Meu Namorado Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 2
Os dons artísticos da musa de Apolo


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!

Eu já tinha tentado postar esse capítulo antes, mas o site deu problema e ficou simplesmente impossível de ler!

Anyway... Ajeitei o texto toooodo de novo.

Espero que gostem.



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Depois de Afrodite ter ido embora, Apolo resolveu finalmente entrar em casa. Nós sentamos no sofá, aproveitando que Ares estava fazendo um lanche na cozinha. 

“Você ainda não me disse para que uma musa de Apolo serve.” Falei.

 “Ah, não? Pensei que você soubesse.” Disse ele. Apolo virou-se para mim no sofá e começou a explicar melhor. “Você sabe o que musas comuns fazem?”

“Uhm... Elas inspiram as pessoas.” Respondi.

“Isso mesmo.” Ele estendeu os braços para mim como se estivesse me apresentando. “É isso que você vai fazer, Alice Kelly!”

“Eu vou te inspirar?” Falei franzindo o cenho. “Mas... A fazer o que?”

“Todo tipo de trabalho artístico. Música, dança, pinturas, haicais...” Apolo foi interrompido. 

“Em outras palavras... Você vai tornar o mundo um lugar mais infeliz.” Ares ria enquanto dava algumas mordidas em um hambúrguer. 

“Corta essa!” Apolo fez uma careta para ele, e depois sorriu para mim. “Ele só está com inveja porque não consegue fazer haicais.”

Eu infelizmente concordava com Ares. Inspirar Apolo a fazer haicais devia ser um jeito novo de tornar o mundo um lugar infeliz. Ouvir mais haicais do que de costume? Era demais...

 “Ahm... Claro. Mas como eu vou te inspirar?” Perguntei fugindo do comentário de Apolo. “Digo, eu tenho que te ajudar nisso, ou o que?”

“ Pode começar trabalhando o seu lado artístico.” Sorriu ele fazendo surgir um violão e entregando para mim. “Toque uma música.”

“Um minuto!” Exclamou Ares. Ele fez surgir um fone de ouvido e os usou. “Pronto. Agora pode tocar.”

“Engraçado!” Resmunguei. “Mas... Apolo, ele tem razão. Eu não sei tocar violão, nem nenhum outro instrumento musical.”

“Não? Então eu posso te dar umas aulas mais tarde.” Disse ele analisando a idéia. “Mas não se preocupe com isso. Você pode dançar! Dançar é muito legal!”

“Ahm... Eu só sei dançar a macarena, mas mesmo assim... Prefiro evitar.” Contei com o rosto levemente vermelho.

“Tudo bem...” Apolo parou para pensar em algo mais que eu podia fazer. “Que tal desenhar?! Aposto que sabe desenhar!”

Parei para pensar naquilo também. 

“Acho que posso.” Concordei. “Não vai ser o melhor desenho do mundo, mas... Acho que serve, não é?”

“Claro que sim!” Animou-se com a idéia. ”Me desenhe! Talvez isso me dê inspiração para fazer um haicai.”

“Vou rasgar todos os papeis da casa.” Comentou Ares para si mesmo.

“Eu te ajudo.” Deixei escapar.

“O que? Perguntou Apolo distraído.

“Nada não.” Sorri. “Eu desenho, mas... Tente se inspirar para fazer uma música ou coisa do tipo, certo? Haicais ficam meio... Repetitivos depois de um tempo.”

“Bem... Se você prefere.” Falou ele dando de ombros. “Ok.”

Eu ia subir as escadas para pegar umas folhas de papel, mas Apolo fez elas surgirem na minha frente, junto com uma coleção inteira de lápis de cor, e tintas. Ele sorriu para mim e fez uma pose de eu sou demais.

“Obrigada.” Falei pegando uma folha. Tinha um tipo de prancheta que tornava mais fácil de desenhar no sofá, então eu a apoiei contra a minha perna e comecei a desenhar. Depois de um tempo eu notei que Apolo continuava na mesma pose. “O que está fazendo?”

“Posando.” Disse ele. “É tão emocionante. Me lembro de quando os mortais nos desenhavam na Grécia! Nunca acertavam o meu nariz, mas ficava legal.”

