Meu Namorado Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 4
Surge um plano


Notas iniciais do capítulo

Ha ha!

Espero que gostem desse capítulo!



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“Como assim não vamos estar aqui?” Perguntei sem entender. “Eu... Não vou a lugar nenhum.”

“Vai sim.” Confirmou ele como se estivesse com completa certeza disso.

“Não, não vou.” Falei cruzando os braços. “Muito menos com você.”

“Deixa eu esclarecer os fatos.” Disse ele me fuzilando com os olhos. “Você vai, e vai comigo. Não estou dando a mínima se você gosta ou não disso.”

“De onde veio isso?!” Estava completamente irritada com ele. De novo! “Como assim você chega do nada e fala que vamos viajar?!”

Ares olhou para os lados como se tivesse medo que alguém ouvisse aquilo. Ele levantou do sofá e foi para perto de mim. Eu permaneci parada esperando para ver o que ele faria.

“Eu tenho... Um plano.” Disse ele. “E esse é um plano que você não vai atrapalhar, sacou? Se você fizer isso dar errado eu juro que te esmago várias e várias vezes só para ver você sofrer.”

Seus olhos de fogo encontraram os meus, e eu engoli em seco. Odiava ficar com medo dele, mas quando estava muito perto era quase inevitável.

“Ótimo.” Sorriu ele ao notar isso. “O plano é o seguinte.”

Ele contou para mim. Houve um momento de silêncio.

“O que?!” Exclamei.

“Você ouviu.” Disse ele.

“Eu não vou...!” Tentei protestar, mas Ares me interrompeu.

“Olha, nós já vimos essa cena várias vezes. Mas tudo bem. Vamos imaginar como ela aconteceria de novo.” Disse ele contando nos dedos. “Primeiro, você diz que não, e eu falo ‘dane-se’. Segundo, eu te ponho encima do meu ombro e te levo a força para viajar, enquanto você fica batendo nas minhas costas achando que isso vai me machucar ou coisa parecida. Terceiro, você tenta fugir, mas eu te pego novamente.”

“Quarto, eu conto tudo para Zeus e você está ferrado.” Contei no meu próprio dedo.

“Quinto, eu digo que você me ajudou no plano. Sexta, você nega, mas acaba arrumando confusão comigo. Sétimo, nós dois ficamos mais 100 anos juntos, e dessa vez não vai ter nenhum outro plano melhor.” Ele continuou contando. “E aí? Quer mesmo dizer que não e seguir todo esse cronograma?”

Engoli em seco. Droga, ele tinha razão. Mas... Eu não... Argh!

“Mas...! Ele não é idiota.” Falei tentando evitar a idéia. “Você acabou de contar o plano. Ele deve ter ouvido... Não é?”

“Não.” Disse Ares. “Ele é todo ocupado. Esse negócio de ouço tudo e vejo tudo, é só para parecer que ele é super atento, mas na verdade não ouviria o meu plano nem se eu contasse ele na porta do Olimpo.”

“Ele pode não ouvir nem ver tudo, mas não é idiota!” Exclamei. “Ele vai ver que isso é fingimento.”

“Então é melhor nós fingirmos bem.” Insistiu ele. “Eu não gosto nem um pouco disso, mas seja franca. Tem jeito mais fácil de provar para ele que nós nos damos bem?”

Fiquei muda.

“Te-Tem sim.” Disse hesitante.

“Ótimo. Estou aberto a novas idéias. Pode contar para mim.” Falou ele cruzando os braços e esperando eu dizer algo.

“Ahm... Nós... É...” Eu queria ter uma idéia. Queria freneticamente ter um idéia naquele momento, mas nada me vinha a cabeça. “Deve ter algo melhor que isso!”

“Não tem, e nem você consegue pensar.” Disse ele triunfante por ter uma idéia boa, mas ao mesmo tempo irritado com a tal idéia.

“Fala sério!” Exclamei indo para o sofá só para ficar longe dele. “Fingirmos ser um casal?! Olha só para nós dois! Só não nos matamos, porque somos imortais. E também porque Zeus disse que se nós fizéssemos isso, o castigo ia dobrar.”

