Meu Namorado Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 32
Cherry


Notas iniciais do capítulo

Estão mortos de curiosidade para saber o que acontece nesse capítulo, né?

Aqui vamos nós...



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POV Ares.

Abri os olhos devagar. Estava afetado pelo sono ainda, por isso o máximo que consegui fazer foi deixar meus olhos cerrados. Olhei para o lado, e vi que Alice ainda estava dormindo perto de meu braço direito. Sorri sonolento.

- Uhm... – Gemeu ela com sono, mas aos poucos foi se mexendo do meu lado. Alice chegou um pouco para cima, ainda com os olhos fechados. Agora ela estava bem do meu lado. Um sorriso doce e suave estava estampado em seu rosto.

Toquei seus fios de cabelo com os meus dedos, e seu sorriso aumentou. Ela tentava afundar cada vez mais na cama, como se fosse um gato. Aquilo era engraçado.

- Acorda... – Falei com a voz falhada por causa do sono – Vai. Levanta...

- Ah... – Fez ela com a voz falhada também. Alice abriu os olhos devagar e olhou para mim. Assim que me viu, ela fechou os olhos novamente. Seu sorriso voltou – Ares...

- Sou eu. – Sorri involuntariamente. Ela estava tão engraçada daquele jeito, que dava até vontade de rir – Estou aqui... Do seu lado.

- Uhm... – Sorriu ela – Eu estou vendo...

Tive vontade de rir novamente, e essa vontade só aumentou quando Alice deu um pulo da cama e ficou sentada. Ela tateou rapidamente seu corpo e olhou para mim.

- Você... – Falou ela.

- Eu... – Confirmei esticando a mão e arrumando uma mexa de seu cabelo para trás da orelha, mas ela me deu um tapa na mão – Ai! O que...?

- Não toque em mim. – Falou ela com o rosto vermelho – Me diga... Por que eu estou dividindo a cama com você?! E... Onde estão as minhas calças?! E... Por que está sem camisa?!

- Você... – Tentei responder, mas ela não me deixou.

- Nojento! – Exclamou me dando uma linda cotovelada no estômago. Aquilo não doeu muito, mas me pegou desprevenido. Fiquei sentado na cama, enquanto Alice se levantava – Qual é o seu problema?!

- Qual é o meu problema?! Você ainda pergunta?! – Ela se virou para mim com um olhar irritado, mas seu rosto continuava extremamente vermelho – O que...?! – Sua voz falhou um pouco, mas ela logo terminou a frase -... Aconteceu?

Ah, é. Ela tinha voltado ao normal. Tinha me esquecido que aquilo aconteceria, mas resolvi que não ia ter muito problema. Afinal, não aconteceu nada demais mesmo.

- Nada. – Respondi encolhendo os ombros – Nós só dormimos juntos.

Opa.

O queixo de Alice caiu. Eu odiava quando minhas frases acabavam saindo com duplo sentido... Droga.

POV Alice.

Eu não sabia o que dizer. Eu abri a boca algumas vezes tentando perguntar ou falar alguma coisa, mas a minha voz não saia. Tudo bem... Ares devia estar me zoando. Ele tinha que estar me zoando, porque eu me recusava acreditar que aquilo era verdade, mas... Eu não conseguia lembrar o que eu tinha feito ontem, droga!

- Não... Nós não... – Ares tentou explicar. Ele estendeu a mão em sinal de “espera”, mas eu não queria ouvir o que ele tinha a dizer. Joguei uma almofada contra ele com força e me afastei da cama.

- Fique longe de mim! Não... Toque em mim! Seu nojento...! – Exclamei com a voz falhando. Meu rosto ardia. Neguei com a cabeça – Não... Isso não aconteceu. Não mesmo! Não tem jeito de nós... Não!

- Sua lesada! Quer parar para eu explicar a situação?! – Berrou ele irritado – Nós dois só ficamos juntos...! Droga. Isso também tem um duplo sentido...

- Tudo tem um duplo sentido vindo de você! – Exclamei com raiva – Seu nojento! Tarado! Pervertido! Abusado! Cretino! Doente!

- A culpa disso tudo foi sua! – Berrou ele por cima da minha voz.

Avancei na direção dele com os punhos cerrados e com um olhar de raiva.

- Você ainda tem a cara de pau de olhar para mim e dizer que a culpa é minha?! – Berrei irritada – Repete... Repete isso, Ares!

 - Repito. – Ares deu um passo na minha direção ficando á centímetros de mim, e falou a voz mais alta que ele conseguiu – A culpa foi sua, Alice Kelly!

