She Is Amazing escrita por Jamie_Amie


Capítulo 14
Capítulo Quatorze


Notas iniciais do capítulo

Dedico esse capítulo à Shantilly que recomendou a fic, já tem um tempinho, mas eu não poderia deixar de agradecer. Então... boa leitura :)



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°.¸¸.•´¯`»She Is Amazing«´¯`•.¸¸.°

Capítulo Quatorze


Chega dessa palhaçada.


As palavras passaram por seus lábios com rispidez, Sasuke estava disposto a demonstrar toda a raiva e agonia que aquela garota o fizera sentir naqueles últimos dias. Olhando para o rosto pálido dela, ele viu seu lábio inferior tremer antes que ela o mordesse.

‒ Nós precisamos conversar. Isso está ficando ridículo ‒ disse, seu tom ligeiramente mais suave. Sasuke passou a mão pelo cabelo rapidamente.

‒ Nós não temos nada para falar ‒ disse ela, nervosa. Sasuke não conteve uma breve risada sem humor ‒ Me deixe sair daqui, Sasuke ‒ pediu a rosada com o tom mais firme que encontrou, seu olhar estava preso na maçaneta da porta.

‒ Não! ‒ exclamou. Sakura respirou fundo. ‒ Você continua fugindo! Pare com isso, droga! ‒ A rosada ficou em silencio, esperando que Sasuke começasse a falar

Olhando pra os rosto sem expressão dela, Sasuke então percebeu que por mais que quisesse esclarecer tudo o que havia acontecido, não sabia o que dizer, como começar. Teve vontade de bater-se por isso, aquela poderia ser considerada a situação mais estranha de sua vida.

‒ É obvio que você não vai dizer nada ‒ disse a Haruno depois de alguns longos segundos, o nervosismo crescendo aos poucos em seu tom. ‒ Me deixe sair daqui e esqueça tudo isso, Sasuke, é o melhor para nós dois. ‒ Seu braço esticou para que ela pudesse alcançar a maçaneta da porta, mas Sasuke foi mais rápido e pegou sua mão antes que ela fizesse o que queria.

‒ Estou falando sério, Sakura ‒ resmungou alto e puxou um pouco a mão dela.

‒ Eu também estou ‒ disse ela, olhando para ele, seus olhos verdes sem o brilho alegre que costumavam apresentar. ‒ Eu não quero falar sobre... sobre o que aconteceu. ‒ Puxou a mão delicadamente da dele e completou em tom baixo: ‒ Aquilo foi um erro.

‒ Não ‒ disse o Uchiha rapidamente e, no mesmo momento em que a palavra deixou sua boca, Sasuke xingou-se mentalmente. A Haruno o encarou com os olhos ligeiramente arregalados.

‒ O que? ‒ indagou como se não tivesse escutado.

O moreno ficou em silencio, sem saber o que dizer. Sasuke não achava que beijar Sakura tinha sido um erro, muito pelo contrário, mas ele simplesmente não podia admitir isso, mesmo tendo deixar escapar aquele “não” indesejado.

‒ Não sei se você lembra, mas tem uma garota nessa escola que se diz sua namorada! ‒ Exclamou Sakura, suas bochechas ficando vermelhas de raiva. ‒ Eu não suporto Karin, mas ela não merece ser enganada e eu não sou como essas garotas com quem você se diverte!

Sasuke bufou enquanto revirava os olhos.

‒ Você não se lembrou de Karin quando decidiu me agarrar ‒ declarou, um sorriso curvando o canto de seus lábio enquanto observava Sakura arregalar os olhos mais uma vez.

Sasuke ficou tentado a emitir um risada, mas desistiu completamente quando a garota começou a desferir tapas e socos em seus braços e peito, enfurecida.

‒ Ei! Pare com isso! ‒ Exigiu ele, tentando inutilmente escapar dos tapas da rosada, que estava disposta a machucá-lo.

‒ Ugh! Eu odeio você! ‒ exclamou com raiva quando Sasuke conseguiu segurar seus pulsos, impedindo-a de continuar o ataque. ‒ Odeio você! ‒ repetiu.

Sasuke empurrou-a contra a parede, aborrecido, e manteve as mãos firmes nos pulsos dela, prendendo-os rente ao peito dela, que continuava tentando desvencilhar-se dele.

