Bem, eu e os Marotos temos todas as aulas juntos, só que nem sempre eu sento perto deles, eles tem os assuntos dele, e bem, eu meio que desligo em algumas aulas, principalmente quando eu sento perto da Mckinnon e da Anna, as duas praticamente falam da bunda do meu irmão e do Lupin a aula inteira. Como eu não faço questão de saber todos os detalhes da gostosura do meu irmão, eu ligo no modo automático, e presto atenção na aula.

            Eu estava indo para as masmorras, na aula de poções, teríamos três tempos, eu estava logo atrás da Anna, meio que me escondendo do meu irmão, quando eu ouvi um papo meio estranho vindo do grupo do meu irmão.

            -Não cara, eu nunca tinha visto o patrono da Dani, ela nunca me mostrou, ok? – eu ouvi meu irmão murmurar um pouco confuso.

            -É uma loba – murmurou Remus um pouco surpresa – Pensei que fosse um cachorro ou algo assim, sabe, parecido com o teu...

            -Lobos são uma espécie de cachorros – falou James meio que me surpreendendo podemos dizer que ele não tinha muitos comentários inteligentes, pelo menos quando nós estávamos falando abobrinhas – Mesmo assim é muita coincidência não acha Remus? – ele falou meio que fazendo uma brincadeirinha com Lupin, que eu não entendi, eu ia escutar a resposta de Lupin quando eu bati em alguém. Era um sonserino.

            -Porra vê por onde anda – eu murmurei irritada, eu sei que eu deveria ter escutado isso, mas o sonserino estava parado de propósito na minha frente, e cercado por seus amigos.  Era o mesmo menino do trem, aquele que tinha praticamente matado Remus com o olhar, ele era moreno, com olhos mais negros e frios que eu conhecia, ele era bonito, alto e forte, mas algo nele me fazia ter medo.

            -Calma Daniella – ele falou me segurando em seus braços e me fazendo ter um calafrio.

            -Black – eu falei e o olhei friamente, usando o que restava de orgulho da minha maldita família – Me larga, agora – eu praticamente ordenei, mas ele não me ouviu. Eu estava lembrando do nome da criatura... Era um nome bem estranho e sinceramente ridículo, como era mesmo? Ah... É: Callum Krish, eu falei que era estranho.

            -Calma gatinha, eu sei que você gosta do meu abraço – gatinha é o esambau idiota, eu sou uma loba, e não porra, eu não gosto do teu abraço, bem, pelo menos foi isso o que eu pensei, mas eu estava assustada. Droga odiava aquela sensação que aquele idiota me fazia ter: medo.

            -Eu já mandei me largar Krish – eu falei pegando minha varinha, e tentando prestar atenção em alguma coisa boa, pra afastar o medo. O idiota estava beijando o meu pescoço, e realmente aquilo me dava nojo – Sirius – eu berrei isso, e meu irmão assim que escutou a minha voz assustada, se virou e olhou pra mim – Me ajuda – eu praticamente murmurei, mas ele entendeu.

            -Larga a minha irmã, agora – ele praticamente berrou isso, e a voz de Sirius estava em fúria, Krish deu ombros, e sorriu cinicamente pro meu irmão. Foi aí que o filho da mãe me beijou. Era um beijo nojento, e eu não conseguia me livrar.

            -Cara, o Six avisou, e já que você não ouviu, vai aprender a nunca mais a mexer com a Dani – quem falou isso foi James, que estava com tanta raiva quanto Sirius, eu era uma irmã pra ele.

            -Larga ela seu infeliz – quem falou isso foi Remus, ele estava com muita raiva, e ele falou algum feitiço, que fez com que Krish fosse afastado de mim, eu saí correndo assustada e chorando.

            Eu sei, não foi uma atitude corajosa, mas também não foi muito agradável eu ser obrigada a beijar um sonserino filho da mãe, idiota, grosso, nojento, frio, calculista, cruel, e com certeza um babaca idiota. Eu não tinha visto pra onde eu tinha saído correndo.

            Eu queria sumir, isso, queria desaparecer, eu estava me sentindo uma medrosa, que não deveria estar na grifinória! Eu deveria voltar e ensinar uma lição pra ele, assim como eu tinha ensinado pra outros idiotas que me obrigaram a ficar com eles, mas eu não conseguia, havia algo naquele garoto que me assustava.

            Eu fui parar no corujal, sentei em um canto, segurando minha varinha firme, e me debulhando em um choro desesperado, de medo, como se qualquer coisa pudesse me atacar.

            -Dani... – eu ouvi Remus murmurar olhando o meu estado, e sentando do meu lado me abraçando. Eu escondi meu rosto em seu peito e o abracei forte. Parecia que eu estava segura com Remus, ele me abraçou e passou a mão em meus cabelos – Calma, já tá tudo bem... Já passou...

            -Dani – meu irmão tinha acabado de entrar e parecia preocupado também, eu não respondi nada, só solucei, praticamente encharcando a camisa de Remus, que estava tentando me acalmar.

            -Que porra, aquele cretino tem que pagar as consequências, olha só o que ele fez a Dani passar – quem falou isso foi James, que também deveria ter acabado de chegar, e provavelmente estava pensando a mesma coisa que Sirius, um plano pra matar Callum Krish.

            -Dani, você tá bem? – eu ouvi Remus perguntar, em meu ouvido, eu ergui meus olhos, ainda chorando pra ele, eu estava tremendo, eu tinha certeza disso.

            -Eu não sei o que deu comigo... – eu falei com a voz falhando – Eu sempre sei o que fazer, e não tenho medo de caras como aqueles, mas Krish me faz me sentir fraca, e ele me assusta – eu terminei de falar, meio que rápido demais, e voltei a chorar.

            -Será que não seria melhor você tomar alguma poção pra se acalmar? – perguntou Sirius sentando em meu outro lado, e colocando a mão em meu ombro. Era incrível, como meu irmão tinha a capacidade de me acalmar só com um toque, eu mordi o lábio e dei ombros.

            -Eu vou pegar alguma coisa pra ela – falou James, puxando Peter – E você arranja quilos de chocolate, mas pra ela, ok? – ele perguntou e Peter deve ter assentindo, eu não estava olhando, eu estava com o rosto, no peito de Remus.

            -Dani, nós estamos aqui, certo? Ninguém pode te machucar, não vamos deixar – Remus disse fazendo com que eu olhasse pra ele. Eu olhei, e comecei a me acalmar, o olhar de Remus me falava que ele estava preocupado, assim como meu irmão, e eu sabia que os dois iam me proteger.

            -Dani, aquele cretino vai pagar caro por ter mexido contigo – meu irmão falou me abraçando, fazendo Lupin me largar, mas depois me devolveu aos braços de Remus, parecia que ele sabia que ali eu ficaria calma.

            -Ninguém nunca mais vai e fazer chorar, eu prometo – falou Lupin em meu ouvido, sem que meu irmão ouvisse. Eu sorri pra Remus, e depois pro meu irmão, me sentindo uma idiota por ter reagido daquela maneira.

            Eu praticamente explodi de felicidade quando Peter e James me trouxeram meu chocolate preferido da Dedosdemel. Um dia eles iam me contar como eles conseguiam arranjar isso pra mim. Mas eu não estava querendo saber, naquele momento, eu só peguei uma barra de chocolate, e devorei, sentindo toda a minha coragem grifinória voltar pra mim.