Meu Namorado Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 30
Fora de problemas, ouviu?!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo...

Apolo is back! Ha ha.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/138158/chapter/30

POV Ares

Eu passei o dia inteiro procurando por ela, mas parecia que a Filhinha de Hermes tinha simplesmente desaparecido. Fui á todos os lugares com malditos nomes “Holly Lake”, mas nenhum sinal dela!

Se aquela peste colocasse o meu plano em risco por causa de... Bem... Eu nem sabia o que tinha sido aquilo. Ela fez parecer que gostava de mim e que estava magoada ou coisa do tipo, mas... De onde veio isso?!

- Kelly! – Exclamei olhando em volta, mas ninguém respondeu.

O Sol já estava se pondo. Eu tinha ido para uma parte mais afastada do hotel, pois era um dos poucos lugares que faltavam procurar.

Naquele momento eu estava muito tenso. Não sabia se ela tinha simplesmente se afastado de mim, ou se algum cara a encontrara no caminho e... Ah. Ninguém merece. Eu era o que naquele momento?! Uma babá?!

Ares. O Deus da guerra. Rebaixada á babá de uma pirralha de 19 anos, filha de Hermes. Ridículo.

Mesmo assim... Eu não podia (infelizmente) deixar ela para trás. Eu bem que queria voltar para o quarto e falar “Que se ferre” para a situação, mas era bem mais complexo que isso.

Se algo acontecesse á Alice, eu seria o primeiro culpado, á vista de Zeus. Sem falar que o meu plano iria por água abaixo se algum mortal doente tentasse alguma coisa com ela. E do jeito que ela estava estranha, era até capaz de ir com eles.

- Onde está Apolo para controlar essa garota em uma hora dessas? – Murmurei revirando os olhos. Eu estava em uma espécie de praça que ficava de frente para uma parte do lago Holly Lake, quando senti algo acertar o meu estômago. Alguém tinha me dado um soco por trás.

- Estou bem aqui! – Respondeu uma voz conhecida. Virei-me e soquei Apolo de volta. Ele cambaleou para trás, e pude ver que estava muito furioso – Maldito!

- O que deu em você, retardado?! – Perguntei irritado – Estou tendo problemas no momento, por isso venha falar da sua inveja de mim outra hora!

- Inveja de você?! – Repetiu ele com raiva – Eu tenho raiva de você! Viu o que fez á Alice?! Uma lavagem cerebral ou algo do tipo... Só pode ser para ela estar gostando de um briguento feito você!

- Não fiz nada com aquela pirralha, idiota! Foi tudo culpa de Eros e suas flechas! – Retruquei.

- E é culpa dele de novo agora! – Falou Apolo. Franzi o cenho sem entender, e Apolo revirou os olhos como se estivesse incomodado por eu não estar entendendo algo que ele julgava óbvio – Eros acertou Alice bem no coração. Ela agora está apaixonada por você. Argh.

Apolo fez uma careta de nojo, e eu pisquei os olhos. Era por isso que ela estava agindo daquele jeito tão estranho?!

- Isso explica muita coisa... – Murmurei pensativo.

- Claro! Aposto que para você foi bem conveniente! Agora sua mente suja tem uma boa desculpa para dar encima da minha garota sem que haja problema, não é?! – Rugiu Apolo com raiva – Você é desprezível.

- Minha mente doente?! – Repeti – E não venha se fingindo de ingênuo e se fazendo de vítima para cima de mim, porque eu sei muito bem que você terminou com ela e ainda desejou “tudo de bom” para nós dois! Não venha reclamar comigo, se você se arrependeu do que fez!

- Eu não terminei com ela! – Exclamou Apolo – Eu disse que... Que ia embora por um tempo! Não quer dizer que eu não esteja com ela. E não quer dizer que eu concorde com você estar com ela! Não mais!

- Mas a parte do “tudo de bom”, sim. – Comentei.

- Dane-se essa parte! Eu estava em um momento dramático, ok?! – Exclamou Apolo com raiva, mas depois respirou fundo para se conter – Olha... O importante é que Eros acertou Alice. Eu vim aqui dizer isso, porque gosto de acabar com as suas expectativas. Viu só? Ela só fez todas aquelas loucuras por causa disso, e não porque gosta de você.