‒ Me solte, Sasuke!

‒ Não enquanto estiver tentando me bater ‒ disse como se fosse óbvio, mas Sakura não parecia escutar e continuava a se contorcer. Fez uma careta de desgosto. ‒ Você parece uma criança!

Me solte! ‒ Tornou a exigir, dessa vez mal puxando os braços, ela sabia que ele não ia soltá-la enquanto desconfiasse que ela ia lhe atacar mais uma vez.

O Uchiha mais novo olhou para ela e respirou fundo, o que tinha feito para merecer aquilo? Aquela garota era imprevisível!

‒ Parou? ‒ perguntou a ela com desinteresse. Sakura não respondeu e continuou olhando para longe. Erguendo uma sobrancelha, ele esperou a resposta.

‒ Sim ‒ murmurou olhando para ele, mas não em seus olhos. Sasuke afrouxou o aperto em seus pulsos.

‒ Hn ‒ resmungou ao soltá-la, uma carranca se formando em seu rosto. Sakura ergueu o olhar.

‒ Eu odeio você ‒ disse ela mais uma vez, mas dessa seu tom era um tanto baixo, como se ela mesma não acreditasse nisso. Sasuke estreitou os olhos e sem hesitar, deu um passo para frente, prendendo o corpo dela entre o dele e a parede. Sasuke realmente não estava pensado de maneira clara naquele momento.

‒ Odeia, é? ‒ indagou num murmúrio firme e observou Sakura encostar a cabeça na parede e fechar os olhos.

‒ Sim, odeio ‒ disse ela calmamente.

A expressão no rosto dela era indiferente e Sasuke não podia deixar de olhar intensamente para ela. O moreno tinha que admitir, Sakura era linda. Olhando para seus lábios, ele não conseguiu afastar as boas lembranças que eles lhe traziam e Sasuke sabia que não se importava se pudessem repetir a dose, era um absurdo como ele queria beijá-la mais uma vez.

‒ Não! ‒ Sakura empurrou-o pelos ombros de repente, olhando para ele como se estivesse mortificada. ‒ Não faça isso.

Sasuke se afastou um pouco, vendo o quão próximo estava dela, sem perceber ele tinha se inclinado para ela e estava prestes a pressionar os lábios nos dela se Sakura não o tivesse empurrado.

‒ Você não facilita as coisas, não é? ‒ indagou ela, balançava um pouco a cabeça. ‒ Parece até que não escutou o que eu disse antes.

‒ Sakura, eu não tenho... ‒ começou ele, mas ela não deixou que terminasse e o empurrou para o lado para que pudesse alcançar a porta.

‒ Eu tenho que buscar o meu irmão ‒ disse ela antes de abrir e passar pela porta, deixando-a aberta.

E Sasuke ficou ali, sentindo-se um idiota, ele tinha planejado uma coisa totalmente diferente da que acontecera, na verdade ele só queria ter certeza de que a amizade dos dois não estava completamente perdida. Enquanto pegava sua mochila do chão deixou escapar um grunhido de frustração, ele tinha estragado tudo, se estava pior antes, agora devia estar tudo perdido.


‒ Você tem que admitir, Miya, depois do Sasuke eu sou o seu preferido ‒ Kiba dizia enquanto Miya guardava alguns pratos que acabara de secar.


‒ Querido, você sabe que sim. ‒ A empregada não podia deixar de rir, nunca iria haver uma finalidade para aquelas coisas que Kiba dizia.

‒ Então, você fez algum bolo hoje? ‒ perguntou o garoto em tom inocente, fazendo Miya rir ainda mais. Ela assentiu e apontou para um prato com um pano de prato por cima.

‒ Ali.

‒ Kiba, pare de encher o saco da Miya! ‒ gritou Naruto da sala, onde jogava vídeo-game com Sasuke.

‒ Você só está com inveja porque ela gosta mais de mim do que de você ‒ retrucou o garoto enquanto cortava um pedaço generoso de bolo.

‒ Cale essa boca e venha pra cá!

Kiba fez uma careta e depois deu uma mordida no bolo.

