Pela manhã Moony já estava conosco, ele melhorou rápido. Talvez não tivesse sido tão sério assim. As aulas pela manhã foram muito tediosas, eu estava quase dormindo, quando fomos liberados, e tínhamos um tempo livre. Traduzindo: Matamos a aula de adivinhação.

            Estávamos sentados perto do lago, o clima estava começando a esfriar, mas ainda tinha um sol bem quentinho. Eu estava deitada lendo o livro que eu tinha pego na biblioteca, Moony estava estudando, Wormtail estava comendo alguns chocolates, meu irmão estava quase dormindo, enquanto falava alguma coisa pra Prongs que estava brincando com seu pomo de ouro.

            Tudo super normal, a não ser pelo fato que eu estava lendo, coisa que eu fazia só de vez em quando, pelo menos quando eu matava aula, eu ficava conversando com Moony, e implicando com meu irmão. E também porque lá pelas tantas, nosso querido Prongs, se distraiu rindo, e o pomo de ouro dele resolveu dar uma voltinha por Hogwarts.

            -Prongs, cara, olha só, teu pomo de ouro tá fugindo – eu falei erguendo os olhos do meu livro, e vendo um pontinho dourado se afastando e subindo até a sala de adivinhação. Droga. Prongs, olhou pra onde eu estava olhando, não acreditando obviamente, e quando viu o pomo, ele olhou pra sua mão, e viu que ele segurava o ar.

            -Pomo filho da puta – ele praticamente berrou isso, e fez uma expressão engraçada, levantando e correndo até o pomo, quer dizer, até embaixo do pomo, que resolveu sair da janela da sala de adivinhação e ir para o outro lado do castelo – Agente tem que pega esse desgraçado – Prongs gritou olhando incrédulo pro pomo.

            -Nós uma vírgula Prongs, o pomo é teu – eu ouvi Sirius falando, enquanto segurava a risada, James revirou os olhos, e convocou a vassoura dele, e a de Sirius.

            -Nós somos os Marotos Padfoot, o problema de um, é o de todos – ele falou sorrindo, e jogou a vassoura de meu irmão pra ele – Dani e Moony, vão fica aí olhando, ou vão fazer o favor de nos ajudar? – ele perguntou olhando sério pra mim, e pra Remus, nós dois estávamos olhando pra eles, e segurando a risada. James conjurou nossas vassouras e entregou pra nós – Peter, sabemos que você não gosta de vassouras, então despiste os professores – Peter sorriu, obviamente, ele não gostava muito de alturas. Ou de ficar longe da cozinha, vai saber.

            -Ahh... Prongs o pomo de oro fujão é teu, e você é o apanhador... – eu reclamei, e James revirou os olhos, pegando impulso com a vassoura e saindo voando.

            -Vamos ajudar o Prongs – falou Sirius piscando pra mim, e saindo voando. Moony sorriu, e também pegou impulso, eu suspirei e fiz o mesmo.

            Não ficamos muito tempo procurando o pomo, quer dizer, eu e Remus fomos pro mesmo lado, enquanto James e Sirius iam pro outro. Jay quase chegou a pegar o pomo, umas duzentas vezes, mas ele definitivamente só conseguiu pegar o maldito pomo de ouro, que sinceramente, se fosse um animal, eu falaria que era muito parecido com o Jay, que resolveu ir até o campo de quadribol.

            -Eu juro que eu vou matar esse maldito pomo de ouro, e pode ter certeza que o dono vai junto – eu falei, ou melhor, gritei pra James, assim que ele desceu no campo de quadribol com o pomo de ouro na mão. Ele me olhou, sorriu, e piscou, que droga, como aqueles garotos conseguiam tirar toda a minha irritação com um sorriso?

            -Ah, acho que você não tem como matar o pomo de ouro maninha, mas pode matar o James, eu e ele já temos detenções o suficiente pra querer arranjar outra – falou Sirius, e eu revirei os olhos, eles eram os caras que mais levavam detenções, e mesmo assim eram também os que tiravam notas mais altas.

            -Deixo pra próxima, tenho certeza que as detenções que vocês pegaram vão fazer James se arrepender – eu falei o olhando malignamente, Prongs me mostrou a língua, e eu mandei o dedo do meio pra ele.

            -O bom é que é educada... – ele falou sendo irônico, eu revirei os olhos e mostrei a língua.

            -Igual ao meu irmão – eu respondi, e Sirius fingiu cara de inocente.

            -Não me mete no meio da briga, e se tua educação é igual a minha então você é a aluna mais educada de toda Hogwarts, e mais bonita também, assim como o irmão – o que me encantava em Sirius, era a sua “modéstia”, eu revirei os olhos, e nós saímos dali. Voltamos pra onde estávamos, e encontramos Peter, só pra variar, comendo.

            -E aí, o que você tá lendo? – perguntou Remus assim que sentamos, na verdade, o meu livro estava aberto em qualquer página, entre lobisomens, e animagos. Nada que eu não soubesse, mas estava sendo interessante ler novamente aqueles assuntos.

            -Lobisomens, e animagos... – murmurou Sirius olhando pra mim, um pouco desconfiado – Interessante... Porque você pegou esse livro? – na verdade eu peguei meio sem querer, nem havia visto direito sobre o que era, eu pensei que talvez pudesse me falar sobre os segredos dos marotos, mas acho que o livro não tinha nada que pudesse me ajudar.

            -Não sei – respondi tirando o livro das mãos dele – Achei interessante, e só... – respondi sendo meio vaga, os Marotos se entreolharam preocupados, e depois olharam pra mim.

            -É interessante? – perguntou James, ele estava olhando pra mim, como se tentasse descobrir o que eu estava planejando.

            -Um pouco, ensina o processo de como se transformar em um animago – coisa que eu aprendi sozinha, e sabia fazer muito bem – E fala sobre outras criaturas mágicas, e algumas poções interessantes. Algum problema com o livro? – perguntei olhando pra meu irmão, com um olhar curioso, e pidão, um olhar que meu irmão mais velho, apesar de só por alguns minutos, nunca resistia, pena que Prongs sabia disso.

            -Não, nenhum – respondeu ele, rápido demais, eu estava perto de algum segredo deles, eu sabia disso. Só pelo jeito que eles tinham reagido – Vamos jantar? – ele perguntou evitando o contato visual comigo, meus olhos azuis, obrigavam sempre os Marotos a me contarem tudo. Os outros nem responderam, e já levantaram, eu revireis os olhos, e fiquei sentada, eles nem olharam pra mim, e eu também nem queria, os Marotos estavam eram sendo misteriosamente chatos pra mim.

            -Hey, Dani, não fica brava com agente – quem falou isso foi o Moony, que se virou e esperou por mim – Digamos que não podemos contar nada, certo?

            -Moony, eu vou descobrir e vocês sabem disso – eu falei o olhando, ele sorriu, e me puxou, pra me levantar, fazendo com que eu ficasse em seus braços, e me obrigando a manter contato visual com seus lindos olhos castanhos da cor de mel.

            -Você está mais perto do que imagina Dani, mas você não acha que nós também sabemos que você esconde alguma coisa da gente? – ele perguntou, eu suspirei, droga, eles me conheciam bem demais – Talvez nós iremos descobrir ambos os segredos juntos... – o Moony estava dando um de vidente agora, mas ele ficou tão lindo falando isso... – Agora vamos jantar.

            -Certo – eu respondi, e ele me abraçou pela cintura, sorrindo pra mim, como se nada tivesse acontecido. Eu estava segurando forte o livro. Se eu estava com o segredo mais perto do que eu imaginava então, talvez eu já soubesse o que era...