“Finja, idiota! Seja uma musa de Apolo que preste, e use o seus malditos dons artísticos!” Disse ele me seguindo.

“Você mesmo disse que eu não tinha dons artísticos!” Rebati.

“E você disse que não sabia tocar violão.” Rebateu triunfante. “Viu?”

Parei para pensar.

“Que viagem é essa? Digo... Para onde vamos?” Perguntei.

“Dá para ir de carro. Umas... 6 horas eu acho.” Falou ele pensando naquilo. “Vamos para um hotel fazenda... Coisa do tipo. Um lugar para casais felizes.”

Ele disse “casais felizes” como se estivesse prestes a vomitar.

“Tem... Tem certeza que isso vai dar certo?” Perguntei vendo que não teria jeito. Ele não ia aceitar um “não” como resposta. “Porque se eu tiver que ficar 2 semanas fingindo gostar de você a toa, eu juro que...!”

“Não! Vai dar errado! Eu só quero é ficar 2 semanas com você fingindo ser seu namorado! O que você acha, retardada?!” Rebateu ele em sarcasmo.

“Você insuportável!” Retruquei. “Eu só te fiz uma pergunta. O mínimo que podia fazer era responder direito!”

“Uma pergunta tão estúpida nem mesmo merece uma resposta.” Queixou-se. “Aprenda a usar o cérebro, idiota.”

“Pelo menos eu tenho um.” Comentei revirando os olhos.

“O que quer dizer com isso?!” Exclamou ele dando um passo em minha direção. “Você tem muita sorte, Alice Kelly, de precisar de você para por fim nesse maldito castigo, porque se não fosse por isso...!”

“Você também não iria fazer nada! Ou você se esqueceu das ordens do seu papai, hein?” Lembrei-o, o que só fez Ares ficar com mais raiva ainda.

Ele puxou a gola da minha camisa, e me levantou no ar. Meus pés balançaram. Tentei chutar a cara dele, mas não consegui.

“Me solta!” Exigi.

“E agora? O que vai fazer?” Perguntou me encarando. “Anda! Continua falando, Filhinha de Hermes! Para onde foi a sua coragem?!”

“Está aqui!” Mordi a mão dele, e Ares gritou me deixando cair no chão.

“Você já era!” Berrou com raiva.

Antes que eu pudesse desviar, Ares me chutou e eu fui parar do outro lado da sala. Ele avançou com seus punhos cerrados, mas eu rolei e me pus de pé. Peguei a bolsa mágica que tinha ganho de Hermes e dela tirei o meu arco e flechas.

“Pode vir!” Falei mirando na cabeça dele. “Me ataque e prove como nós podemos parecer um casal feliz!”

Ares fez surgir a espada dele e a apontou para mim.

“Se isso não der certa, a culpa vai ser sua!” Disse com raiva. “Agora chega de arrumar confusão! Você vai de qualquer jeito.”

“Eu não vou!” Insisti.

“Então está dizendo que prefere passar 50 anos comigo?” Perguntou ele rindo. “Ah! No fundo eu sabia que você gostava de mim.”

Meu rosto ficou vermelho em uma mistura de raiva com verginha.

“Não é nada disso! Eu só não quero fingir ser sua namorada!” Protestei.

“Não é o que parece.” Comentou ele só para me irritar.

Abaixei a mira, mas continuei fitando ele com raiva. Ares tinha seu sorriso torto e maldoso no rosto mais uma vez, e eu simplesmente odiava aquilo! Não tinha pessoa mais insuportável, mais irritante, mais idiota do que ele no mundo.

Mas... Ele infelizmente tinha razão. Se conseguíssemos enganar Zeus, nós dois poderíamos nos livrar um do outro para sempre. E para mim... Aquilo bastava.

“Escuta... O único motivo... O único motivo mesmo... Pelo qual eu vou fazer isso é, porque assim vou poder ficar livre de você, entendeu?” Reforcei a idéia. “Eu não gosto de você, e muito menos da sua companhia.”

