Meu Namorado Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 27
Fique longe de mim


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um capítulo.

Esse ficou um pouco engraçado. Vamos ver o que Ares vai fazer agora que está sozinho com ela...



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Fiquei parada no mesmo lugar por alguns minutos, ainda sem acreditar que Apolo tivera aquele ataque de ciúmes e fora embora. Eu... Eu queria falar com ele. Explicar que nada daquilo era verdade. Que eu não gostava de Ares, e que eu não queria ficar longe dele, mas... Não dava.

Apolo sumiu antes que eu tivesse essa chance, e mesmo que não tivesse ido embora, eu duvidava que ele me ouviria de qualquer jeito.

- Você não precisa dele. – Disse Ares sussurrando em meu ouvido. Ele deslizou as mãos pela minha cintura e continuou a falar – Vamos entrar e nos divertir um pouco. Que tal?

- Qual é o seu problema?! – Exclamei empurrando ele para longe de mim – O que deu em você?! Será que não viu o que fez?! Apolo foi embora por sua causa!

- Já foi tarde. – Ares encolheu os ombros se ligar – Tsc! Não ligue para isso! Infelizmente, não é para sempre. Ele gosta demais de você para nunca mais te ver.

- Não é isso que parece. – Falei cruzando os braços. Ares sorriu torto para mim, e me analisou dos pés á cabeça. O que tinha de errado com ele?!

- Sabe o que parece? – Perguntou ele chegando perto – Parece que eu sou cara mais sortudo do mundo por poder dormir no mesmo quarto que você. Sabe? Você está linda. Com esse vestido branco, cabelo bagunçado, batom levemente borrado...

Ares foi chegando cada vez mais perto de mim.

- Para com isso! – Exclamei irritada – Não tem a mínima graça, Ares! Não sei o que deu em você, mas chega de zombar de mim!

- Não estou zombando de você! – Protestou ele segurando o meu queixo – Como pode pensar alguma coisa assim?

- Ah, tá. Como se você estivesse falando sério. – Olhei para ele cética, mas não havia nem um pingo de humor nele – Mentira. Não... Você não está falando sério. Não mesmo.

Ele assentiu com um sorriso maldoso, e eu arregalei os olhos.

- Ok. Isso é muito estranho. – Falei, mas depois voltei a ficar com raiva dele – Se você não está brincando, então algo está bem errado no seu cérebro. É melhor você ir pedir desculpas para o Apolo amanhã mesmo, ou então...!

- Por que pedir desculpas?! Como se eu fosse deixar ele ficar com a minha garota! – Reclamou ele.

- Eu não sou sua garota! – Exclamei com raiva.

- É sim. – Confirmou ele me puxando novamente para perto – Você é minha, querendo ou não. Mas... No fundo que sei que você quer. Não é mesmo, benzinho?

Suas mãos desceram de minha cintura para minhas pernas. Dei um forte tapa no braço dele e me afastei. Ele estava começando a me irritar muito.

- Não passe a mão em mim! – Reclamei marchando em direção ao quarto. Ares começou a me seguir.

- Aaaaw, não fica assim! – Falou ele.

- Me deixa em paz! – Exclamei abrindo a porta do quarto, mas antes que pudesse entrar, ele me girou para que eu ficasse de frente para ele.

- Você está sendo muito má comigo. Se continuar assim... Eu terei que ser mal também. – Com um sorriso maldoso, ele puxou o elástico que estava prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo.

Dei um passo para trás. Ares fechou a porta do quarto.

- Não chegue perto de mim. – Alertei.

- Desculpe... Mas isso é impossível para mim nesse momento. – Ares pulou na minha direção, mas eu me joguei para o lado á tempo. Me levantei e tentei correr para longe, mas ele segurou o meu pé, e me puxou para o chão também – Eu sou mais forte que você, lembra?

- Mesmo assim... Eu ainda posso fazer isso! – Chutei-o com o máximo de força que consegui, e ele soltou o meu pé. Ainda sentada no chão fui chegando cada vez mais para trás, enquanto Ares me seguia – Fique longe!

- Você diz “Fique longe”, mas eu sei que isso é só para se fazer de difícil. – Disse ele. Ares jogou-se novamente onde eu estava, mas eu consegui levantar. Ele caiu de cara no chão, e eu pude notar uma coisa.

Estava em pé atrás dele, e notei que em suas costas tinha um pequeno... Traço. Estiquei a mão e puxei-o. Era... Uma minúscula flecha feita de ouro puro. Eros! Arregalei meus olhos para Ares. Ele estava apaixonado por mim, por causa daquela flecha!

- Cansou de fugir? – Perguntou ele se levantando e indo para perto de mim. EU fui chegando cada vez mais para trás.

- Está vendo isso? – Mostrei a flecha á ele – Eros te acertou. Não está apaixonado por mim de verdade. É só por causa disso.

- É nada. – Falou ele rindo – Eros não tem nada a ver com isso.

