Meu Namorado Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 3
Hora da pizza


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo gente!



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POV Ares.

Depois de alguns minutos conversando, Alice resolveu ir para a cozinha fazer um lanche especial de aniversário para a sua mãe/militar. Hermes resolveu ajudar, ao invés de simplesmente fazer a comida aparecer na mesa, e a Jenny aderiu a idéia.

Os três começaram a rir da sujeira que estavam fazendo com a farinha, enquanto tentavam fazer uma pizza. Era um lindo momento familiar, mas eu preferi ficar na sala assistindo TV.

“Não quer se juntar a nós, Ares?” Perguntou a mãe/militar.

“Eu estou bem aqui.” Respondi sem tirar os olhos da tela.

Os três voltaram a rir. Depois de vários minutos de risos e conversas, eles finalmente colocaram a pizza no forno. Os três voltaram para a sala, e tiveram que sentar no sofá comigo. Hermes preferiu sentar na poltrona.

“Não tem coisa melhor passando?” Perguntou a mãe/militar.

“Tem, mas eu quero ver isso.” Respondi.

“Finja ser uma pessoa educada.” Disse Hermes revirando os olhos. “Querem ouvir umas histórias de quando Ares era pequeno?”

“Sim!” Responderam as duas juntas.

“Vai se ferrar!” Exclamei jogando uma almofada nele, e ele começou a rir.

“Eu estava só brincando.” Riu.

“Ah. Claro que sim.” Fingi acreditar.

“Então... Vocês dois moram juntos agora?” Comentou a mãe da Filhinha de Hermes. “Que interessante, hein?”

“Nem tanto.” Comentei. “É extremamente infernal.”

“Alice não é tão ruim assim.” Falou ela. “Na verdade acho que você até gosta de ter a companhia dela.”

“Achou bem errado, mãe.” Comentou ela revirando os olhos.

“Pode ser...” Murmurou pensativa. “Mas vocês se odeiam completamente?”

“Sim. Foi por isso que Zeus nos prendeu juntos.” Contou Kelly. “Ele quer que nós nos demos bem. Coisa que para mim... Seria impossível.”

“Se Zeus pensasse do mesmo modo que eu, acharia que vocês no fundo gostam um do outro.” Comentou ela. Hermes segurou uma risada.

Se Zeus pensasse como você, ele precisaria de um analista! Pensei em falar isso, mas achei que ficar calado seria melhor.

“Ele podia ao menos pensar como você, assim não nos obrigaria a ficar juntos.” Disse Kelly incomodada. “Mas só de olhar para nós dá para ver que isso não é possível.”

Eu franzi o cenho de leve. Algo estava passando pela minha cabeça naquele momento. O forno fez um barulho delicado anunciando que a pizza estava pronta, então os três foram lá para ver o resultado de seus esforços.

Finalmente você tem férias, mas não sabe para onde ir? Leve o seu alguém especial para o nosso hotel! Duas semanas ou mais com preços promocionais. Mais informações ligue para o número...” Eu estava observando o comercial da TV.

Se Zeus achasse... Que nós dois estávamos juntos... Bingo!

Me levantei do sofá pensando na idéia. Peguei a minha jaqueta perto da porta e saí de lá. Peguei a minha moto e liguei o motor.

Duas pessoas pararam do outro lado da rua, e olharam para mim com medo. Eu rosnei para elas só por diversão, e elas saíram correndo.

“Há há!” Eu ri alto divertido com a situação. Eu não ia ficar 50 anos de castigo, e não tinha ninguém nesse mundo que iria me forçar! Sei que posso estar agindo como um adolescente revoltado, mas tenho uma coisa a dizer... Eu não estou nem aí!

Dirigi a minha moto para o centro da cidade em grande velocidade. Estava tendo uma ótima idéia e esperava que desse certo.

POV Alice.

“Não está tão ruim.” Falei comendo um pedaço da pizza.

“É... Já comi piores.” Disse a minha mãe.

“Ah, Jenny. Assim você ofende os meus dons culinários!” Exclamou meu pai fingindo estar ofendido.

