Meu Namorado Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 15
Na dúvida, se esconda no closet


Notas iniciais do capítulo

Ok.

Preparem-se para rir muito nesse capítulo!

Veremos o que Afrodite vai fazer...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/138158/chapter/15

POV Ares.

Eu ia fazer aqueles dois idiotas pagarem caro por terem me metido naquela encrenca. Será que eles não conseguiam nem mesmo mentir direito?! Mas naquele momento eu tinha problemas maiores para me preocupar.

Sorri desajeitado, resolvendo fingir que estava tudo bem, e me levantei.

“Amor!” Exclamei fingindo estar muito feliz. “Eu não sabia que você vinha para cá também! Nós podíamos...”

“Nós?!” Repetiu ela me olhando com muita raiva. “Você acha que vai me enganar? Você veio aqui com a Alice! Meu diga, Ares, o que está passando na sua cabeça?!”

Engoli em seco.

“E-Eu... Eu vim aqui com a Alice. Mas eu não estou com a Alice.” Disse, mas a frase não parecia muito convincente, pois Afrodite cerrou os punhos.

“Ah, não?! Até a sua mãe deu os parabéns para você!” Falou ela. “É melhor você ter uma desculpa melhor do que essa, senão...!”

“Deixa eu pensar...! Quero dizer... Deixa eu explicar.” Sorri.

Afrodite deu alguns passos na minha direção. Estávamos sozinhos naquela sauna, e se fosse outra ocasião eu adoraria a presença dela ali. Mas não com aquele jeito ameaçador e raivoso.

“Explique.” Exigiu ela rangendo os dentes.

“Eu estou...” Parei para escolher as palavras. “Eu... Não estou apaixonado por ela, mas... Tenho que fingir estar.”

Ela arqueou uma sobrancelha para mim, ameaçadora.

“É... É parte de um plano para enganar Zeus.” Disse eu em um tom baixo. “Tenho que fingir estar me dando bem com ela, para ele esquecer essa história de castigo. Só isso. Pronto.”

“Pronto?! Você espera que eu acredite nisso?!” Berrou ela com raiva. “Essa foi a desculpa mais idiota que eu já ouvi!”

“É verdade!” Insisti dando um passo para trás. “Se quiser, pode ir falar com ela! Ela vai confirmar a história toda.”

“Claro!” Riu Afrodite. “Nenhum dos dois vai querer me ver irritada ou coisa do tipo, não é? Nunca diriam a verdade não é mesmo? Aposto que nesse exato momento ela está te esperando deitada na cama.”

“Não. No chuveiro.” Contei para ela. “Ela disse que ia tomar um banho, e me encontrar aqui...”

Parei de falar ao ver a cara de choque de Afrodite. Parei para analisar o que tinha dito, e notei o pequeno duplo sentido.

Ares!” Berrou ela com raiva.

“Não! Você entendeu tudo errado!” Exclamei tentando corrigir a situação. “Afrodite, calma! Fique calma...!”

“Eu vou ficar calma depois que passar o meu salto alto pela sua garganta!” Exclamou ela correndo na minha direção. Ela se jogou encima de mim, mas eu consegui desviar de última hora.

Não tinha jeito de eu ficar ali para tentar explicar a situação novamente para ela, por isso resolvi fazer a coisa mais sensata... Correr!

Abri a porta da sauna. Afrodite estava pronta para sair de lá também, quando eu a fechei rapidamente. Tinha que ir de volta para o quarto e me esconder, antes que fosse o meu fim.

Abra essa porta, Ares! Eu vou te achar! E quando eu fizer isso, você está perdido, entendeu?!” Ameaçava ela, enquanto dava socos violentos contra a porta.

“Por isso vou me esconder muito bem...” Murmurei mais para mim mesmo.

Achei melhor voltar para o quarto, mas assim que cheguei à saída do espaço de fontes termais, Afrodite conseguiu abrir a porta da sauna. Ela olhou para mim com raiva, e começou a correr.

