Little Princess escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 25
Bichinhos




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Capítulo 27 – Bichinhos

Pov's Bella:

- Para de ser crianção, Emmett, dá pra mim! – eu disse brava, esticando a mão.

- Nãoooooo, é meu agora! – Emm resmungou infantil, apertando um urso de pelúcia contra o peito.

         A questão era, há algumas semanas, Esme me dera um ursinho de pelúcia bem bonitinho, macio, de cor caramelo e com uma fita vermelha em volta do pescoço. Ela não me dera com o intuito de eu brincar, somente... Era significativo, só isso. E, se a fazia feliz, por que não? – de qualquer forma eu o achara fofinho.

         E, aparentemente, Emmett também. Mereço.

- Emmett Cullen, dê-me o urso ou contarei tudo a Rose e mamãe quando chegarem das compras! – ameacei irritada. Edward, que assistia a tudo do sofá, riu.

         Carlisle estava na poltrona lendo um livro de medicina e levemente o baixou, levantando os olhos, também divertido. Eu revirei os meus olhos, cansada de como Emm às vezes também é a criança da casa.

- Eu amo ursos, ele é meu! – e apertou mais firmemente ainda o urso. Vi os olhos de botões de o urso saltarem um pouco para frente com sua força e me preocupei – Esme ficaria tão magoada.

- Eu devia... – resmunguei sob minha respiração, dando um passo para frente.

         Ouvi o som de um carro estacionar na garagem de casa e Rose e Esme entraram, cheias de sacolas de compras, sorrindo alegremente.

- Pena que não foi, Bella – disse Rose, dando-me um beijo na testa – da próxima vez irá, não é?

- Se não for na hora que eu estiver estrangulando Emmett, com certeza – eu tinha certo apreço por compras também, afinal, quando não havia irmãs Denali nem Cullens, era somente eu em casa o dia inteiro.

- Como é? – Rosalie postou com raiva as sacolas de compras na mesa de jantar. Esme a imitou, calma, porém.

         Emmett se encolheu um pouco, apertando o urso um pouco mais, agora foi a cabeça que fez um pouco de pressão. Ajeitei meu vestido branco liso que ia até os joelhos, as mangas meio princesa, o laço vermelho prendia meu cabelo numa trança. Tentei pensar nisso ao invés do fato de querer socar meu irmão mais velho.

- O Teddy-Bear é meu! – Emm se encolheu ainda mais. Sei que eu podia contar com Rose para dar-lhe tapas eficientes.

         Esme disse delicadamente: - Emmett seja razoável.

- Largue esse urso Emmett Cullen! – Rose disse bem menos delicada e avançou.

         Acho que foi de nervosismo, mas Emm apertou com tanta força o "Teddy" que sua cabeça voou para o chão e o resto do corpo desintegrou-se em algodão e ex-pedaços de tecido felpudo. Esme cobriu a boca com as mãos, formando um pequeno 'o'. Carlisle levantou-se, pronto para ralhar com o filho. Rosalie parou no ato de bater no marido, fuzilando-o com os olhos. Emmett ergueu as mãos, como quem se rende. E Eddie catou a cabeça do ursinho.

         Eu senti meus olhos enchendo-se de veneno. Tudo bem que eu tenho mais de cinqüenta anos, mas a chama infantil ainda bruxuleia dentro de mim, levemente e com caricias suaves. E, nesse momento, ela aumentou, fazendo uma lágrima pingar, seguida de outras.

- Bella... – começou Emmett, porém eu já estava em prantos.

         Minha visão ficou vermelha e eu me joguei em cima de meu irmão mais velho, dando socos inúteis em seu peito, ele deitado no chão, minhas pernas uma de cada lado.

- Seu idiota, estúpido, insensível, futricado, estrupício, sem cérebro, burro... – e eu poderia continuar meu monólogo sobre a rara inteligência de Emm, entretanto, alguém me puxou pela cintura, postando-me no colo.

         Era Rose, que beijou minha testa, murmurando palavras tranqüilizantes: - Calma, querida, comprarei quantos ursos quiser – passei meus braços por seu pescoço, sentindo a presença reconfortante de minha irmã.

- Desculpa, Abelhinha, eu não queria estragar o Teddy! – pediu Emmett me vendo secar minhas lágrimas. Edward deu um tapa na sua nuca, balançando a cabeça com uma cara de reprovação.

         Saltei elegantemente do colo de Rose e abracei Emmett pela cintura, e, mesmo assim, tive que ficar na ponta dos pés.

- Tudo bem, Emm, você não fez de propósito, eu te conheço bem, irmão tonto – e sorri até a orelha. Ele riu e me jogou nos seus ombros. Eu nunca conseguia ficar muito tempo brigada com ele.

- Puxa, rola tanto drama nessa família, não acham? – Eddie perguntou, olhando para cima como se analisasse todos esses anos.

         Eu dei de ombros: - Não faço idéia do que você está falando – e não fazia mesmo. Essa família? Dramática? Ah, tá.

         Já faz alguns meses que moramos em Forks e aqui com certeza é o melhor lugar que já moramos, tranqüilo, verde e com animais legais. A casa era longe dos humanos, ou seja, podíamos ser como quiséssemos. Às vezes, eu sentava perto do lugar que delimitava nossa área, e um dos lobos passava – e batíamos um papo meio que mental, com ele pensando e eu respondendo em voz alta. A escola – surpreenda-se – até que era divertida. Eu tinha feito uma verdadeira amiga, que não me julgava por ser "diferente", apesar de Jéssichata é muito... Bem, chata!