‒ É sério, você tem mãos de fada ‒ disse à empregada como a boca cheia. ‒ Vou me casar com você, não estou brincando. ‒ Saiu da cozinha e foi para a sala, onde se sentou ao lado de Sasuke.

‒ Você fez alguma coisa com esse controle, Sasuke! ‒ Reclamou Naruto com indignação. Sasuke sorriu um pouco, sem tirar os olhos da TV.

‒ Perdedor ‒ resmungou. Kiba soltou uma risada abafada, a boca cheia de bolo. Naruto fez um careta para o amigo.

‒ Sasuke está assassino hoje ‒ brincou o moreno, fazendo o Uchiha revirara os olhos, mesmo que fosse parcialmente verdade. ‒ Mas é verdade, Uchiha, não venha revirar os olhos pra mim ‒ disse imitando a voz de um velho rabugento.

‒ Eu vi você arrastando a Sakura no fim da aula ‒ comentou o loiro, olhando de esguelha para Sasuke.

‒ O que?! ‒ exclamou Kiba, um sorriso malicioso se esticando em seus lábios. ‒ O que foi que você fez, malandrinho?

‒ Eu não fiz nada e vocês deveriam calar a boca antes que eu os coloque para fora da minha casa ‒ ameaçou Sasuke. Kiba engoliu o último pedaço do bolo e riu alto.

‒ Você beijou ela, não beijou? ‒ perguntou, mas mais parecia que estava afirmando. Naruto abriu um sorriso largo quando Sasuke não respondeu de imediato.

‒ Você beijou a Sakura, Teme! ‒ exclamou com o dedo apontado para o rosto carrancudo de Sasuke.

‒ Como você se atreveu a esconder isso de nós, Uchiha?

‒ Não falem o que não sabem idiotas ‒ vociferou o moreno, batendo com força no dedo que Naruto apontava para ele. Kiba e Naruto riram ainda mais e Sasuke sabia que seu rosto estava começando a esquentar. Aqueles idiotas!

‒ Mas então ‒ começou Kiba ‒, vocês estão de caso ou o que?

Sasuke se recostou no sofá, deixando o controle do vídeo-game de lado. Por que ele era amigo de pessoas tão irritantes?

‒ Não, eu não estou de caso com ninguém ‒ respondeu, virando a cabeça para olhar para os dois, que pareciam curiosos e animados.

‒ Ela é uma garota legal, mesmo com aquelas roupas enormes ‒ afirmou Naruto e Kiba concordou balançando a cabeça. ‒ E ela é bem melhor que a sua namorada, ou ex namorada, agora eu nem sei mais. ‒ Riu novamente fazendo com que Sasuke bufasse.

‒ Não sei porque você está falando da Sakura ‒ Sasuke resmungou.

‒ Sabe o que você tem que fazer – O Inuzuka passou a mão pelo cabelo preguiçosamente ‒, você tem que dar um pé na bunda daquela insuportável.

Sasuke sabia que seus amigos não gostavam de Karin, era mais do que óbvio, mas de certa forma era incômodo ouvir Kiba e Naruto falando mal da ruiva. Talvez ele estivesse um pouco sentimental naquele dia.

‒ Aí... ‒ Kiba fez um pouco de suspense ‒, engata a Sakura! ‒ finalizou estalando os dedos. Sasuke fuzilou o amigo com o olhar e Naruto riu enquanto dava um tapa na parte de trás da cabeça do Inuzuka.

‒ Seu idiota ‒ disse o loiro.

‒ Não faça essa cara, Sasuke, não tem nada de ma... ‒ Kiba se calou quando a porta a da frente foi aberta e Sai apareceu, ainda com a mochila sobre os ombros. ‒ E aí, Sai! ‒ cumprimentou.

O primo de Sasuke olhou para os três garotos e sorriu da mesma maneira de sempre, mas não disse nada, somente deu as costas para eles e subiu par o segundo andar.

‒ Ele é estranho ‒ Naruto murmurou, os cantos de seus lábios se curvando para baixo em uma careta. Sasuke revirou os olhos, aquilo era óbvio não era?

‒ Bem, como eu ia dizendo, Sasuke... ‒ continuou Kiba, como se não tivesse sido interrompido. Sasuke esfregou a palma da mão no rosto, não acreditando que teria de ouvir mais bobagens.