“Droga!” Exclamei baixinho.

Eu saí correndo, torcendo para que ela não conseguisse me acompanhar. Para a minha sorte o quarto não era muito longe dali, mas... Para o meu azar, tinha esquecido que estava só de toalha.

Não tinham muitas pessoas ali, por isso deu para passar despercebido. Ou quase. Algumas das garotas que estavam perto da piscina assoviaram para mim, e disseram algumas coisas que não melhorou em nada a minha situação.

Afrodite gritou para elas “tomarem conta das suas vidas” e continuou a me perseguir. Consegui despistar ela por pouco.

Entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim. Dava para ouvir o barulho do chuveiro ligado. Ótimo. Ao menos não tinha que me preocupar com a Filhinha de Hermes me fazendo milhares de perguntas do tipo: “Por que você está assim?”, ou “O que está fazendo aqui? Não sabe bater na porta?!”. Garota chata...

O chuveiro desligou. Eu estava pronto para respirar fundo e escolher uma roupa para vestir, quando Afrodite começou a socar a porta.

Abra!” Exigiu ela.

“Vai sonhando...” Pensei.

Olhei em volta. Eu estaria encrencado se ela me visse ali, mas... Se eu me escondesse, ela só veria a Filhinha de Hermes, certo? Não ia ter problema nenhuma se Afrodite fizesse ela sumir, ou coisa do tipo.

Desde que não fosse eu, estava tudo bem.

Corri até o closet e fechei a porta. Lá dentro, ao menos, eu estaria seguro.

POV Alice.

Terminei o meu banho bem rápido. Não duvidava muito que Ares fosse ficar falando no meu ouvido sobre como eu era lerda, se demorasse mais de 5 minutos. Por isso preferi voltar logo para as malditas fontes termais.

A parte boa é que eu teria o quarto só para mim. Tinha deixado a minha roupa separada encima da cama, por isso me envolvi em uma toalha, e desliguei o chuveiro.

Estava pronta para abrir a porta, quando ouvi alguns gritos. Franzi o cenho sem entender. Não tinha ninguém lá, e aquela voz não era do Ares. Delicada demais, feminina demais. Mas... Ela parecia muito irritada.

“Onde está você?!” Berrava a voz. Ouvi algumas coisas voando e batendo contra a parede, e foi aí que eu me lembrei do meu sonho. Afrodite!

Abri a porta devagar. Ela estava de costas para mim e mexia nos lençóis para ver se Ares estava debaixo da cama. A Deusa do amor se levantou e foi até a porta do armário, mas depois parou.

“Pequeno demais para ele...” Murmurou ela pensativa. “Onde você está?!”

Afrodite virou-se e foi até a porta que dava para a varanda. Quando vi a porta se fechar, tive que agir rápido. Ela procuraria no banheiro, com certeza. E se ela me visse lá, seria o meu fim.

Corri em silêncio até a porta do armário. Embora ele parecesse pequeno por fora, ele tinha um bom espaço. Era um closet, na verdade.

Abri a porta, entrei e fechei. Ufa... Estava salva.

Só que o lugar estava completamente escuro.

Como não dava para ver a claridade, eu comecei a tatear as paredes procurando um interruptor, mas não conseguia achar. Senti a parede lisa, depois algumas roupas, uma toalha... E... Alguns tijolos.

Franzi o cenho ao sentir aquilo. Tijolos?!

Comecei a tatear melhor o lugar sem entender o que era aquilo. Resolvi descer com a minha mão, mas fui impedida. Eu levei um susto enorme. Uma mão segurou a minha me detendo de continuar a tatear.

“Pare de passar a mão em mim!” Repreendeu uma voz sussurrante. Arregalei os olhos no escuro ao notar de quem era a voz.

“Ares?!” Perguntei sem acreditar.

A luz se acendeu. Ares tocou no interruptor, que estava logo ao seu lado e eu pude notar que tinha tocado em seu abdome. Ele tinha músculos muito definidos, mas... Tijolos?! Onde eu estava com a cabeça?

