Little Princess escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 27
Sobre uniformes curtos e invisibilidade




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Capítulo 29 – Sobre uniformes curtos e invisibilidade

Pov's Bella:

         Junto com Juneau veio a escola – Juneau Elementary School. Iupi.

         Surpreendentemente, Tanya, Irina e Kate decidiram ir conosco, quer dizer, ir com eles – Emm, Rose e Eddie – já que eu iria para outra diferente da deles. Uma semana após termos nos acomodado na grande casa dos Denali, Carl já ter conseguido um emprego e Esme virado amiga de Carmen, fomos a escola.

         Meus irmãos e minhas primas podiam usar a roupa que quiser sendo do High School, mas a Elementary tinha uma regra idiota sobre usar uniformes. Ou seja – como era verão, mas sendo o Alasca – lá estava eu: meia calça branca, saia xadrez vermelha, blusa branca com um casaquinho vermelho por cima, além de um sapato preto. Era uniforme demais, até para mim, "a menina dos vestidos".

- Vamos com o meu carro e com o de Rosalie – Eddie sorriu zombeteiro para mim – nossa irmã não perderia a chance de se exibir-se, não é?

         Eu revirei os olhos: - Rose é demais, ok? – ele gargalhou risonho.

- Eu ouvi isso – xingou minha irmã aparecendo na sala em sua encantadora calça jeans colada e seu salto alto gigantesco.

         Irina riu, assim como Emmett que veio junto com uma frase "Relaxa, baby".

- Ai, Bella, faz tanto tempo que não te vejo bonitinha assim – Irina sorriu no seu tom "irmã mais velha protegendo irmã mais nova".

- Assim como? – indaguei.

- Assim, de uniforme – ela esclareceu sorrindo e soprou um beijo.

         Sentei no banco de trás com Kate, enquanto Tanya estava na frente com Eddie – tentei não me sentir incomodada, afinal, Tanya estava me tratando com o mesmo carinho de antes de conhecer Eddie e não é como se meu irmão algum não fosse arranjar uma companheira.

         E esquecer-se da sua irmã. Porém balancei a cabeça espantando pensamentos. O carro de Rose passou reto pela minha escola, ainda pude a ver dando um aceno pela janela e escutar a risada de Emmett. Desci do carro de Eddie dizendo um breve "tchau" aos três, que acenaram e partiram.

         Respirei fundo. Nova vida, nova cidade, nova escola – mesma fracassada. Ah, Forks... Cadê você?

- Olá, sou Isabella Cullen – a mulher da secretaria obviamente tinha mudado desde há última vez que eu viera a essa escola.

         Esta não sorriu para mim, disse um bem vindo murmurado e mal humorado, me entregando o meu horário com uma cara de quem comeu e não gostou. Eu dei de ombros, memória fotográfica, já sabia todas as minhas aulas, já conhecia os corredores – mole mole.

         Eu costumo pensar que a hora do almoço é quando os gatos mostram as garras, pois todos são quem são de verdade. Os populares e arrogantes sentam-se com os populares e arrogantes, os nerds com nerds, os fracassados com fracassados e assim por diante.

         Peguei uma bandeja com macarrão e sorri distante com a memória que isso me trazia de Lucy – eu não entendo, minha amiga era definitivamente diferente, tinha algo nela... Bom, não sei. Estava passando quando uma garota, que devia ser do último ano – comigo fingindo ter oito -, passou pela minha frente.

         Ela possuía cabelos loiros lisos que iam até o meio das costas, seu quadril mexia exageradamente, seus olhos eram verdes escuros e era como se uma imagem dela estivesse em suas orbitas – e cuspisse no chão a minha frente.

- Você seria? – ela me olhou superior. Não, literalmente, ela era muito alta.

         Falei mal mentalmente – putz... Se existe um deus para problemas, por favor, pare!

         Suas amigas deram risadinhas.

- Você provavelmente não me conhece – fiz questão que minha voz de sinos fosse doce como mel, e por breves segundos ela ficou encantada, e seus olhos voltaram ao arrogante – Sou Isabella Cullen, a aluna nova.

- Hm – isso não parecia muito relevante para ela – Sou Alexis Charm, e esse é o máximo que você ouvirá de mim – ela riu cínica – quer dizer, ouvirá saindo da minha boca. Acostume-se, menininha, tudo nessa escola gira em torno de mim.

         Ergui as sobrancelhas – sempre a mesma coisa.

 - Ah, claro – eu assenti e dei uma olhada melhor na roupa que ela usava. Não era um uniforme brega, era uma roupa líder de torcida. Sua minúscula saia era da cor da escola: vermelha. Sua blusinha de barriga de fora, também vermelha, tinha um escrito: JES (Juneau Elementary School).

