Little Princess escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 17
O Poder de Tom




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Capítulo 19 – O poder de Tom

Pov's Bella:

-... e, por esse motivo, os leões da montanha são os meus favoritos, você deve me achar estranho, né? – riu Edward, sentado em uma pedra, olhando em expectativa para mim.

         Eu ignorei totalmente. Por vezes, Carlisle nos mandava nessas "caças", juntos para ver se conseguia fazer com que "fizéssemos as pazes" – como criancinhas no pré. Sem nenhum argumento, eu ia junto a Eddie, que sempre tentava puxar assunto.

         As horas tornaram-se dias, e os dias tornaram-se semanas – já devia ter, pelo menos, cinco meses que eu não dirigia uma palavra a Edward, e, bizarro, ele continuava tentando falar comigo.

         Depois de algum tempo, quando percebeu que eu não ia falar, começou a conversar comigo como se eu fosse muda: contava as coisas, animado, sorria para mim, brincava – eu fazia questão de ignorar essas coisas.

         Eu queria muito voltar a falar com ele, muito mesmo. No entanto, a única coisa que eu queria ouvir, que Eddie ainda não parecera se tocar era o que ele nunca falava – desculpe-me.

         Agora morávamos em uma cidade no norte do Canadá, na parte francesa, Louvre. Era bem frio, nunca tinha sol e falávamos somente francês – e eu gostava daqui. Não sei por que, só era... Agradável.

         Acho que papai, tentando me "subornar a falar com Edward" me deixara não ir a escola dessa vez, e meu irmão – eu não comentava isso em voz alta – também na ia, aproveitando a oportunidade de ficar comigo e Esme todo tempo que perdeu.

- Bom, Esme provavelmente está preocupada conosco, Bella, vamos voltar – ele comentou levantando-se.

         Olhou para mim, como que esperando que eu fizesse algo além de ficar sentada na neve – há, tipo o que, subir nas suas costas? O pior era que eu queria.

         Suspirei, soltando baforadas de ar gelado, e levantei-me caminhando ao lado de Edward. Ele olhou de esguelha para mim e sorriu torto, antes de começar a correr. Eu bem que tentei ficar parada, mas todos os meus instintos e sentidos me diziam para ir atrás, tipo pega-pega – tipo como tudo era legal antes.

         No meio do caminho, isso começava, seriamente, a me irritar, entretanto, fomos abordados. Uma sombra veloz passou pela nossa frente, quase decepando Edward. Paramos, era uma clareira semi-aberta, com árvores cheias de neve em volta.

         Respirávamos pesadamente, como humanos com falta de ar, o que era impossível, claro. A sombra que passara da nossa frente parou, a alguns metros de distancia, perto de nós.

         Era um homem altíssimo de ar selvagem. Seus cabelos eram negros e espetados para todos os lados, seus olhos eram de um intenso vermelho – quase pulei para frente e o estraçalhei ali mesmo, todos de olhos vermelhos significavam problemas -, pele branca como a neve no nosso chão. As roupas eram velhas, sujas e rasgadas, como se tivesse rolado por aí.

         Milésimo depois, outro pessoa parou ao seu lado, uma mulher, provavelmente sua companheira. Era igualmente alta, de cabelos tão escuros que com a pouca luz pareciam vinho roxo – estranho – os olhos também eram vermelhíssimos. Sua roupa parecia mais nova, um vestido muito, muito, curto e salto alto, sem nenhuma dificuldade de usar isso na neve.

- Olá – sibilou o homem, cinicamente amigável.

         Edward me pegou no colo dele, como uma criança que pede colo, e não sei no que isso poderia ajudar, já que assim não poderia lutar, só acho que ele quis, sei lá, me proteger – se a situação não fosse critica, eu o teria perdoado agora.

- Sou Bill – vampiros só tinham nomes estranhos? – e essa é minha companheira, Rachel – ah, alguém tinha que ter um nome normal na relação.

- Sou Anthony e esta é Marie – Edward devolveu – e é só isso que precisa saber.

- Ora, sem hostilidades, vampirinho – riu Rachel – afinal, não fizemos nada.

- Ainda – murmurou sorrindo de lado, Bill.

         Olhei sombriamente para esses dois. Vampiros nunca queriam coisa boa, ainda mais quando viam uma criança imortal, sempre pareciam querer ir correndo contar aos Volturi – que já sabiam do caso.

- Marie, não é? – indagou Bill e continuou antes que eu pudesse responder – Mas você é uma criança muito bonitinha, sabia? Talvez queira ficar conosco por uns tempos.

         Maldição, vampiros e suas brincadeiras eternas, por que não vão arranjar – e perturbar – alguém que tenha um corpo formado? Que sarnas...

