Meu Amado Monitor escrita por violetharmon


Capítulo 17
Capítulo 17 - A Louca


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, queremos agradecer afetuosamente a Lyandrinha por escrever a primeira recomendação da fic. A achamos maravilhosa, de verdade. Querida, muito MUITO gratas. E que sirva de incentivo para todos os outros leitores (:
Capítulo RECHEADO de revelações. Demoramos pra postar principalmente porque este capítulo precisava ser bem elaborado para não revelar mais que o suficiente.
Esperamos que gostem.
Boa leitura!



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Antes que o sino toque, abro os olhos. Pelo pouco que deixei a cortina aberta, posso ver o céu acinzentado ganhando luminosidade aos poucos. Alguns pássaros põe-se a cantar, de forma a quase me fazer esquecer o que houve ontem entre Zabini e eu. 

Quase. 

Mas não esqueço. Não posso deixar de esquecer a traição imperdoável que cometi. Eu precisaria ser muito canalha para esquecer. No entanto, estou determinada a não cometer esse erro novamente. Estou determinada a seguir com meu amor por Draco pulsando vividamente em meu peito. 

Olho para o lado e vejo Gina dormindo profundamente. Fico feliz que ela tenha concordado em ficar aqui comigo. Acordei algumas vezes durante a madrugada, chorando. Ela me acudiu e pediu-me calma.

- Hermione, você não está sozinha nessa história. Eu sou sua amiga e sempre estarei com você. - Disse ela. - Sabe aquela frase "Até que a morte os separe"? 

- Sei. - Respondo, engolindo um soluço.

- Então, ela também serve para os amigos. 

E essa foi a última vez que acordei. As palavras de Gina sempre me tranquilizaram. Ter uma amiga como Gina é um privilégio enorme, uma honra. 

Sem querer acordá-la, levanto-me vagarosamente. Atravesso o quarto na ponta dos pés. Abaixo a maçaneta com o maior cuidado possível, e faz apenas um barulho baixo, insuficiente para fazê-la despertar de seu sono profundo. 

Decido ir tomar banho antes da aula. Ultimamente isso tem me feito bem. Separo meu uniforme e deixo-o sobre a cama. Entro no banheiro e não me demoro em entrar debaixo da água quente do chuveiro. Ela é cálida. Cai sobre meu corpo sem a intenção de me fazer sofrer, apenas me acalma. Meus músculos, antes rígidos, relaxam com o fervor hídrico. O vapor começa a embaçar o box, e eu pouco me importo... Só quero relaxar sob a água e tentar, pelo menos por uns instantes, esquecer os problemas que inventei. Saio apenas quando ouço o sino bater. Sem pestanejar, seco-me e visto-me. 

- Mi? - Gina bate à porta.

- Entre. 

- Bom dia! - Abre a porta. 

- Bom dia. 

- Dormiu bem? Quer dizer, mesmo depois de acordar umas cinco vezes. 

- Sim, acho que aproveitei bem o que restou da noite. 

Rimos. 

- Vou para o dormitório da Grifinória. Preciso me arrumar pra aula. Até mais tarde.

- Até. 

- Se cuida, viu? 

- Gina, não tem como eu fazer nada demais nesse tempo. Só ficarei aqui, relaxa.

- O.k. Tchau. 

Ela sai rapidamente, dando-me tempo apenas para ouvir a grande porta fechar-se lá em baixo. 

Penteio os cabelos e nem me dou ao trabalho de arrumá-lo muito, apenas parto-o de lado. Coloco o material necessário na bolsa e visto meu suéter. Desço as escadas e saio do "apartamento". No entanto, encontro com alguém que eu não gostaria de encontrar no primeiro corredor. 

- Hermione. 

- Zabini, me chame de Granger, por favor.

Sei que fui muito fria com ele, mas é o mínimo que posso fazer em respeito a Draco. 

- O.k., Granger. Preciso falar com você, pode ser? 

- Não estou querendo falar com você, Zabini. 

Começo a andar, mas ele segura meu pulso e traz-me de volta a apenas cinquenta centímetros dele. 

- Me ouça, por favor? 

- Puf... Posso até te ouvir, mas não garanto que direi algo. 

- Pois bem... Hum... Eu te devo um pedido de desculpas. 