- Ainda bem... – Suspirei aliviado, mas então franzi o cenho – Espera. Como você sabe que ela foi atingida? E... Como sabe o que ela fez?

Apolo pareceu constrangido. Ele olhou para o lado desviando o olhar, mas acabou por responder.

- Eu... Eu estava observando. Eu vi o que aconteceu, porque estava por perto camuflado para ela não me ver. – Contou ele sem graça. Imaginei Apolo com roupa do exército se arrastando pelo chão para vigiar ela, e prendi um riso.

- Você tem problemas, hein? Primeiro tem um show de ciúmes, e depois volta para ficar perto dela sem que ela te veja? Estranho. – Comentei.

- Tá, eu tenho um problema! – Exclamou ele irritado – O meu problema é que eu não consigo ficar longe dela. Não dá. Gosto muito da Alice. E é por isso... Que eu não vou perder ela para um idiota como você! Mantenha as suas mãos sujas longe dela!

- Eu não queria ficar perto dela! Eu nem gosto dela! – Exclamei irritado.

- Eu vi muito bem o jeito que você olhou para ela na piscina. – Disse ele me fuzilando com o olhar – Não faça isso de novo, nunca mais!

- Eu não sabia que era ela! – Gritei com raiva e senti o meu rosto ficar vermelho – Mas... Ah! Que se dane!

- Esquece... – Resmungou Apolo tentando se acalmar novamente – Eu só não quero que você fique com ela. Não a beije, ou a toque, ou faça qualquer coisa que me daria um ótimo motivo para quebrar a sua cara com ela. Mantenha ela sob controle até amanhã, e a flecha vai perder o poder.

Fiquei mudo. Eu até que poderia fazer isso... Se soubesse onde ela estava. Apolo olhou para mim, e acho que se tocou disso.

- Você perdeu ela?! Perdeu a minha Alice?! – Berrou ele com raiva.

- Ela se perdeu de mim! Saiu correndo toda ofendida, e...! – Tentei explicar.

- Você ofendeu ela?! – Berrou ele com mais raiva ainda.

- E de quem você acha que é a culpa?! Daquele pirralha lesada! – Retruquei.

- Aaaaah! – Exclamou Apolo como se quisesse dizer “Ninguém merece você!” – Beije o meu...!

Ele parou na última palavra, e olhou em volta.

- Arco. – Disse ele levantando o arco de lançar flechas para mim – Diferente de você eu não uso palavreados chulos. Agora... Vá achar a Alice! E traga ela em segurança para o quarto, sem se aproveitar dela!

- Ah, eu vou tentar não me aproveitar dela. – Resmunguei revirando os olhos.

Apolo fez uma careta para mim e sumiu. Eu não sabia mais onde procurar, por isso... Fui para o último lugar que me veio á cabeça. O restaurante que de noite funcionava como um bar.

Eu tinha ido para lá quando fora acertado por uma flecha, então podia ter uma boa chance de Alice estar lá também. Não demorou muito para chegar lá. Só tive que seguir uma trilha no meio de um túnel ornamental de árvores, e virar a direita.

Entrei no bar com poucas esperanças de achá-la, mas assim que abria porta... Uma ligação. Olhei no bolso da minha camisa e vi que tinha um celular lá.

- Alô? – Perguntei ao atender. Não sabia nem mesmo de quem era aquele celular. Era um smartphone cinza.

- Alice? É você? – Perguntou uma voz masculina do outro lado da linha.

- Não. Ela... Está ocupada. – Respondi – Até mais.

- Ares! – Exclamou a voz, me fazendo parar antes de desligar a ligação.

- Quem é? – Perguntei sem entender.

- Um pai furioso que quer arrancar o seu coro. – Respondeu a voz.

- Ah, tem tantos desses por aí... – Comentei rindo um pouco – Espera. Hermes?

- Onde está a Alice?! E que história é essa de você estar em um hotel com a minha filha?! – Perguntou ele com raiva. Será que tinha alguém no mundo que não estava com raiva de mim?!

- Ela está por aí se divertindo. – Respondi – E nós... Nós não estamos juntos de verdade. Só fizemos um plano para nos livrarmos um do outro mais rápido.

