim como seu filho. 

E ela faz tanta questão de destacar o seu, de jogar isso na nossa cara, que passo muito perto de ter um ataque e brigar com ela. 

Pansy pega a mão de Draco e a põe sobre sua barriga. 

- Não quer sentir seu filho? 

Percebo o quando isso meche com Draco. Ele se ajoelha perante Pansy e alisa sua barriga de três meses e meio. 

Não é fácil para mim presenciar uma cena dessas, então saio do quarto rapidamente. Ouço alguns passos me seguindo, e logo sou prensada contra a parede. 

- Está vendo isso, Granger? - Zabini pergunta. - Isso é só o começo. Pansy irá infernizar sua vida. Você vai comer o pão que Voldemort amassou dentro dessa casa durante esses vinte dias que ficaremos aqui.  

Sinto minha visão se embaçar levemente. 

- Mas eu não irei desistir. 

- Conversa fiada! Você mal aguenta olhar para eles dois sem ter vontade de chorar. Admita: você não tem forças para lutar nessa guerra. 

- Tenho sim. E não desistirei porque tem uma criança nessa história. Eu e Draco nos amamos! 

- Mas até onde irá o amor dele por você? Aprenda uma coisa: Draco é sentimental, e um filho é tudo o que Pansy precisava para esquartejar sua alegria. Está me entendendo? 

Uma lágrima corre pelo meu rosto. 

- Cala a boca. - Falo com rispidez. - Você só está fazendo isso porque não conseguiu o que queria. - Empurro-o. - Agora, se me der licença, voltarei para perto de quem realmente vale a pena. 

Seco a lágrima por completo, sem deixar nenhum rastro dela, depois entro no quarto de Draco. Ele e Pansy estão falando sobre a criança. 

- E ele já chutou? - Draco pergunta. 

- Não.

Não posso deixar de reparar a frieza em sua voz, então percebo que esse jogo pode ser para dois. 

- Então, Pansy, não gostaria que ele chutasse? - Pergunto, os olhos semicerrados. 

- Oh!, que pergunta absurda! É óbvio que eu iria gostar! 

- Hum... 

Draco percebe minha desconfiança e me observa cautelosamente quando pergunto: 

- E o nome? Já pensou em algum? 

Pansy solta uma gargalhada. 

- De jeito nenhum. Ainda nem sei se é menino ou menina.  

- Mas isso não quer dizer que você não possa pensar em algumas possibilidades, o que custa? 

O ambiente começa a se tornar pesado, carregado. Então, percebendo o que há por trás de minhas perguntas, Narcisa me pergunta: 

- Hermione, querida, o que acha de me ajudar a arrumar o jantar? 

Ainda com os olhos pregados em Pansy, respondo:

- Será um prazer. 

Então acompanho-a até a cozinha. Não reparo em nenhum dos ambientes pelos quais passamos, minha vontade de voltar e esganar Pansy é muito grande para permitir que eu me distraia com outra coisa.

Chegando ao nosso destino, ela afirma:

- Hermione, você não está bem. Você sabe que isso vai ser difícil e insiste em continuar. 

- Não precisava nem ser médium para saber disso, certo? 

- Não, não precisava. - E sorri. 

Ela se aproxima de mim e segura minhas mãos. 

- Querida, Draco ama você. Se quer saber, prefiro mil vezes você do que Pansy. A única coisa que prende Draco a ela é essa criança e, acredite, Draco dará todo o apoio necessário, mas ele não deixará você por isso. 

- Mas a senhora viu o jeito que ele ficou! - Minha visão volta a ficar embaçada. 

- Isso é natural, meu bem. Essa é a reação de todos os pais. 

Solto um suspiro pesado. 

- Vamos nos concentrar no jantar? 

- Claro. - E sorrio. 

A hora do jantar foi mais tranquila do que eu esperava. Claro que Pansy comeu a contra-gosto o macarrão que preparei, mas acabou gostando e repetindo três vezes. Draco foi só elogios, deixando-me sem graça e fazendo Pansy ficar furiosa. E quanto a Zabini, bom, ele simplesmente comeu. 

