(Capítulo anterior)

“– A brasileira e o canadense se odeiam, mas eles precisam ir logo, antes que o canadense faça a brasileira se atrasar. – Sorri, lhe dando um selinho.

– Ok, as brasileiras que mandam.“

Justin's POV

– Como ela é linda... – Sussurrei sozinho, a olhando, que estava compenetrada na câmera.

– Ela é muito boa. – A supervisora geral lá de cima chegou falando pra mim.

– É, a Nicolle sabe o que faz. – Ri e voltei a olhar.

Há pouco tempo estávamos num campo, onde tinha uma pequena casa antiga, que acabou me dando uma grande ideia. Mas que também é surpresa. E agora estamos no estúdio dentro da Victória’s. Me parece que esse é o penúltimo ensaio.

Ela fotografou ao ar livre, aqui no estúdio - que está sendo um pouco mais sério -, e com mais alguém. Não tenho certeza se é isso.

Mas tenho total certeza que as fotos ficarão ótimas, afinal, ela é perfeita.

– Não aguento mais ficar trocando de roupa! – Ela passou por mim falando baixinho, rindo, e me dando um selinho. – Já volto. – Correu rápido pro seu camarim.

Foi questão de um piscar de olhos que ela estava pronta – linda e sexy – na minha frente.

– Wow... – A olhei rapidamente corpo inteiro e ela me olhou sorrindo, meio envergonhada. – Tudo isso é meu? – A puxei pra mim, indo a beijar.

– Nããão, vai borrar o batom. – Me empurrou de leve e bufei. – Mas na bochecha pode. – Riu.

– Os pombinhos podem se separar um pouquinho? – O fotógrafo a chamou, que correu pra lá, se desculpando. – Ela tem que trabalhar. – Brincou.

Ela tava somente com uma camisa comprida e aberta, sem nada por baixo, apenas fechada por um cinto grosso e preto, e um sapato alto.

A colocaram pra fazer várias poses. Ela já tinha se encostado na parede, em uma mesa, a viraram de costas, de lado, só não viraram de ponta cabeça porque não dava. Agora ela está deitada numa espécie de banco. Sinceramente, não sei como que eu tô me aguentando.

Talvez fosse momento deu ir tomar um ar, tomar alguma água, tomar alguma coisa...

Nicolle's POV

Só iria trocar de roupa mais uma vez e ia poder ter um pequeno intervalo pro próximo ensaio. Olhei pra direção de Justin e ele não estava mais lá, o procurei e ele tava indo pra fora.

– Amor, aonde você vai? – Corri até ele e segurei seu braço.

– E-eu? Lugar nenhum! – Cocou a cabeça e olhou pra minha mão que tava segurando seu braço. Fiquei o encarando, tentando entender. – Fecha essa camisa. – Ele olhou pro meu decote rapidamente e desviou o olhar mais rápido ainda. Olhei pra baixo e comecei a rir. – Tá rindo de quê? – Perguntou meio bravo, ainda sem olhar direito pra mim.

– De você! – Fechei a camisa. – Bobo.

– Nicolle, vem. – A maquiadora me chamou. Soltei um beijo pra ele e fui a acompanhando.

– Desculpa. – Me desculpei pela quinquagésima vez.

– Só vai passar porque suas fotos estão ficando extremamente boas, mocinha. – Me fuzilou, brincado. Sorri eventualmente.

– Mesmo?! – Corri pra sua frente.

– Sim. – Sorriu. – Pode sentir-se orgulhosa, poucas se saem tão bem assim de primeira. – Foi pegar minha roupa.

A vontade agora era de sair pulando, gritando, dançando ragatanga, sei lá, mas tenho que me acalmar.

Minha vida tá tão boa agora, tenho medo que aconteça alguma coisa de errado... Mas não vou pensar nisso agora, preciso me concentrar.

– Aqui. – Me entregou um vestido branco. – Isso e isso. – Me entregou o sapato e um cinto. – Vista rápido porque temos que colocar uma peruca.