- Escuta aqui... Não me interessa o que vocês fizeram. Me interessa o que vocês não vão fazer! É melhor ela estar bem, senão eu...! – A voz dele foi interrompida. Uma música ao vivo começou a tocar no fim do restaurante/bar e eu franzi o cenho ao ouvir a voz feminina cantando “Cherry Bomb” das The Runaways.

- Ahm... Ela está bem, Hermes. – Tentei falar por cima da voz para disfarçar, mas Hermes á ouviu.

- Essa cantando é a minha filha?! – Berrou ele irritado – Ares!

- Não! Não, não, não! Claro que não! – Neguei mesmo sabendo que era verdade – Agora o celular está acabando a bateria. Vou ter que desligar, mas eu prometo que ela vai ficar bem. Até mais.

Encerrei a ligação, e coloquei o celular no bolso. Alice ficaria bem, em parte. Tipo... Depois de eu quebrar os seus ossos um por um... Ela continuaria respirando. Isso, de algum jeito, é bem, não é?

- Hello daddy! Hello mom! I’m your ch ch ch ch ch ch cherry bomb! – Cantou ela. Cheguei perto do palco e vi Alice. Ela estava com o mesmo short jeans, e os saltos altos, mas agora vestia uma jaqueta de couro preta.

Um cara tocava guitarra bem perto dela, enquanto outro estava tocando baixo, e o último estava na bateria. Tentei chamá-la, mas ela não ouviu. O barulho era muito alta. Acho que a maior parte das pessoas do bar eram homens, e (como estava acontecendo muito ultimamente) todos eles olhavam fixamente para ela.

Quando Alice terminou de cantar, todos gritaram animados. “Essa garota arrasa!”, “Está quente aqui, não é?” e “Eu te pago uma bebida, Cherry!” foram as frases mais ditas entre o público.

Alice parecia estar se divertindo com tudo aquilo. Como se aquilo fosse uma grande brincadeira dela, e ela se divertisse muito mexendo com todos os caras como se eles fossem fantoches.

- Alice Kelly! – Berrei assim que ela saiu do palco. Tive que empurrar alguns caras para o lado á cotoveladas, mas por fim cheguei perto dela. Alice estava de óculos escuros, e os levantou para me olhar.

- Ares! – Exclamou abrindo um sorriso feliz – Eu sabia! – Ela correu até mim e abraçou o meu pescoço novamente. Seus olhos estavam fixados em mim – Eu sabia que você ia me achar! Vem! Vamos para o bar um pouco!

- O que?! Nada de bar! Vamos voltar para o quarto e... Não tente me interromper! – Exclamei assim que ela abriu a boca, por isso Alice não disse nada e revelou um sorriso levemente maldoso - Vamos voltar para o quarto e ignorar todas as loucuras que aconteceram hoje. Você vai vestir algo decente, vai dormir no chão, e acordar normal de novo. Ou pelo menos... O “normal” que você consegue.

Alice sorriu para mim. Estava mais do que na cara que ela não iria me ouvir de jeito nenhum.

- Você veio. Quer dizer que se importa comigo. – Ela passou seus dedos por meu peito e agarrou a minha camisa – No fundo eu sempre soube.

- Não é nada disso. – Respondi cauteloso. Não sabia que movimento ela podia fazer, e sentir ela passando a mão em mim só me deixava mais apreensivo – Só não quero que estrague o maldito plano.

- Tá mais do que na cara que não é isso. – Sorriu ela convencida – Vem. Vamos no divertir um pouco no bar. Ou eu vou sozinha com os meus amigos novos.

- Que amigos novos?! – Perguntei.

- Eu ainda não os conheci, mas posso arranjá-los mais rápido do que você grita “Alice Kelly”. – Riu ela. Alice segurou a minha mão e me puxou para o bar – Vamos!

Revirei os olhos. Ela acabou me puxando até lá, mas eu não deixaria ela ficar e jeito nenhum. Tínhamos que voltar antes que algum Deus quebrasse o meu pescoço por deixar Alice Kelly vulnerável á qualquer problema que viesse á surgir.

- Dois daquele drinque que você me mostrou antes. – Pediu ela para o barman, que eu logo notei que... Não era o barman. Baixinho, gordo, e com cabelos cacheados.

- Ah, não! O que você está fazendo aqui?! Não devia estar tomando conta das crianças do acampamento?! – Perguntei.