“Digo o mesmo.” Falou ele fazendo a sua espada sumir. “Namoradinha.”

“Não me chame assim!” Protestei fechando os olhos com raiva. “Meu nome é Alice. Se quiser me chamar, use ele.”

“Eu te chamo do jeito que eu quiser.” Falou ele sentando-se no sofá e ligando a TV como se nada tivesse acontecido. “Agora vai fazer alguma coisa em outro lugar, certo?”

Eu ia responder a ele com todas as letras o que ele devia fazer, mas Apolo chegou na mesma hora, e eu tive que ficar quieta.

“Ah! Você já está aqui?” Perguntou Apolo desapontado. Ele olhou para e depois franziu o cenho. “O que houve?”

Olhei para a minha camisa que tinha uma marca de pisada, proporcionada pelo chute de Ares.

“Nada. Eu só... Caí.” Comentei tentando limpar e ao mesmo tempo fuzilando Ares com os meus melhores olhares de raiva.

“Não parece que você... Ahm... Deixa.” Apolo notou que era melhor nem comentar. “O que você quer fazer?”

“Eu? Sei lá.” Respondi. Foi aí que eu vi o violão no chão. “Ah! Você não viu o que eu sei fazer!”

Corri até lá e peguei. Sentei-me na poltrona desconfortável e comecei a tocar “Back to december” da Taylor Swift. Apolo sorriu feliz.

“Eu não disse?! Sabia que você conseguia! Sabia que tinha um talento, Alice! As musas são sempre assim.” Disse ele comemorando.

“Quantas musas você tem?” Perguntei assim que a dúvida surgiu em minha mente. Apolo parou para pensar.

“Ahm... Acho que só você.” Respondeu. “A última foi embora há séculos atrás.”

“June.” Disse Ares franzindo o cenho. “O que aconteceu com ela mesmo?”

“Ah! O que você acha?!” Respondeu Apolo com raiva de repente. Ele sentou-se no sofá de um jeito dramático, mas real.

“O que aconteceu?” Quis saber.

“Ah!” Exclamou Ares se lembrando. “Ela não se juntou ás...?!”

“Sh!” Fez ele. “Foi! Foi isso mesmo! Ninguém merece...”

“O que?!” Quis saber.

Ares riu e olhou para mim.

“Ele não vai me deixar contar. Vai ficar irritadinho. Odeia perder para ela.” Disse.

“Perder o que para quem?” Perguntei.

“Posso?” Perguntou Ares sorrindo para Apolo.

“Não! Não dê idéias para ela!” Repreendeu Apolo.

“June se juntou as caçadoras.” Contou Ares ignorando os pedidos dele.

“Que caçadoras?” Perguntei ainda sem entender.

“As caçadoras de...” Ares foi interrompido.

“Cala essa boca!” Exclamou Apolo. “Alice, não tem nada que você deva saber sobre elas. Nada mesmo. Fique longe das caçadoras, antes que elas façam lavagem cerebral em você, ou coisa do tipo.”

Franzi o cenho.

“Ahm... Eu nem sei quem elas são, mas... Tá né.” Respondi.

“Ártemis.” Disse Ares olhando para a TV.

“Ártemis é...” Tentei me lembrar. Olhei para Apolo que estava a ponto de espancar Ares por ter falado demais, e depois entendi. “A sua irmã? A deusa da Lua.”

“Sim!” Respondeu Apolo em um resmungo. “Sempre com essa historinha de homens são ruins, ou garotas não precisam de companhia masculina. Que droga! June foi embora por causa desse complô contra mim.”

“Ela não disse que nunca ia ficar com nenhum homem? Não me lembro muito bem de Ártemis...” Murmurei tentando buscar algo em minha memória. “Ela é a deusa da caça... Por isso tem caçadoras, né? Você tem musas.”

“É. E eu gosto quando elas ficam comigo, e não se aliam ao time da minha irmãzinha.” Comentou Apolo revirando os olhos.