Assim que concluímos, Narcisa lançou um olhar para mim e, depois, dirigiu a palavra a Pansy: 

- Pansy, será que você pode me ajudar a tirar a mesa e a lavar as louças?

Com cara de poucos amigos, ela responde:

- Claro.

- Precisa de minha ajuda também, dona Narcisa? - Dispus-me. 

Pansy ia responder, mas Narcisa foi mais rápida e disse:

- Não, querida. Fique a vontade para arrumar suas coisas ou conversar com os meninos. Já me ajudou o bastante a preparar as coisas. - E sorri. 

- O.k. 

Quando estou saindo da sala de jantar, lanço um olhar significativo para Draco. Depois, ando rapidamente até as escadas e vou para meu quarto.

Começo a abrir minha mala para guardar algumas coisas, mas logo sinto alguém me abraçar. 

- Oi, amor. - Draco sussurra e beija meu rosto. 

- Oi, meu bem. 

Viro-me para beijá-lo de verdade, para sentir seus lábios contra os meus. 

- Ah!, como eu senti saudades da sensação de ter você. - Ele diz enquanto me dá rápidos beijos.

Não posso deixar de sorri e de enrubescer devido suas palavras. 

- Você fica tão fofa assim, vermelhinha. Parece um morango. Dá até vontade de morder! - E morde levemente minha bochecha. 

- Você é muito bobo. 

- Bobo por quê? 

Ao invés de responder, começo a rir. Involuntariamente, ele começa a rir também. 

Pego sua mão e começo a morder seus dedos, mas não para machucá-lo. 

- Está vendo, não sou só eu que gosto de morder.

- Mas tenho certeza que morder você é muito mais interessante. 

Ele me puxa para mais perto, de forma a não deixar nenhum espaço entre nós.

- Promete pra mim que vai ser forte durante esses vinte dias, promete? - Ele pede. 

Penso um pouco sobre o que e como responder. Ambos sabemos que o que houve hoje é só a ponta do iceberg. 

- Draco, não me peça para prometer o que não sei se posso cumprir, por favor. 

Enquanto ele está com a testa encostada na minha, diz: 

- Pelo menos prometa que tentará. 

Cedendo, digo: 

- Prometo.

Após sorrir, ele mordisca meu lábio inferior e brinca: 

- E que dia você vai me visitar de madrugada? 

Rindo, respondo:

- Quem sabe depois que Zabini estiver dormindo na casinha do cachorro. 

- Olha que é capaz de eu colocá-lo pra dormir na sala só pra poder passar a noite agarradinho a você. 

Ele começa a me beijar cada vez mais, fazendo-me perder o chão. 

Então, de repente, sinto algo se mover perto de nossos pés, o que me faz saltar para trás. 

- Calma, Hermione. 

E pega o lindo gato preto de olhos verdes.

- É só o Pegasus. Pode ficar tranquila.

Aproximo-me calmamente do gato. Quando passo a mão por sua cabeça, ele ronrona de forma assustadora. 

- Ele é um pouco ciumento em relação a mim. - Depois, olhando nos olhos do gato, diz: - Você vai ter que se acostumar, Pegasus. Ela é minha namorada e vai estar sempre comigo. 

- Ele parece gostar muito de você. 

- E gosta. 

Após colocá-lo carinhosamente no chão, Draco senta-se em minha cama e me puxa para seu colo. 

- Mas quero ficar um pouco com você agora. Daqui a pouco terei que ir pro meu quarto porque Pansy não pode nem sonhar em nos ver de chamego, então quero aproveitar o tempo com minha deusa. 

- E cadê ela? - Olho ao redor. 

- Deixa de ser boba! 

Ele segura meu queixo e me beija de forma carinhosa, terna. Depois, quando já não estamos mais nos beijando, bagunço um pouco seus cabelos.

- E então, o que faremos amanhã? - Pergunto.

- Sinceramente, não tenho a menor ideia! - E sorri. 

Sem aviso prévio nem nada, Zabini aparece e diz:

- Draco, Pansy está terminando de lavar as louças. É melhor você vir logo e pelo menos fingir que estávamos conversando sobre Quadribol ou qualquer coisa do gênero. 