Ugh, Kiba! Cale a boca!


Nos próximos dias as coisas não tinham mudado, Sakura continuava evitando-o e Sasuke não podia culpá-la, se sentia um idiota e com muita relutância tinha admitido que sentia falta dela. Eles tinham se tornado amigos, brigando ou não.


Sentado, sozinho, na mesa que estava no quintal de sua casa, o moreno pensava mais uma vez em Sakura. Achava que estava ficando louco por não conseguir passar um dia sem se lembrar dela, nem que fosse uma pequena coisa. Aquela garota devia ter feito algo com ele! Sasuke nunca tinha perdido tempo lamentando-se por alguma garota, ele sempre teve consciência de que as meninas com quem se relacionava ‒ amizade ou não ‒ podiam fazer parte de sua vida em um dia e em outro não. Aquilo não era nada complicado.

Mas então havia aquela garota esquisita que de uma hora pra outra tinha se tornado o que ocupava maior parte de seus pensamentos. Absurdo!

‒ Tem alguma razão específica para você está aí, parado, igual a um zumbi? ‒ A voz de Itachi o arrancou de seus devaneios. Sasuke observou seu irmão caminhar até ele e sentar ao seu lado na mesa, com os pés no longo banco.

‒ Hn ‒ resmungou passou a mão por seu cabelo escuro furiosamente. Itachi respirou profundamente

‒ Papai me mandou mais cedo para casa mais uma vez, estou achando que ele quer que eu arranje outro emprego ‒ disse o mais velho com um pequeno sorriso nos lábios.

‒ Parece que você não é mais o favorito. ‒ A indiferença estava presente na voz de Sasuke. Itachi riu enquanto revirava os olhos para o irmão.

‒ Nem você ‒ brincou e então foi a vez de Sasuke revirar os olhos.

‒ Novidade ‒ comentou com escárnio e entortou um pouco a cabeça enquanto olhava para seus tênis sujos. Itachi pressionou os lábios, de repente sério, e preferiu não levar o assunto adiante.

‒ Tio Obito ligou, Sai não atendia o celular e ele já estava ficando irritado ‒ disse e Sasuke sorriu um pouco, sabendo que o irmão tinha trocado de assunto para não aborrecê-lo.

‒ E o que eu tenho a ver com isso? ‒ rezingou.

‒ Sai está escondendo alguma coisa, ontem de madrugada eu acordei porque ele estava falando com alguém pelo telefone. ‒ Sasuke olhou para Itachi curiosamente. ‒ Não que ele não possa fazer isso, mas ele foi mandado para cá sem mais nem menos e ele está estranho.

‒ Ele é estranho ‒ comentou num resmungo, lembrando-se de que Naruto dissera a mesma coisa. O Uchiha mais novo pensava da mesma forma que Itachi, ele também tinha escutado Sai falando com alguém pelo telefone tarde da noite. Talvez fosse patético supor coisas somente por legações tardias, mas Sasuke realmente queria que seu primo estivesse encrencado.

Itachi riu baixo, achando, de alguma forma, as palavras de Sasuke engraçadas e colocou o braço mais próximo sobre os ombros do irmão. O Uchiha mais novo afastou-se, aborrecido, uma careta contorcendo suas feições.

‒ Então, qual é o seu problema? ‒ indagou Itachi curiosamente. As sobrancelhas de Sasuke enrugaram devido sua leve confusão.

Meu problema? ‒ Observou Itachi torcer um pouco os lábios.

‒ Pela sua cara, eu diria que você está com problemas com alguma garota. ‒ Itachi observou a expressão um tanto carrancuda de Sasuke se contorcer em ligeiramente em uma careta. ‒ Acho que acertei.

‒ Você não tem mais o que fazer? ‒ perguntou o mais novo rispidamente, a última coisa que queria era Itachi lhe incomodando.

‒ Qual é, Sasuke, eu sou seu irmão, não tem nada de mais conversar sobre essas coisas comigo ‒ disse Itachi e depois suspirou, sabendo como seu irmão era teimoso. ‒ Não adianta tentar negar, então desembuche.

‒ E isso não é da sua conta ‒ disse Sasuke com desinteresse e então inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos.