“Tudo bem... Vou tentar errar o seu nariz.” Comentei voltando ao desenhando.

Fiz alguns rabiscos e depois os ajeitei.

Enquanto isso, Apolo continuava na pose e Ares (sentado na poltrona) continuava com suas mordidas. 

“Ela vai te inspirar? Que droga, hein?” Comentou Ares.

“Não é uma droga.” Resmungou Apolo em resposta.

“Ela não é uma artista, seu otário.” Rebateu Ares.

“Ela é sim. Você é que não sabe.” Insistiu Apolo.

“É nada.” Insistiu Ares dando mais uma mordida em seu hambúrguer.

“Todos podem ser artistas, ok?” Falou Apolo.

“Ela consegue.”

“Pronto.” Falei sorrindo para o desenho. 

Quando eu era pequena, não desenhava tão bem. Hermes já ficou bem confuso tentando reconhecer os deuses em meus desenhos antes, principalmente ao ver que ele era azul e tinha óculos de hippie.

Mas naquele momento era diferente. Estava até emocionada em ver que o meu desenho tinha saído assim tão bom.

“ Eu quero ver! Eu quero ver!” Exclamou Apolo animado.

Eu entreguei a folha para ele com um leve sorriso de satisfação no rosto. Talvez ser uma musa de Apolo fosse legal! Eu poderia fazer milhares de desenhos bonitos como aquele, todos os dias e tornar um mundo um lugar mais poético! Seria tão bom!

Eu só precisava ouvir o comentário de Apolo. Estava esperando por ele com um sorriso no rosto.

“Uau! Ficou muito bom!” Disse ele, mas em seu rosto eu pude ver que estava levemente desapontado.

“O que foi? Não gostou?” Perguntei.

“Não é isso. Está muito bom mesmo. Mas...” Ele olhou para Ares. “Por que você desenhou Ares, e não eu?”

Minha cara foi no chão. 

“Mas é você.” Comentei depois de um minuto de silêncio.

Apolo ficou completamente sem graça. Seu rosto ficou vermelho, enquanto fazia uma linda cara de paisagem para mim. Ares riu alto, quase se engasgando com o hambúrguer.

 “Tá. Esquece.” Levantei do sofá e tentei pegar o desenho de Apolo, mas ele se esquivou. “Desculpa, eu sou uma droga como musa.”

“Não é não! O desenho está muito bom! Não sei como não notei que era eu antes!” Tentou se desculpar. “Sinto muito, Alice! Eu não compreendo bem os...”

“Se você disser artistas contemporâneos eu juro que te bato, Apolo!” Protestei lembrando de como meus pais me chamavam assim o tempo todo, por fazer desenhos que ninguém reconhecia. “Agora me devolve logo isso!”

“Não! Eu vou guardar comigo.” Falou ele abraçando o desenho. 

“Vai coisa nenhuma! Devolve!” Reclamei correndo atrás dele. 

“Vou sim!” Disse correndo pela sala. “Você fez o desenho para mim!”

“Fiz nada! Eu fiz um desenho de você! Não significa que seja seu!” Pulei o sofá e quase consegui pegá-lo, mas Apolo se esquivou. “Para!”

“Agora o desenho é meu!” Falou ele correndo para a cozinha. 

“Volte aqui!” Exclamei correndo para lá. 

Assim que cheguei á porta, Apolo apareceu e me beijou. Eu parei imediatamente. Ficamos parados desse jeito por alguns segundos, mas depois ele se afastou e deu alguns passos em direção a sala.

“Consegui!” Exclamou, e quando eu me virei ele continuou a correr.

“Apolo!” Exclamei irritada.

“Você caiu nessa? Que idiota.” Comentou Ares comendo e observando nós dois, entediado.

“Quem te perguntou alguma coisa?!” Rebati. Cheguei perto de Apolo pronta para pegar o desenho, mas ele de repente...

“A há!” Riu ele. Apolo tinha posto o desenho dentro das calças de repente. Eu arregalei os olhos para ele. “Quero ver você pegar agora.”

“Você... Não fez isso!” Exclamei incrédula. “Você pôs o meu desenho nas calças?!”