Apenas meneio a cabeça. 

- Não devia ter beijado você, ainda mais porque você é a namorada do meu melhor amigo que está em coma, sem a menor chance de lutar pelo o que ele ama. 

- Hum, então reconhece que apunhalou seu amigo pelas costas? 

- Sim. Mas a culpa não foi só minha. 

Uno as sobrancelhas de tanta raiva. 

- O que está querendo insinuar? 

- Granger, você correspondeu ao meu beijo. Não é possível que consiga ser tão fria após corresponder! 

- E não é possível que você seja tão petulante ao ponto de dizer esse tipo de coisa enquanto seu melhor amigo está entre a vida e a morte! 

Sinto a raiva crescer fervorosamente em meu íntimo. Ah!, como ele é insuportável! 

- O.k... Se você não quer admitir que gostou do que aconteceu, não vou ficar perdendo meu tempo. 

As lágrimas começam a se formar em meus olhos e em meu coração. Sinto que não há mais como guardar o que está por vir. 

- Você é muito estúpido, sabia? Eu mal posso acreditar em tudo isso que estou ouvindo. - Faço uma pausa para engolir o choro. - Não posso acreditar que Draco esteja numa UTI, esperando pra saber se a morte será condescendente com ele, e você fica aí: dizendo que eu gostei do que houve! Eu odeio você. 

Não lhe dando chance para combater o que falei, saio correndo em direção ao único lugar onde há alguém que possa falar as coisas sem que eu possa matar. 

- Olá, Hermione. - Diz Murta.

- Me deixe, Murta... 

Caio no centro do banheiro. As lágrimas parecem ter mais controle sobre mim do que eu sobre elas.  

- Desculpe, só quis ser simpática. 

Percebo então que não posso despejar o que estou sentindo em cima de quem não tem culpa de nada. 

- Quem deve pedir desculpas sou eu. - Seco as lágrimas.

- Fique tranquila. 

Ela alça voo até a janela em formato esférico e fica por ali. 

- Ultimamente meu banheiro anda tããão movimentado. - Diz, a voz mansa. 

- Hum... Quem anda vindo aqui? 

- Você, outro dia foi Luna, algumas garotas do quinto ano que querem preparar a Poção do Amor sem que ninguém descubra, Pansy Parkinson... - E pára com o objetivo de estimular minha curiosidade. 

- Quando ela veio aqui? 

- Durante a tarde de ontem, veio duas vezes. - Seus olhos brilham. 

- E o que ela fazia aqui? 

- Ela chegou com a amiga dela, a tal de Emília Boostrode... Estava vomitando... - E faz uma cara de repulsa. - Reclamou também de tonturas, indisposição, falta de apetite... 

- Que estranho... - Sussurro.

- O que? 

- Com tantos banheiros por Hogwarts, por que a buldogue veio justamente neste banheiro? 

Murta ajeita os óculos e diz, com ar de quem sabe de algo: 

- O que será, né? 

- O que você sabe? 

Ela deu um sorriso arrogante, depois disse: 

- Elas me ameaçaram, sabe? Disseram que eu não podia contar nada a ninguém

A Murta está começando a me irritar. 

- Murta, você está morta. Elas não podem fazer nada. 

- Foi exatamente o que pensei. 

- Então... Conte-me. 

A alma acinzentada começa a vagar pelo banheiro, boxe por boxe, até chegar à pia. 

- Hermione, você é muito curiosa. 

- Você está atiçando minha curiosidade. - Cerro os olhos. 

Alegremente, ela me rodeia. Seu sorriso é travesso. 

- A resposta é tão óbvia. Você, como a inteligente que é, já deveria ter entendido. 

Então começo a juntar as peças desse quebra-cabeças. Tudo começa se tornar estranho demais para fazer sentido, mas faz. Percebo o receio tomar conta de meu ser e o pavor dominar meu olhar. Divertindo-se com minha expressão, Murta solta uma gargalhada que só aumenta o crescente medo em meu íntimo. 

- Percebeu, então? - Diz ela, entre risos. 

Em resposta à sua pergunta, duas lágrimas escorrem por minhas bochechas. Saio correndo para o Salão Principal; Eu preciso tirar essa história a limpo. Passando pelos corredores, esbarro em alguns alunos e ainda tenho que aguentá-los reclamando - e eles estão certos. 