‒ Qual é o nome da infeliz? ‒ Itachi sorriu e Sasuke revirou os olhos, mas não respondeu. ‒ Ah, acho que eu sei quem é! ‒ Sasuke abriu a boca para retrucar, mas o mais velho não deixou que dissesse algo. ‒ Eu sinceramente não sei como você ainda não está com essa garota, tem semanas que Miya fica me contando sobre vocês dois.

Sasuke olhou para Itachi, irritado por saber que Miya ficava cochichando essas coisas com seu irmão.

‒ Não a conheço muito bem, mas parece que vale a pena. Ela não é muito comum, eu acho ‒ deu de ombros. ‒ Eu também não esperava gostar de uma garota como Konan, você sabe do que eu estou falando, você a viu, mas ela é simplesmente tudo o que eu poderia querer. ‒ Sasuke quase revirou os olhos ao ouvir o tom apaixonado do irmão. ‒ Eu sei que você não está me escutando ‒ Itachi torceu os lábios, levemente chateado. ‒, mas quem sabe não vai ajudar ‒ deu de ombros e levantou, ficando em pé em cima do banco antes de descer e ir pra dentro da casa.

Será que ele realmente parecia mal? Até seu irmão tinha lhe dado um conselho. Grunhindo, resolveu fazer o mesmo que Itachi e ir para dentro, quem sabe algumas horas de sono não afastavam certas coisas indesejadas de sua mente.

O dia seguinte chegou devagar, e Sasuke, depois de se ajeitar, nem tomou café e foi para a escola, ele só queria que o tempo passasse de uma vez.

‒ As férias estão chegando, você já sabem o que vão fazer? ‒ Ino perguntou aos amigos na hora do almoço. Tenten saltou em seu banco, animada para contar seus planos.

‒ Eu vou viajar para o interior com a minha família ‒ disse a morena, ostentava um sorriso nos lábios. ‒ Nós vamos visitar uns amigos.

‒ Estou louco pra que essas férias cheguem, são duas ou três semanas, mas só de pensar que vou ficar longe desse colégio, já fico feliz ‒ Ino declarou e recebeu vários “eu também” dos outros que estavam ali.

Todos estavam felizes com as férias de inverno chegando, aquelas semanas de descanso estavam sendo ansiosamente esperadas. Ignorando a voz alta de Ino enquanto conversava com seus amigos, Sasuke passou a mão pelos cabelos negros lentamente, estava cansado.

‒ Então, Sasuke, o que você vai fazer nas férias? ‒ A voz de Karin arrancou-lhe de seus devaneios, ela sorria para ele enquanto ajeitava os óculos.

‒ Não sei ‒ respondeu simplesmente sem se dar o trabalho de pensar em algo melhor. Karin suspirou antes que um sorriso ainda maior tomasse conta de seus lábios.

‒ Nós poderíamos fazer alguma coisa juntos, não acha? ‒ sugeriu ela, animada.

Sasuke ficou olhando para ela, indiferente. Ele definitivamente não queria passar as férias com ela, não era isso que estava planejando. Karin era sua namorada, mas aquele termo, ele tinha que admitir, o estava incomodando de maneira exagerada naqueles últimos tempos. Quando mais dedicada aquela garota ruiva tentava ser, mais irritado ele ficava.

‒ Preciso pegar alguns documentos na secretaria, depois falo com você ‒ disse e levantou, mas o Uchiha não estava falando a verdade, de repente era necessário sair dali. A ruiva fez pegou sua mochila de cima da mesa.

‒ Eu vou com você ‒ disse ela.

‒ Não ‒ negou ele de maneira firme. ‒ Você fica aqui, eu vou sozinho. ‒ Sasuke se afastou antes que Karin pudesse retrucar.

Assim que passou pelas portas da cantina, Sasuke quase não pode disfarçar a surpresa ao ver seu melhor amigo fazendo o que estava para fazer há um bom tempo. Naruto e Hinata Hyuuga estavam fortemente abraçados e Sasuke duvidava que, devido a forma como se beijavam, lembrassem onde estavam. O moreno ficou um tanto curioso para saber como Naruto tinha convencido a tímida garota a deixar que ele a agarrasse no meio da escola.