Mas a pior parte foi quando eu vi que ele estava só de toalha.

“Ah...!” Gritei de susto, mas a mão dele tampou a minha boca.

“Sh! Ficou louca?!” Perguntou ele em um tom de voz baixo. “Não grite! E... Por que você está só de toalha?!”

Ares soltou a minha boca.

“Por que você está só de toalha?!” Rebati com o rosto provavelmente vermelho. “O que você estava fazendo naquelas fontes termais?!”

“Fugindo dela!” Respondeu ele apontando com o dedão para a porta.

Ares!” Berrou Afrodite enfurecida. “Eu sei que você está aqui! Apareça e me enfrente como um homem!”

“Não mesmo.” Respondeu ele desviando o olhar da porta.

“Por que ela está assim?” Perguntei tentando ficar o mais longe possível dele. Ou pelo menos o mais longe que o pequeno espaço do closet permitia. “Você não explicou á ela que...?”

“Eu tentei! Mas ela acha que eu estou tendo um caso com você.” Ele fez cara de nojo ao dizer “você”.

“Nem pensar.” Retruquei. “Como alguém pode pensar isso? Ela... Ela vai embora, não vai? Por quanto tempo ela pode ficar parada ali?”

“Eu sei lá!” Respondeu ele irritado. “Ela nunca me escuta! Tentei explicar que era só parte de um plano, mas ela preferiu me atacar á ouvir o que eu tinha a dizer! Argh.”

Suspirei olhando para a parede. Eu e ele estávamos muito perto um do outro, e nós dois estávamos só de toalha. Não era nada bom.

“Eu não tenho nada a ver com isso.” Comentei. “É problema seu com ela.”

“Não venha tentando fugir da situação!” Reclamou ele. “Você está envolvida no plano, por isso é melhor enfrentar os problemas. Você escolheu participar, Filhinha de Hermes, agora agüenta!”

Eu escolhi participar?!” Exclamei para ele. “Eu não tive escolha! Você me acordou ás 5 horas da manhã e me arrastou para cá! Não escolhi droga nenhuma.”

“Não escolheu, mas faz parte. Agora cala essa boca, que eu ainda estou tentando esquecer que você passou a mão em mim.” Resmungou ele.

“Eu não...!” Reclamei, mas fiquei muda de vergonha. “Não fiz isso porque pensei que era você! Eu nem sabia que você estava aqui!”

“Aham. Acredito.” Rebateu ele em sarcasmo.

“É verdade mesmo! Se eu soubesse que você estava aqui, nem mesmo tinha entrado nesse armário!”

“Claro...” Concordou ele ainda em sarcasmo. “Você é muito abusada, sabia?”

“O que?!” Exclamei com o rosto vermelho. Ares deu uma boa olhada em mim.

“Não se finja de inocente.” Falou ele. “Me agarrou, ia ‘conversar’ com o Apolo, ficou dando mole para aquele cara das fontes termais...”

“Pare com isso! Eu não te agarrei!” Reclamei. “E não venha me chamar de abusada, porque é você quem fica olhando as garotas de biquíni, tendo um caso com uma mulher casada, e pedindo uma massagem para a primeira mortal que aparece na frente! Sem falar que você ficou me olhando agora á pouco.”

“O que?! Eu não olhei para você!” Reclamou ele com o rosto vermelho. “E nunca iria olhar para uma pirralha que nem você!”

“Sei...” Comentei em sarcasmo. “Não pense que só porque eu estou de toalha, quer dizer que pode fazer o que bem entender.”

“Escuta aqui...!” Protestou ele irritado. “Eu só olhei para você, porque eu estou falando com você! Não porque eu te ache bonita ou coisa do tipo! Nem pensar!”

Eu ia falar mais alguma coisa, mas nós dois ouvimos a voz de Afrodite novamente.