Dei o soco mais forte que consegui em sua barriga, e pude ver que aquilo tinha doído. Só que minha mão também ficou doendo. Eu me afastei, e Ares pôs a mão sobre a sua barriga. Segurei o meu punho controlando a dor, e ele chegou perto de mim de novo.

- Quebrou a mão ou algo parecido, é? – Falou ele com um tom de divertimento por ver minha dor.

- Fique longe de mim! Não é da sua conta! – Exclamei irritada. Ele revirou os olhos e chegou para trás. Eu ainda estava negando com a cabeça – Nós dois...! Eu não acredito que...!

- Não aconteceu nada, lesada! – Exclamou Ares.

- Não me chame de lesada! Você deve ter feito alguma coisa, porque eu nunca em sã consciência dormiria com você! Seja lá em qual sentido for! – Exclamei irritada.

- Você não estava em sã consciência. – Falou ele – Eros te acertou, e você olhou para mim, benzinho. É a vida.

- É a vida?! – Exclamei virando-me para ele – Eu fiquei apaixonada por você por um dia, e é a vida?! Qual é o seu problema?! Aposto que aproveitou a ocasião para...!

- Pare de gritar comigo, Alice! A culpa é sua! Você é que ficou me perseguindo, e não o contrário! – Exclamou ele.

- Na verdade, já aconteceu o contrário! Você já me perseguiu, e...! Argh! Mesmo assim! Você sabia muito bem que eu estava te perseguindo por causa de Eros, então devia ter me mantido longe, droga! – Exclamei, mas depois me toquei de uma coisa – Você disse “Alice”?! Ah não...

Fui para longe dele, mas Ares me seguiu.

- O que eu podia ter feito?! – Exclamou ele – Eu...!

- Você realmente deve estar de sacanagem com a minha cara! – Exclamei virando-me para olhá-lo – O que você podia fazer?! Você vive usando a sua força bruta para conseguir o que quer, mas quando é conveniente, você não a usa! Se toca! Tem o dobro do meu tamanho, e o triplo da minha força! Podia ter me detido, mas resolveu tirar proveito de mim!

- Eu não tirei proveito de você! – Exclamou ele de volta – Para o seu governo, eu fui a vítima! Nós não “conversarmos”, mas você se aproveitou de mim várias vezes!

Meu rosto ficou aidna mais vermelho.

- O que?! Eu...! – Tentei protestar, mas Ares fez uma cara de vítima para mim.

- Eu me sinto usado... – Murmurou ele dramaticamente. Revirei os olhos.

- Cala essa boca! – Exclamei irritada.

- Quer ouvir o que você aprontou? – Perguntou ele com um sorriso maldoso – Isso vai ser engraçado...

- Não! Não quero ouvir nada! Me deixa em paz! – Exclamei tentando fugir dele, mas Ares continuou a falar.

- Primeiro você usou as roupas da Afrodite para me chamar atenção. – Contou ele, fazendo eu esconder o rosto com as mãos. Comecei a fugir dele pelo quarto, mas Ares me seguia insistindo na idéia de me humilhar – Depois você passou a mão em mim. Depois você me levou para um bar. Aí quis dançar comigo, e depois...

- Chega! Eu já entendi! Agora fica quieto! – Exclamei passando para o outro lado do quarto, mas Ares me girou com facilidade e encostou-me na parede, de modo que pudesse ver claramente a minha reação.

- Não fuja na melhor parte. – Sorriu ele maliciosamente, ao me ver tentar escapar - Quando saímos do bar, você me pôs contra a parede e me beijou.

Ele falou aquilo bem devagar para me fazer sofrer. Tampei a minha boca com a mão direita e fiz um careta terrível.

- Não... – Gemi, mas depois olhei para ele – E você gostou?! Aproveitador!

- Eu não disse que gostei. – Falou ele tranquilamente – Mas vou continuar a história... Depois do nosso beijou, eu vim de volta para o quarto, e você me agarrou. Passou a mão em mim e tudo. É sério, Kelly. Estou abalado até agora. Me sinto muito...

- Eu não estou nem aí para como você se sente! – Exclamei indo para o banheiro. Se eu me trancasse lá, ele não iria me perseguir, mas Ares me impediu.

- Mas você disse que estava ontem. Depois que você me jogou na cama, eu tive sorte de saber o seu ponto fraco. Se não fosse por isso, eu estaria perdido. – Contou ele como se fosse um herói de guerra.