– Peruca? – A olhei surpresa, arqueando a sobrancelha.

– Faz parte do seu trabalho. – Sorriu. Margareth era um amor, tinha a maior paciência do mundo comigo.

Me vesti, ela pôs a peruca e confesso que estava me sentido um pouco desconfortável, mas era por pouco tempo.

– Tá de peruca? – Justin perguntou rindo debochadamente, enquanto passava por ele.

– Margareth disse que faz parte do meu trabalho. – O olhei fazendo careta, que riu mais ainda.

– Encoste-se à aquela mesa. – O fotógrafo me indicou e corri até lá. – Coloque a mão direita sobre a mesa e a outra na cintura. – Fiz. – Isso, exatamente. Junte as pernas e olhe par... – Antes dele terminar já tinha feito. – Perfeito!

Tiramos algumas fotos e confesso que estava amando fazer isso. Na frente dos flashes eu me sentia mais mulher, um lado mais sexy e maduro de mim. Sinto que posso soltar aquele lado de mim que eu mal sabia que existia. Me sinto segura para isso.

– - -

– As fotos saíram excepcionais! – O fotógrafo dizia radiante. Olhei para Justin que estava olhando sorrindo para mim. – Vou ter dificuldades para escolher as melhores.

– Posso ajudar? – Justin se intrometeu, vindo até nós.

– Com toda honra. – Eles começaram a ver as fotos e parecia que nunca tinha fim, e ainda não queriam me mostrar!

Belo namorado esse que tenho.

Justin's POV

Já mencionei que sou o cara mais sortudo do mundo? Pois cara, eu sou.

Olhava aquelas fotos e o melhor de tudo era pensar que ela era minha. Ela é, é, é... absolutamente perfeita.

– Acabaram? – Ela chegou.

– Acabamos de acabar. – Estiquei o braço pra ela me abraçar, e ela respirou aliviada pela resposta.

– E ficaram boas mesmo? – Me abraçou.

– Se ficaram boas? Nicolle,ficaram ótimas! – A representante geral disse. Ela entrelaçou nossos dedos, apertando forte.

Eu disse.

– - -

– O próximo ensaio é daqui duas horas, sem atrasos, ok?

– Com certeza. – Sorriu. – Até lá. – Fechou o casaco e veio perto de mim.

– Quer comer alguma coisa? – Perguntei segurando sua mão.

– Não, só um suco. – Entrelaçou os nossos dedos. – Sabe o que eu quero mesmo? – Passou na minha frente. – Você.

Nicolle's POV

– Você. – Nos beijamos. – Vamos pro carro? – Segurei sua mão de novo.

– Hmmmmmmm... - Sorriu torto, depois mordeu levemente os lábios. – Claro. – Me puxou pra perto.

– Justin! – Corei. – Não nesse sentido, idiota. – Lhe dei um tapa de leve.

Temia que esse momento chegasse, de verdade. Não fazia muito tempo que a gente estava namorando, talvez por isso ele quisesse me respeitar e por ser uma coisa nova, nem quis tocar no assunto e nem tentar ir ultrapassando nada.

E sim, eu sei bem do que homens precisam, e só beijos não são o que tecnicamente garotos prestes há fazer 18 anos querem. Eu o amo, sim, mas não sei se estou preparada pra fazer isso ainda.

– Tô brincado. – Chegou perto e me deu um beijo estralado no rosto e me apertou. Mas toda brincadeira tem uma pitada de verdade.

Uma hora ou outra vou ter que dizer tudo a ele. Não que eu tenha vergonha de falar sobre isso, só que é tudo muito recente e me dói ainda, principalmente por lembrar da minha mãe.

– Será que tem muitos paparazzi de plantão? – Tentei mudar de assunto.

– Espero que não.

– - -

Já estávamos de volta no estudo e Justin estava inquieto desde a hora que ouviu que eu ia fotografar com um cara. Que mal tem nisso? É tudo profissional.