“Agora ele é com certeza meu!” Riu ele triunfante.

“É... Agora eu não quero mais.” Disse revirando os olhos e sentando no sofá. Fiz um comentário só para acabar com a felicidade dele. “Você achou que era o Ares no desenho, e depois o colocou dentro das calças? Estranho.”

Ares se engasgou com um pedaço de hambúrguer. 

“Tire isso daí!” Exigiu com raiva.

“Não fiz isso porque parecia com você! Eu só... Ah!” Apolo ficou extremamente vermelho de vergonha, e resolveu tirar o desenho de lá.

Ele estreitou os olhos para mim como se tivesse medo do meu próximo passo.

“Relaxa. Eu não vou tocar nisso agora.” Comentei.

“Que bom.” Respondeu ele fazendo o desenho sumir. “Pronto. Eu vejo aquilo depois. Mas... Quanto as suas habilidades artísticas...”

“São nulas.” Comentei. “Não tem jeito. Eu não escrevo, não danço, não desenho... Nada.”

“Uhm... Que tal cantar?” Sugeriu Apolo.

“Nem dê idéia.” Apressou-se Ares.

“Infelizmente... Eu concordo com ele.” Resmunguei revirando os olhos.

“Tudo bem, Alice. Você ainda vai achar uma coisa em que seja boa.” Disse ele sorrindo para mim. “Eu tenho que ir agora, mas depois eu volto e a gente continua com essa conversa.”

Apolo beijou a minha testa, deu tchau para Ares e saiu.

“Já foi tarde...” Murmurou Ares provavelmente ainda pensando no desenho.

“Para de implicar com ele.” Disse tentando pensar em algo que eu fosse boa. “Talvez... Eu possa tentar escrever. Nunca se sabe.”

“Mais um fazendo haicai do meu lado?! Nem pense nisso, ou eu te ponho para dormir na calçada!” Ameaçou ele.

“Eu não ia fazer haicais!” Reclamei. “Você também não ajuda em nada. Só sabe ficar reclamando o tempo todo, e dizendo o quão ruim eu sou. Que saco.”

“O que eu posso fazer? Estou dizendo a verdade.” Falou ele encolhendo os ombros. “Você não é boa em nada. Só em ser chata. Será isso é algum tipo de arte?”

“Sei lá, mas se fosse você também seria reconhecido como um artista.” Retruquei me afundando no sofá. Não quero ficar 50 anos aqui.”

“E você acha que eu quero? Ninguém quer ficar 50 anos ao seu lado.” Disse ele.

Suspirei pesadamente.

Olhei para o violão que Apolo tinha esquecido ali. Eu o peguei e tentei tocar uma música ou coisa parecida, e para a minha surpresa eu consegui!

“Não acredito!” Exclamei feliz comigo mesma. Muito feliz mesmo. “Ares! Olha! Eu estou conseguindo! Nossa!”

“Pensei que não soubesse tocar.” Disse ele levemente surpreso. ”É... Acho que você não é tão imprestável como eu pensei.”

“Obrigada. Vindo de você, acho que é o melhor elogio que eu vou conseguir.”  Comentei ainda sorrindo. “Não é demais?! Deve ser parte de ser musa de Apolo.”

“Nunca se sabe.” Comentou ele. ”Você está tocando Revolution dos Beatles, certo?”

Meu sorriso sumiu.

“Não! O que?! Eu estou tocando Im yours do Jason Mars!” Exclamei incrédula. “Droga! Por que ninguém reconhece o que eu faço?! Ah!”

Eu larguei o violão com raiva. Ares começou a rir.

“Eu sei. Só estava te zoando.” Riu ele.

“Idiota! Você... Você é muito mal, sabia?” Falei incomodada.

Essa frase saiu um pouco estranha. Quase como se eu fosse uma daquelas princesas em ar puros, falando para o vilão como ele era ruim. Ele notou e riu ainda mais.

“Aaaw, eu sou mal! Coitadinha da Filhinha de Hermes!” Zombou.

“Ninguém merece você. Não consegue passar nem um segundo sem implicar comigo?!” Reclamei indo para a cozinha fazer um lanche. 