Passou pelos dois e foi encontrar um lugar para se sentar nas escadas. Logo a campainha anunciou o fim do almoço e o moreno foi para a aula, agradecendo por ter somente alguns poucos períodos antes de poder ir para casa.


‒ Eu gostei muito dela, é uma menina muito educada ‒ Miya disse a Itachi antes do jantar, falava sobre Konan.


‒ Eu disse que você ia gostar dela. ‒ Itachi gesticulou alegremente para a empregada. Sasuke, que bebia água, escorado na pia, revirou os olhos.

‒ Você tem que convidá-la para jantar conosco, ou talvez um almoço, o que for melhor. ‒ Miya sorriu.

‒ Qualquer dia desses eu a convido ‒ disse com certa determinação, talvez fosse pelo fato de que Fugaku não gostasse de Konan. ‒ E acho que não vai faltar muito, Sairo Haruno vai vir para fazer uma daquelas visitar necessárias e provavelmente vamos ter um jantar.

‒ Oh, é mesmo? ‒ indagou Miya animadamente. ‒ Ele pode trazer os filhos, não é mesmo? ‒ Olhou para Sasuke, que não se atreveu a encará-la. ‒ Quando ele chega?

‒ Ainda falta um pouco, será bem próximo as férias de Sasuke. Ele viria antes, mas não pode.

Sasuke suspirou enquanto ouvia os dois conversarem, sem ânimo, afinal, qual seria o interesse dele na tal visita de Sairo Haruno?

O jantar ocorreu amigavelmente, seu pai parecia estar de bom humor e Sasuke definitivamente não precisava de mais discussões. Mais tarde foi até o antigo ateliê de sua mãe, fazia algum tempo que não ia até aquele quarto. Se aproximou da janela e empurrando um pouco a cortina, ele pode ver o telhado da casa ao lado. Ele sabia que ela estava lá, talvez tivesse sido aquilo que o motivara a ir até ali.

Olhando para ela, concentrada no livro que tinha em mãos, Sasuke sentiu uma sensação incomoda. Pateticamente, ele sentia saudade dela. E era mais patético ainda como a forma como ele queria ir até ela naquele momento, nem que fosse só para sentar ao lado dela e observá-la ler. Que tipo de idiota obsessivo ele estava se transformando?

Bufando para si mesmo, puxou a cortina de for brusca e foi para seu quarto.


‒ ...ele tinha esquecido de colocar a tampa no liquidificador, você não tem ideia de como a cozinha ficou suja, tinha molho até no teto. ‒ Sasuke ouvia sem interesse o acontecido na casa de Tenten quando, no dia seguinte, os dois e Neji iam para a aula de química, no laboratório. ‒ Minha mãe quase o mandou dormir no quintal.


‒ Eu imagino ‒ resmungou Neji. Tenten riu e rapidamente depositou um beijo na bochecha do namorado.

‒ Sasuke! ‒ uma voz o chamou e ele levantou um pouco a cabeça para ver Karin se aproximando. Ela parou em frente a ele e olhou para o casal de amigos, que olhava para os dois curiosamente.

‒ Ahm, nós vamos para a aula ‒ disse a garota de cabelos castanhos ao ver o olhar furioso de sua amiga. ‒ Nos vemos depois. ‒ Sorriu e puxou Neji pelo braços.

‒ Eu andei pensando ‒ começou a ruiva em tom sério ‒, e acho que nós precisamos conversar.

‒ E você não pode esperar um pouco? ‒ perguntou um tanto rude. ‒ Eu tenho aula...

‒ Tem que ser agora, por favor, vai ser rápido, eu prometo ‒ pediu ela. Sasuke suspirou e, relutante, balançou a cabeça, concordando.

Karin pegou sua mão e, assim como Tenten fizera com Neji, puxou-o por entre as pessoas até um local onde não havia muitos estudantes. Ela respirou fundo e começou a falar.

‒ Bem, você anda muito distante ultimamente. ‒ Entortou um pouco a cabeça e Sasuke estreitou os olhos, esperando. ‒ Não que você não seja assim na maior parte do tempo, mas nesses últimos dias está muito pior. Você não me procura, não vai mais à minha casa, nem mesmo lembro a última vez que me beijou. Você está me ignorando cada vez mais. Isso não está certo, está?

