Meu Namorado Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 24
Acertando em cheio


Notas iniciais do capítulo

Uhm... Espero que vocês gostem desse.

Observação: O final vai deixar vocês de queixo caído.



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POV Apolo.

Fiquei completamente perplexo de ver June ali. Muito mais quando ela disse que deveria eliminar a Alice. Será que estava com ciúmes? Há. Só podia ser.

Rapidamente, June lançou uma rajada de flechas na direção de Alice, mas ela era mais ágil. Jogou-se para o lado se esquivando por muito pouco.

- Não pense que vou pegar leve com você. – Disse June pegando mais flechas. Uou... Ela queria mesmo matar Alice.

Mas... Por que? Item roubado...

- Por que quer me matar? – Perguntou Alice.

- É a pena para aqueles que roubam dos Deuses. Por falar nisso... Apolo. Ártemis também vai vir atrás de você. – Disse June jogando o cabelo para o lado com um movimento rápido, e depois lançou mais flechas.

Alice rolou para o lado e depois se levantou. Ela tirou o grampo do cabelo e o quebrou, fazendo-o virar a sua espada.

- Venha me enfrentar direito! Ou você só sabe usar seu arco e flechas? – Desafiou ela.

- Bem que eu poderia... Mas prefiro acabar com a musa de Apolo usando as flechas e arco de Ártemis. – Disse June atirando mais uma rajada.

Ela desviou de novo, mas eu sabia que ela não duraria muito. Na segunda vez em que June lançou as flechas, Alice foi pega de surpresa. Elas eram explosivas.

- Ah! – Exclamou quando o chão ao seu redor explodiu.

Ela caiu no chão e a fumaça a escondeu. Arregalei os meus olhos com medo. Achei que ela tinha sido destruída, mas para a minha surpresa e a de todos... Alice lançou uma flecha certeira no braço de June.

- Ah! – Gritou June.

Ela deixou o arco e as flechas caírem no chão e tentou arrancar a flecha. Estava sangrando um pouco, mas o estrago seria bem maior se Alice tivesse acertado mais para o centro do braço.

Aquilo foi bem superficial.

June deu alguns passos para longe de onde Alice estava, e abaixou-se para pegar o arco novamente. Porém Alice foi mais rápida.

Ela chutou o arco para longe e apontou a espada para June. Seus olhos encontraram o de Alice, e aos poucos ela foi se levantando.

Pude ver seus olhos verdes transparecerem raiva.

- Sua... – June ia insultá-la novamente, mas Alice chegou mais perto e ela se calou.

- Escute, e escute bem. – Disse Alice com os olhos fixos nos dela – Eu não roubei ninguém, e estou cansada das pessoas insinuarem isso de mim!

Com isso ela olhou para Ares, e ele sentiu a indireta. Depois olhou de novo para June.

- Diga á Ártemis que eu não roubei nada. Suma daqui, e nunca mais tente me matar, ouviu? – Falou Alice chegando para trás.

June trincou os dentes de ódio, mas então notou algo. Algo que eu devia ter notado antes para poder alertar Alice.

- Teve a sua chance de devolver, Alice, e a desperdiçou. – Disse June – Vou te dar mais uma então. Entregue. Está com você agora mesmo.

- Como assim? – Perguntei sem entender, e June olhou para mim.

- A tiara. O arco de Ártemis. – Disse June. Alice tirou ele com a mão esquerda e franziu o cenho, mas acho que entendeu o que era aquilo – Devolva.

- Eu... Eu achei isso no chão do labirinto. Não roubei. – Contou ela olhando para June e depois para mim – Por que essas coisas sempre acontecem comigo?! Que droga!

Com isso, Alice devolveu o arco. June o segurou, e ela guardou a espada pensando ter acabado a briga. Mas eu sabia muito bem que June não iria deixar isso assim.

Ela usou o que tinha notado estar perto, e eu soube que Alice estava ferrada. Com um movimento rápido com os braços, a água do lago levantou-se ao comando de June e lançou Alice longe.