Enquanto Draco responde alguma coisa - na qual não presto a mínima atenção -, sinto o ambiente ficar pesado entre Zabini e eu. Não sei por que ele veio aqui e nos avisou sobre isso. 

Quando Draco me dá um beijo de "despedida", ouço Zabini estalar a língua, como se estivesse insatisfeito ou algo do gênero.

- Eu amo você. - Draco sussurra após mordiscar minha orelha. 

- Também amo você. 

Então levanto-me de seu colo para que ele possa ir, mas na verdade tudo o que quero é que ele permaneça aqui comigo. 

Antes de fechar a porta, ele lança um último olhar para mim e me manda um beijo. Simulo pegá-lo e colocá-lo dentro do coração, fazendo-o sorrir. Depois, a porta se fecha e restamos apenas eu e meus pensamentos. 

Cinco minutos depois, quando Pansy chega, estou sentada em minha cama olhando para o vazio. Eu gostaria de ter ficado com a cama perto da janela, mas pertence a ela, infelizmente. Então contento-me em fitar o vácuo ao invés do mundo afora. 

- Está olhando o que, sangue-ruim? 

- Pode ter certeza que não é pra sua cara de buldogue. - Falo automaticamente. Quase me sinto culpada por referir essas palavras a uma grávida, mas nem é grande coisa. 

Ela se senta na cama e tira as botas de salto que está calçando. 

- Quando vai completar quatro meses? - Pergunto de repente. 

Um pouco surpresa por eu ter puxado assunto, ela responde: 

- No comecinho de janeiro ou no final de dezembro, não sei. - E dá de ombros. - É entre o aniversário de Draco e dia cinco de janeiro, por aí.

- Hum... 

Pego minha bolsa e tateio seu interior até encontrar um livro - pego o primeiro que sinto, afinal, não é fácil encontrar o que se quer dentro de uma bolsa enfeitiçada. Olho para a capa e vejo que é um livro sobre Quadribol que Harry me deu no meu aniversário de dezesseis anos. Bom, não sei se era exatamente isso o que eu queria, mas vou ficar com isso mesmo.

- Que diabos está lendo? - Ela pergunta com a voz esganiçada. 

Mas não respondo, apenas levanto o livro, mostrando-lhe a capa. 

- Quadribol? Por que está lendo um livro sobre Quadribol? 

Com raiva, respondo: 

- Porque qualquer coisa serve para fazer eu me sentir mais distante de você! 

Levanto-me ferozmente e começo a pegar minhas coisas para tomar banho. 

- Ah, cala a boca, sangue-ruim! Eu é que preciso de alguma coisa para ficar desse seu sangue imundo!

Ando rapidamente até ela e chego a levantar a mão, mas então ela diz: 

- O que vai fazer, hem? Vai me bater, sangue-ruim? Olha que eu tenho um filho aqui. É só eu gritar que o Draquinho vem correndo. 

Enraivecida, abaixo a mão e cerro os punhos. Depois, dou as costas a ela e volto a organizar minhas coisas para o banho. 

- Isso mesmo, Granger. Faça tudo dentro dos conformes. A única pessoa dentro dessa casa que perderá alguma coisa com um passo em falso é você. 

- Isso é o que você pensa. - Murmuro assim que entro dentro do banheiro. 

Quando termino de tomar banho, quase meia hora depois, não encontro Pansy no quarto. 

E dou graças a Merlim por isso. 

Aproveito para guardar algumas coisas na cômoda. Enquanto mexo e remexo no interior de minha mala, encontro um dos desenhos de Draco, o único que peguei. 

Aquele em que ele me desenhou nua. 

Observo os detalhes do desenho como se nunca tivesse observado. E fico novamente intrigada com o fato de ser tão parecido comigo sendo que Draco nunca me viu nua. 

Então, quando ouço Pansy abrir a porta, dobro o desenho rapidamente e coloco-o sob uma blusa que está em cima da cama. 

Olho para ela e percebo que está com os cabelos molhados. 

- Onde estava? - Pergunto. 

- Tomando banho. 