Sasuke se manteve em silencio, perguntando-se curiosamente se aconteceria o que ele pensava que ia acontecer.

‒ Ontem eu perguntei se você queria passar as férias comigo e você nem ao menos respondeu e, sinceramente, não quero que responda, porque eu sei a resposta e não preciso ouvir mais um dos seus “nãos”. ‒ Karin respirou fundo e olhou para ele, como se estivesse suplicando por uma reação que ela sabia que ele não teria. ‒ Eu gosto de você, Sasuke, gosto muito, mas eu não quero mais isso.

‒ Você está terminando comigo ‒ afirmou ele, indiferente. Realmente, ele não esperava aquilo.

‒ Se eu não fizer isso, vou ter que ficar contando os dias até você fazer ‒ disse com um dar de ombros. ‒ Nós dois sabemos que você não pode me dar o que eu quero. ‒ Ela falava de amor. ‒ Então é melhor não levar essa ilusão adiante.

E ela tinha razão, até mesmo Sasuke sabia disso, aquele namoro estava com os dias contados desde que havia sido chamado de namoro pela primeira vez. De certa forma era um tanto engraçado estar levando o primeiro pé na bunda de sua vida.

‒ É isso ‒ finalizou a ruiva, convencendo mais a si mesma do que Sasuke de que não havia mais nada a acrescentar. Ela não podia voltar atrás. ‒ Agora você pode dar carona para esquisita a vontade ‒ disse com desgosto, uma careta enojada no rosto.

Sasuke se limitou a balançar a cabeça, não tendo o que dizer a ela. Karin sorriu um pouco e se afastou dele rapidamente. Ele pressionou os lábios, pensando sobre o que acabara de acontecer. Ele deveria ficar chateado com isso? Se deveria, ele não poderia fazer nada a respeito, porque não era nada disso que ele sentia naquele momento.

Balançando um pouco a cabeça, começou a caminhar para o laboratório.


O Uchiha não pode agradecer mais quando, mais tarde naquele dia, ele pode ir para casa sem ouvir fofocas sobre o término de seu namoro com Karin, não que se importasse com o que diziam, mas o irritava profundamente ouvir cochichos. Não parecia que Karin tinha dito a novidade para alguém, no almoço ninguém disse nada e muito menos desconfiou, mesmo que a ruiva tenha preferido sentar bem longe de Sasuke naquele dia. E foi assim nos próximos dois dias.


‒ Obrigada, querido ‒ agradeceu Miya quando Sasuke colocou as sacolas com compras na mesa da cozinha.

Sasuke ergueu minimamente o canto dos lábios para não ter de dizer nada a ela e saiu da cozinha, passou pela sala e saiu de casa para se sentar nos degraus da varanda. Fechou um pouco os olhos e desfrutou do silêncio que pairava sobre aquele local. Ao abrir os olhos, virou-se um pouco pôs-se a fitar a casa amarela ao lado da sua.

Fazia quanto tempo que não trocava se quer uma palavra com Sakura? Ele a viu na escola, ignorando-o como se nunca tivessem se conhecido. Isso o irritava tanto! Ela mesma havia sugerido que esquecessem o beijo, e claramente tinha feito isso, mas também era claro que ela estava esquecendo de Sasuke. E não era isso que ele queria, por que Sasuke não tinha esquecido dela.

Continuava sendo patética a forma como ele sentia falta dela, ele não esperava que a amizade deles fosse se tornar algo que ele não gostaria de perder. Se é que ele gostaria de parar por aí.

Foda-se! Foram as exatas palavras que pensou antes de levantar e caminhar, decididamente para a casa amarela. Sasuke não sabia se ela estava em casa, seria melhor se estivesse. Parado em frente à porta, ele hesitou um pouco, mas tocou a campainha. Esperou alguns minutos e então a porta abriu e lá estava Sakura. Olhando para baixo rapidamente, ele viu que ela usava jeans um tanto justos e somente meias brancas nos pés.

‒ Oi ‒ disse ela, confusa. Ela colocou um braço para trás, puxando um pouco a camiseta roxa e enorme.

‒ Oi ‒ ecoou. Sakura o encarou por alguns segundos antes que falasse novamente.