- Tem sim! Olha...! – Fui interrompida. Tinha chegado tanto para trás, que acabei batendo as costas contra a parede do quarto. Ares colocou uma mão em cada lado da parede para que eu não tivesse para onde fugir – Viu...? Uma flecha. Ele te enganou. E uma hora você vai ficar muito raivoso por causa disso. Por isso... Não faça nenhuma besteira. Ok?

- Ah... Eu não vou fazer. Pode deixar. – Sorriu ele. Ares segurou meus ombros e começou a beijar o meu pescoço. Tentei empurrá-lo, mas ele não saía do lugar – Nenhuma besteira... Aham. Vou tentar lembrar disso.

- Para. – Falei tentando empurrá-lo, mas ele era mesmo mais forte que eu – Saí, Ares. Deixa eu sair daqui.

- Prefere ir para outro lugar? – Ele riu com a voz abafada, já que estava beijando o meu pescoço – Certo...

Com um movimento rápido, ele me girou e eu caí na cama. Consegui pular dela, no exato momento em que ele se jogou no lugar onde eu estava. Fui até a porta do armário, abri, e entrei lá.

Ares virou-se e foi até onde eu estava, mas eu tranquei a porta á tempo. Yeah! Vitória! E por pouco...

- Ah, vamos... Me deixa entrar. – Falou ele provavelmente sorrindo – Senão eu vou ter que arrancar a porta fora.

- Para com isso, Ares. – Falei chegando perto da porta e me certificando que ela estava trancada – Não gosto de você. Eu gosto do Apolo, e você fez ele ir embora magoado comigo! Será que não vê isso?! Agora vou ter que passar a noite pensando em um jeito de me redimir com ele, ou explicar a situação inteira!

- Não é assim tão ruim. – Resmungou ele.

- Não é assim tão ruim?! – Repeti. Abri a porta para poder encará-lo e ele se surpreendeu com isso – Toda aquela briga... A culpa é sua! Apolo foi embora e eu não posso nem mesmo pedir desculpa! Ele... Ele não deve nem mesmo querer me ver...

Parei de falar. Naquele momento eu senti vontade de chorar, mas me contive. Não queria que as coisas fossem daquele jeito, mas chorar não mudaria nada. O sorriso torto e maldoso de Ares sumiu ao me ver daquele jeito.

- Ei... Vamos... – Falou ele segurando o meu queixo e me fazendo olhar para ele – Não é o fim do mundo, certo? Ele não foi embora para sempre. Já disse isso. Até por que... Você continua sendo uma musa de Apolo.

- Não sei se continuo... – Comentei em um suspiro.

- Claro que sim. – Confirmou ele - Só que agora, você está comigo. Posso te animar se estiver triste. Nós...

- Tinha que voltar á isso! – Exclamei o interrompendo – Não gosto de você! Tenho que soletrar?

- Por que não soletra pertinho de mim? – Perguntou ele avançando novamente. Eu entrei no closet e tranquei a porta para que ele não encostasse em mim de novo.

- Aaah... Abre! Eu só quero conversar com você! – Falou Ares, e depois riu.

- Não! Já falei que não vou ficar com você! – Reclamei.

- Ótimo então. Quer ficar no closet? Então fique. – Disse ele. Pude ouvir um estalar de dedos, e depois... A porta se trancou mais uma vez. Franzi o cenho para a fechadura e notei que Ares tinha feito algo mágico nela. Tentei destrancá-la, mas estava presa. Maldito!

- Idiota! E se eu quiser sair?! Destranque isso! – Exigi.

- Só se você pedir “por favor”. Aí eu posso dar uma de herói e te salvar. – Riu ele – A escolha é sua. Pode sair daí a hora que quiser.

- Ares...! Argh! Eu não quero ser salva por você. Só quero que destranque a porcaria da porta! – Reclamei.

- Se você quiser... Posso ainda ser mais gentil. - Continuou ele – Se quiser eu suspendo a nossa competição pela cama. Hoje pode ser um empate técnico. Assim nós dois dividimos ela. Que tal?

- Pegue o seu “empate técnico” e...! Argh! – Chutei a porta de tanta raiva.

- Ótimo! Se é assim que pensa... – Falou ele e afastando da porta.

- É, é assim que eu penso! Se não for com o Apolo, eu não vou dividir nada com mais ninguém! – Exclamei me sentando no chão.

Idiota... Sentei no chão do closet e esperei que ele destrancasse a porta, mas aquilo não aconteceu. Ares gritou “Boa noite” para mim, e disse que a hora que eu quisesse, ele estaria disposto á abrir a porta e “conversar” comigo.

Imbecil. Como se eu realmente fosse pedir.

Acabei adormecendo no chão do closet, e usei um cobertor que estava guardado lá para deixar o chão mais confortável. Mesmo que estivesse aconchegante lá, aquilo não mudava a terrível sensação que eu sentia.

A sensação de que, dentro de mim, estava faltando algo. Sem poder mudar isso... Acabei caindo no sono.

POV Ares.