- Aonde? 

Ela olha para mim e, com um sorriso presunçoso nos lábios, responde: 

- No banheiro de Draco. Você não achou que eu usaria o mesmo banheiro contaminado por você, achou? 

Sem conseguir me controlar, grito: 

- Cala a boca, sua vadia! Se você acha que o fato de ter um filho de Draco crescendo dentro de você me impedirá de dizer o que penso e de ser feliz, então você está muito enganada! - Depois, com um tom mais brando, continuo: - Você é detestável, Pansy. Eu não consigo imaginar ninguém mais, além de você, usando uma criança inocente para tentar prender um homem. Você é cruel, fria... Tenho pena de você. 

Então ela dá uma risada sarcástica e, sem mais nem menos, dá um tapa no próprio rosto. 

- O que você está fazendo? - Pergunto. 

Ela começa a se bater mais e mais. 

- SOCORRO, SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDE! - Grita. 

Vou até ela e tento segurar seus braços enquanto digo: 

- Pare com isso, Pansy. Pare! 

Mas ela continua a se bater e a gritar por socorro. 

Completamente desajeitada, tento fazê-la parar, mas ela se joga na cama e me puxa junto, fazendo com que eu fique por cima dela. 

- SOCORRO! - Ela grita. 

- Pare Pansy, PARE! 

Então, de repente, a porta do quarto é escancarada e vejo todos os presentes na casa entrarem. Rapidamente, Draco vem até nós e me puxa pela cintura, segurando-me. 

- O que você tem na cabeça? O que estava fazendo? - Ele pergunta enraivecido.

- Não fiz nada, eu juro. - Começo a derrubar lágrimas. - Ela começou a se bater do nada e... 

Então Pansy me interrompe: 

- MENTIRA, DRACO! Ela me bateu, olha só meu rosto. 

Todos nós olhamos para o rosto vermelho dela. 

Zabini vai até Pansy e a abraça. 

- Você está bem? - Ele pergunta. 

- Sim...

Draco começa a me sacudir loucamente enquanto jorra as palavras para cima de mim:

- Você é maluca! Pansy está grávida! Como você pôde fazer isso? COMO? 

Percebendo que algo está errado, Narcisa se aproxima de nós e diz: 

- Chega, Draco. Eu conversarei com ela. 

Draco me solta com brusquidão, depois diz: 

- Você é desumana. 

Sinto as lágrimas correrem desenfreadamente por meu rosto, e tudo só piora quando Draco vai até Pansy e a abraça. 

Uma das mãos de Narcisa pega meu pulso com força, depois ela me puxa para fora do quarto. Quando finalmente chegamos a uma sala muito familiar aos meus olhos - a mesma em que Bellatriz me torturou -, ela solta meu pulso e diz: 

- Explique-me o que houve. 

- Dona Narcisa, eu juro que não fiz nada. Eu juro! 

- Então o que explica o rosto vermelho de Pansy? 

Sento-me na poltrona mais próxima e, entre soluços, explico: 

- Começamos a discutir após ela me chamar de sangue-ruim... Então ela começou a se bater sem mais nem menos e a gritar por socorro. 

Seus olhos me observam minuciosamente, deixando-me receosa. Após breves instantes de análise, ela também se senta e diz: 

- Acredito em você. 

E isso faz com que eu fique com uma enorme interrogação nos olhos. 

- Pansy não é flor que se cheire e eu sei disso. Não precisa ser o que sou para perceber tudo o que houve. - Ela suspira. - Hermione, acredite, desde que passei pela porta daquele quarto eu soube que você não havia feito nada. 

- Então por que não me defendeu? 

- Porque as coisas não são tão simples assim. Eu precisava conversar com você primeiro. 

Concordo com a cabeça. 

- Querida, eu prometo que conversarei com Draco, mas não agora. Primeiro precisamos dar um tempo para acalmar os ânimos, o.k.? 

- O.k...

- E também não posso fazê-lo se voltar contra Pansy. Afinal, ela está carregando um filho dele. 

- Uhum... 

Passamos dois minutos em silêncio, depois ela pergunta:

- Vamos voltar? 

