She Is Amazing escrita por Jamie_Amie


Capítulo 3
Capítulo Três




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Capítulo Três

‒ Miya me contou que os filhos do meu sócio mudaram-se para a casa ao lado da nossa. – Fugaku comentou com Sasuke, depois do jantar, dois dias depois dos Haruno terem almoçado ali, a convite de Miya. Sasuke ficou surpreso de que seu pai não soubesse de nada e ainda mais por Miya não ter dito nada.

‒ E o que eu tenho ver com isso? – perguntou, esperando que o pai falasse, assim poderia trancar-se em seu quarto e se livrar da companhia de Fugaku e Itachi, que estava na cozinha, conversando com a empregada.

As feições do Uchiha mais velho endureceram, como sempre acontecia quando sentia raiva. Mexeu-se desconfortável na cadeira, por trás da mesa de madeira talhada manualmente e voltou a atenção à tela do computador, Sasuke já havia percebido que sei pai preferia não encará-lo quando o motivo de sua irritação era o filho mais novo.

‒ Miya também me falou sobre o almoço que ela ofereceu a eles – disse, controlando a voz. – Espero que você se comporte adequadamente na presença deles. – Aquelas palavras estavam mais adequadas a uma criança, foi o que Sasuke pensou, seu pai achava que ele não entendia nada, o que podia ser verdade, tudo o que Fugaku dizia a Sasuke entrava por um ouvido e saía pelo outro.

‒ Hn, é só isso? – Levantou-se da poltrona, no escritório de seu pai, onde havia sido chamado.

‒ Você ouviu o que eu disse, Sasuke? – Encarou o garoto, os olhos igualmente negros aos de Sasuke não demonstravam algum tipo de fraqueza. Continuou: ‒ Você não é mais uma criança, mas está sempre agindo como uma. – Sua boca curvou-se um pouco para baixo. O mais novo sabia que seu pai não perderia a chance de criticá-lo mais uma vez. – Fiquei sabendo como a menina quis ir embora, Miya disse que parecia incomodada, e ficou desta forma depois de ter conversado com você.

‒ Miya não escondeu nada, não é? – Seu sorriso zombeteiro irritou ainda mais Fugaku. – Ela está ficando cada vez melhor em fofocar. – Por mais que gostasse de Miya como uma segunda mãe, não poderia esquecer o fato que ela lhe conseguiu de graça mais uma discussão.

‒ Não quero saber se Miya está fofocando ou não, ela fez bem em me contar, e você – Apontou para o garoto, sua voz mais grave pronunciava as palavras veementemente. ‒, só está fazendo o que sabe fazer melhor: estragar as coisas. – Sasuke fechou as mãos em punhos, segurando-se para não dizer algo que pudesse se arrepender depois. – São os filhos do meu sócio, Sasuke – repetiu mais calmo. – Em uma manhã de mau humor, você pode estragar muitas coisas. Por isso...

‒ Não vou prometer nada a você, pai – interrompeu, sem paciência e saiu pela porta, ignorando a quantidade de vezes que seu pai chamou-lhe furiosamente.

‒ Sasuke, o que foi? – Miya segurou-lhe o pulso, esperando por uma resposta. O moreno olhou-a nos olhos cor de mel, rabugento.

‒ Nada que você precise saber. – Seu tom foi agressivo e Miya soltou-o sem dizer mais nada, estupefata, Itachi que estava um pouco mais atrás deles, suspirou e revirou os olhos, era cansativo ver os ataques do irmão mais novo.

Sasuke subiu rapidamente para o terceiro andar, ele costumava ir para lá quando estava furioso. Quando viva, sua mãe, Mikoto, passava a maior parte do tempo naquela parte da casa, ali havia o ateliê dela, onde pintava seus quadros. Fugaku não quis retirar nada de lá, continuava do mesmo jeito que Mikoto tinha deixado quando esteve ali pela última vez, sete anos atrás.

O garoto olhou a sua volta, notando a limpeza sempre presente, ele sabia que Miya fazia a limpeza do cômodo e ele gostava que ela conseguisse não tirar nada do lugar. Caminhou até o cavalete – o quadro não terminado ainda estava lá ‒ e fixou os olhos naquelas figuras abstratas, pintadas, aparentemente, sem sentido algum. Suspirou, pensando na falta que sua mãe lhe fazia, ainda lembrava-se claramente de quando ela bagunçava seu cabelo com a mão.