Bem... “Longe” para o lago. Não muito no fundo, mas o suficiente para cobrir até seu ombro. Alice tentou se levantar, mas a água a puxava para baixo, como se June quisesse que ela morresse afogada ou coisa do tipo.

- Alice! – Exclamei preocupado.

- Ei, a luta já acabou! – Disse Ares virando-se para June.

- É, acabou. Isso foi só o troco por ter me acertado. – Disse June. Com mais um último movimento, ela fez a água jogar Alice para a parte mais funda do lago – Divirta-se salvando-a, Apolo.

Nojenta! Como foi que eu me apaixonei por ela?!

June foi embora levando o arco consigo, deixando eu e Ares sozinhos observando o lago. Alice não voltou a superfície, o que me preocupou muito.

- Alice, eu estou indo! – Exclamei correndo para o deck. Quando cheguei ao fim, pulei na água (que estava muito gelada, mas isso é só um detalhe que torna a minha ação mais heróica) e mergulhei até o fundo.

Procurei por ela, e quando a encontrei, vi que estava quase inconsciente. Abracei ela, e fui pegar ar novamente.

- Ah... – Bufei quando cheguei ao topo novamente – Alice! Vamos... Respire.

- Uhm... – Gemeu ela, e depois tossiu um pouco. Ela começou a respirar pesadamente, e eu a levei até o deck novamente.

- Pronto... – Falei quando subi uma escada de madeira que tinha até o deck. Carreguei elas nos braços, e pude notar novamente... Como ela estava linda!

Tudo bem... Pode dizer que eu estava sendo um pouco idiota por reparar isso em uma hora como aquela, mas eu simplesmente não consegui ignorar esse detalhe.

Quando cheguei novamente onde Ares estava, ele deu alguns passos em minha direção.

- Então... Bebeu a água inteira do lago? – Perguntou ele á Alice.

- Idiota. – Respondeu ela – Não tem mais o que fazer?

Ares riu, e eu a coloquei no chão. Em pé, ela jogou o cabelo novamente para trás, já que ele estava molhado.

- Desculpe. – Não consegui ficar sem falar isso – Sinto muito mesmo, Alice. June é muito... Revoltada.

- Não importa. – Ela deu de ombros – Sabe quantas pessoas já me odeiam? Uma á mais na lista não vai fazer lá muita diferença.

Eu acariciei a bochecha esquerda dela, e Alice sorriu. Tive vontade de puxar ela para perto e beijá-la, mas fui interrompido.

- Não faça isso. – Advertiu Ares – A não ser que queira que estejamos com problemas.

- Você é muito chato. – Resmunguei largando sua bochecha.

- Mas... Como ela fez aquilo com a água? – Perguntou Alice.

- June é filha de Poseidon. – Respondi para ela – Ela tem o poder de mexer com a água e tudo mais. Pode fazer ondas, e tudo o tipo de coisas.

- Legal. – Comentou Alice – Pelo menos quando não está tentando me matar.

- Até que foi uma luta rápida. – Comentou Ares – Mas como o arco de Ártemis foi parar no meio de um labirinto?

- Não sei. Nós estávamos procurando em tudo quanto era lugar, mas não conseguimos achar. – Respondi encolhendo os ombros – Alguém deve ter roubado e levado para lá. Mas... Não tenho idéia do por que.

- Atchim! – Espirrou Alice, e depois passou a mão no nariz – Desculpe.

- A água estava fria. Acho melhor você ir até o quarto e tomar um banho. Pegue roupas secas para vestir também. – Falei. No fundo eu queria levá-la para lá e tomar conta dela eu mesmo, mas ninguém ia deixar eu fazer isso.

- Obrigada, Deus da medicina. Já que você deu a idéia... – Alice sorriu, e seus olhos pareciam se fecharam um pouco. Já estava claro para mim quem iria dormir no chão naquele dia... Pobre Alice.

- Ah... Lá vamos nós então. – Resmungou Ares – Anda logo. É melhor irmos para o quarto antes que mais mortais idiotas fiquem te cercando.