Nós rimos daquilo. Era tão bom ter finalmente um tempo em família com eles dois juntos! Aqueles momentos eram extremamente raros, mas quando aconteciam eu não podia deixar de sorrir. O que podia fazer? Me sentia bem perto deles.

Olhei para o relógio e vi que eram 5 da tarde. O tempo tinha passado bem rápido. Nós três estávamos sentados á mesa da cozinha comendo a pizza (que não estava nem um pouco bonita) e rindo de histórias.

“Você não se lembra, Alice?” Perguntou minha mãe.

“Eu lembro muito pouco, mãe.” Respondi. “Mas... Como vocês dois se conheceram?”

Eu já sabia como, pois tinha tido um sonho com esse evento, mas gostaria muito de ouvir aquela história vinda deles.

“Nós nos conhecemos em Paris.” Sorriu Hermes. “Eu tinha acabado de correr um nova maratona, e encontrei a sua mãe.”

“Eu estava tirando fotos.” Contou ela olhando com um sorriso para a máquina que tinha ganho de presente. “Eu ia tropeçar, quando Hermes me segurou.”

“Sempre foi tão desajeitada.” Riu ele.

“Não é verdade! Só... Só um pouco.” Disse minha mãe sorrindo. “Mas depois disso, ele pegou as minhas fotos. O vento tinha levado elas.”

“Depois eu tive que ir, mas... Ela me pediu para que tirasse uma foto comigo.” Riu Hermes. “Paris é uma cidade linda, mas a sua mãe achou que eu era mais. Viu? Ela me ama.”

“Quanta humildade.” Ela revirou os olhos. “Ele também me ama, pois só aceitou tirar a foto se eu estivesse junto.”

Até essa parte eu sabia. Eles tiraram a foto, e minha mãe beijou ele no último segundo.

“Ela me beijou antes do flash bater.” Disse meu pai passando a mão sobre a bochecha como se ainda sentisse o beijo.

“E depois?” Pedi.

“Depois ele teve que ir.” Contou minha mãe levemente triste. “Eu pensava que nunca mais veria ele, por isso guardei a foto com cuidado. Sabia que tinha algo de diferente nele no primeiro segundo que o vi.”

“Como você podia saber?” Perguntei. “Mortais não enxergam pela névoa.”

“É... Nem todos.” Disse Hermes. “Alguns têm essa habilidade.”

“Jura?” Perguntei surpresa. “Não sabia disso.”

“É... Isso não é muito comum, mas acontece.” Disse minha mãe encolhendo os ombros. “Eu via tudo. Monstros, meio-sangues, Deuses... Tudo mesmo. E com muita clareza.”

Ela olhou para a máquina digital.

“Eu costumava tirar fotos.” Contou ela. “Tirava fotos disso o tempo todo e mostrava para as pessoas, mas nenhuma delas via como eu. Algumas viam simples borrões, outras viam imagens diferentes... Mas nunca viam o que realmente estava lá.”

“Foi por isso que parou de tirar fotos?” Perguntei.

“Em parte sim.” Contou ela. “Mas também foi porque você nasceu, e eu não queria que... Tivesse que crescer já se preocupando com isso.”

Houve um momento de silêncio. Estava avaliando a situação com um ar triste. Por minha causa ela tinha desistido de ser fotógrafa, e isso pesava na minha consciência.

“Mas agora você pode.” Incentivei ela. “Tem uma máquina nova.”

Ela sorriu para mim, mas eu pude ver que a sua resposta seria um não.

“Alice... Não é que eu não queira, mas...” Houve uma curta pausa. “Eu não tenho mais um motivo para isso. Gosto muito de tirar fotos, mas não tem sentido eu tirá-las para que as pessoas não vejam o mesmo que eu. Entende?”

“Então o presente não serviu para nada.” Comentei suspirando. “Achei que isso pudesse animar você.”