Chegando ao meu destino, hesito à porta. Com o objetivo de não chamar atenção, recomponho-me e entro andando. Os alunos da Sonserina estranham minha aproximação, outros até chegam a vaiar. Ignoro. Meu objetivo é uma pessoa apenas Pansy Parkinson. Conforme vou me aproximando dela, ela olha para mim com mais ódio. Quando não há mais quantos passos dar para frente, digo: 

- Precisamos conversar. - Simples, rápida e prática.

- O.k., pode falar. 

- Em particular. - E lanço um olhar para Emília Boostrode. 

Parkinson se levanta e me segue até um corredor vazio. 

- O que quer? 

Espera!, eu não posso simplesmente jogar tudo sobre ela. Preciso pensar do que vou falar. 

Inspira. Expira. Inspira. Expira.

- Pansy, eu... Hum...

- Fale logo! Não tenho o dia todo. - Ela tenta ser grossa, mas dá dois passos para frente e se apoia em mim. Seus olhos giram nas órbitas.

- O que houve? 

- Eu... Argh!

Seu rosto começa a perder a pouca cor que tem. Começo a andar na direção do banheiro mais próximo, sustentando-a. Quando chegamos, ela não consegue alcançar mais nada além da pia e vomita ali mesmo. Conseguindo fazer uma pausa, Pansy respira fundo, depois volta a fazê-lo. 

- Pansy, o que está acontecendo com você? 

- Isso... - Arqueja. - Isso não é da sua conta. 

- Eu quero ajudar você, mas você precisa me dizer o que está acontecendo. 

Ela lava a boca e o rosto, depois me olha nos olhos - o rosto ainda pálido. 

- Por que está tão interessada? 

- Você não está bem, e eu aprendi que devo ajudar as pessoas. 

- Até mesmo a mim? 

Percebo que amoleci seu coração, então não posso hesitar agora. 

- Claro que sim. Temos nossas diferenças, mas você também é um ser humano. Você sente, sorri, chora, sofre... Não posso virar as costas para uma pessoa que sente o mesmo que eu sinto.

Duas lágrimas finas escorrem por suas bochechas, mas ela as seca rapidamente. 

- Você não irá gostar do que ouvirá. 

- Não tem problema. Diz assim mesmo. 

Seu olhar desvia-se do meu. Nervosa, ela se vira para o espelho e começa a mecher nos longos cabelos. Depois, observa-se de perfil. 

- Pansy.

- O.K., O.K. - Respira fundo. - Eu-estou-grávida-há-um-mês.

Ela fala tão rápido que não entendo muita coisa. 

- WHAT? 

Tentando se acalmar, Pansy respira profundamente algumas vezes. 

- Eu. Estou. Grávida. Entendeu agora? 

Sinto o choque me atingir, embora ela simplesmente tenha confirmado minhas suspeitas. 

- De quem? 

Ela dá um sorriso presunçoso. 

- Essa é a parte que me interessa nessa história.

Prendo a respiração antes mesmo de ela dizer...

- Draco Malfoy. 

Sinto uma dor crescer em meu íntimo. Meu coração parece rastejar para poder bombear o sangue. Meu cérebro não quer processar essa maldita informação.

- C-como é? 

- Você ouviu bem, Granger. Não preciso repetir. 

Seco uma lágrima persistente. 

- N-não é possível! 

- Há! Claro que é. A última vez que nós "três pontinhos" foi há um mês atrás. Eu já estava com essa suspeita na semana passada, porque minha menstruação já estava atrasada há oito dias, mas no dia que o Draco sofreu o acidente os sintomas vieram, então tive certeza. 

Balanço a cabeça negativamente algumas vezes, o que só faz seu sorriso presunçoso aumentar. 

- Pansy, com licença, eu preciso processar essa informação.

Saio a passos largos pelo corredor, mas não corro. Passo por poucos alunos, mas dentre esses poucos esbarro em um que não queria: Harry.

- Mione, você está bem? - Ele toca meu ombro.

Faço que sim com a cabeça, mas não posso mentir para Harry. Abraço-o e dasato a chorar. 

- Calma, Mi. Eu não tenho ideia do que houve, mas vai dar tudo certo. 

Não me dou ao trabalho de explicar, apenas choro.