- Como é que é?! – Perguntei com raiva – Como assim tem mortais dando encima de você?! Eu vou...!

- Presente da Afrodite. – Sorriu Alice fingindo estar feliz – Não é ótimo?

- Deixe eles longe da minha Alice, ouviu?! – Falei apontando para Ares. Quem aqueles caras pensavam que eram?!

- Ninguém merece... – Ares revirou os olhos – Vamos, Filhinha de Hermes.

Os dois foram embora, e eu decidi trocar de roupas também. Estava molhado, e com frio. Ia vê-los mais tarde. Ou pelo menos... Ia vê-la mais tarde.

POV Ares.

A Filhinha de Hermes entrou no banho primeiro. Eu me deitei na cama, finalmente relaxando. Remar até aquele maldito deck não foi nada bom, principalmente com o braço ruim.

- Não vamos sair, não é? – Perguntou ela de dentro do banheiro. Sua voz saiu abafada por causa da porta fechada do banheiro, e ainda teve que competir com o som da água caindo.

- Não. Uhm... Sei lá. Por que? – Falei sem saber.

- Por que vou ficar de pijama. Não tenho outra roupa. – Respondeu ela.

- Nenhuma?! – Perguntei achando aquilo um exagero.

- Pelo menos nenhuma decente. – Comentou ela.

Revirei os olhos. Será que as roupas eram tão ruins assim?! Levantei da cama e fui até sua mala. Abri e procurei por alguma que pudesse servir.

Bem... Tenho que admitir que adorei as roupas que achei, mas não gostaria de vê-la com nenhuma daquelas. Talvez ver Afrodite sim, mas Alice não.

Short jeans curto, camisas minúsculas, mini saias, saltos altos agulha, calça jeans que provavelmente ficariam coladas no corpo... Nada daquilo parecia combinar com ela.

Alice costumava sair com bermudas jeans, camisas com mangas, e tênis. Muitas vezes de corrida até.

Procurei mais um pouco, mas nada ali poderia ser usado sem que no mínimo várias partes do corpo ficassem á mostra. Fechei a mala, e voltei para a cama.

Se por um lado Afrodite queria fazer com que Alice chamasse a atenção dos caras, ela queria que eu não chamasse a atenção de nenhuma garota. Minhas roupas estavam ridículas. Ou eram camisas quadriculadas de caipira, ou eram coloridas demais. Muitas dela eram rosa. Rosa?! Como se eu fosse sair por aí que nem uma bicha ou coisa do tipo.

- Pronto. – Disse Alice saindo do banheiro. Ela estava enxugando o cabelo com a toalha, do jeito que Afrodite tanto odiava.

Esfregando a toalha contra o cabelo. Sempre que ela tomava um banho eu sugeria que ela fizesse isso, mas ela dizia que dava estática no cabelo. Bem... Eu e toda a população normal do mundo fazíamos isso. Vê-la secando o cabelo daquele jeito, só serviu para comprovar a minha teoria.

Olhei para suas roupas. Alice estava usando uma camisa que ia até os joelhos, e uma calça normal. A camisa era branca e tinha o desenho de um porquinho (só com linhas pretas).

- Você demora demais. – Comentei para irritá-la. Adorava causar confusão – Agora é a minha vez de tomar banho. Quando sair, nós vemos para onde vamos.

- Ok. – Concordou ela ignorando o que eu tinha dito.

Eu levantei da cama, e entrei no banheiro, mas pude ver que Alice tinha ido deitar-se na cama.

- Nem pense em dormir. – Alertei.

- Não mesmo. – Concordou ela. Seus olhos estavam estreitados, mas não por desconfiança. Parecia mais que ela não agüentava o peso deles. Revirei os olhos pesando que ela iria dormir, mas acabei entrando no banheiro mesmo assim.

Tomei o meu banho bem rápido, e vesti a camisa de caipira novamente. Era melhor do que rosa, pelo menos. Abri a porta do quarto e vi que ela estava Kelly estava com a cabeça apoiada em uma pilha de travesseiros. Seus olhos se fechavam e abriam lentamente.