Justin's POV

Claro que eu não me importo de ficar vendo um cara fotografando com ela. Dele ficar fazendo aquelas poses com ela, e até de ficar pondo mão dela nela. De correr o risco dele abraçar ela e todas essas coisas. De ele ficar adorando toda a situação e ficar se aproveitando mais ainda. Claro que não me importo. É tudo profissional, lógico que é.

– - -

O ensaio tinha acabado de começar. Blá blábláblá blá blábláblá blábláblá, vou fingir que não tô vendo.

Você é muito melhor que ele, Justin. Muito melhor. Olha só para você, você é rico, famoso, bonito, fodão, gostoso, bundudo e o garoto mais desejado do mundo. Lógico que ela nem tá ligando pra esse cara que tá fotografando com ela. Além do mais que ela te ama, só para começo de conversa. Não são alguns músculos a mais, alguns centímetros mais altos e alguns anos mais velhos que vão te fazer menos que ele.

– Está tudo bem, Justin? – Ouvi uma voz feminina vindo meu lado, me perguntando. Desviei o olhar dos dois pela primeira vez e vi que era a maquiadora da Nic.

– Tá, tá tudo bem sim. Por que não estaria? – Perguntei dando de desentendido.

– É que você amassou todo o papel que estava na sua mão. – Riu pelo nariz. Olhei pro papel e... Foda-se, o que eu quero mesmo é amassar a cara desse cara.

– Ah, nem era nada importante. – Sorri meio que disfarçando.

– Não precisa ficar com ciúmes, ela gosta de você. – A encarei de novo, levantando a sobrancelhas.

– Não estou com ciúmes!

– Posso ver o quanto. – Ironizou querendo rir e a olhei feio. – Sossega que já tá acabando. – Saiu andando.

Quem ela pensa que é pra dizer que estou com ciúmes? Quem disse uma barbaridade dessas?

Só porque ele é o Francisco Lachowski e brasileiro? Eu sou o Justin Bieber e canadense!

– - -

– Não gostei nada-nada desse cara. – Falei encarando ele.

– Amor, pare de neura, ele só tava fazendo o trabalho dele. – Me olhou com aqueles olhinhos azuis ingênuos, brincando com a minha mão.

– Bem que ele tava se aproveitando. – Fechei a cara.

– Justin. – Ela virou meu rosto pra ela. – Para com isso, ok? Não tem necessidade, eu mal olhava pra ele. – Me encarou.

Nicolle's POV

– Eu amo você, ouviu? Você. – Passei a mão no seu rosto.

– Mesmo? – Fez cara de dengo.

– Mesmo. – Sorri, lhe dei um selinho e o abracei. – E outra, as fotos nem vão ser divulgadas publicamente. – Tentei tranquilizar ele.

– Não? Como assim não? Então por que você fotografou?! – Fez ar de indignação.

– Pra eles verem como eu me saio fotografando com alguém. – Ele nem me deixa terminar.

– E esse alguém tinha que ser justo um cara? – Me encarou.

– Chega desse assunto que eu tô ficando irritada. – O olhei séria. – Já falei que não tem motivo.

– Tenho medo de te perder. – Corou e afundou o rosto no meu ombro.

Justin Bieber corado, é isso mesmo produção? ELE COROU!

– Bobo. – Levantei seu rosto. – Agora vamos que eu quero descansar lá na minha casinha.

– Ah, ia me esquecendo. – Se levantou e eu o olhei assustada. – Antes de irmos, tenho que fazer uma ligação importante. – Pegou o celular e discou um número desconhecido. - Alô, posso falar com Carly Rae Jepsen? – Foi se afastando. QUEM É CARLY RAY JEPSEN?

Cheguei perto pra ver quem é essa uma.

– E aí, Carly. – Riu. – Hoje mais cedo meu empresário Scooter Braun te ligou avisando que eu iria te ligar mais tarde, desculpa, não deu pra ligar antes. – E por que ele não me falou nada dela? – Sobre isso mesmo. – Riu. – Pode ser hoje à noite? – Arregalei meus olhos. – Com certeza eu vou adorar. – Ele não parava de rir! – Às 8 então, até. – Desligou.