Abri os olhos, e senti uma forte dor de cabeça. Que droga...

Levantei da cama ainda com os olhos semicerrados. Olhei em volta do quarto tentando procurar onde a Filhinha de Hermes estava, e... Espera. Ela... Não estava deitada na cama? Eu... Tinha saído para pedir comida, e... Não conseguia me lembrar.

Comecei a coçar a cabeça. Onde ela estaria?

- Típico... Tinha que ser uma lesada como ela, para me dar trabalho logo na hora de acordar... – Resmunguei enquanto olhava ao redor do quarto. Onde ela poderia estar?!

Enquanto andava pelo quarto, eu tropecei na mala dela. Estava jogada no meio do chão. Maldita... Ainda deixa tudo bagunçado. Peguei a mala, abri a porta do armário e sem nem mesmo olhar direito joguei-a lá dentro.

- Ai...! – Ouvi um gemido de dor.

Olhei melhor para o armário e notei que, sentada no chão junto com um cobertor, estava Alice. Ela abriu os olhos, sonolenta, e me viu.

- Se divertindo? – Perguntou ela tentando controlar a raiva aparente.

- É... Agora sim. – Comentei por achar engraçado vê-la dormir no chão do closet.

Alice fez uma careta para mim.

- Ahm... Bom dia? – Falei sem entender porque ela estava no armário. Senti vontade de rir, mas antes que eu pudesse fazer isso, ela me lançou um olhar de ódio.

- Só se for pra você. – Respondeu rangendo os dentes. Alice se levantou e jogou sua própria mala, e seu cobertor no chão do armário. Ela estava realmente irritada, e isso me assustou um pouco. Ela andou até mim e parou ao ver que não dava para passar se eu não me mexesse. Ela olhou para mim – O que? Não está achando mais graça? Por favor, ria.

Nós dois ficamos olhando um para o outro por uns minutos em silêncio.

- Há... Já que você pediu. – Acabei rindo. Alice me deu um soco no estômago, eu saí da frente surpreso, e ela deixou o closet para trás. Aquilo não tinha doído, mas o fato dela me dar um soco sem motivo algum me deixou incrédulo – O que houve com você?!

Ela não respondeu. Foi direto para o banheiro e começou a pentear o cabelo, enquanto eu fiquei parado na soleira da porta olhando para ela. Notei que estava usando um vestido de festa branco, e estava um pouco maquiada.

- Você... Fez alguma coisa ontem? – Perguntei. Ela me ignorou. – Uhm... Alguma coisa com o Apolo?

Ela virou-se violentamente e lançou a escova de cabelo em mim. Desviei por muito pouco, e olhei para ela como se fosse louca.

- O que deu em você?! – Perguntei irritado.

- O que deu em você?! – Corrigiu ela muito mais irritada – Isso é parte da sua diversão?! Ai ficar fingindo que não sabe de nada, só para implicar comigo?! Não sou nenhuma atração de circo, por isso pare já!

- Do que você está falando?! – Perguntei sem entender – Está parecendo uma maluca gritando e jogando tudo encima de mim! Até parece que somos um casal de verdade!

- Ah! Bem que você queria! – Riu ela em sarcasmo. Seu rosto perdeu todo o humor, e ela desviou o olhar para o chão – Só... Só cala essa boca e me deixa em paz.

- Você está bem? Parece que teve uma... Noite e tanto. – Comentei.

Ela estreitou os olhos para mim.

- Você nunca vai me deixar em paz, não é? – Falou ela indo na minha direção. Ela estava tão furiosa que eu fui chegando ligeiramente para trás á cada passo que ela dava – Pois fique sabendo que isso é tudo que você sabe fazer. Inferniza os outros, porque não tem nenhuma outra habilidade, mas fique sabendo... Que isso não torna você especial. E é por esse e por inúmeros outros motivos que eu... Não. Gosto. De. Você!

Ela me empurrou para a cama, e eu caí com medo. De onde vinha toda aquela raiva?!

Alice pegou sua mala no armário e trocou de roupa. Uma calça jeans colada, mas que era escondida por uma camisa quadriculada comprida. A minha camisa quadriculada comprida.

- Essa camisa é... – Tentei dizer, mas fui interrompido.

- É o que?! – Perguntou ela chegando perto de mim. Eu cheguei para trás na cama. Seu olhar demonstrava que ela podia pular no meu pescoço á qualquer momento, por isso não queria correr o risco.

- É... Bonita. – Sorri nervosamente. Alice não respondeu. Ela só cruzou os braços e ficou parada me encarando por uns segundos.

- Vou tomar café da manhã. – Disse ele indo para a porta – Comer waffles e beber leite, se você quer saber.

- Tá... Eu vou... – Estava me levantando quando ela se virou, e olhou novamente para mim.

- Sozinha. – Disse e saiu do quarto batendo a porta com força.

Uou. É... Acho que preferia ficar longe dela no café da manhã...


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Notas finais do capítulo

Reviews, ok?

Beijos!