- Thony não deixa – respondi, tentando fazer minha voz parecer inocente, como se fosse uma criança ainda, de mentalidade pequena. Como se fosse fraca.

         Edward pareceu entender o jogo: - Acho que eu e Marie já vamos.

- Eu acho que não – disse Rachel, e partiu para o ataque.

         Foi tudo muito rápido. Rachel correu e tentou morder meu braço, Edward girou comigo no colo, e quando Bill veio pela retaguarda me jogou para um galho de árvore acima de nós, antes de fazer uma estranha manobra para desviar do vampiro.

         Em cima da árvore, joguei-me em Rachel, que nem teve tempo de reagir antes de eu mordê-la no vão de seu pescoço, deixando uma marca eterna. Quando Bill veio para cima de mim, furioso, toquei seu braço – e senti um novo dom, que há muito tempo esteve adormecido.

         Um choque elétrico, forte, percorreu o corpo do vampiro – o dom de Kate Denali, santa Mãe, obrigada! Ele ajoelhou-se em minha frente, com dores. Rachel levantou-se, o veneno ainda pinicando, e avançou.

         Edward apareceu de repente e segurou-a pelos cabelos, girando-a e jogando-a longe. Bill, com esforço sofrido, largou dos meus dedos elétricos e foi atrás da companheira.

         Ambos levantaram, cansados e humilhados.

- Vocês vão ver só – rosnou as palavras Rachel, a que mais parecia humilhada.

         Quando estavam prestes a correr, porém, eu comecei a tremer inteiro, como se estivesse convulsionando, meu corpo tremia horrores – eu sentia a força passar pelos braços, pernas, por todos os lugares de mim.

         Eu não sei exatamente como aconteceu, mas, no instante seguinte, Rachel e Bill estavam no chão, sendo consumidos por chamas, aparentemente morriam mesmo sem ter sido desmembrados. A neve a sua volta derretia lentamente, e, aos poucos, seus corpos de mármore viraram coisas retorcidas e estranhas.

         Meu corpo parou. E eu odiava aquela sensação de que sabia tudo do meu poder: ele controlava o fogo, fazia chamas aparecerem. Eu tinha clonado ele de Tom (N/A: lembram-se dos primeiros capítulos, onde três vampiros aparecerem 'Tom, Mário e Kath), eu quase se esquecera do trio, pois fora há muito tempo... Era um poder que me fazia sentir mais poderosa do que nunca, como se eu pudesse queimar todos os vampiros maus.

         Não era a toa que só despertara agora – só não fazia sentido porque Tom não usara naquele dia, para matar a mim e Carl.

- Bella? – chamou Eddie, um pouco atrás de mim.

         Ao ouvir sua voz, doce e preocupada, quase o abracei, todavia, meu corpo não mexeu um músculo.

- Acho que... – ele hesitou, olhando nos meus olhos – Obrigado, você salvou a nós dois. No final, não sou eu que tenho que te proteger Bê, você faz isso muito bem sozinha... Mas sempre será minha irmãzinha e eu nunca mais vou fazer você sofrer. Sinto muito. Por tudo.

         Eu sorri e abracei com força, meu irmão Eddie voltara, finalmente. Ele não viu as lágrimas de veneno que pingaram do meu queixo, então, sequei—as rápido.

- Agora – eu disse olhando para as árvores que levavam para casa – acho que devemos voltar, mamãe deve estar "ai, por que não voltaram? Uma caça não é tão demorada, e blá, blá, blá" – nós rimos.

         Eu pulei em suas costas, rindo, ele sorriu para mim: - Up, up, cavalinho, up, up!

         Ele gargalhou mais enquanto corria, desviando com graça das árvores e parando em frente de casa. Entramos brincando e nos empurrando, e encontramos uma Esme Cullen furiosa – não completamente, ela não conseguia.

- Por que demoraram tanto? Fiquei preocupada algo poderia ter acont... – mas ela parou ao nos ver sorrindo, perto um do outro. Esme sorriu – O dia não está bonito?

         Rimos mais com sua maneira de tentar desviar o assunto.

- Ei, Bella, quero ver você dançando – disse Eddie seriíssimo – Nossa mãe vem nos falando todos esses meses que você é incrível, mas sempre que chegava perto do estúdio você parava de dançar, era frustrante.

         Sorri de orelha a orelha para ele: - Vem, Eddie-Tadinho-Cullen, vou lhe mostrar como se dança de verdade.

         Ele e Esme riram.

         Ter uma família era uma coisa boa, e eu ficava feliz de ter a minha – finalmente, inteira.

         Eu ainda sorria quando tinha parado de dançar para meu irmão, que aplaudiu.


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