JUSTIN DREW BIEBER, VOCÊ ESTÁ ME TRAINDO E AINDA TEM A CARA DE PAU DE LIGAR PRA ESSA PIRIGUETI NA MINHA CARA?

– Quem era? – Encarei o vento do nada e mudei minhas feições.

– Uma garota aí. – Falou calmo, andando até o carro.

– Isso eu percebi... – Continuei o olhando esperando ele me dar uma explicação.

– O que foi? – Me encarou.

– Quero saber quem é, só isso. – Sorri, tentando disfarçar.

– É a Carly Rae. – Entrou no carro e eu entrei em seguida. - Não é nada demais amor, assunto de trabalho. – Ligou o carro.

E AINDA TEM A CAPACIDADE DE FICAR MENTINDO OLHANDO PRA MIM.

– Hmmm. – Soltei e fingi não ligar muito pra isso.

Fomos em silêncio o caminho todo. Chegamos em casa e eu desci do carro, sem me despedir e ele desceu comigo.

– Ué, desceu por quê? – O olhei.

– Pra ficar com você. – Riu.

Sínico.

– Mas você tem um encontro às 8 com a Carly Rae Jepsen. – Virei as costas e fui indo.

– É só de noite. – Chegou me abraçando por trás. – Tenho tempo pra ficar com você. – Lhe dei uma cotovelada, pra ele sair de perto. – Brasileira, o que tá acontecendo? Você tá estranha desde lá. – Tentou se aproximar e eu não deixei.

– Nada. – Continuei seca.

– Eu te fiz alguma coisa? – Tentou se aproximar de novo, mas não deixei. – Se eu fiz, me fala, por favor.

Imagina que você fez, né Justin? Imagina. Quem fez foi eu em acreditar em você.

– Não é nada. – Virei as costas e abri a porta.

– Amor... – Colocou a mão na porta.

– Vai lá ficar com a Carly Rae, vai. – Virei as costas mais uma vez, deixando ele falando sozinho.

Justin's POV

– Vai lá ficar com a Carly Rae, vai. – Virou as costas e foi andando.

O quê? Ela...

Deu ataque de riso.

– Tá rindo de quê? Da minha cara de otária? – Voltou, com aquela carinha de brava.

Ela tava com ciúmes de mim, é isso?

– Você tá com ciúmes, Nic? – Tentei me segurar pra não rir, mas cara, tava muito fofo.

– Eu? Ciumes? – Me olhou estranha. – Eu não! – Empinou o nariz e virou as costas mais uma vez.

– Você sabe pelo menos quem é a Carly? – A puxei pra perto de mim, deixando nossos rostos bem próximos.

– Não sei e nem quero saber. – Virou o rosto.

Ela fica tão linda assim.

– Lembra daquela música “Hey, I just met you, and this is crazy. But here’s my number, so call me maybe”? – Cantei rindo.

– Aquela que você não parava de ouvir? – Me encarou, mas querendo passar um ar de quem não estava se importando muito.

– Sim. – Ri. – É ela quem canta, nós vamos assinar e eu tô pensando em gravar algumas coisas com ela. – Ela me olhou meio sem saber o que fazer.

– Só isso? – Continuou me olhando daquele jeito. – Então vocês não vão jantar as 8 e depois irem pra um motel? – Gargalhei alto.

– Amor! Ela só vai passar no estúdio pra conversar com a equipe e assinar todos os documentos.

– Droga, eu sou muito idiota. – Tapou o rosto. A abracei.

– Mas você fica linda com ciúmes.

– Eu não tava com ciúmes! – Me encarou brava. – Você que tava do Francisco. – Riu e minhas feições mudaram na hora.

– Peraí, é diferente, né. – A olhei sério.

– Aham, sei. – Debochou. - Na boa mesmo? – Pausou. - A gente é muito idiota. – Riu.