“Não estou dizendo isso.” Falou ela cautelosa. “Eu só... Não vou tirar fotos como antes. Antes eu queria mostrar para as pessoas que havia algo diferente no mundo que ninguém notava. Agora eu vejo que não posso sair por aí contando a verdade para todos.”

“Alice. Ela gostou do seu presente.” Disse Hermes. “Sua mãe só não pode continuar tirando as mesmas fotos de antes.”

“É, eu entendi.” Assenti revirando os olhos. “Se você não quer mesmo, então tudo bem. Acho que você que deve decidir o que fazer.”

Eles dois suspiraram ao mesmo tempo, o que provocou uns risos.

“Ah! Ia esquecer o meu presente.” Disse Hermes fazendo surgir um pacote quadrado. Ele entregou para minha mãe e ela sorriu novamente.

“Uhm... O que é?” Perguntou curiosa.

“Abra e descubra.” Disse ele.

Ela olhou para ele, e arqueou uma sobrancelha.

“Escuta, Hermes... Se for mais uma de suas pegadinhas...!” Franzi o cenho ao ouvir isso.

“Como assim pegadinhas?” Perguntei.

“Quando eu fiz 30 anos, ele me deu uma caixa linda e disse que tinha um presente dentro. Disse que era uma surpresa.” Contou minha mãe estreitando os olhos para ele. “Quando eu abri vi que era uma cobra.”

“Você deu uma cobra para ela?!” Perguntei arregalando os olhos.

“Ela não ia te morder, Jenny! Era só a Martha!” Disse Hermes rindo.

“Como eu ia saber disso na hora?!” Exclamou ela. “Você é impossível! Suas pegadinhas um dia ainda vão matar alguém.”

“Não diga isso! Uma previsão sua é pior que uma previsão do Oráculo de Delfos. Sempre se realiza.” Disse Hermes levemente tenso.

Ela fez uma careta para ele.

“Mãe... Abra a caixa.” Pedi.

“Tá bom...” Murmurou revirando os olhos. Ela puxou com cuidado a fita que envolvia o pacote, como se o presente pudesse explodir com qualquer movimento brusco.

Por fim, com o pacote aberto, ela pode ver o que era.

Para a sua sorte não era nenhuma pegadinha de Hermes.

“Nossa...” Falou ela admirada.

Minha mãe tirou da caixa um tipo de cartão postal, mas a foto dele era animada, como aquelas que aparecem no Harry Potter. Nela passava um curto vídeo de nós três tentando fazer a pizza.

“É lindo.” Sorriu ela.

“Eu sei.” Concordou ele beijando a bochecha dela.

“Aaaw, Hermes.” Fez a minha mãe emocionada. Ela abraçou ele, e ele me chamou para darmos um tipo de abraço em família.

Nós três nos abraçamos, e ficamos juntos por alguns segundos, até que... Mais alguém nos abraçou.

“Abraço em grupo!” Exclamou Apolo nos abraçando. “Adoro isso!”

“Apolo?!” Exclamei surpresa.

Nós desmanchamos o abraço e olhamos para ele. Agora, Apolo estava usando uma camisa verde arrumada e uma calça jeans. Estava com frio, é claro, mas não parecia estar se importando muito.

“Ah! Por que vocês param de se abraçar justo quando eu chego?!” Perguntou como uma criança manhosa.

“Já demos abraços o suficiente.” Comentei rindo. “Mas... O que está fazendo aqui?”

“Bem... Eu vim para conversar com você, mas mudei de planos quando vi vocês três aqui. Ei! Isso é pizza?!” Sorriu pegando uma fatia.

“Você já contou para a sua mãe?” Perguntou Hermes olhando para mim.

“Se eu já contei...” Repeti. “Ah! Ahm... Mãe?”

“O que foi?” Quis saber ela.

“Apolo é... Meu namorado.” Contei.

Os olhos dela pararam em Apolo, que no momento estava comendo pizza com a boca um pouco suja de molho de tomate. Ao ver que minha mãe estava olhando para ele, ele sorriu. (Mas seu sorriso também estava com molho de tomate).