         Vi-a se afastando, novamente com seu quadril rebolando e me perguntei por que as crianças de hoje em dia são tão... Assim. Quero dizer, quando eu era menor só pensava em bonecas e agora só querem saber de beijar e outras coisas desnecessárias. Estamos em pleno século XX, pelo amor de Deus!

Pov's Edward:

         As irmãs Denali, Emmett e Rosalie foram todos num carro só e eu decidira pegar Bella na escola sozinho, perguntar-lhe sobre seu dia – eu sabia que se houvessem mais pessoas presentes ela não seria sincera. Sorriria e falaria "Foi ótimo", e contaria histórias falsas sobre como seu dia foi bom.

         E acho que fiz bem em ir sozinho.

         Bella espumava e, para uma vampira, pisava duro no chão, com a mandíbula fortemente apertada, irritada. Seus livros em seus braços estavam levemente arranhados.

- Oi, Bella – cumprimentei, desejando que ela parasse de ter aquele olhar maligno. Sério.

         Ela estava realmente brava, constatei, quando ela não sorriu nem minimamente.

- Oi, Edward – Edward – Eddie. Irritação.

- O que aconteceu que está assim? – perguntei, quando nosso carro já estava na rua, em alta velocidade.

         Ela respirou fundo, tentando se acalmar e disparou a dizer: - Ah, uma garota estúpida. Por que sempre tem que ter uma exibida? As crianças de hoje em dia são tããão esnobes – Bella dizia – Bom, enfim, é uma ridícula vadia chamada Alexis Charm – e imitou um tom de voz tosco, que imaginei ser o da garota – ela é a líder das líderes de torcida e no último horário estava "treinando a equipe".

- E? – incentivei-a a continuar.

- E aí ela falou em alto e bom som que eu não sabia torcer, pois tinha que ficar assistindo a elas, aprendendo – e novamente a voz nasal. Rangendo os dentes completou: - Como se eu precisasse de uma criaturazinha de onze anos para me ensinar o que é dançar, ah, se ela soubesse... – e quase rosnou o final.

         Agora eu tinha finalmente entendido. Se havia uma coisa que Bella prezava era ballet e outros tipos de dançar, as que ela treinara durante tantos anos, com tanto afinco. E sua irritação viera do fato de que uma simples criança dissera que ela não sabia dançar ou algo do tipo.

- E o que você vai fazer? – perguntei curioso. Ela me olhou sorrindo amarelo.

- O que você acha? – ela ironizou – Vou fazer da vida de Alexis Charm um mar de rosas... Começando com o teste de líder de torcida amanhã.

         E seu sorriso maníaco me assustou.

Pov's Bella:

         O amanhecer pareceu chegar rápido na casa dos Denali e refletiu na minha janela. Parei de ler o livro que estava lendo, o que me tirou totalmente de um mundo para escutar o fim dos barulhos na casa: Eddie tocando piano, Tanya procurando roupas, Kate e Irina tagarelando, Rose e Emm – argh – fazendo aquilo, e Esme e Carlisle se vestindo – arrepio só de pensar que eram meus pais.

         Coloquei o estúpido uniforme e com a mochila nos ombros desci a escada de dois em dois degraus. Tampei os olhos de Eddie por trás.

- Adivinha quem é? – brinquei, até parece que não tínhamos super audição.

- Hm... Um dos sete anões da Branca de Neve? – ele sorriu como uma criança feliz – sempre quis conhecer um!

- Sério? – eu ri.

         E Emmett escolheu o momento mais oportuno para aparecer (ele não estava lá em cima com Rosalie?).

- Claro que ele sempre quis conhecer um, Abelhinha, ele sempre quis ter você! – Emmett riu estrondosamente e Rose aplicou-lhe um tapa na nuca.

         Eu franzi o cenho, confusa. Eu odeio ficar confusa, mas às vezes acontece, como agora – o que ele queria dizer? Olhei interrogativamente para Edward, que fuzilava Emmett, seus olhos diziam: "Isso, trouxa, fale isso para nossa irmãzinha!". Como eu conseguia ver isso somente em seus olhos? Assustador.

- Bom, deixando os comentários oportunos de Emm para lá, vamos logo para a escola, quero fazer aquele teste idiota e passar – resmunguei falsamente arrogante.

- Isso aí, poderosa! – Irina brincou, "bagunçando" meus cabelos como sempre.

         Quando desci do carro de Eddie sabia que meus irmãos e meus primos não iriam à escola. Sabia disso, primeiro: peguei o teor de suas mentes. Segundo: eles adoram me ver humilhar alguém (vá saber...).

         O teste de líder de torcida era no primeiro horário, ou seja, era realmente importante nessa escola – já que cancelam o primeiro horário somente para isso (meninas exibidas de mini-saia. Humpf). Estava razoavelmente cheio de alunos. Vi Alexis conversando e rindo com seus "clones do mal" no meio do ginásio.