Afastou-se do cavalete e então se voltou para a janela. Não estava olhando para nada, tentava manter os pensamentos neutros, mas notou algo rosa no telhado da casa vizinha. Estreitou os olhos, tentando enxergar melhor e então, novamente, Sakura apareceu em seu campo de visão. Sentada no telhado da casa, ela lia um livro grosso, como os que carregava pelos corredores da escola, seus cabelos, que normalmente desciam até um pouco abaixo dos ombros, esvoaçavam com o vento, Sasuke imaginou se ela não sentia frio, mas ficou ainda mais intrigado com o fato de que para uma garota descoordenada, ela sabia ficar encima do telhado sem nenhum problema.

Mesmo estando longe, Sasuke podia ver o sorriso sutil estampado no rosto alvo da garota – era incrível como ela podia mostrar-se contente em qualquer lugar. Vestia um moletom verde – que tinha tamanho para quatro Sakuras – e uma calça marrom – rasgada nos dois joelhos. Ele não pode ouvir, mas viu a risada dela e teve certa curiosidade, o que ela poderia estar lendo? Viu-a abrir o livro na última página – era o que lhe parecia – e fazer uma careta, talvez o final da história não lhe agradasse. Sasuke passou a mão pelo cabelo, não devia ficar olhando para Sakura, mas tinha que admitir que ela conseguia ser uma criatura interessante. Encostou as costas na parede, ao lado da janela, fechou os olhos e respirou fundo, ficar espionando a vizinha não seria seu novo hobbie.


No outro dia, Sasuke voltava para casa com um péssimo humor, as últimas horas haviam sido cansativas e irritantes, o dia não parecia ter condições de melhorar, principalmente depois de ser mandado para a direção por discutir com um professor – Asuma era a pior coisa que poderia ter acontecido com Sasuke na escola, sempre falando sarcasticamente, era óbvio que não gostava de Sasuke tanto quanto o garoto não gostava dele. Dobrou na rua de sua casa e suspirou contente por já estar quase em casa, tinha passado algum tempo na direção. Estacionou o carro preto na entrada da casa dos Uchiha e saiu do carro, pesaroso, mas parou ao ouvir um farfalhar alto de folhas, vindo de uma árvore, em frente a casa dos irmãos Haruno.

Sasuke estreitou os olhos e enxergou uma cabeleira vermelha em meio aos galhos e folhas, Luka estava tentando descer da árvore, mas, aparente mente, não conseguia. O Uchiha olhou para o gramado e notou a bicicleta infantil ali, esquecida. Luka tentou descer mais uma vez, mas não achou nada para apoiar o pé e Sasuke deduziu que o garotinho estivesse com medo de pular, não era uma árvore baixa. O moreno revirou os olhos e largou a mochila no capô do carro, decidindo ajudar a criança.

‒ Sua irmã sabe que você está aí? – perguntou ao aproximar-se silenciosamente do menino. Luka olhou-o surpreso, mas não sorrio, fez uma careta com a menção de Sakura saber sobre ele ter subido na árvore.

‒ Não – respondeu. – Por favor, não diga a ela, eu prometi que não ia fazer nada de errado. – Os olhos verde-escuro do garotinho eram suplicantes. Sasuke virou-se para a casa de Luka, tentando ver ser Sakura não estava observando a travessura do irmão, a porta estava escancarada, mas nem sinal de alguém.

‒ Onde ela está? – Achava muito estranho que Sakura não estivesse com Luka, a garota não desgrudava os olhos do menino. Luka se encolheu momentaneamente com a pergunta.

‒ Mamãe chamou – disse baixo, temeroso. O Uchiha preferiu ignorar.

‒ E então você subiu aí. – Completou. O rosto claro de Luka estava arranhado dos galhos da árvore, assim como seus braços, devia estar ali em cima há bastante tempo. – Não consegue descer, pirralho? – Sasuke sabia a resposta, mas quis que o menino respondesse. O ruivinho balançou a cabeça negativamente, envergonhado, e Sasuke estendeu os braços e pegou o garoto, colocou-o no chão rapidamente. – Pronto – seu tom indiferente não impediu que a criança abrisse um sorriso enorme.

‒ Valeu, Sasuke! – agradeceu. – Ei, você sabe andar de bicicleta? – perguntou, entrando em outro assunto, caminhou até a bicicleta no meio do gramado e colocou-a de pé, Sasuke percebeu as rodinhas adicionais.