- O que? Você provocou câimbras ou coisa parecida? – Perguntei sem ligar.

- Não. Você dorme quando mexem com o seu cabelo. – Contou ele – Descobri por sorte isso. Me dei bem.

- Ah, claro que sim. – Comentei, e então notei a mensagem das entrelinhas – Você... Se deu bem?

- Não no sentido ruim. Você caiu no sono, e eu pude dormir em paz. – Contou ele. Ares esticou o braço e mexeu no meu cabelo só para me irritar – Agora que te contei a história inteira, você quer que eu fale algumas partes de modo mais detalhado?

- Não. – Respondi – E tire a mão do meu cabelo. Não quero ver perto de mim. Fique sabendo que se isso tudo aconteceu, foi porque você deixou. E eu não vou esquecer disso, Ares. Você ainda me paga por essa.

- Ei! Eu não fiz nada de errado! Não passei a mão na sua perna, nem notei que você não está usando short nem nada! – Protestou ele.

Eu parei. Acho que Ares se tocou da besteira que tinha dito, pois quando eu me virei para olhá-lo ele ficou mudo. Não sabia o que dizer.

O pior é que eu sentia que estava sem shorts.

- Você...! Por que você não...?! Ares...! Argh! – Com força virei minha mão em seu rosto, só que dessa vez só ele sentiu dor. Ares ficou com o rosto virado para a direita por alguns instantes, até que o local onde eu tinha batido ficou muito vermelho e com o formato da minha mão – Tarado...

Fui para o closet e coloquei a primeira calça jeans que vi pela frente, e também uma jaqueta preta que não tinha idéia se era do Ares ou não. Saí do quarto batendo a porta com força. Nojento! Não acredito que aquilo tinha acontecido e que ele tinha realmente se aproveitado da situação!

A única noticia boa é que não fizemos nada de muito ruim. Isso era realmente um alívio.

Eu entrei no restaurante para tomar o café da manhã, e como sempre todos os homens olharam para mim. Procurei a mesa mais longe das pessoas que tinha e me sentei lá. O lugar não estava tão cheio, o que era bom.

Peguei um prato com waffles e um copo de leite e me sentei á mesa. Comecei a comer dando garfadas irritadas nos waffles. Que raiva! Com tanta gente no mundo eu tinha que olhar logo para o Ares?! E aquele desgraçado ainda tinha que tirar vantagem de mim e depois ainda jogar tudo o que eu fiz na noite anterior na minha cara?!

Idiota!

- Ei, Cherry. – Disse um cara chegando perto de minha mesa. Um cara de mais ou menos 25 anos, tinha cabelos pretos e curtos, olhas zuis e sorria torto para mim – Como vai você? Você sumiu ontem.

- Ahm... Cherry? Deve estar me confundindo. – Respondi voltando a olhar para a comida.

- Não. Não tem como confundir esse rostinho lindo. – Comentou ele passando os dedos em meu queixo. Desviei o rosto violentamente, e olhei para ele com raiva.

- Se manda. Não te conheço, e não quero conhecer. – Falei.

- Conhece sim... Ah! Entendi. Você não se lembra por causa dos drinques do bar, não é? – Ele sorriu e chegou mais perto de mim – Está usando a jaqueta que eu te dei agora mesmo.

- Eu não bebi. E se essa jaqueta é sua mesmo... – Levantei da mesa. Puxei o zíper da jaqueta, e a tirei. Todos os homens me olhavam com uma atenção doentia, e aquilo estava me deixando enojada. Joguei a jaqueta para o cara na minha frente – Toma. Faça bom proveito dela.

Virei-me para sentar novamente, mas ele segurou a minha cintura com força.

- Não queria ela de volta. Fica mais bonita em você do que em mim. Por que você não...? – Eu o interrompi.

- Me solta agora. – Empurrei ele para trás. O cara cambaleou. Eu estava pronta para me sentar, mas ele puxou a meu braço com força. Aquilo doeu um pouco – Tira a mão de mim!

- Vem comigo, princesa! Você vai adorar a minha companhia! – Insistiu ele.

- Nem que me pagasse. – Respondi. Tentei me soltar dele, mas o cara era forte. Ele me puxou mais para perto, e estava prestes a me beijar, quando Ares agarrou o cabelo dele e lançou o cara para trás com força.

- Ei! Não se mete, idiota! – Exclamou o cara.

- Não se mete o que, imbecil?! Fique longe da minha garota! – Exclamou ele de forma autoritária. O cara xingou Ares, e ele estava prestes a quebrar-lhe a cara, quando eu intervi.