         O grupo de líderes de torcida possuía cinco meninas, contando com Alexis. Era pequeno, então imaginei o quanto eu teria que me esforçar nesse teste idiota.

- Certo – Alexis disse melosa – quem quiser ser a próxima líder de torcida, faz uma fila aqui! – e indicou o lugar. Ela falou isso tão sorridente e alegre que eu quase caí no seu truque. Quase.

         Fui à fila e vi a primeira menina ir até o centro, era alta, de cabelos loiros – revirei os olhos a essa informação. Quantas loiras americanas existem? Na Itália eram mais morenas, se quer saber – e olhos castanhos. Ela sorridente e pulando parou na frente da mesa das líderes que avaliavam.

         Alexis murmurava irônica a um canto com uma amiga que parecia a, tipo, sub-líder ou sei lá. Também vi a um canto, quase imperceptível, a treinadora Corren, em seu agasalho vermelho, apito branco e megafone pendurado – rá, toma Alexis! Ela também participa da escolha.

- J-U-N-E-A-U! – soletrava a menina fazendo movimentos com seus pompons. – V-A-I-V-E-N-C-E-R! – e terminou numa pose. Não era... bem... Bom.

         A fila passa adiante e cada vez mais próxima estava a minha vez. A maioria das meninas possuía músicas de fundo animadas e boas para dançar. Quem quisesse a única líder de torcida gentil colocava uma música. Na minha vez, eu entrei no papel que iria interpretar: sorridente e feliz. Ah, tá.

- Nome? – Susan, uma das cinco, perguntou monotonamente.

- Isabella Cullen – agora ela parecia interessada, e me perguntei se era o sobrenome. Meu Deus povo que não tem vida pra cuidar!

         Pedi para Mirtle – a única gentil – ligar o rádio. (N/A: tááá, eu sei que não tinha CD naquela época, mas, poooxa, precisamos de música! Rsrs).

         A música começou a tocar e eu acompanhava, mexi os braços, os pompons, erguia a perna na altura da orelha, fiz mortais, estrelas, enfim, fui muito bem – ballet e danças são únicas coisas em que não sou modesta, porque sou realmente muito boa depois de tantos anos. Terminei a batida numa abertura total, minha virilha tocava o chão de madeira do ginásio.

         Com surpresa, ouvi aplausos – admito, por essa não esperava. Entrecerrando os olhos, vi, escondidos a olhos humanos, minha família que sorria – principalmente as mulheres, orgulhosas. Credo! Gostam de humilhar. (N/A: O.o)

- Foi muito bom, Isabella – elogiou, com a boca caída, a treinadora Corren, reparei que, diferente da maioria dos treinadores e treinadoras, essa era simpática e sorridente. – Você torce muito bem. Conhece mais algum tipo de dança?

         Sei que coraria. Tá, eu admito que danço bem, mas não saio, como posso dizer, exibindo-me por aí.

- Ballet, jazz... Talvez um pouco de sapateado – falei vagamente. Realidade: eu conhecia muito estilos. Mas até parece que vou falar.

- Incrível -  Mirtle elogiou alegremente para mim (cheguei a conclusão que toda escola tem uma bonzinha e muitas malvadas. Que coisa!).

- Está dentro – a treinadora Corren anunciou antes que Alexis pudesse sequer pensar em algo, e o que pensou depois dessa fala provavelmente foi um xingamento, pois sua cara ficou vermelha de raiva. Mirtle deu-me um uniforme, ao qual tive que vestir, pois, de acordo com elas, líderes de torcida sempre têm que estar vestidas como tal – ok, porém ainda é uma regra estranha.

         Minha imagem com essa roupa; analisei no espelho do banheiro quando troquei o meu uniforme, era estranha. Eu sou a mais baixinha do time, apesar de ter uma habilidosa garota de sete anos, porém a saia em mim não ficava grande como ficava em Lilli – a garota de sete anos. Era um tamanho menor de roupa, ou seja, minha saia ficava como a atrevida da Alexis e das suas clones: no meio das coxas. Ai, que vergonha!

(N/A: a equipe é: Mirtle, Susan, Alexis e Tamiris – estão no último ano -, Lilli – no segundo ano – e Bella – penúltimo ano. Lembrem-se: seis anos, 1º grau, sete anos, 2º grau, e assim por diante, até os onze anos).

         Nos corredores os meninos espichavam os olhos, e eu corava até o último fio de cabelo, mentalmente. De repente eu era popular e objetivo de ser uma Cullen discreta tinha ido para o espaço – eu não era mais discreta e invisível.

Meu Deus, em que eu tinha me metido?


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