‒ Sim. – Fazia alguns anos desde que andara de bicicleta. Colocou as mãos no bolso e continuou parado, observando Luka trazer sua bicicleta para a calçada. Na porta aberta apareceu alguém e os dois voltaram-se para ver Sakura.

‒ ...tudo bem, mãe, não se preocupe – disse a garota, olhando para dentro da casa. Ela ainda vestia o uniforme, mas diferente do habitual, seus cabelos, que soltos caiam até um pouco mais abaixo dos ombros, estavam presos em um rabo de cavalo, Sakura ficou seus olhos verdes e expressivos em Sasuke. – Boa tarde, Uchiha – cumprimentou secamente.

Sasuke nada respondeu, somente arqueou a sobrancelha, não esperava que aquela menina queridinha de sábado pudesse ser tão fria.

‒ O que aconteceu com você? – ela dirigiu-se para Luka rapidamente quando viu o rosto arranhado da criança, passou a mão delicadamente pela face do menino avaliando-o.

‒ Eu caí da bicicleta. – Mentiu e não olhou para o Uchiha, que apenas observava a cena. Luka afastou a mão de Sakura bruscamente. – Aí o Sasuke veio me ajudar. – Sakura olhou para o moreno curiosamente. – Né, Sasuke?

‒ É. – Mentiu também, olhando nos incríveis olhos verdes da Haruno, desafiando-a a dizer algo, mas ela somente desviou o olhar, seu rosto tornando-se rosa escuro.

‒ Hum – resmungou e estendeu o baço direito, tirou uma pequena folha do cabelo vermelho de Luka. – E o que é isso aqui? – inclinou a cabeça um pouco para o lado e lançou ao irmão um olhar sério. – O que eu disse sobre subir em árvores, Luka? – Sasuke teve vontade de rir quando os olhos de Luka se arregalaram.

‒ Eu-eu só... – gaguejou o garotinho. Sakura levantou a mão para fazê-lo parar de falar.

‒ Não vou brigar com você, mas não gosto quando faz essas coisas quando não estou por perto, não se esqueça que você prometeu que não iria fazer nada de errado. – Soltou a folha, que foi levada por uma corrente de ar, e suspirou, Luka baixou a cabeça e Sakura sorriu docemente. – Agora vá andar de bicicleta. – Bagunçou os cabelos de menino.

Luka sorriu e abraçou a irmã, depois subiu na bicicleta e pedalou até algumas casas distantes da sua. Sasuke não soube o que fazer, ficando ali, mais uma vez na companhia da rosada, deveria perguntar como estava? Não, era educado demais. Deveria chamá-la de irmã irresponsável? Não, ele nem se importava o que acontecia com Luka. Cogitou a idéia de perguntar a ela o que fazia no telhado da casa a noite, mas ele não tinha nada que saber sobre a vida dela.

‒ Ele não conseguia descer da árvore, não é? – Sakura arrancou o Uchiha de seus devaneios com aquela pergunta, o tom ainda seco não era o preferido de Sasuke, mesmo que ele o usasse a maior parte do tempo.

‒ Como? – pediu, não entendendo o que ela tinha dito. A rosada virou-se para ele, a face serena.

‒ Luka subiu na árvore e não soube descer – disse calmamente. – E então você o ajudou a descer. Eu sei que foi isso que aconteceu. – Voltou a olhar para o menino que passava pela casa amarela e seguia mais adiante, sorrindo. – Uma vez, ele subiu em uma árvore, num parque, e não conseguia descer. – Seus olhos perdidos diziam que ela lembrava-se perfeitamente o que estava contando. – Meu pai e eu não tínhamos visto o Luka subir na árvore, e ele caiu de lá de cima. – Não disse mais nada e Sasuke pode perceber que a voz de Sakura tinha assumido um tom quase melancólico.

‒ Mas ele ficou bem. – As palavras escaparam dos lábios de Sasuke, que se repreendeu mentalmente por reconfortar a garota. Ela riu baixo, o som melódico ressoou junto com a leve brisa.

‒ Sim, ele não estava longe, só não queria chamar ninguém. Orgulhoso – disse e sorriu abertamente.

‒ Bem, mas a culpa foi sua e do seu pai também. – Sasuke olhou para ela, um fantasma de um sorriso nos lábios. A menina virou-se bruscamente para ele, o olhar de repente furioso. – Se você fosse mais atenta, teria visto seu irmão fazendo algo perigoso.