A manhã não foi proveitosa para mim. Não me recordo de nenhuma palavra dos professores, a única coisa que conseguia ouvir era o sino batendo. Quase não comi no almoço, mas depois me lembrei que precisaria estar firme e forte para visitar Narcisa Malfoy, então almocei novamente. 

Depois, passei rapidamente no quarto para pegar dois livros de poesias e fui para a sala de McGonagoll. 

- Está pronta, Hermione? 

- Sim, senhora. 

E, de repente, sou puxada para dentro de mim. 

Quando paramos em frente ao St. Mungus, sinto um enorme arrepio percorrer-me. Estou com medo, mas não posso recuar. Eu disse que a Draco que visitaria sua mãe, então irei fazê-lo. Entramos no hospital e identificamo-nos na recepção. 

- Vocês irão visitar Narcisa Malfoy? - Perguntou a atendente. 

- Sim. - Respondeu McGonagoll. 

- Sinto informar-lhes, mas ela está sendo medicada agora. A Sra. Malfoy teve uma crise durante a madrugada e precisou ser sedada. 

- Eu preciso vê-la. - Falei. 

- Senhorita, ela está num nível muito avançado de loucura. Não podemos deixar que entre. Ela pode fazer algo contra a senhorita! 

- Eu não me importo! - Grito. - Narcisa Malfoy, A Louca, é mãe do meu namorado que, por acaso, está internado neste mesmo hospital e está em coma! Não há ninguém para cuidar de Narcisa e eu POSSO fazer isso! Tudo o que ela queria era receber a visita do filho, tenho certeza, mas ele sofreu um traumatismo craniano e está entre a vida e a morte. - Percebendo que há várias pessoas olhando para mim, abaixo o tom de voz. - Tenha compaixão. Eu posso ajudar aquela mulher. 

A atendente me olha da cabeça aos pés. Depois, chama uma enfermeira que passava por ali e diz a ela: 

- Leve-as ao quarto 13, da Sra. Malfoy. Mas alerte aqueles que estão cuidando dela. 

- O.k.

Dou um sorriso satisfatório ao ouvir tais palavras. 

- Por aqui.

Seguimos a enfermeira. Minerva está tranquila, eu estou impaciente. Chegando em frente a porta, podemos ouvir alguns gritos.

- Por favor, não digam nada que possa preocupá-la. O estado dela não está nada bom. 

Os gritos de Narcisa são agonizantes. Sinto um calafrio percorrer-me por completa. 

A enfermeira abre a porta e pede que esperemos. Ela entra e conversa com um rapaz alto, de cabelos e olhos negros e pele avermelhada; Concluo que está passando algumas instruções ou algo assim. Ela volta e diz: 

- Podem entrar. 

Mas Minerva me surpreende:

- Apenas ela entrará. 

- Mas...? 

- Mas nada, Srta. Granger. Eu não ajudarei em nada lá dentro. 

Meneio a cabeça e entro. Os dois enfermeiros ali presentes me cumprimentam, e eu retribuo com um sorriso tímido. 

O olhar de Narcisa muda quando me vê. 

- Sangue-ruim. - Ela diz, mas não com tom de desprezo, e sim de surpresa. 

- Olá, Sra. Malfoy. 

Ela se senta na cama e me observa. Seus cabelos estão bagunçados, dando a ela o aspecto que sua sanidade represente - A Louca -, ela ainda está de camisola e seus olhos parecem confusos.  

- O que faz aqui, garota? 

- Vim visitar a senhora. 

Um sorriso levemente perturbado surge em seus lábios. 

- Draco veio me visitar. 

Sinto como se tivessem chicoteado meu coração. 

- Draco? 

Um dos enfermeiros aproxima-se de mim e, enquanto Narcisa revira a gaveta do criado-mudo, sussurra em meu ouvido: 

- Não dê ouvidos a ela. Seu estado é tão grave que não há muitas chances de recuperar a sanidade. 

Mas suas palavras entram por um ouvido e saem pelo outro quando Narcisa olha pra mim com um envelope em mãos. 

- Draco pediu que eu te entregasse isso. 

Pego o envelope azul-tempestade - tal como a cor dos olhos dele - e pergunto: 

- Quando ele veio lhe ver? 