Ok! Pode se esconder de mim o quanto quiser. EU vou embora, Ares, mas ouça bem o que eu estou falando!” Disse ela. “Eu vou fazer com que ela volte á gosta do Apolo e te dê um lindo fora! E quando você voltar rastejando para mim, eu vou chutar tanto o seu traseiro, que você vai ficar sem sentar por semanas, ouviu?!”

Nós dois ouvimos a porta do quarto bater violentamente, e olhamos um para o outro com medo.

“Ahm... Ela saiu... Não é?” Perguntei quebrando o silêncio.

“Eu... Não sei. Ela pode estar só fingindo.” Disse ele.

“Então... Alguém que não seja eu devia abrir a porta, e enfrentar os próprios problemas como um homem valente de dois metros de altura.” Sorri para Ares o incentivando. “Vamos lá! Você consegue. Cheque se ela ainda está ali, e depois me avisa, certo?”

“Há há!” Riu ele. “Até parece. Vai você, Filhinha de Hermes!”

“Eu?! Nem pensar! Ela é sua amante. Ou namorada. Ou... Qualquer nome que você preferir.” Disse.

“É, mas eu sou um Deus. Você é só uma musa fracassada de Apolo. Agora vai!” Ares tentou me empurra em direção á porta, mas eu puxei ele junto.

“Vai você!” Exclamei.

“Não, vai você!” Respondeu ele.

Conclusão... Nós dois ficamos empurrando e puxando um ao outro, até que nós perdemos o equilíbrio e caímos sobre a porta, que se abriu com o nosso peso.

Nós dois caímos um encima do outro no chão do quarto. Olhamos em volta e vimos que a Deusa do amor tinha realmente ido embora. Ufa...

Mas ainda tinha um pequeno problema...

Olhei para Ares que resmungava de olhos fechados coisas como “Isso doeu... Su pirralha irritante!”, e depois para mim. A minha toalha tinha caído no chão. Arregalei os meus olhos e olhei em volta rápido.

Uma camisa enorme do AC/DC estava jogada no chão. Corri até ela e a coloquei bem a tempo, pois assim que me vesti Ares abriu os olhos.

“Espero que saiba... Que isso tudo é culpa sua!” Exclamou ele se levantando.

“Culpa minha?! Há! Tinha até esquecido que você sempre põem a culpa em mim.” Comentei revirando os olhos. “Nunca é culpa sua não é Ares?!”

“Não, não é! Eu sou realmente inocente,” Respondeu ele se levantando. A toalha dele caiu, e eu tampei os olhos bem na hora.

“Ah!” Exclamei. “Viu só?! E eu sou a abusada depois?!”

“Se você não fosse idiota de cair em uma fonte, nós nada disso teria acontecido!” Berrou Ares com raiva. Pude ouvir o som dele correndo pelo quarto. Depois de alguns minutos, ele parou de fazer barulho.

“É seguro abrir os olhos sem ficar cega agora?” Perguntei.

“Você me mata de rir.” Resmungou ele. “Pode abrir os olhos, retardada.”

Abri os olhos e vi que ele estava vestindo uma calça jeans, e uma camisa preta. Ele olhou para mim, e cruzou os braços.

“Não me chame de retardada.” Reclamei. “Ninguém mandou você entrar no quarto sem roupas! Seu... Tarado.”

“Eu estava com roupas! E não me chame de tarado!” Reclamou ele. Ares estendeu a mão para mim. “Espera... Essa camisa é minha! Tire ela agora mesmo.”

Arregalei os olhos para ele, e Ares notou que o que tinha acabado de falar não caiu nada bem na situação.

“Não...! Eu não quis dizer que...!” Eu o interrompi. Em um acesso de raiva, eu joguei uma das almofadas que estavam no chão contra o seu rosto com toda a minha força. O Deus da guerra não se mexeu. “Maldito duplo sentido...”

“Idiota!” Reclamei pegando as minhas roupas de verdade e indo para o banheiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Haha!

Ok... Duvido que alguém não tenha rido nesse capítulo!

Qual foi a melhor parte?

Quero saber! Mandem reviews!

Beijos e até o próximo.