- Zeus deixou eu escapar para ver com os meus próprios olhos o casal do Olimpo. – Respondeu Dionísio revirando os olhos – Ao menos estou longe daquele maldito lugar por uma noite. E... Aqui estão vocês. Ares e Ashley Kennedy.

- É Alice Kelly. – Corrigiu ela.

- Isso mesmo, Aline. – Confirmou ele sem ligar. Dionísio olhou para mim e soltou um suspiro – Sabe, Ares... Zeus está mandando todo o seu pessoal atrás de vocês para verem se não estão enganando ele. Ele não acredita em você. Acha que isso aí é uma mentira.

- E você com isso? – Perguntei encolhendo os ombros – Se mete na sua vida, se é que você tem uma.

Dionísio sorriu.

- Espero que você esteja mentindo, e seja pego por Zeus. – Disse ele.

- Por que espera isso? – Perguntei.

- Por que eu não quero ser o único ferrado a ficar de castigo! Papai sempre pega no meu pé, droga! Quero que outra pessoa se ferre de vez em quanto também! – Reclamou ele. Dionísio sorriu para Alice, que não estava entendendo muito bem a briga, e lhe entregou um copo com uma bebida vermelha – Toma. Você vai gostar dessa.

Alice pegou o copo, ingênua, e bebeu. Quis alertá-la para não fazer isso, mas ela já tinha ido. Assim que tomou o último gole, arregalou os olhos para mim e abriu um sorriso largo.

- Vamos dançar?! Estou animada agora! – Pediu ela de repente.

- O que houve com você?! O que... O que você deu para ela? – Perguntei virando-me para Dionísio.

- O que? Isso? Ah... É só um presente meu para vocês. Essa bebida não causa nenhum efeito ruim. Ela só vai ficar extremamente animada. Pode... Até fazer uma besteira. – Comentou ele com um sorriso maquiavélico e encolhendo os ombros.

- Se você não vem... Eu vou sozinha de novo. – Falou ela indo embora antes que eu fizesse alguma coisa. Pisquei os olhos. O que?! Ela ia dançar com algum daqueles estranhos?! Não!

Agarrei a gola da camisa de Dionísio e o puxei para perto de mim.

- Se a minha garota ficar com algum doente por aqui, você vai sentir a minha ira, entendeu? – Rosnei para ele, mas a cara de Dionísio ficou do mesmo jeito. Ele parecia que tinha a frase “Ferre-se o mundo” estampada na testa.

Eu saí procurando em meio da multidão por Alice, e quando a achei tive que brigar com um mortal para que ele a largasse. Estavam dançando cada vez mais perto, e antes que ele tentasse alguma coisa, eu os separei. Sem nem ligar agarrei a mão dela e a puxei para fora do restaurante. Não tinha jeito de deixá-la sozinha de novo!

- Brigou com aquele cara por mim. – Comentou ela quando estávamos fora do restaurante – Esse até que é um jeito legal de você mostrar que gosta de mim.

- Eu não...! – Não terminei a frase, pois fui repentinamente jogado contra a parede de fora do restaurante. Sem que mal pudesse piscar, Alice agarrou a gola da minha camisa e beijou na boca.

Arregalei os olhos, mas ela fechou os seus. Apolo e Hermes iam me matar, mas eu não consegui reagir. Quando ela finalmente me soltou, eu estava tão perplexo que não sabia nem mesmo pronunciar o meu nome direito.

Por sorte... Eu não precisei dizer nada, pois foi Alice quem quebrou o silêncio.

- Eu... – Seu tom de voz era baixo. Ela desviou os olhos para o chão – Eu não quero mais pensar... No Apolo indo embora. Quero tirar isso da minha cabeça.

Pisquei os olhos.

- Cala a boca. – Respondi em um tom baixo – Vamos... Vamos embora logo. E... Tente não fazer mais nenhuma besteira.

Alice riu para mim. Ela tirou os saltos altos, e os segurou de modo bem charmoso, mas acho que aquela não era nem mesmo a intenção.

- Vamos ver se você me alcança de novo. – Riu ela, e saiu correndo.

Deixar ela longe de mim ia dar trabalho. Droga...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tudo bem... Aposto que vocês estão muito ansiosos pelo novo capítulo, não é mesmo (Cof Cof, Team Ares)?

Bem... Vamos ver no que isso vai dar.

Beijos, e espero reviews!