‒ O que você está fazendo aqui? ‒ perguntou. Sasuke passou a mão pelos cabelos, nervoso.

‒ Queria falar com você ‒ respondeu indiferente. A boca de Sakura se curvou minimamente, num sorriso.

‒ Queria?

‒ Quero ‒ corrigiu-se, firme e rapidamente. Sakura suspirou antes de olhar rapidamente para o chão.

‒ Sasuke, eu acho que nós já conversamos o bastante ‒ disse, a cabeça levemente inclinada para o lado.

‒ Não, se fosse o suficiente, você não teria continuado a me evitar. ‒ Ele queria que ela olhasse para ele e foi isso que ela fez.

‒ Não me pareceu fazer muita diferença para você, Uchiha ‒ comentou calmamente, mas Sasuke podia sentir a acusação. Ela não sabia de nada.

‒ Então eu não estaria aqui ‒ retrucou no mesmo tom. Sakura mudou o peso para a outra perna e desviou mais uma vez o olhar.

‒ Teria sido melhor assim ‒ balbuciou ela, alto o suficiente para que ele ouvisse.

Sasuke ignorou aquela pontada estranha no estômago ao ouvir as palavras dela.

‒ Teria? ‒ Indagou para em seguida praguejar mentalmente, ele não queria saber. A Haruno mordeu o lábio inferior.

‒ Você não entende e nem vai entender, ok? ‒ disse, seus dedos torcendo a barra da camiseta. A carranca no rosto de Sasuke foi inevitável.

‒ Você acha isso, mas não tem intenção de me dizer ‒ acusou com raiva e Sakura empinou o nariz, indignada por ouvir seu tom rude.

‒ Sim, não tenho e não vou dizer! ‒ exclamou birrenta.

‒ Isso é ridículo ‒ rezingou ele diante das palavras dela. Sakura bufou.

‒ Sim, você disse a mesma coisa da última vez. ‒ Irritada, ela respirou fundo. ‒ Agora volte para a sua casa e me deixe em paz!

Sakura ia bater com a porta na cara de Sasuke se ele não tivesse colocado metade do pé para dentro.

‒ Tire o pé! ‒ gritou ela do outro lado enquanto empurrava a porta com força. Sasuke se recusou a fazer o que ela mandou e também empurrou a porta, para que abrisse.

Sakura deixou escapar um grito quando suas meias escorregaram um pouco, a porta estava abrindo, ele era mais forte que ela. Fazendo um pouco mais de força, Sasuke empurrou um pouco mais a porta e entrou na casa. A rosada deu alguns passos para trás, afastando-se dele.

‒ Saia! ‒ gritou novamente, apontava para a porta, seus olhos brilhavam com fúria.

O orgulho de Sasuke era grande demais para fazer o que ela queria, principalmente depois de sujeitar-se a criancice que tinham acabado de fazer.

‒ Não ‒ negou irritantemente.

Foi o que bastou para Sakura atacá-lo da mesma forma que fez no outro dia, dando-lhe tapas e socos. Aparentemente ela gostava de bater nele.

‒ Saia! Agora! ‒ continuava a gritar. Sem paciência, o garoto passou o braço por sua cintura com um pouco de dificuldade e conseguiu imobilizar a furiosa Haruno.

Sakura o fitava com espanto, ofegante, os lábios entreabertos e os olhos verdes brilhando. Estava tão perto.

De repente Sasuke sentiu os lábios secos.

‒ Você precisa parar com isso ‒ disse baixo e rouco.

E então ele a beijou.







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Notas finais do capítulo

Oi! Bom, postei o cap 14 finalmente, um bucadinho de palavras, mas não o bastante, é claro :)
Sasuke beijou a Sakura de novo, yup! Haha, eu agora vou começar a apressar as coisas. E a Karin terminou com o Sasuke, um tanto diferente do que a gente vê por aí, mas eu gostei, não é que a Karin é boazinha, todo mundo sabe que não, mas eu nunca quis que ela fosse uma namorada obsessiva, por isso foi ela que deu um pé na bunda. Ah, um pequeno NaruHina, ele ficaram juntos, lovely!
É só isso. Agradeço as reviews desde já!