Little Princess escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 12
Esme Anne Platt




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Capítulo 13 – Esme Anne Platt

Pov’s Esme:

         Minha vida nunca foi fácil.

         Assim que nasci, meu pai já parecia ter planos. Minha mãe gostava de comprar vestidos e fitas para mim, dizendo que eu tinha de ficar bonita, principalmente quando eu tinha quinze ou dezesseis anos.

         Quando quebrei a perna, eu vi a pessoa mais linda da minha vida no hospital, o Dr. Carlisle Cullen, ele não parecia ter trinta anos, mas dizia que tinha, enquanto sorria e cuidava de mim. Senti-me feliz naquele momento.

         Porém, em casa, apanhei muito, porque eu devia ser uma dama e não um moleque subindo em árvores. Lembro que um dia minha mãe me enfeitou mais do que nunca.

         Nesse dia eu conheci meu noivo. Meu marido mantinha uma imagem, em público, era jovial, amava a esposa e a vida – em casa, era mal humorado, emburrado e me batia.

         Quando ele foi pra guerra, senti um alivio imenso, em casa estava somente eu e as empregadas – elas, sim, eram gentis comigo. Para minha profunda tristeza, ele voltou, vivo. A única coisa que me deixou feliz foi: eu estava grávida.

         Sempre tinha sonhado em ser mãe, por mais que fosse daquele, argh, marido asqueroso. E ficar grávida tinha sido a desculpa perfeita – Mariah e Leila, parabenizando-me e incentivando, prepararam uma malinha e uma fronha com comida.

         Peguei um cavalo – se eu pegasse um carro, há quem notasse – e montei. Fugi para Colombus, em Ohio. Escondi-me em uma casa para viúvas, fingindo ser uma. Quando meu bebê nasceu, dei o nome de Charles Platt, afinal, eu era Platt – e não... Ah, nem gostaria de lembrar.

         E meu mundo desmoronou três dias depois, Charles tinha morrido de infecção pulmonar.

- Acontece às vezes, querida, ninguém sabe por que – dissera a velha senhora que fizera meu parto.

         Perto da casa das viúvas, tinha o mar e um precipício – tinha oportunidade melhor? Fiquei na ponta e saltei, gritando, quando atingi a água um choque percorreu meu corpo e senti uma dor acentuada nas costelas.

         Antes de cair na inconsciência, eu um borrão dourado na água e apaguei. Sei que acordei deitado em algo macio e o teto era branco, era difícil respirar e sentia algo quente pelo meu corpo, entre minha visão turva vi sangue.

- Al... guém – sussurrei – Me... aj... ude.

- Calma – disse uma voz tranqüilizadora. Vi cabelos loiros e depois ele sumiram de minha visão.

         Alguém beijou delicadamente meu pescoço – era um beijo delicioso – e depois, quase hesitante, o mordeu.

         A dor era... Indescritível. Parecia que tinha me feito cair num caldeirão de magma fervente e depois me colocado na mais gelada tempestade, passavam mil facas por meu corpo, eu estava consumindo em chamas, o veneno mais forte – tudo, tudo que você conseguir imaginar que seja doloroso estava ali.

         Agarrei a borda da cama que eu estava deitada, ou seja lá onde fosse. E não soltei, segurei firme o tempo que a dor durou. Com o tempo, percebi que ia levemente diminuindo a queimação na ponta dos dedos – mas na garganta e no coração ainda era muita.

         Uma vez ou outra ouvia passos, leves, surpreendi-me quando vi que conseguia distinguir três passos: um mais firme, um que quase não tocava o chão e, por fim, um tão delicado, que não percebi até parecer que estivesse do meu lado.

         Algumas vezes soltei um gemido ou, até, um grito de dor.

         Dei o maior grito quando percebi que a parte do meu coração queimava tanto, mas tanto, que parecia que ia saltar para fora – e parou.

         Quando abri os olhos, o mundo era colorido como nunca. Mas meus olhos viram olhos dourados, grandes e curiosos.

Pov’s Bella:

         A mulher se chamava Esme, de acordo com papai.

         Ela era linda. Tinha cabelos cor de mel, rosto em formato de coração e pele branquinha – mas Esme estava sempre de olhos fechados, e eu não soube a cor deles.