- Viu?... Estou acordada. – Disse ela com uma pequena pausa. Eu ri.

- Estou vendo. – Disse. Olhei em volta e vi que tinha um pequeno caderno encima da mesa de cabeceira da cama – Serviço de quarto. Ótimo. Vou pedir alguma coisa.

Peguei o cardápio e comecei a folhear. Tinham muitas comidas ótimas ali, mas achei que seria difícil demais escolher só uma. Peguei um telefone que tinha na mesa também, e liguei.

Sem linha. Droga.

- Ah... Porcaria. Vou ter que pedir para entregarem aqui... – Resmunguei olhando para ela.

- É... Que chato. – Comentou concordando.

- Vou rápido pedir, e já volto. – Falei indo para a porta – Quer alguma coisa?

- Está oferecendo mesmo? – Perguntou ela.

- É. Qualquer coisa. – Confirmei rindo, e pronto para debochar dela – Batatinhas com carinha feliz, ou qualquer outro prato infantil da sua escolha.

- Amor de pessoa... Não quero nada. – Respondeu ela virando-se na cama.

- Ok. Tanto faz. – Disse – Se eu voltar e você estiver dormindo, eu te jogo no lago de novo, ouviu? E não vai poder pegar as minhas roupas.

- Não vou dormir. – Resmungou ela.

Saí do quarto batendo a porta com força para que ela levasse um susto.

- Imbecil! – Exclamou ela, me fazendo rir do lado de fora do quarto. Fui em direção á uma sala de serviços do hotel e pedi. Assim que o cara anotou tudo que eu queria comer, voltei andando calmamente para o quarto.

Estava rindo comigo mesmo ao pensar em como seria engraçado entrar gritando só para dar um susto nela, mas meu sorriso foi cortado por uma flecha que passou centímetros do meu rosto.

Olhei para o lado. Será que era a tal June? Não. Não daquela vez.

Um garoto bem baixinho com cabelos pretos ajeitados para traz com gel, e um sorriso travesso no rosto olhava para mim. Algumas sardas pintavam suas bochechas. Aquele moleque infernal...

- Oi, Ares. – Sorriu ele com sua voz de criança – Mamãe contou o que você fez. Ela ficou muito triste, sabia?

- Sua mãe entendeu tudo errado, Eros. – Resmunguei – Agora se manda que aqui não é lugar de criança.

- Não sou criança! – Bufou ele irritado, mas depois sorriu maldosamente – Bem... Mamãe disse para eu acerta a Alice, mas... Acho que posso me divertir um pouco antes, não é?

Aquele pestinha pegou uma flecha de ouro, e apontou-a para mim. Aquela era a flecha do amor, a que fazia as pessoas ficarem apaixonadas. Como aquela era bem pequena, devia ser uma temporária ou coisa do tipo. Talvez durasse um dia no máximo.

Mesmo assim... Eu não podia ficar um dia apaixonado por alguém, senão aquilo estragaria todo o plano.

- Se você acertar isso em mim, seu moleque...! – Não consegui terminar a frase, pois Eros começou a atirar. Sem nem mesmo olhar, eu saí correndo de volta para o quarto.

As flechas passavam raspando por mim. Muita sorte. Se elas me acertassem, estaria com grandes problemas.

Quando eu finalmente abri a porta do quarto, pensei que estivesse livre, mas... Uma delas acertou as minhas costas. Eu caí no chão do quarto, e antes que aquele pirralho me acertasse novamente, eu fechei a porta.

Ok... Sem drama. Só teria que ficar sem olhar para ninguém por um tempo. Iria me deitar, dormir, e no dia seguinte estaria curado. O problema é que... Quando fui em direção á cama, eu tinha esquecido que Alice estava lá.

Parado na frente da cama, meus olhos se arregalaram. Meu coração começou a bater acelerado, e foi nesse momento que eu soube... Que eu estava ferrado.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acham que vai acontecer?

Tam tam tam taaaaam!

Espero que gostem! Espero reviews!