         No dia seguinte, de manhã, fui até meu closet, escolhendo uma calça jeans, uma blusa de branca de botões pratas, um casaco azul fofinho e botas beges sem salto. Prendi meu cabelo em duas tranças e saltitei para fora do meu quarto com meus livros.

- Vamos logo, família – chiei baixinho. – Rosalie e Emmett Cullen, parem de se beijar, Edward Cullen, pare de tocar esse piano, Carlisle Cullen vai logo trabalhar!

         Todos desceram, rindo.

- Nossa! Cadê a garota do ursinho tristonha de ontem? – Eddie riu, sorrindo para mim. Soprei beijos na sua direção, revirando os olhos.

- Só vamos, seus preguiçosos.

         Já na escola, desci do carro e vi Lucy Yellow do outro lado do estacionamento. Eu não sei direito o que tinha de diferente em Lucinda, minha melhor amiga, mas com certeza ela era diferente, Lucy conseguia transmitir uma onda de calor para nós, era como um chamamento, enviava algo como se eu devesse lembrar, e sua mente era embaçada demais para pegar o teor, às vezes.

         Suas madeixas loiras caiam lisas até os ombros, os olhos eram castanhos e familiares – sempre que os olhava, via aquela garota de dezesseis, aquela que eu vira no espelho, anos atrás. Ela era alta, magra e bonita.

- Tchau, gente – acenei rapidamente para meus irmãos, indo até Lucy e a cumprimentando – Oi, Lucy.

- Bell! – ela riu, me abraçando, minha amiga era muito animada – Achei que não fosse chegar nunca! – ela, sim, era dramática – O sinal já vai tocar e se quer você quer fazer aqu...

- Shhhhh! – cortei ela, sabendo que meus irmãos, ainda encostados ao carro, do outro lado do estacionamento, escutariam perfeitamente. Senti o olhar de Edward queimar na minha nuca – Não fale tão alto.

- Táááá, só estou dizendo que se quer mesmo fazer isso com... ela – sussurrou mais baixo ainda - ... tem que agir logo.

- Eu sei, eu sei – murmurei – Aturei aquela coisinha idiota por meses, nada pode dar errado.

         Lucy concordou com a cabeça: - Eu também aturei! – se defendeu, e sorrimos. Quando o sinal tocou, corremos para nossa aula de cálculo. Foi uma manhã entediante, mas todas as aulas antes do almoço eram com Lucy, então, nos dedicamos a planejar nosso "ataque" a Jéssica Melcolvits. Ela pagaria caro por querer namorar meu irmão – além de nova demais, era exibida e ridícula. Urgh.

         O sinal do almoço tocou, e eu segui o fluxo de alunos indo para o refeitório. Peguei uma bandeja, colocando somente uma lata de limonada e uma maçã, enquanto Lucy empanturrava a sua bandeja, com sua fome humana.

         Alunos de todas as idades se misturavam. Vi Charlotte Lake, do último ano, tomar a mão de seu irmãzinho de sete anos, Peter. Ly e Lia, duas gêmeas de onze anos sentadas em uma mesa com seus amigos de treze e quatorze. As pessoas todas não tinham distinção de idade no almoço, eram todas de uma mesma escola.

         Caminhando em direção a uma mesa vazia, vi a oportunidade, Jéssica passava próxima a Lucy, que piscou e, sem querer-querendo, esbarrou nela. O queijo com os nachos sujaram a blusa de Jéssica, que soltou um gritinho histérico – todo refeitório parou e olhou, e riu de Jéssica Melcolvits. Bem feito. Suas amigas, também cheias de histeria, pegavam guardanapos tentando ajudá-la e segurar as suas próprias bandejas, ao mesmo tempo.

- Oh, querida, me desculpe, eu sinto tanto – disse Lucy, fingindo tão bem que se eu não soubesse teria caído. Segurei a risada, olhando para os meus irmãos do outro lado do refeitório. Vi Rose sorrir orgulhosa – ela adorava ver "mocréias metidas" se dando mal.

- Sua... Sua... Sua anta vesga! – gritou agudo, Jéssica, empurrando a mão de Lucy, que tentava ajudar.

- Para de frescura, Jéssica, deixe-me ajudá-la – disse Lucy, insistindo.

- Não me ajude, sua coisinha, vá para sua mesa solitária com sua amiga de merda! – ela berrou. Alguns do refeitório fizeram "ohhhh" e outros riram – os seguidores de Jéssica. Edward apertou a borda mesa, irritado.

- Segura aqui um instantinho, Lucy – eu disse, entregando minha bandeja para minha amiga. Da própria bandeja de Lucy, peguei uma tigela com macarrão e molho de tomate.

         Virando-me para Jéssica, falei: - Deixe-me mostrar a merda – e o prato de macarronada parou na sua cara, que ficou se fosse possível, mais histérica ainda.

- Aaaaaaaargh – gritou ela – sua biscate putinha! – com certeza o linguajar das pessoas mudava muito com o tempo, imagino como será no futuro distante se, somente agora, o de uma criança de dez anos era assim.

         Rosalie parecia prestes a estapear o ser na minha frente.

- Fale o que quiser, garotinha – sorri quase diabólica, enquanto limpava minhas mãos num guardanapo – não sou eu que tenho a cara coberta com macarrão e a blusa com queijo. Mas encare desse jeito, Jéssica, e pareça mais estúpida e histérica, porém não reclame, você que começou... Afinal – e lhe lancei um olhar astuto, junto de um sorriso – Lucy ia lhe ajudar, ia sim, e você a xingou.

         O refeitório explodiu em risadas. Rosalie aprovava com a cabeça, Emmett ria estrondosamente, e até Eddie curvou os lábios num sorriso. Lucy e eu saímos satisfeitas para nossa mesa.

         Nada melhor que humilhar aquela cadela.


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