Após analisar rapidamente a situação, murmuro algo parecido com um "sim". 

Quando chegamos ao quarto, Draco posta-se rapidamente em frente a Pansy. 

- Relaxa, Draco. - Narcisa pede. 

- Não posso, mãe. Não depois da cena que presenciei. 

- Filho, eu sei o que estou de pedindo. 

Draco trava o maxilar, depois vira-se para Pansy e pergunta: 

- Prefere dormir em outro lugar longe dela?

Pansy lança um rápido olhar para mim, depois responde:

- Não precisa. Sei que ela não fará mais nada. 

Vou até minha cama e me sento. Sem ter coragem para olhar nos olhos de Draco quando ele se aproxima de mim, começo a fitar minhas mãos. Ele diz: 

- Vai ser melhor se você não fizer nada, está me ouvindo? 

Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto. 

Vendo o quão complicada está a situação, Zabini se aproxima dele e diz: 

- Relaxa, irmão. Ela não fará nada. 

Então, olhando para mim, ele pergunta com voz suave: 

- Podemos conversar? 

Sem saber se devo aceitar ou não, fico em silêncio. 

Percebendo o conflito interno pelo qual estou passando, ele se abaixa, segura minha mão e, olho no olho, diz: 

- Acho que vai ser bom se pudermos conversar, Hermione. - Ele enxuga mais uma lágrima que escorre por meu rosto. 

Ergo a cabeça e encontro os olhos tempestuosos de Draco fitando-me de forma severa. Após sentir meu rosto corar, corro os olhos para Zabini e respondo: 

- Tudo bem. 

Ele se levanta e, assim que faço o mesmo, passa o braço por meus ombros. 

- Vamos lá para baixo. 

Sei que os olhos de Lúcio estão em nós quando passamos por ele, e sei também que Narcisa está confusa com a cena que vê, mas não posso deixar de querer saber o que Zabini quer comigo. 

Não presto muita atenção nos cômodos por onde passamos, apenas permito que ele me guie. Desço as escadas sem prestar muita atenção nos degraus e quase caio em um ou dois, mas ele me segurou nas vezes em que me aproximei de encontrar o chão. 

Ao chegarmos no andar de baixo, Zabini me guia até uma espécie de biblioteca. 

- Sente-se. - Ele sinaliza a uma das poltronas. 

Caminho insegura até uma poltrona verde-musgo de veludo e me sento. Em seguida, ele se senta de frente para mim.

- O que quer? - Pergunto baixinho. 

- Hermione, eu sei que você não fez nada. 

- ENTÃO POR QUE NÃO ME DEFENDEU? - Esbravejo. Depois, de forma mais serena, continuo: - Porque ajudou na ceninha de Pansy? Por que, Blás? Por que? 

Percebo que ele sorri quando menciono seu apelido, depois diz: 

- Por favor, não me julgue, apenas preste muita atenção em tudo que irei te dizer. 

- O.k... - Sussurro. 

Ele tem o olhar sério quando diz: 

- Pansy é uma como uma cobra muito venenosa. Não importa se ela tem 18 ou 30 anos, ela é articulosa, estrategista e tem muito sangue-frio. - Solta um suspiro. - E é por isso que me preocupo com você. 

Sinto meu rosto enrubescer com seu olhar íntimo, mas isso logo se esvai quando ele confessa:

- Sou apaixonado pela Pansy, de verdade. Mas sou completamente contra inúmeras coisas que ela faz. Hermione, eu nunca gostei de você, sinceramente, mas eu desejei você... muito. Só que eu não podia furar o olho do meu melhor amigo. 

Minha boca se escancara e meus olhos ficam arregalados. 

- Nossa... 

- Olha, eu irei ajudar você, mas não posso prejudicar Pansy. Primeiro porque ela está grávida de um filho do meu melhor amigo, segundo porque eu a amo. 

Sem saber exatamente o que dizer, tropeço em algumas palavras. 

- Olha... Bom, relaxa... Quer dizer, desde que você me ajude, não tem problema nenhum em haver restrições. 