Ambos enfermeiros olham atordoados para mim, como se eu estivesse colaborando para o aumento de sua insensatez. 

- De madrugada. E ele entrou pela janela, numa linda luz branca, como um anjo. 

- Draco é um anjo... - Sussurro.

- Ele me contou do namoro de vocês.

Começo a corar violentamente quando ela diz tais palavras. Não sei porque acredito no que A Louca diz, mas há algo em meu íntimo que diz "Acredite". 

- Contou, é? 

- Sim. E também pediu para você ler o que está escrito ai dentro e pensar sempre nele. 

Abro o envelope lentamente e retiro um pequeno retângulo, que contém as seguintes palavras:

Enquanto houver amor, haverá esperança.

Amo você, minha amada. 

Draco Malfoy.

Sinto as lágrimas se formarem, embaçando minha visão, mas seguro-as. 

- Ele disse mais alguma coisa? - Pergunto. 

- Disse que jamais abandonará você. Que sempre estará ao seu lado te vigiando. 

Guardo o envelope carinhosamente na bolsa. Depois, retiro um livro de poesias. 

- Sra. Narcisa, hoje eu lerei uma poesia para a senhora. 

- Mesmo? E como se chama?

- Para Sempre, do poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade. 

Ela se ajeita na cama e olha atentamente para mim. Os enfermeiros também começam a prestar atenção. 

Por que Deus permite

que as mães vão-se embora? 

Mãe não tem limite,

é tempo sem hora,

luz que não apaga

quando sopra o vento

e chuva desaba,

veludo escondido

na pele enrugada,

água pura, ar puro, 

puro pensamento. 

Morrer acontece

com o que é breve e passa

sem deixar vestígio. 

Mãe, na sua graça, 

é eternidade. 

Por que Deus se lembra

- mistério profundo - 

de tirá-la um dia? 

Fosse eu Rei do Mundo, 

baixava uma lei:

Mãe não morre nunca, 

mãe ficará sempre

junto de seu filho

e ele, velho embora, 

será pequenino

feito grão de milho.

Quando concluo, olho para Narcisa e vejo-a derramar algumas lágrimas. 

- Eu gostaria de ter sido uma mãe melhor para Draco. 

Aproximo-me mais dela e a abraço.

- Tenho certeza de que foi. Draco é maravilhoso, não tenho do que reclamar. 

- Será? 

- Claro que sim. 

Ela se afasta um pouco, olha nos meus olhos e diz: 

- Draco também me disse que você sabe como acalmar uma pessoa. 

Sorrio timidamente. 

- Desculpem-me por interrompê-las - Começa o enfermeiro. -, mas o tempo de visita já acabou. 

- O.k... Dona Narcisa, eu virei sempre que puder para vê-la. 

- Venha sim, querida. Gostei da sua visita. E venha com Draco da próxima vez. 

Sinto um aperto crescente em meu coração. 

- Tentarei trazê-lo. 

Ela coloca as mãos em meu rosto e me puxa para beijar minha testa. 

- Até mais. 

- Até.

Sem dizer mais nada, dou as costas a ela e derramo algumas lágrimas. Saindo da sala, Minerva pergunta-me:

- Como foi? 

- Melhor do que eu esperava. - Seco as lágrimas. 

- Então por que está chorando, querida? 

Reviro a bolsa e encontro o envelope. Entrego a ela. 

- Leia. 

Seus olhos correm rapidamente pelo papel. 

- Pelas barbas de Merlim! O que é isso? 

- Segundo dona Narcisa, Draco veio visitá-la e pediu que ela me entregasse. 

- DRACO VISITOU-A?

- Sim.

- E você acreditou, Hermione? Narcisa está louca! Não há fundamentos para acreditarmos em suas palavras. 

- Bom, eu acredito. 

- Por que? 

- Segundo Draco, enquanto houver amor, haverá esperança.

Seus olhos misericordiosos me observam. Sei que ela está olhando para mim como se estivesse olhando para Narcisa, como se eu fosse A Louca. 


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Notas finais do capítulo

Gente, fala sério, esse cap MERECE recomendações, né? (Bem modestas kkk)
Esperamos MUITOS reviews!!
RESPONDAM: esse cap fez diminuir a vontade de vocês de quererem devorar nossas cabeças? kkkk
Beijos!