- Deixa! – Falei para Ares. Olhei friamente para o homem – Ele já estava de saída mesmo.

Ele foi embora depois disso, e eu me sentei novamente á mesa. Ares infelizmente sentou na minha frente. Não pude evitar.

- Ele fez alguma coisa?! O que ele falou para você?! – Perguntou ele irritado.

- Não me chame de “sua garota”, nunca mais. – Falei, mas resolvi responder – Ele... Me chamou de Cherry, e pediu a jaqueta. Eu por acaso conheci ele ontem?

- Cherry... – Ares repetiu franzindo o cenho e tentando lembrar – Ah! Bem... Acho que você conseguiu convencê-lo a entregar a jaqueta á você.

- E novamente... Você não fez nada. – Comentei revirando os olhos –O que eu fiz para ele me entregar a jaqueta?

- Eu não sei. Não estava por perto. – Respondeu ele.

- O que?! Como assim não estava por perto? – Perguntei sem entender.

- Você deu um ataque sentimental quando eu falei que não gostava de você e simplesmente saiu correndo. Eu te perdi. – Contou ele – Mas não acho que tenha feito nada com ele. Se tivesse, ele agiria de um jeito muito mais indecente.

- Como se aquilo não fosse o suficiente... – Resmunguei revirando os olhos novamente – Espera... Você me perdeu?! Como assim?! Me deixou sozinha por aí, afetada pela flecha de Eros?! Ficou louco?!

- Não sou sua babá, Kelly! Mas... Eu te achei depois. Fique calma. – Resmungou.

- E o que eu fiz? O que... O que mais eu fiz de ruim? – Perguntei – Não... Melhor. Porque ele me chamou de Cherry.

Ares olhou para mim e tentou não rir. Parecia que ele esperava se divertir muito com a minha reação quando contasse o que eu fizera.

- Você cantou “Cherry Bomb” junto com uma banda de rock para todos do bar. – Contou ele, e meu queixo caiu – Até que eu me enganei. Você deve ter um pinguinho mísero de talento sendo uma musa.

- Idiota! Todo mundo aqui... Me viu?! – Exclamei, mas estava com vergonha demais para ficar com raiva de Ares. Ele assentiu. Eu olhei em volta e vi os caras me olhando. Escondi o rosto com as mãos. – Não... Ah, não... Vou sair daqui. Tenho que ir.

Levantei da mesa e Ares me seguiu. Saí com um passo apressado, e Ares veio atrás. Quando abri a porta do restaurante sentia o meu rosto arder muito. Estava vermelho novamente...

- Não acredito que eu fiz isso... – Murmurei envergonhada – Não... Eu não canto. Eu... Odeio chamar atenção.

- Você chamou bastante atenção. Sinto muito... – Murmurou Ares cauteloso.

- A sua também, não é? Tanto que resolveu se aproveitar da situação. – Murmurei ainda escondendo o rosto.

- Eu não me aproveitei de você! – Disse ele irritado – Que droga! Quantas vezes tenho que dizer que...?!

- É, você é a vítima, Ares. Você sempre é. – Concordei olhando para ele, mas só consegui fazer isso por poucos minutos. Imaginei como teria sido o nosso... Beijo e tive vontade de me matar. Desviei o olhar – Só me deixa em paz.

Não disse mais nada, e Ares também não. Por alguns minutos nós ficamos parados em silêncio, mas então Ares o quebrou com um suspiro.

- Sabe... Se você quer sumir de perto deles... Tem um programa do hotel que parece ser normal. – Comentou ele distraído. Olhei para ele, e via que Ares fitava o céu, como se quisesse evitar de olhar para mim.

- “Normal”? – Perguntei.

- É. Eu podia dizer “bom”, mas nada aqui nesse hotel é. Pelo menos não os programas recreativos. – Comentou ele dando de ombros – Você prefere isso?

Parei para pensar.

- Se disser que não, vamos passar o dia no lago. – Cantarolou ele para que eu aceitasse.

- Nossa... O que será que eu vou escolher? – Perguntei com sarcasmo.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?

Onde será que eles vão? Alice = Cherry. Wow. Nunca passe perto de Eros, senão você acaba desse jeito. Tam tam tam taaam!

Espero pelos reviews!

Até o próximo gente. Ah! Ia esquecer... Essa fic passou dos 300 reviews, e tenho 4 recomendações! Gente... Já falei que amo vocês, leitores? Pois estou falando agora. AMO vocês!

Um beijo para cada um!