Ele exibe um belo sorriso, depois diz: 

- Mas você terá que colaborar também. Por exemplo, não entre no jogo dela. Como eu te falei, ela é articulosa, estrategista e tem sangue-frio. Ela não mede esforços para ter o que quer. 

- E mesmo assim você a ama. 

- Sim. 

Quando voltei para o quarto, Pansy estava dormindo nos braços de Draco. Senti-me completamente triste pela cena que vi, mas Draco logo saiu. 

Não demorei muito para entrar no mundo dos sonhos, para sentir minha mente fluir por cores e formas irreais. Mas um sonho realista demais começa a me assustar. 

Ouço uma voz esganiçada implorar-me por socorro. Pansy. Ela diz desesperadamente: 

- Hermione, me ajude. Por favor, me ajude... 

Assustada, acordo. Corro os olhos para o relógio de cabeceira e, com a luz fraca da vela, constato que são três e meia da madrugada. 

Mas o sonho não me abandonou. A voz de Pansy continua em meus ouvidos. 

Então corro os olhos para a cama dela e não a vejo. Meus olhos percorrem o quarto e encontro-a agachada junto à porta do banheiro. Ela pressiona o ventre enquanto diz: 

- Hermione, por favor, me ajude. 

Pego a varinha e conjuro um feitiço para iluminar o ambiente. Depois corro até ela e pergunto:

- O que aconteceu? 

Mas, antes que ela possa responder, vejo que sua camisola branca de seda está manchada de sangue. 

- Por Merlim! - Exclamo. - Chamarei o Draco, espera só um pouco. 

- Não, não, não... - Ela segura meu braço. - Primeiro me ajude a ir para a cama, por favor. 

Sabendo que não posso perder tempo, ajudo-a a se levantar rapidamente e sustento seu corpo até a cama com certa dificuldade. 

- Aguenta um pouco, Pansy. 

Corro para o quarto de Draco e não hesito em abrir a porta e acordar tanto ele como Zabini. 

- Draco, Pansy está sangrando. Por Merlim, vá ajudá-la. 

Sem dizer uma palavra, ele salta da cama e coloca o robe azul marinho enquanto corre para nosso quarto. 

- Ela está bem? - Blásio me pergunta. 

- Não sei, não sei... 

Ele me observa e diz: 

- Você está trêmula. 

- Não estou nem um pouco calma. Vamos para lá, preciso saber se ela está bem. 

Assim que chegamos, Draco diz: 

- Hermione, chame meus pais. Acho que precisamos levá-la ao St. Mungus.

Não levo dois minutos para chegar ao quarto do casal Malfoy e para chamá-los. Em questão de instantes, estamos todos ao redor de Pansy. 

- Draco, Pansy, Lúcio e eu iremos para o St. Mungus pela Rede de Flu. Hermione, você e Blás ficam aqui. 

- Tudo bem, dona Narcisa. 

Draco pega Pansy nos braços e entra com ela na lareira de nosso quarto. Então, ela própria pega o pó e joga na lareira, dizendo:

- St. Mungus. 

Os dois são consumidos pelas chamas esverdeadas e somem. Depois Lúcio e Narcisa também se vão, deixando Blás e eu a sós. 

- Não sei se conseguirei dormir enquanto eles não voltarem. - Ele diz. 

- Nem eu. 

Então apenas ficamos ali, esperando.

Não sabemos o que houve com Pansy. 

Não sabemos se o bebê ainda está vivo. 

Não sabemos de nada. 


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Notas finais do capítulo

Gabrielaa: Galeres, hoje o Draco não vai aparecer porque ele está muito ocupado trabalhando no Departamento de Mistérios para sustentar nossa linda família.
Gaabslunetta: E o Harry está em busca de um perigoso bruxo que é meio desequilibrado das ideias e anda por aí dizendo que é Herdeiro de Lorde Voldemort ¬¬'
Então deixamos com vocês um beijo sabor Scorpius Malfoy (para os fãs da família Malfoy, da qual a Gabrielaa faz parte *-*) e um beijo sabor Alvo Severo Potter (para aqueles que amam a família Potter, da qual a Gaabslunetta faz parte *-*).