“Irmãzinha? Mas vocês não são gêmeos?” Estava confusa.

“Eu nasci primeiro.” Disse Apolo pulando do sofá de animação.

“Nasceu nada! Esses dois cabeças ocas discutem isso um com o outro desde que nasceram! Ártemis nasceu primeiro, mas ele não quer admitir isso. Aí ficam brigando o tempo todo, e competindo em tudo.” Falou Ares revirando os olhos. “Ele está feliz por poder contar a versão dele para você, antes de Ártemis.”

“Mentira! Eu é que nasci primeiro!” Protestou Apolo. “Se você visse ela, iria concordar.”

“Ok. Acho que se eu tiver que vê-la, tem que ser longe de você.” Comentei. “Se não os dois vão ficar discutindo o tempo todo.”

“Bem pensado.” Disse Ares.

“Vocês são muito injustos! Alice! Você não pode acreditar nessa história! Eu é que nasci primeiro!” Protestou Apolo magoado.

“Mentira.” Comentou Ares em um suspiro.

“É verdade! Verdade! Verdade! Verdade!” Ele estava batendo o pé no chão como uma criança pequena. Não pude deixar de rir.

“Tudo bem... Nascendo antes ou depois, isso não muda nada. Foram o que? Segundos a mais ou a menos? Você tem a mesma idade para mim.” Falei.

“Obrigado.” Sorriu ele feliz. “Pelo menos a mesma idade é melhor do que mais novo.”

Apolo e eu ficamos tocando violão por um tempo, enquanto Ares assistia TV. Nós conversamos sobre músicas que achávamos legais, e vimos que o meu gosto musical era bem parecido com o dele. Nós gostávamos daqueles rocks antigos. Não os que Ares ouvia (se bem que eu não tinha nada contra eles, desde que não estivessem no último volume), mas rocks do tipo de Elvis, ou dessas bandas dos anos 60.

Os Beatles.

Here comes the Sun... Tchururururu. Here comes the sun, and I say…” Cantou Apolo tocando no violão.

It’ s all right.” Cantei só essa parte. Eu acabei rindo. “Sempre que eu ouvir essa música agora eu vou lembrar de você.”

“É uma música bonita. Combina com um cara bonito que nem eu, não é?” Sorriu ele. Convencido...

“Ah, continuem. Adoro ouvir essas músicas chatas, enquanto vejo TV.” Resmungou Ares.

“Você nunca está feliz, não é mesmo?” Reclamei.

“Que música te faz lembrar o Ares?” Perguntou Apolo.

“O que?” Eu e ele perguntamos ao mesmo tempo.

“Uhm... Deixa eu ver...” Apolo parou para pensar, e depois sorriu para mim. “Mean!”

“Mean... Da Taylor Swift?” Perguntei, mas logo depois eu notei que a letra realmente combinava com ele. “Tem razão!”

“Aaah, é sério?!” Queixou-se Ares. “Taylor Swift?!”

“O que posso dizer? Combina com você.” Sorriu Apolo.

Ares se virou no sofá e olhou para ele.

“Então eu acho que o Village People combina com você. Estamos quites agora, Macho man?” Zombou Ares.

“Ei! Isso não combina comigo!” Protestou Apolo.

“Depois do que você fez com aquele desenho, eu desconfio um pouco...” Comentou Ares se virando novamente para a TV.

“Eu já falei que não fiz isso porque parecia com você!” Berrou Apolo com o rosto vermelho. “E também... Era eu no desenho! E...! Ah! Seu chato.”

Depois de algumas outras músicas, Apolo foi embora. Ainda eram só 9 da noite, mas eu resolvi que tentar dormir seria melhor que ficar ao lado de Ares. Subi as escadas, entrei no meu quarto, coloquei meu pijama (uma camisa laranja de mangas curtas, e um short), e fui dormir.

E eu nem tinha noção do que ia acontecer no dia seguinte...


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Notas finais do capítulo

Tam tam tam taaaaam!

O que vocês acham que vai acontecer no dia seguinte?

Espero por reviews!



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