         Fez sol durante os dias de sua transformação, então permanecemos em casa, o que foi bom, porque eu não queria ouvir gozações na escola.

- Pai – chamou Edward ainda naquele dia que descobrimos Esme – sabia que na escola...

         Percebendo o que ele ia falar – como um garotinho dedo duro – fui rápida e tapei sua boca. Sorrindo inocente, terminei sua fala: - Sabia que na escola tem batatas no almoço? Se fosse humana, sei que teria adorado.

         Se Carl percebeu algo, não demonstrou. Percebia-se que ele estava preocupado com Esme, mas seus olhos já estavam negros, ele não tinha caçado nem mesmo antes de achá-la, imagine depois de dois dias e meio.

- Carlisle Cullen – falei na madrugada do terceiro dia – você vai caçar, agora.

- Não posso Princesa – ele replicou – se Esme acordar e...

- E encontrar você assim, de olhos negros, vai pensar o quê? – interrompi – É óbvio que você a ama e se quer que ela ame você, tem que estar impecável. Vai caçar!

         Ele suspirou, mas levantou-se e saiu de casa. Edward estava na sala lendo um livro de medicina e eu fiquei no quarto de visitas, ao lado de Esme.

         Eddie correu para cima quando o coração dela parou.

- Acabou – ele decretou.

         Assenti imperceptivelmente. Esme lentamente piscou, os olhos vermelhos vividos como nunca, sua pele mais branca e mais bela do que antes.

         Ela olhou para mim, e eu pisquei meus olhos, ainda dourados meio âmbar, curiosa. O que estaria pensando? – me senti tentada a tirar meus escudo e ler seus pensamentos, mas deixei assim.

- Onde... Onde estou? – Esme perguntou.

- Em Colombus, Ohio – respondeu Eddie educadamente, devia saber como ela estava confusa.

- Quem são vocês? – ela olhou para nós – Nunca vi vocês por aqui.

- Sou Bella Cullen – respondi numa voz tranqüila e meiga – e esse é meu “irmão”, Eddie.

- Eddie? – perguntou Esme, sorrindo levemente.

- Edward – corrigiu Eddie olhando para mim reprovador, como se eu só a estivesse confundindo mais.

         Esme mordeu o lábio inferior, nervosa.

- Nenhum de vocês tem cabelos loiros – ela murmurou, e olhou envergonhada para nós quando percebeu que tínhamos ouvido.

         Eu ri: - Deve estar falando de nosso pai, Carlisle.

- Dr. Cullen? – surpreendeu-se Esme e diante do nosso, ou pelo menos meu que não lia seus pensamentos, explicou – Ele cuidou de mim quando eu tinha quinze anos, há onze anos, quando quebrei a perna.

         Bati palminhas.

- Isso é tããão romântico! – exclamei.

         Esme me olhou envergonhada, mas sorrindo. Edward revirou os olhos.

- Ignore minha irmãzinha, ela se anima demais, às vezes.

         Mostrei-lhe língua.

- Sou mais velha que você, Eddie, não se esqueça disso nem por um segundo – reclamei.

- Bê, você me lembra disso pelo menos cinco vezes ao dia – Eddie riu – Já sei, você é vinte e oito anos mais velha, mas não na aparência.

         Fiz carranca.

- Como isso é possível? – questionou Esme, num instinto maternal ela tocou meu rosto, como uma mãe que avalia melhor o filho – Ela não deve ter mais que dez ou onze no máximo.

         Tentei não ficar brava, afinal, ela não sabia de nada disso, ou nada sobre meu passado – ou meus segredos.

- É... Bom, papai poderá explicar isso melhor, tenho certeza – sorri.

         Carl entrava pela porta da frente e seu cheiro impregnava a casa. Esme sorriu boba, como que deliciada com o fato de que papai estava aqui.

         Pour l'amour de Dieu, comment romantique!*


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Notas finais do capítulo

*Pelo amor de Deus, que romântico

Éééé, Bellinha fluente no inglês britânico e americano, italiano e francês - Invejaaaaaa que sinto (sou burra até para espanhol, abençoado Google Tradutor).

Beijokas.