‒ Eu sei! – Rosnou. – Foi só um momento e ele tinha subido, além disso, nunca mais aconteceu algo assim com ele. – O Uchiha sorriu cinicamente

‒ Sim, hoje o seu irmão ia passar a noite naquela árvore e você nem ia perceber. – Encarou-a, seu sorriso crescendo.

‒ Não, é claro que não! – exclamou furiosa. Sasuke sabia que ela jamais deixaria o irmão perdido, mas não perderia a chance de provocá-la, ele achava divertidas as oscilações no humor da Haruno. – Não diga o que você não sabe!

‒ Não estou dizendo nada, só estou... – defendeu-se, mas foi interrompido pela garota, que lhe apontou o dedo.

‒ Me irritando! Não fiz nada para você, nunca falei com você, então não tenho que aceitar os seus ataques! – A garota não gaguejou uma vez se quer, sua voz era firme e determinada. Luka tinha parado perto deles e observava a discussão, atordoado. Sasuke bufou.

‒ Ótimo! – Sasuke exclamou, sua paciência tinha acabado completamente. Deu as costas para a garota e foi na direção de seu carro.

‒ Ótimo! – Devolveu.

‒ Sah, o que aconteceu? – Luka perguntou para Sakura, o menino sabia que a irmã, além da má coordenação, tinha um temperamento explosivo, mas nunca era de se estressar tão rapidamente.

Sasuke não ouviu o que ela respondeu ao menino, pegou a mochila de cima do capô de seu carro e jogou-a no banco do carona, não iria entrar em casa, só lhe daria uma dor de cabeça maior ainda ver Miya chateada com ele. Entrou no carro e girou a chave, antes de sair de lá, Sasuke pode ver o cabelo castanho-claro de Miya na janela da sala, ela estava espionando tudo, como sempre.

Ele acelerou o carro pela rua, ultrapassando o limite permitido. Precisava descarregar a frustração em alguma coisa, Sakura tinha acabado com o que restava da paciência dele. Estacionou em frente a uma casa verde não muito longe da sua, o jardim à frente era bem cuidado, cheio de roseiras brancas, vermelhas e amarelas. Sasuke desceu do carro e caminhou até a porta sem hesitar, apertou o botão da campainha duas vezes. Karin abriu a porta alguns segundos depois. Vestia um short minúsculo e uma regata branca, Sasuke não notou que ela estava sem óculos.

‒ O que você está fazendo aqui? – perguntou ela sorrindo-lhe. Sasuke encarou-a, desviando os olhos das pernas da ruiva.

‒ Você está sozinha? – Karin entendeu o que Sasuke estava querendo, puxou-o para si com ferocidade e beijou-o calorosamente. Eles entraram ainda colados e a porta fechou-se com um estrondo atrás de si. Ele desceu os beijos pelo pescoço dela e Karin riu. Sasuke lembrou-se de quando Sakura riu, era um som muito mais bonito, mas isso não impediu que Karin o levasse para o quarto.




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Notas finais do capítulo

Hello!
Terceiro capítulo já. Postei dois dias mais cedo que o normal e pretendo continuar assim. Bem, nesse capítulo ficou claro que o Sasuke tem problemas com o pai, né? Poisé, eu vejo o Sasuke nessa fic como um adolescente rebelde, ele não ouve o pai e não superou totalmente a morte da mãe, se fechando muito. E é aí que eu fico com medo de errar, eu tenho que cuidar pra não colocar muitas emoções no Sasuke, por que talvez ele saia do personagem.
A Sakura: bem, ela tá sempre sendo diferente, num momento ela é fria, no outro doce, no outro fica furiosa, mas isso não é um distúrbio, é o Sasuke, como é tudo da perspectiva do Sasuke, parece que a menina é maluca, mas não, ela só não sabe como agir perto dele. Uma hora a gente entende tudo.
Ah, eu tentei colocar mais detalhes nos personagens (aparentemente sem sucesso), prometo tentar fazer melhor do que isso, não fiquem tristes, eu já estou (brincadeira) :D e troquei os traços pelos travessões, parece mais aportuguesado agora. Valeu quem me deu uns conselhos pra melhorar, espero que tooodos tenham gostado, o circo ainda não pegou fogo :)
Mereço reviews, elogiar, xingar, dar conselhos, tudo é sempre bem vindo.
Té mais!!