“Prazer.” Disse ele.

“Ahm... Prazer.” Riu a minha mãe. “Então vocês dois estão juntos?”

“Sim.” Confirmei. “Com ele. E não com o Ares. Viu?”

“Isso mesmo! Ainda bem que seguiu o meu conselho e largou o Ares. Apolo pode não ser tão forte, mas ao menos não é encrenqueiro.”

“Valeu.” Disse Apolo pondo a mão na frente da boca para não parecer que ele estava comendo. “Ei. Essa pizza está diferente.”

“Nós três é que fizemos.” Contei.

“Jura?! Por isso que está esquisita! Alice, você não pode deixar o seu pai perto de um fogão.” Advertiu Apolo engolindo o pedaço que estava mastigando. “Ele é um verdadeiro desastre culinário.”

“Isso não é verdade!” Protestou Hermes, mas então parou para pensar. “Tá. É verdade. Mas você também não é nenhum chefe de cozinha.”

Apolo riu e disse que estava só brincando. Nós quatro conversamos um pouco mais sobre como a vida ia. Apolo resolveu contar para a minha mãe algumas coisas que eu tinha feito, como derrubar ele de um barco.

“Eu não te derrubei! Você caiu tentando me segurar!” Protestei.

“Ah, claro.” Ele fingiu concordar. “Mas depois ela ainda quis me deixar para trás, acredita? Eu estava congelando naquele lago!”

“E depois você virou o barco e eu fiquei congelando também!” Completei a história.

“Aaah, mas você sabe que eu fiz isso com todo amor e carinho.” Apolo olhou para mim com olhos de cão sem dono. “Não fica chateada comigo!”

“Ninguém merece...” Disse, só que com um sorriso no rosto.

Depois de alguns minutos, meu pai teve que ir. Apolo fez surgir uma BMW em miniatura (como um carrinho de brinquedo) e entregou para a minha mãe como um presente. Ela franziu o cenho ao ver o presente, mas resolveu só sorrir e agradecer.

Assim que todos eles foram embora, Apolo subiu as escadas para ir ao banheiro.

“Ok. Vou ficar aqui em baixo relaxando, enquanto ele não chega.” Falei fechando a porta. Mas assim que Apolo subiu as escadas...

“Ia fechar a porta na minha cara?” Perguntou Ares abrindo-a novamente.

“Imagina! Por que acha que eu faria isso?” Perguntei fingindo estar chocada. Ele fechou a porta atrás de si, mas continuou parado na minha frente. “Pensei que eu ia ter alguns minutos de descanso, mas acho que não vai ser possível.”

Foi aí que eu me assustei. Ares sorriu para mim, coisa que ele nunca fazia. A não ser é claro que eu estivesse correndo perigo mortal, ou estivesse em um momento de desgraça extrema bem na frente dele, é claro.

“Que foi?” Perguntei estreitando os olhos para ele. Coisa boa não devia ser...

“Nada.” Respondeu ainda sorrindo. Ares foi em direção ao sofá e sentou-se esticando as pernas na mesinha de centro, como sempre costumava fazer.

“Não parece nada.” Comentei ainda com medo. “O que você fez?”

“Eu?” Perguntou tentando fazer o sorriso desaparecer, mas não conseguia. “Eu estava no Olimpo.”

“Ahm... Não disse que odiava aquele lugar?” Lembrei.

“Odeio.” Confirmou ele, e seu sorriso sumiu. “Mas... Eu tive que ir lá.”

“Por quê?” Quis saber.

“Não que seja da sua conta, sua intrometida. Mas... Como hoje eu estou em um ótimo humor, eu vou te contar.” Disse ele voltando ao seu jeito grosso de ser. “Fui falar com Zeus que nós dois vamos viajar, e que não vamos estar nessa casa por umas duas semanas.”

Fiquei sem palavras.


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Notas finais do capítulo

Ha ha...

O que vocês acham que ele vai sugerir?

O próximo capítulo é bem engraçado! Espero que vocês gostem!

Reviews, ok?



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