“Não, não consigo. É mais forte do que eu!” Falou ele. “Mas tente não chorar.”

“Idiota!” Exclamei com raiva.

Será que ele iria tirar todos os dias para me irritar?! Isso é que era uma maldição. Fiz um prato de macarrão para mim e voltei para a sala. O idiota já tinha ocupado todo o sofá, deixando para mim a alternativa de sentar aos seus pés, ou á poltrona desconfortável.

Escolhi a poltrona.

Enquanto estava comendo a campainha tocou. 

Era um mortal, provavelmente. Deuses nunca tocavam a campainha. Mas o que era estranho é que mortais não nos visitavam nunca. A maioria tinha medo de Ares, e simplesmente não queria correr o risco nem mesmo de pisar na grama.

Olhei para ele.

“Não vai atender?” Perguntei.

“Vai você.” Respondeu ainda olhando a TV. 

“Ótimo.” Resmunguei.

 Era até bom ele não ir até lá. Se ele atendesse a porta era capaz de por uma pessoa inocente para correr.

Quando abri a porta, vi porque a pessoa tinha tocado a campainha.

“Alice!” Sorriu a minha mãe. Ela era uma mortal, mas não tinha nem um pingo de medo de entrar na casa. “Como vai você?”

“Eu... Vou bem.” Sorri de volta. “Quer entrar?”

“Claro. Quero ver com os meus próprios olhos que tipo de castigo Zeus a sentenciou.” Comentou ela achando que não era nada demais, mas quando viu Ares jogado no sofá vendo luta livre, seu sorriso sumiu. “É. É um castigo dos bem ruins mesmo.”

“Pode crer.” Comentei. Foi aí que eu lembrei. “Ah! Uma minuto!”

Corri para o andar de cima, enquanto minha mãe me observou sem entender. Debaixo da minha cama, eu peguei um embrulho e o levei até a sala. 

Quando cheguei a sala novamente, vi que Ares estava sentado com a postura correta, e minha mãe ao lado dele. Adorava o jeito com que ela colocava ordem em qualquer coisa.

“Mãe...” Chamei e ela se virou. “Feliz aniversário!”

Ela sorriu para mim ao ver o embrulho.

“Não precisava.” Disse se levantando do sofá para poder me dar um abraço. “Ah, obrigada Alice!”

“De nada. Abre. Quero ver a sua reação.” Nós duas nos sentamos no sofá, e ela abriu. Viu que o presente era uma câmera digital. Uma daquelas de profissionais. “Eu soube que você queria ser fotógrafa. Não deu para comprar a melhor da loja, mas... Acho que essa é boa, não é?”

“Claro que sim!” Exclamou ela extremamente feliz. “É perfeita. Muito obrigada!”

Minha mãe tirou uma foto minha, e olhou como ficou. Eu estava horrível! Meu cabelo ainda estava bagunçado por causa da brigar de neve. Mesmo assim... Eu ri.

“Você está linda.” Comentou ela.

“Mentira. Mas tudo bem...” Revirei os olhos rindo.

“Que cena tocante...” Resmungou Ares.

“Alice... Eu te disse para ficar longe dele, não é? Me sinto a Deméter lembrando a Perséfone que Hades não era a melhor escolha.” Comentou minha mãe pacientemente para mim. “É sério. Existem caras melhores por aí.”

“Nós não estamos juntos, e nem estávamos!” Protestei. “Por que você insiste nisso?!”

“Feliz aniversário!” Exclamou Hermes entrando pela porta. Não disse? Deuses simplesmente ignoram as campainhas. “Jenny!”

“Até você?” Riu ela. “Como sabia que eu estava aqui?”

“Eu sei de tudo.” Disse ele sorrindo. “Venha, me dê um abraço!”

Os dois se levantaram e se abraçaram. Eu ri ao ver essa cena, e Ares fingiu que não era engraçado. Olhei para ele.

“Se prepare para uma linda festa em família.” Falei para ele me levantando do sofá.

“Eba!” Comemorou desanimado.


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Notas finais do capítulo

Então? Valeu a pena?

Ha ha! Engraçado, não?

Espero por reviews!



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